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Arrependimento ep.2: a grande reviravolta – arrependimento contínuo

Publicadas: jun 13, 2022

Raquel Anderson: Como você sabe que se arrependeu de verdade do seu pecado? Existe vida em você? Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Boas obras irão fluir de um coração arrependido. Se não há fruto, não há raiz. Não há evidência. Não há vida. Não há crescimento. Há apenas morte, se não houve arrependimento.

Raquel: Esse é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth na voz de Renata Santos. 

Temos participado de uma empolgante aventura chamada Buscando a Deus que é uma série sobre a alegria do avivamento pessoal. Até aqui, temos aprendido sobre algo que precisamos demonstrar antes que o avivamento chegue: o arrependimento. Aqui está Nancy.

Nancy: Eu li uma história sobre um bandido chamado Mickey  Cohen que compareceu a uma reunião no sul da Califórnia, na qual um evangelista famoso estava pregando. Após a reunião, esse bandido expressou interesse na mensagem. Então, várias pessoas conversaram com ele e realmente tentaram encorajá-lo a tomar uma decisão por Cristo.

Ele não fez um compromisso com Cristo naquele momento, mas, um tempo depois, outro amigo insistiu para que ele convidasse Cristo para entrar em sua vida. Nesse momento, ele professou ter feito isso. Mas a vida dele a partir desse momento não deu nenhuma evidência de arrependimento ou de mudança.

Ele disse para o amigo depois: “Você não me disse que eu teria que deixar o meu trabalho!” (o que queria dizer, seus roubos). “Você não me disse que eu teria que desistir dos meus amigos!” (falando dos seus companheiros de gangue).

Ele tinha ouvido falar que “fulano” era um jogador de futebol e “ciclana” era uma atriz cristã e uma outra pessoa era um senador cristão. Então, ele pensou que ele poderia ser um bandido cristão.

Nós rimos, mas isso não é muito engraçado. George Gallup, o pesquisador, observou que a maioria dos americanos que professam ser cristãos não agem de forma significativamente diferente dos não-cristãos em suas vidas cotidianas. E estudos após estudos, pesquisas e mais pesquisas, confirmam isso.

Você entende que a maioria das pessoas que professam ser cristãs não vivem de maneira diferente daquelas que não afirmam ser cristãs? Estamos falando sobre taxas de divórcio, visões sobre moralidade e experiência sexual. Em todas as categorias, as estatísticas são praticamente as mesmas entre aqueles que professam ser cristãos e aqueles que não professam.

Quando a maioria dos membros de igreja não dá nenhuma evidência visível de ter nascido de novo, algo está muito errado. 

Pense em quantos membros de igreja você conhece, que levam uma vida cristã por anos e anos sendo escravos dos mesmos pecados e não conseguem vencer. Talvez essa seja a sua própria realidade. Alguns deles não tem nenhum desejo de mudar, não fazem esforço para mudar, não tem desejo ou apetite por assuntos espirituais.

Eu lamento pela maioria dos pastores, que sabem que muitas pessoas para as quais eles estão pregando semana após semana, não dão qualquer evidência de uma vida espiritual. E qual é o problema?

Creio que o maior problema é que muitas pessoas que estão sentadas em nossas igrejas semana após semana, nunca verdadeiramente nasceram de novo. Elas estão vivas fisicamente, mas não estão vivas espiritualmente. Elas são religiosas, mas não são justas. Elas professam algo com seus lábios que não possuem em suas vidas.

E eu passei a acreditar que talvez a grande maioria das pessoas que são membros das nossas igrejas evangélicas nunca se converteram. Elas não são membros da Igreja, do Corpo de Jesus Cristo.

Eu não tenho como saber quem essas pessoas são. Você não tem como saber isso. Mas Deus sabe. Ele sonda os corações e Ele sabe que milhões de pessoas que estarão na igreja neste domingo, na sua igreja, na minha e nas nossas igrejas ao redor do país, fizeram uma “decisão”.

