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Pureza sexual ep.4 – a alegria da liberdade moral – pequenas escolhas, grandes resultados

Publicadas: dez 19, 2022

Raquel Anderson: Judy Starr se apaixonou pelo capitão de um navio.

Judy Starr: Um belo dia no Porto de Guadalupe, estávamos sozinhos. Eu tinha acabado de revelar a ele como me sentia e queria ver se havia algum interesse recíproco.

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth na voz de Renata Santos. Nosso foco nas últimas semanas tem sido a pureza sexual.

A pureza é uma das marcas do avivamento genuíno e temos visto essas características durante uma série chamada Buscando a Deus: Experimentando a Alegria do Avivamento Pessoal.

Ouviremos Holly Elliff, esposa de um pastor e colaboradora frequente do Aviva Nossos Corações. Ela e Nancy estão conversando com Judy Starr. Judy e seu marido compartilham Cristo ao redor do mundo com a Cruzada Universitária para Cristo e ela escreveu de forma eficaz sobre os perigos da imoralidade sexual.

Aqui está Nancy para começar o assunto.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Judy, você escreveu um livro chamado The Enticement of the Forbidden (A Tentação do Proibido em português). Ele trata das questões das mulheres, da tentação sexual e da infidelidade.

Quando abordamos esse assunto, acho que algumas pessoas inicialmente pensam: “Esse é um assunto masculino. Isso é um problema masculino”. Mas o fato é: não é mais apenas um problema masculino, não é?

Judy Starr: Isso mesmo. Vivemos em um paradigma agora em que a infidelidade é tanto um problema para as mulheres quanto para os homens.

Nancy: Lembro-me de ler uma estatística que indica que quase um em cada três visitantes de sites adultos é uma mulher. Estamos falando aqui sobre a questão da pornografia também. Não é mais apenas um problema masculino.

Judy: Isso mesmo. É bastante surpreendente para a maioria das pessoas, mas é realmente o que está acontecendo agora.

Holly Eliff: Acho que uma das coisas mais surpreendentes sobre isso é que as estatísticas são basicamente as mesmas para as mulheres na igreja e para as do mundo perdido. Estamos vendo isso. Como esposa de pastor, infelizmente vejo isso nos aconselhamentos que faço.

Nancy: Eu acho que a maioria das mulheres casadas, sentadas em igrejas aqui neste país, a maioria de nossas ouvintes, por exemplo, provavelmente acreditam que nunca serão atraídas por outro homem e certamente que nunca se envolverão em um caso. Mas isso não é necessariamente a questão, não é?

Judy: Não. Eu certamente nunca pensei que isso aconteceria comigo.

Nancy: E, no entanto, como você compartilha muito honestamente em seu livro, foi exatamente o que aconteceu com você.

Judy: Foi isso que aconteceu.

Nancy: Você estava casada há cinco anos e Deus a abençoou com um marido piedoso, você deve ter sido uma daquelas mulheres que estavam sentadas ali pensando: “Eu nunca me sentiria atraída por outro homem ou me envolveria em um caso”.

Judy: Ah, com certeza. Eu pensei que era a última coisa que eu faria porque eu tenho um marido maravilhoso. Mas havíamos voltado de uma viagem muito cansativa na qual estávamos trabalhando em um projeto de tradução.

Voltamos exaustos e imediatamente tive que me virar e começar a trabalhar em outro projeto. Estava montando um projeto em um barco e por meio dele iríamos mostrar o Filme JESUS ​​por todas as ilhas do Caribe.

Eu trabalhava até tarde para montar esse projeto e, como ia dormir tarde, também acordava tarde e comecei a deixar de lado meus tempos com o Senhor.

Quando fazemos isso, como qualquer pessoa, nos tornamos insensíveis à direção do Senhor e começamos a responder à tentação e à carne.

Nancy: Então aqui está você, fisicamente cansada, sob pressão, com muita coisa acontecendo, deixando o seu tempo com o Senhor de lado, se tornando espiritualmente menos sensível e se envolve com esse projeto do barco com uma equipe ministerial que vai compartilhar o Filme JESUS naquelas ilhas.

Judy: Isso mesmo. Assim que chegamos ao Caribe, eu estava exausta fisicamente e espiritualmente insensível com relação ao Senhor porque não estava passando tempo com Ele.