Elas fizeram uma oração. Elas decidiram fazer parte da igreja. Elas foram batizadas. Elas servem em posições de responsabilidade e liderança na igreja, ensinam nas classes da Escola Bíblica Dominical. Elas cantam no grupo de louvor. Elas estão fazendo muitas coisas, mas muitas dessas pessoas nunca se converteram.

Elas não são filhas de Deus. Elas podem ser membros de uma igreja, mas nunca pertenceram a Cristo. Eu acho que uma das grandes razões para isso é que por cem anos ou mais, muitos dos nossos evangelismos modernos têm frequentemente feito um apelo para que as pessoas venham até o altar, façam isso ou aquilo, venham fazer parte da igreja, mas eles não têm feito um apelo para que as pessoas se arrependam.

Uma mensagem defeituosa que prega um evangelho sem arrependimento diante de Deus e sem a fé em Jesus Cristo irá produzir resultados defeituosos. Podemos lotar as nossas igrejas. Nós temos provado que conseguimos fazer isso. Mas quando você começa a pregar, proclamar e compartilhar o Evangelho, aí é uma história completamente diferente.

As pessoas não vão fazer fila tão rápido para ouvir sobre isso, porque isso requer uma mudança de cidadania, uma mudança de lealdade, uma mudança de fidelidade, um novo rei. E as pessoas não querem um novo rei. Elas querem ser seus próprios reis. Deus tem que conceder o dom do arrependimento. E sem arrependimento, não existe conversão.

Marcos, capítulo 1, versículos 14 e 15: “Depois que João foi preso, Jesus foi para a Galileia, proclamando as boas-novas de Deus. “O tempo é chegado”, dizia ele. “O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas-novas!” Arrependam-se, e creiam no evangelho.

Essas não são duas exortações separadas; duas coisas separadas que nós devemos fazer. Na verdade, é uma só. É como “saia de Chicago e vá para Denver”. Você não pode ir para Denver sem sair de Chicago se você está em Chicago. Então: “arrependam-se e creiam no evangelho.” Você não pode crer se você não se arrependeu. E se você se arrependeu, você irá crer. E se você crê, você se arrependeu.

Então, nós temos milhões de pessoas sentadas em nossas igrejas evangélicas que “aceitaram a Jesus” talvez pelo que elas pensam que Ele podia fazer por elas, por algo que elas pensaram que elas iriam ganhar, algo que elas queriam adicionar à suas vidas. Como qualquer outra religião do mundo, elas estão apenas adicionando um deus aos seus outros vários deuses. Esse não é deus com “D” maiúsculo, é um deus com “d” minúsculo. Isso é idolatria.

Religião para milhões de cristãos evangélicos se tornou apenas outro ídolo em nossas coleções. Eles aceitaram a Jesus, mas nunca se arrependeram e creram no evangelho. Elas seguem a Cristo como as pessoas faziam em João capítulo 6, pelo que elas podem conseguir de Deus.

Contanto que Jesus estivesse fazendo milagres, ó meu Deus, as multidões estavam lá. Contanto que Jesus estivesse providenciando comida e carne, as multidões estavam lá. Contanto que Jesus estivesse fazendo algo espetacular, extraordinário, sensacional, as multidões se aglomeravam.

Mas, em João capítulo 6, quando Jesus começa a proclamar a mensagem de que Ele é o Mestre, o que acontece? No final de João capítulo 6, ele diz: “Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo” (versículo 66). A igreja se esvaziou.

Você sabe no que eu acredito? Que se nós vamos experimentar um avivamento nos nossos dias, a igreja pode precisar se esvaziar antes que ela se encha de verdade. Eu não estou sugerindo que nós tentemos esvaziar as nossas igrejas. Só estou dizendo que a verdade talvez esvazie as nossas igrejas. Ou as pessoas terão que se arrepender e crer no evangelho.

Eu acredito no avivamento e despertamento que está por vir, pelo qual nós estamos orando e desejando, aquele em que os primeiros resultados, um dos mais óbvios resultados, seja que milhões dos membros de nossas igrejas evangélicas se convertam. Muitos hoje nunca se renderam ao senhorio de Jesus Cristo. Eles ainda estão no controle das suas próprias vidas. Mas eles consideram que estão seguros, indo para o céu, mesmo que não haja nenhum fruto ou evidência de arrependimento em suas vidas.

Essa é a mensagem que Pedro pregou no Pentecostes. “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado.” (Atos 2:38). O batismo não trazia salvação. O batismo era o fruto externo, a evidência externa de uma mudança interna no coração, o arrependimento interno do coração. “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados”.

O segundo grande sermão de Pedro, depois que o mendigo coxo foi curado, está em Atos capítulo 3. Pedro disse: “Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus” (Atos 3:19). Algumas traduções dizem “convertei-vos”. “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados.” (Atos 3:19, ACF).

Não há perdão de pecados enquanto você ainda está vivendo debaixo do seu próprio senhorio, enquanto você ainda não se voltou do ídolo do ego para a adoração do único e verdadeiro Deus. Isso sim é arrependimento.

Quando o apóstolo Paulo compareceu diante do rei Agripa e deu seu testemunho de como Cristo apareceu para ele e disse que Ele o estava enviando para ser uma testemunha, Paulo disse: “Eu não fui desobediente ao que o Senhor Jesus me disse. E eu comecei a pregar, primeiro perto de casa e depois para os gentios, pois eles precisavam se arrepender e se voltar para Deus, realizando ações dignas de arrependimento” (Atos 26:19-20, paráfrase).

Esse não é um evangelho de boas obras. Ele não está dizendo que se você fizer todas essas obras, isso fará de você um cristão. Está dizendo que, se você é um cristão, se você se arrependeu, se você creu em Cristo, a evidência será vista no fato de que você irá realizar obras dignas de arrependimento. As boas obras irão fluir de um coração arrependido. 

Se não há fruto, não há raiz. Não há evidência. Não há vida. Não há crescimento. Há apenas morte, se não houve arrependimento.

A Bíblia fala sobre arrependimento de obras mortas e arrependimento do pecado. O que são essas obras mortas? Uma obra morta é qualquer ato religioso que eu faço com o objetivo de ganhar favor ou mérito diante de Deus pelo meu próprio esforço humano. Essa é uma obra morta.

Obras mortas podem ser: louvar, orar, cantar, dizimar, fazer boas obras, aceitar a Jesus, jejuar. E quero enfatizar que, para milhões de membros de igrejas neste país, “fazer uma oração aceitando Jesus” tem sido nada mais do que outra obra morta, outro jeito que eles têm utilizado para ganhar o favor de Deus por si mesmos.

São obras. São mortas. O autor de Hebreus diz em Hebreus 6:1, “Nós precisamos nos arrepender das obras mortas” (paráfrase). Nós precisamos nos arrepender de nossa religião que pensamos que iria nos salvar, não apenas nos arrepender de nossos pecados. É claro que aquele bandido precisava se arrepender dos seus pecados, mas bons membros de igreja precisam se arrepender de suas obras mortas.

Eu e você precisamos nos tornar arrependidos, estar arrependidos e continuar nos arrependendo, não apenas ter uma única experiência passada de arrependimento para salvação, mas sim viver como arrependidos dia após dia.

Abra a sua Bíblia, se você tiver uma, em 2 Coríntios 7. Em determinado ponto no ministério de Paulo, ele foi forçado a enviar uma carta pesada, uma carta de amor pesada, uma carta disciplinadora para a igreja de Coríntios. Nós não sabemos exatamente qual era o problema, mas houve um problema específico. Aparentemente em uma carta que não era 1Coríntios nem 2 Coríntios, uma outra carta que nós não temos como parte do nosso Cânone bíblico.