Mas assim que entrei no barco, percebi em 48 horas que havia uma forte atração entre o capitão e eu. Compartilhamos muitos interesses comuns.

Nancy: Seu marido estava neste barco com você?

Judy: Sim.

Nancy: E ainda assim você nota esse outro homem. Foi como se houvesse fagulhas de eletricidade entre vocês? 

Holly: Foi como se você estivesse sendo impelida para ele?

Judy: Exatamente. Havia uma verdadeira sensação de companheirismo, uma verdadeira sensação de animação por estar com ele. Compartilhamos tantos interesses em comum e ele era um ex-músico profissional, como eu. Ele adorava esportes e eu também.

Então, começamos a passar muito tempo interagindo, conversando, compartilhando o que havia em nossos corações e nossos interesses comuns.

Holly: Onde estava seu marido, Stottler, durante todo esse tempo?

Judy: Stottler estava lá, participando do projeto, bem ao meu lado e ele supôs que era mais uma pessoa que eu estava conhecendo. Ele é um marido muito confiante e não entendeu minha tendência de estar sendo atraída por esse tipo de sedução pelo proibido.

Holly: E na verdade, nesse ponto, provavelmente você não compreendeu o quanto estava em perigo.  

Judy: Não mesmo. Agora, em retrospectiva, certamente vejo todos os sinais de alerta.

Nancy: Então, você começou a passar um tempo significativo com o capitão, apenas conversando e se conhecendo?

Judy: Isso mesmo. Passamos um bom tempo juntos, só nós dois. Ele estava encarregado da navegação e eu de todo o itinerário, então passamos muito tempo trabalhando juntos nessas coisas. Também passamos algum tempo mergulhando juntos.

Nancy: Espere aí. Mergulho? Isso não parece ter relação com o trabalho.

Judy: Não, nós passamos algum tempo nos divertindo.

Holly: Judy, em algum momento aqui, você viu bandeiras vermelhas ou luzes amarelas piscando à sua frente?

Judy: Ah, claro. Na verdade, acho que nas primeiras 48 horas, quando senti aquela atração por ele, vi imediatamente os sinais de alerta porque sabia que isso era algo que não deveria continuar. No entanto, meu coração estava tão insensível espiritualmente e eu estava numa posição em que escolhi não responder aos sinais de alerta de Deus, porque não estava passando tempo com o Senhor.

Holly: Então, como você racionalizou estes sinais em sua mente?

Judy: Acho que provavelmente optei por ignorá-los mais do que qualquer coisa, optei apenas por seguir em frente e dizer: “Isso não vai levar a lugar nenhum. Meu marido está aqui. Não há perigo; estamos apenas conversando; não fizemos nada de errado, então não há problema em buscar essa amizade”.

Mas à medida que o nosso contato aumentava, minha mente e meu coração começaram realmente a mudar nessa área.

Holly: E isso aconteceu muito rapidamente em sua mente e em seu coração.

Judy: Eu diria que em dois meses eu passei de “eu não gostaria que nada acontecesse” para pensar que isso seria algo desejável.

Nancy: E como resultado, as emoções, a conexão que você estava sentindo e o mundo de fantasia em que você vivia começaram a se intensificar.

Judy: Totalmente. Quando mantemos as coisas escondidas em nossa mente, a fantasia pode crescer porque nunca é exposta à luz. Você pode criar todos os tipos de cenários e fantasias que você quer que aconteçam, porque eu nunca tinha compartilhado isso com ninguém até aquele momento.

Minha mente estava livre e incontrolável e corria em direção ao pecado o quanto quisesse.

Holly: E você ainda estava levando uma vida normal com Stottler e suas coisas do ministério?

Judy: Eu estava tentando.

Holly: Pelo menos você achou que estava.

Judy: Pois é.

Nancy: Você esteve neste barco por quanto tempo?

Judy: Isso durou quatro meses entre idas e vindas entre a Califórnia e o Caribe. Muitas vezes eu ficava sozinha no barco, embora não dormisse no barco sozinha quando Stottler não estava comigo.

Nancy: Então, o que estava acontecendo em seu relacionamento com o capitão?