Havia um problema nessa igreja que precisava ser corrigido. No livro de 2 Coríntios, que acabamos de abrir, Paulo elogia os crentes pela forma como eles responderam à sua repreensão anterior.

Como eles responderam? Com uma tristeza segundo Deus e com arrependimento. Ele tinha dito a eles, “Essa situação está fora de ordem e precisa ser tratada”. Aparentemente, se tratava de algum assunto sério. O pecado sempre é. E eles responderam com tristeza segundo Deus e com arrependimento.

Paulo diz em 2 Coríntios 2, versículo 4, “Pois eu escrevi com grande aflição e angústia de coração, e com muitas lágrimas”. A propósito, esse é um bom lembrete de que, quando você precisa corrigir outro crente, seja seu filho ou um amigo, que você veja a forma como Paulo confrontava os crentes quando eles estavam errados: em amor. Ele disse, “Pois eu escrevi com grande aflição e angústia de coração, e com muitas lágrimas, não para entristecê-los, mas para que soubessem como é profundo o meu amor por vocês”.

Se você realmente ama alguém, você vai falar a verdade. “Leais são as feridas feitas pelo amigo” (Provérbios 27:6). Paulo disse, “Eu amo tanto vocês que não pude deixar isso passar. Mas eu fiz isso com o coração pesado. Eu fiz com o coração enlutado. Isso me trouxe lágrimas e me causou angústia e aflição. Eu não escrevi isso com facilidade”.

Conforme eu leio essa passagem, eu penso em um pai dizendo para o filho que ele está pronto para disciplinar: “Isso me machuca mais do que machuca você”. É exatamente isso que Paulo está dizendo. “Me machuca ter que ferir vocês. Mas é porque eu amo a Cristo e porque eu amo vocês e porque eu quero que vocês amem a Cristo, que eu tenho que fazer isso”.

Então Paulo enviou seu colega, Tito, a Corinto, para ver como as coisas estavam indo. E Tito retornou de Corinto com notícias que eram como música para os ouvidos de Paulo. “Os coríntios receberam sua carta. Sim, ela os machucou, de início. Ela causou dor e tristeza. Mas eles responderam com uma tristeza segundo Deus. Eles receberam a mensagem. Eles receberam a verdade e se arrependeram”.

Paulo ficou muito feliz. E esse é o contexto de 2 Coríntios capítulo 7. 2 Coríntios 7:7: “Ele (Tito) nos falou da saudade, da tristeza e da preocupação de vocês por mim”. Ele nos contou como vocês responderam.

Versículo 8: “Mesmo que a minha carta tenha causado tristeza a vocês, não me arrependo. É verdade que a princípio me arrependi, pois percebi que a minha carta os entristeceu, ainda que por pouco tempo”.

O que Paulo está dizendo? “Quando enviei a carta, eu tive alguns receios. Será que eu fiz a coisa certa? Eu fiz da forma correta? Eu iria machucar e prejudicar vocês de alguma forma?” Ele não queria prejudicar esses preciosos filhos na fé. Ele não queria ferir a fé deles. Ele não estava lá para ajudá-los em sua resposta.  Você sabe que uma carta nunca é tão boa quanto falar cara a cara.

Mas ele disse: “Eu tive que mandar a carta. E eu fiz vocês se entristecerem com a minha carta”. Elas eram palavras pesadas vindas do pai espiritual deles. E, o que quer que tenha sido, foi uma linguagem aparentemente bem forte, porque fez com que eles se entristecessem. Mas ele diz: “Mesmo que a minha carta lhes tenha causado tristeza, não me arrependo”.

Agora, antes de continuar, deixe-me apontar aqui que essa carta realmente causou tristeza a eles. Não era um conselho indolor, ele os machucou, os feriu, lhes causou tristeza. Trouxe dor a eles por um tempo. 