Judy: Ele continuava a crescer. Continuamos a passar tempo juntos e a certa altura, decidi revelar a ele como eu me sentia. Um belo dia no Porto de Guadalupe, estávamos sozinhos no convés.

Eu me certifiquei de que tivéssemos um tempo a sós juntos e acabei revelando a ele como me sentia e queria ver se havia algum interesse recíproco.

Holly: A Judy se refere isso em seu livro como “querer sempre viver no limite”, sempre tentando viver de modo arriscado. Como a conheço bem, posso entender como, naquele momento, ela sentiu que precisava dar uma olhadinha na grama do vizinho.

Nancy: Então, você declarou suas emoções e seus sentimentos, você os tornou conhecidos. Você os declarou para o capitão. O que aconteceu?

Judy: Ele respondeu que me considerava intocável naquele momento por causa do meu marido, mas disse que se eu estivesse disponível, ele poderia se interessar.

Então, minha mente imediatamente começou a correr para todos os cenários do que aconteceria se Deus levasse Stottler para o lar celestial, se ele morresse, se nos divorciássemos, quais seriam as possibilidades?

Nancy: Judy, você entrou naquele barco e em 48 horas, apesar de ser uma mulher bem casada, com um homem de Deus no ministério, você se sente atraída e emocionalmente ligada a este marinheiro, este capitão.

Mas, deve ter havido uma progressão, você deve ter alimentado e nutrido essas emoções a ponto de finalmente se encontrar em uma situação na qual considerou seriamente desistir de seu casamento para ter esse homem. Como você foi do ponto A para aquela situação tão perigosa?

Judy: Bem, eu fui dando pequenos passos, fazendo pequenas escolhas para ignorar os sinais de alerta do Espírito Santo. Por exemplo, passar um tempo sozinha com ele. Quando senti essa atração, quis passar um tempo a sós com ele, especialmente sem Stottler ali.

Eu criava cenários em que enviava Stottler com a equipe de filmagem e dizia: “Estou muito cansada esta noite e vou ficar no barco”, assim o capitão e eu poderíamos passar um tempo conversando.

Também conversamos sobre questões pessoais em nossas vidas e coisas que eram muito íntimas em nossos corações, como nosso amor pela música e os tipos de música que realmente agitavam as nossas almas, coisas assim.

Conversamos sobre seu casamento e divórcio. Ele já havia se divorciado antes. E conversamos sobre situações em sua família. Todas essas questões pessoais apenas aproximaram nossos corações ainda mais.

Também fizemos coisas divertidas juntos. Fizemos mergulho juntos e isso alimentou minha paixão por esse homem. Meu marido não sabe mergulhar, então ali estava alguém com quem eu poderia aproveitar essa parte da minha vida.

Holly: Então, houve realmente uma progressão em sua mente desde o momento em que você o viu pela primeira vez no barco e pensou: “Nossa, este é um cara bonito” e de alguma forma, pouco a pouco, sua mente e seu coração foram atraídos para longe da verdade que você conhecia e em direção ao erro para o qual Satanás a estava conduzindo.

Judy: Com certeza. Cada pequeno passo tornou mais fácil imaginar como ir do pensamento: “Esta é apenas uma boa amizade”, para o ponto de pensar: “Há algo mais aqui” e depois: “Eu gostaria de passar o resto da minha vida com este homem”.

Holly: E o que torna isso tão perigoso é que foi aos poucos. Não foi apenas uma enorme escolha de abandonar a vontade de Deus. Foram pequenos passos que, dia após dia, afastavam seu coração da verdade.

Nancy: Um campo de batalha muito importante aqui foi certamente a sua mente. No que você estava pensando? Suponho que seus pensamentos estavam cada vez mais voltados para este capitão. Havia uma espécie de mundo de fantasia acontecendo em sua mente?

Judy: Ah, totalmente. Na minha mente eu estava criando todos os tipos de cenários possíveis. Eu não comecei assim, mas quanto mais tempo passávamos juntos, mais eu imaginava estar com esse homem e ele atendendo as minhas necessidades nas áreas esportivas, curtindo o sol e o oceano, esse tipo de coisa.

Eu conseguia imaginar todo esse mundo de fantasia com aquele homem.

Nancy: O que acontece quando você deixa sua mente ir a lugares que ela não deveria ir?

Judy: Bem, isso afastou meu coração completamente do meu marido e o moveu totalmente em direção ao capitão e assim, no final, eu queria ficar com o capitão e me sentia bastante fria emocionalmente em relação ao meu marido.

Nancy: Isso realmente, Judy, ilustra o perigo de até mesmo espiar pela fresta dessa porta chamada infidelidade, como você diz em seu livro.

Judy: Sim. Uma vez que você intencionalmente abre a porta e espia, é como se fosse uma sala cheia de cobras, você será picada se entrar nela.

Nancy: Isso é exatamente o que a Bíblia diz repetidas vezes. Me incomoda um pouco que usemos a palavra “caso” para falar de um relacionamento ilícito, porque ter um caso soa tão legal, tão puro, tão divertido.

Parece romântico e a tentação do momento muitas vezes parece tão mágica. Mas se não fosse assim, não cairíamos nessa. Parece um encanto e esse é o mundo de fantasia contra o mundo da realidade.

A Bíblia diz que Deus tem uma perspectiva totalmente diferente de quando vamos do fascínio para a isca. O que vai acontecer não é o que o mundo de fantasia retrata para nós, a realidade é algo bem diferente.

Judy: Completamente. Nos primeiros nove capítulos de Provérbios, Deus passa muito tempo falando sobre o horror real, de Sua perspectiva, da infidelidade e do que chamamos de caso. É realmente como duas pessoas descendo para a câmara da morte, é o que Ele diz.

Holly: O mundo retrata isso de forma muito, muito diferente.

Judy: Com certeza. Continuo dizendo que gostaria que Hollywood fizesse um filme baseado nos primeiros nove capítulos de Provérbios. Seria um filme de terror incrível da perspectiva de Deus sobre a infidelidade.

Nancy: E é por isso que em Provérbios capítulo seis, versículos 27-28, lemos: “Pode alguém colocar fogo no peito sem queimar a roupa? Pode alguém andar sobre brasas sem queimar os pés?”

O contexto ali está falando sobre o que acontece quando você brinca com a sedução pelo proibido. Você está abrindo uma porta. Você está iniciando um caminho que, segundo Provérbios, leva à morte e à destruição.

Holly: E o que é tão incrível é que você não percebe no começo que deu pequenos passos em direção a isso sem saber que estava se metendo em uma situação perigosa.

Nancy: Você não sabe como será o fim. Mas, se você é uma filha de Deus, o Espírito Santo de Deus vive em você e existem as luzes de advertência que não se apagam se você estiver ouvindo a Deus. Se você estiver sensível a Ele, pode sentir: “Isso não é bom. Isso não é o melhor. Isso não está certo”.

Quero me adiantar a dizer que Deus, por Sua graça, mostrou a você uma saída. Queremos falar sobre qual foi esse caminho.

Mas primeiro, você estava fora do barco e chegou ao ponto de ficar duas horas ao telefone com o capitão e no final dessa ligação você não tinha certeza se iria voltar para o seu marido ou ficar naquele barco com aquele capitão.

Judy: Ah, com certeza. A razão não existia mais em minha mente. Era apenas pura emoção correndo solta.

Nancy: Você desligou o telefone e realmente não sabia ao certo o que ia fazer.

Judy: Eu não sabia. Estava muito inclinada a ficar no Caribe naquele momento.

Nancy: Você estava louca?

Judy: Quando você permite que suas emoções tomem conta, você só faz as coisas mais loucas.

Nancy: Sabe, eu já disse isso muitas vezes e não quero ser grosseira ao dizer novamente, mas o pecado nos torna estúpidas.

Judy: Essa é a verdade.

Nancy: Você tem um marido incrível. As pessoas, talvez, estejam pensando: “Talvez ela simplesmente não tenha tido um casamento satisfatório” ou “Quem sabe o marido dela seja um tolo ou algo assim”.

Não é o caso. Jantei com você e seu marido ontem à noite e ele é um precioso homem de Deus. Na verdade, eu o conheço há mais tempo do que você, mas não tão bem é claro, eu conheço Stottler há muitos anos.

Ele é um homem piedoso e na tolice de seu próprio coração, você seguiu um caminho que a levou a achar que poderia desistir daquele casamento, desistir daquele ministério para navegar pelo Caribe com um marinheiro bronzeado.