Quando você aplica uma correção santa, piedosa aos seus filhos ou a outro crente do Corpo de Cristo, isso pode causar dor. Certifique-se de que você está fazendo isso com humildade. Certifique-se de que você está com uma intenção correta no coração. Certifique-se de que você está sofrendo em seu próprio coração, que você não está com raiva deles, que você os está corrigindo em amor e com sensibilidade de coração, como Paulo fez com os coríntios.

O fato de que isso entristece a pessoa que recebe a correção não necessariamente significa que você o fez de forma incorreta. A disciplina propriamente administrada deveria causar dor, porque a dor traz arrependimento e mudança.

Você lê sobre isso em Hebreus capítulo 12, versículo 11. “Nenhuma disciplina é agradável no momento. É dolorosa” (paráfrase). Se não é dolorosa, não é uma disciplina efetiva. Mas o que o autor de Hebreus diz?

“Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados.” Sim, dói. E vocês, mães, sabem disso, porque já disciplinaram seus filhos.

Se você não disciplina seu filho, você não o ama. Se você não corrige seu filho, se você não aplica a vara contra a rebelião e desobediência de seus filhos pequenos, você não os ama. Se você não ama outro crente o suficiente para dizer a verdade, você não está demonstrando amor de verdade.

Mas quando você fala a verdade, quando você administra disciplina bíblica, disciplina da igreja, a mesma coisa se aplica. Dói. Entristece. Isso é parte daquilo que a faz efetiva.

Nós não podemos nos libertar do pecado enquanto não tivermos entristecidos por nosso pecado. É uma coisa boa se lamentar pelo pecado. É por isso que alguns pais que eu conheço, quando eles dão palmadas em seus filhos, eles dizem: “enquanto você está gritando e chutando e esperneando, eu sei que você não está arrependido. O que eu quero ouvir é um choro manso, evidência de um coração suave, sensível, tristeza”. Dor, sim. Chutar e bater, não.

Vocês, mães, sabem a diferença. E Paulo disse: “Eu vi nos Coríntios, sim, isso os entristeceu. Sim, os machucou. Eu os machuquei com minha carta”. Eles lamentaram e se entristeceram com seu pecado. Isso é uma coisa boa.

Quando foi a última vez que você lamentou ou se entristeceu com seu pecado? Com que frequência você se encontra lamentando e se entristecendo com seu pecado? Não apenas com o fato de que você foi pego, mas com a raiz do seu pecado, a causa dele. A rebelião contra Deus. Não porque ele tornou a sua vida miserável ou destruiu um relacionamento, mas o egoísmo, o orgulho, a rebelião que fez com que você falasse com aquela pessoa daquele jeito, mentisse, manipulasse ou fosse reacionária à liderança do seu marido.

Quando foi a última vez que você se lamentou e se entristeceu com o que o seu pecado fez a Deus? Eu tenho que confessar que isso é muito pouco frequente comigo. Eu tenho consciência do pecado, mas uma das coisas que eu quero que Deus faça em meu coração é me dar a habilidade, a graça de lamentar e me entristecer pelo meu pecado.

Eu não estou falando só de lágrimas. Lágrimas podem fazer parte disso. Se você nunca chorou por causa do seu pecado, você talvez queira pedir a Deus pelo dom das lágrimas. Mas você pode derramar baldes cheios de lágrimas e nunca ter um momento de verdadeiro arrependimento.

Jesus disse: “Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados” (Mateus 5:4). Parte do arrependimento é aprender a chorar e se entristecer pelo nosso pecado.

Eu lembro de estar em uma cruzada de avivamento do Ministério Life Action onde eu estava ministrando para mulheres. Na primeira semana daquele período de duas semanas de reuniões, conforme eu me encontrava com mulheres todas as manhãs, existia um senso de pesar, de tristeza, lamento que estava naquelas mulheres por causa de seus pecados conforme elas compartilhavam do que Deus as estava convencendo, o que Deus estava fazendo em seus corações.

Eu ainda me lembro disso, embora tenha sido muitos anos atrás. Minha tendência como uma jovem cristã naquela época era que eu queria resgatá-las daquilo. Eu queria rapidamente aplicar a graça de Deus e dizer: “Você não precisa se entristecer. Você não precisa lamentar. Está tudo bem”. Eu queria ser misericordiosa.

Existe um momento para a misericórdia. Existe um momento para a graça. Nós vamos falar sobre isso na série Buscando a Deus. Mas eu lembro que Deus falou ao meu coração naquele contexto particular: “Não alivie a pressão enquanto o Espírito de Deus está pressionando. Não as distancie da cruz. Não as impeça de lamentar e de se entristecerem apropriadamente pelos seus pecados. Essa é uma parte importante do processo”.

Então, eu me distanciei e assisti Deus trazer esse pesar, essa convicção do pecado, essa lamentação, essa tristeza pelo pecado.

E quando o alívio veio durante a segunda semana, foi tão doce, tão pleno, tão rico, tão precioso. Eu cheguei a ver, acho que essa foi a minha primeira vez realmente entendendo que muitas vezes o alívio que nós experimentamos no perdão e na graça de Deus é proporcional à extensão do quanto nós temos estado dispostas a lamentar e nos entristecer por nosso pecado.

Então, não queira ser resgatada da cruz e não resgate alguém da cruz antes que Deus termine de trazer convicção do pecado. Paulo disse: “Minha carta lhes causou tristeza”. Deixe-me dizer uma coisa: O pecado traz prazeres breves e sofrimento duradouro. É isso que o pecado faz. Prazer por um momento, mas tristeza duradoura.

Mas o arrependimento traz uma breve dor, breve tristeza e alegria duradoura. Qual você prefere ter? Os prazeres do pecado por um momento, mas sabendo que você passará a eternidade sofrendo? Ou sofrer e se entristecer agora por um momento, pelo seu pecado, mas saber que isso trará alegria eterna?

Voltaremos a falar sobre essa passagem e veremos as outras evidências do arrependimento, mas quero apenas por alguns momentos, que possamos nos lamentar e entristecer pelos nossos pecados.

Você lamenta e se entristece pelo seu pecado?

Ó, Senhor, dá nos um coração que enxerga o pecado como o Senhor o enxerga, e que possamos desejar suportar a tristeza, o sofrimento, a dor da Sua convicção, a convicção do Teu Espírito Santo para ver nosso pecado como ele realmente é, como uma ofensa capital a Ti, e nos entristecermos com ele, lamentarmos por causa dele, de uma forma bíblica e santa. Que o Senhor nos dê uma tristeza segundo Deus que irá produzir verdadeiro arrependimento e mudança duradoura. Em nome de Jesus eu oro, amém. 

Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos dado perspectiva. O pecado é sério e o arrependimento nos traz grande alegria. 

O episódio de hoje é parte da série chamada Buscando a Deus. Essa é uma série importante que irá ajudá-la a aprender sobre os elementos do avivamento pessoal.

Como você deve saber, o Aviva Nossos Corações é um ministério inteiramente baseado em doações. Por isso, gostaríamos de incentivá-la a apoiar este trabalho e nos ajudar a alcançar mulheres ao redor do mundo com a mensagem de liberdade, plenitude e abundância  em Cristo. Se o Senhor está colocando em seu coração o desejo de dar um presente para o ministério neste momento, visite nosso site em www.avivanossoscoracoes.com/doacoes e lá você encontrará todas as informações sobre como doar.

No próximo episódio, Henry Blackaby irá falar um pouco mais sobre por que nós precisamos de arrependimento. Queremos vê-la de volta no Aviva Nossos Corações.

 

Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth faz parte do Ministério Life Action.

Clique aqui para ouvir esse episódio no original em inglês.