Judy: Isso é loucura, não é?

Holly: Judy seria a primeira a dizer que, mesmo que ela tivesse um temperamento mais fleumático em vez de um temperamento mais passional, aos poucos ela teria trilhado o caminho que a colocou em posição de grande perigo.

Nancy: E, no entanto, a coisa que você fez em seguida, Judy, depois que desligou o telefone com o capitão foi provavelmente a coisa mais inteligente que você fez em todo o processo. Você pegou o telefone novamente e fez outra ligação.

Judy: Liguei para Holly. Holly tem sido minha parceira leal por anos e anos e como ela disse, ela me conhece pela maior parte da minha vida adulta. Liguei para ela com uma sensação de desespero e precisando ouvir a verdade.

Holly: Não que eu fosse dizer a ela qualquer coisa que ela já não soubesse em seu coração. Judy conhece as Escrituras. Ela sabia a verdade. Não era uma verdade nova, mas ela estava desesperada naquele momento, num momento realmente crítico em sua vida. Acho que Deus lançou para ela a última corda de salvação ao induzir seu espírito, de forma graciosa, a fazer mais uma ligação.

Judy: Isso mesmo. Eu clamei pela graça de Deus que é mais valiosa que seu peso em ouro, com certeza, porque Holly me mostrou a verdade que eu precisava ouvir, o que realmente mudou a situação.

Nancy: Antes que ela dissesse a verdade, você teve que ser honesta com ela sobre o que estava acontecendo.

Judy: Isso mesmo. Eu já tinha contado a ela no início do projeto, que eu sentia essa atração, mas eu não tinha sido honesta com ela naquele momento sobre a intensidade das minhas emoções descontroladas.

Nancy: Porque a prestação de contas só é válida quando você traz as verdades à tona.

Judy: Totalmente. Se você não for honesta, isso não funciona.

Nancy: Você contou a ela toda a verdade? Você disse precisamente: “Estou nesse ponto, é nisso que estou pensando?”

Holly: Quando a Judy me ligou, eu me lembro claramente de conversar com ela e pensar: “Ela está tão cega a respeito da verdade neste momento”, mas eu sabia que Cristo vivia dentro do coração dela. Eu sabia que ela conhecia essas verdades, que ela as havia ensinado e que Satanás havia preparado uma armadilha para atraí-la.

As Escrituras dizem que quando isso acontece, literalmente o preto se torna branco e perdemos a capacidade de discernir a verdade, o certo e o errado. Judy, naquele momento, estava racionalizando coisas ridículas em sua mente.

Então, quando ela me ligou, eu realmente falei como se eu estivesse falando com um dos meus filhos que estava se preparando para pisar na areia movediça.

Judy: Isso mesmo. Ela fez isso e me disse coisas essenciais que eu precisava ouvir. A primeira foi que o arrependimento é um dom. Não sei se já tinha ouvido isso antes, mas percebi que era um dom do Senhor, que eu poderia fazer muitas outras escolhas e que, em algum momento, não conseguiria voltar atrás.

O tempo todo eu pensava comigo mesma: “Estou no controle. Eu posso mudar quando eu quiser. Eu sempre vou poder voltar para o meu marido. Não há problema”.

Perceber que eu estava realmente perto de tomar uma decisão sem volta, me assustou.

Holly: Nesse momento, contei a Judy a história de uma jovem com quem havíamos lidado alguns anos antes, que pouco a pouco trilhava um caminho pensando que sempre poderia voltar para o marido e os filhos.

Houve um momento em que ela mudou seu pensamento e decidiu que não queria mais voltar para o marido e os filhos e eu me lembro de dizer a Judy: “Judy, não há como saber quando o seu coração estará distante demais a ponto de se tornar insensível a voz de Deus”.

Judy: Na verdade, eu estava muito perto disso e fiquei muito assustada naquele momento. Ela também mencionou que se meu relacionamento com o capitão continuasse e mesmo se optássemos por nos casar em alguma data futura, em que esse casamento se basearia?

Era um relacionamento totalmente baseado em enganos e mentiras e Deus não pode abençoar esse tipo de relacionamento.

Nancy: Ela estava falando a verdade para o seu coração enganoso.

Judy: Isso mesmo.

Nancy: O que precisamos quando nossos corações estão enganados é de alguém que nos ame o suficiente para se aproximar de nós e dizer: “Esta é a verdade”.

Holly: Acho que o que foi decisivo neste momento foi que Judy passou anos prestando contas para outras mulheres e, por causa disso, isso se tornou um estilo de vida.

Era um hábito em sua vida, quando ela estava lutando contra o pecado, ligar para alguém que ela sabia que iria falar a verdade para ela.

Nancy: Muitas mulheres não têm esse tipo de relacionamento.

Holly: Muitas mulheres não são honestas o suficiente nem consigo mesmas, e muito menos com outras pessoas. Ou pode ser que elas não tenham em suas vidas pessoas que falem a verdade bíblica para elas, não apenas dando conselhos, já que meu conselho poderia ser inútil.

Mas o conselho bíblico, lembrando aquela pessoa do que a Palavra de Deus diz, é a verdade em sua situação.

Nancy: É por isso que precisamos desesperadamente umas das outras no corpo de Cristo. Você não pode ser uma cristã solitária e sobreviver. A Bíblia diz em Hebreus capítulo três, versículo 13, que precisamos exortar umas às outras diariamente para que nenhum de nossos corações se torne endurecido pelo engano do pecado (parafraseado).

Então, Judy precisava de uma Holly em sua vida. Holly precisa de mulheres em sua vida. Eu preciso de mulheres em minha vida. Holly, você tem sido uma dessas mulheres para mim e há outras que conheço que estão falando a verdade em minha vida. Elas se preocupam mais com minha pureza e minha caminhada com o Senhor do que em ferir meus sentimentos.

Não apenas essas mulheres estão dispostas a falar a verdade em minha vida, mas eu desenvolvi um padrão, como a Judy e a Holly, de entrar em contato com essas mulheres quando sei que estou em um caminho escorregadio, quando sei que meu pé pode estar prestes a se deslizar.

Pego o telefone e digo: “Por favor, ore comigo. Estou lutando com esse problema”. Se você não tem uma ou mais mulheres piedosas e maduras assim em sua vida (e veja, se você é uma mulher, você deve prestar contas a outra mulher), então você está em perigo, porque um dia você pode estar navegando em mares revoltos, pode encontrar seu capitão e se preparar para deixar seu casamento e fugir com alguém que não seja seu companheiro.

Para quem você vai telefonar nesse caso? Quem vai falar a verdade em sua vida? Existe alguém em sua vida para quem você presta contas e com quem você tem um relacionamento sob o temor de Deus?

Se você não tem uma amizade piedosa como essa, você precisa de uma. Mesmo que você seja uma cristã madura e não esteja em perigo de ter um caso extraconjugal agora, você precisa neste momento colocar em sua vida um sistema de ajuda que estará disponível quando você estiver vulnerável ao pecado.

Se não for o pecado sexual, será algum outro tipo de pecado. É por isso que precisamos umas das outras. Então, eu quero te perguntar: quem é essa pessoa na sua vida? Quem é aquela a quem você deve prestar contas, para quem a sua vida é um livro aberto, para quem você ligará quando souber que precisa ouvir uma dose da verdade?

Raquel: Essa é Nancy DeMoss Wolgemuth com conselhos sábios sobre como defender e proteger a pureza sexual. Ela tem falado sobre tentação com Holly Elliff e Judy Starr.

Sua fonte de tentação pode ser diferente da de Judy. Você pode não ter a chance de fugir com o capitão de um navio, mas sofrerá tentações. Por isso, esperamos que você continue a nos acompanhar em nossa série Buscando a Deus, na qual Nancy está ensinando de forma intensiva sobre a pureza sexual.

A história de Judy ilustra muitos pontos nos quais Nancy focou ultimamente. Continue a ganhar uma compreensão sólida e bíblica da importância da pureza e receba muitos conselhos práticos sobre como permanecer pura.

No próximo episódio ouviremos mais Judy Starr. Descubra o que a ajudou quando ela estava decidindo se deveria deixar o marido. Esperamos você novamente no Aviva Nossos Corações.

 

O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth faz parte do Ministério Life Action.

Clique aqui para o original em inglês.