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Solteirice: fardo ou benção? Episódio 1

Publicadas: nov 01, 2021

Raquel Anderson: Ao escalar uma montanha, você tem uma perspectiva muito melhor uma vez que alcança o topo. Enquanto estamos caminhando na vida, nós podemos perder de vista o que é mais importante. Todas nós precisamos da perspectiva de Deus, não é? Hoje, Nancy vai começar uma série dando uma perspectiva divina sobre o casamento e a solteirice. Ouça o que ela diz.

Nancy Leigh DeMoss: Na noite passada eu estava mexendo em arquivos antigos, e me deparei com algumas anotações do que eu acredito ter sido a primeira vez que falei sobre o tema solteirice. Eu estava falando para um grupo de estudantes de uma universidade Cristã. Foi no ano de 1983. Eu tinha 25 anos naquela época; eu não tinha ideia de quanto tempo eu continuaria solteira. E eu também não tinha ideia do plano de Deus e dos seus propósitos para minha vida. Isso foi há 18 anos.

E se você fizer uma pequena conta, saberá que agora tenho 43 anos. E como a maior parte de vocês sabe, eu continuo solteira, tenho sido solteira por todos estes anos. Enquanto revisava aquelas anotações, percebi algumas coisas.

Raquel: Nancy gravou esse podcast em 2002 quando ela ainda era solteira. Deus permitiu que ela se casasse aos 53 anos de idade com Robert Wolgemuth. Para conhecer mais sobre essa linda história, acesse www.avivanossoscoraçoes.com e assista o vídeo chamado ‘Graça Inesperada

Em primeiro lugar, eu ainda acredito nas coisas que disse há 18 anos – as coisas que eu compartilhei com aquelas mulheres solteiras naquele dia acabaram se tornando uma parte realmente importante da minha vida. Elas eram reais naquela época, e são reais agora. E o que eu vou falar nas próximas sessões não mudou muito. Eu tenho um pouco mais de ilustrações e mais tempo de prática nessa coisa de ser solteira. Mas, na verdade, a maioria dos pontos são as mesmas coisas que Deus me mostrou quando eu era uma mulher mais jovem. E sou muito grata por aqueles princípios que Ele me deu por meio da Sua Palavra quando eu era mais nova, porque eles têm sido incrivelmente úteis na caminhada ao longo desses anos como mulher solteira.

Assim, enquanto eu examinava aquelas anotações e comecei a pensar nesses anos passados que vivi como solteira, houve um grande senso de gratidão no meu coração. Fiz uma pequena reflexão sobre esses anos que se passaram e percebi o quão abençoada minha vida tem sido. Quero dizer que tem sido uma vida plena, uma vida feliz. Se eu morrer hoje, posso te dizer que vivi uma vida significativa, plena, rica e abençoada. Eu realmente não poderia pedir mais nada. E todos estes anos eu tenho vivido como mulher solteira.

Esta semana, me coloquei de joelhos por um momento e pedi ao Senhor, o que eu poderia compartilhar com este grupo, onde a maioria é composta de mulheres solteiras, algo que fosse significativo, que pudesse ser útil, que pudesse encorajá-las. E, enquanto pensava na minha própria peregrinação, fui até a presença do Senhor e o busquei nisso, Senti que o Senhor queria que eu falasse a vocês sobre como experimentar alegria – como andar por qualquer período que Deus der a você como mulher solteira com alegria, e como encontrar alegria no meio das suas circunstâncias.
Agora, algumas de vocês são casadas e isso serve para vocês também, porque os mesmos princípios se aplicam independentemente de você ser casada ou solteira. Quero falar sobre como experimentar alegria, ainda que suas circunstâncias nunca mudem.

Tenho conhecido mulheres solteiras ao longo dos anos que realmente têm vivido essa vida de alegria abundante sobre a qual estou falando. Mas eu também tenho falado com várias mulheres solteiras ao longo dos anos, que realmente não experimentam esse tipo de vida. Mulheres que estão sobrevivendo – elas estão como que se estivessem em uma fila de espera. É uma sensação de estar no limbo, esperando por alguma coisa.
Bom, todas nós sabemos pelo que elas estão esperando – elas estão esperando por aquele cavaleiro vestido com uma armadura reluzente vir e apaixonar-se perdidamente por elas. Elas estão esperando por esse acontecimento. Tenho percebido que várias mulheres solteiras estão frustradas, e são consumidas profundamente por solidão, com desejos não satisfeitos. Não quero dizer com isso que elas estão perdendo tempo ou estão emocionalmente vazias. Eu apenas quero dizer que, quando a primeira impressão passa, e a conversa deixa de ser superficial, descubro que a maior parte das mulheres solteiras têm esse profundo anseio não satisfeito e que, de alguma forma ou outra, elas estão tentando lidar com isso.

Agora a pouco, conheci uma pessoa que me disse que esse não era um anseio que ela realmente tinha, e que Deus tem lidado com ela de uma maneira diferente. Mas, ao falar para muitas mulheres solteiras ao longo dos anos, descobri que elas estão como que em uma sala de espera, aguardando o programa começar, mas não necessariamente experimentando a plenitude, a abundância e tudo aquilo que ouvimos sobre a vida cristã.
Agora, deixe-me dizer que, independentemente de você estar ou não empregada, do país onde mora, de sua nacionalidade, da sua carreira, ou suas circunstâncias, dor e sofrimento fazem parte da vida. A vida é dura e estas coisas são inevitáveis. Olho para a minha própria vida. Eu disse que tem sido uma vida boa, com muitas alegrias. Mas preciso dizer que houve muitos momentos da minha vida que não foram fáceis. Houve alguns momentos que foram realmente difíceis.

Temos que reconhecer que eu não andei por onde você andou, nem você andou por onde eu andei. Nós temos nossos próprios desafios e experiências, mas uma coisa posso te dizer, minha vida não tem sido sem decepções, não tem sido sem dor, não tem sido sem feridas e não tem sido sem lágrimas.

Eu sei o que é sentar sozinha em casa desejando que alguém ligue e esteja interessado em saber como você está. Você pode até rir porque provavelmente nunca tenha feito isso, mas eu sei o que é estar tão desesperada para ouvir outra voz que eu pegava o telefone e ligava para minha própria caixa de mensagens apenas para ouvir uma voz do outro lado. Você pode dizer que isso é realmente desesperador.
Bem, isso não acontece todos os dias, mas acontece. E eu sei o que é comer várias refeições sozinha, na estrada, em restaurantes, em casa. Eu sei o que é chorar tanto que a cabeça dói até não conseguir chorar mais, às vezes por razões que nem você consegue entender. Muitas vezes isso tem a ver com aquele tipo de dor, tortura e solidão interior. Eu sei o que é ver todas, ou quase todas, as suas amigas se casarem e chegar ao ponto de perceber que é provável que você nunca seja aquela noiva caminhando até o altar.

Eu sei o que é amar as crianças de outras pessoas e chegar na idade em que se percebe que é bem provável que você nunca terá uma criança sua. Estas são partes da vida; são as partes da decepção e tribulação que enfrentamos na vida. Eu sei como é ver um homem pôr seu braço sobre os ombros da sua esposa e sentir aquele tipo de anseio interior por um toque significativo e apropriado. E, se você é solteira por um bom tempo, ficou viúva, ou talvez já tenha sido casada, você sabe o que é experimentar esse tipo de solidão. Agora, deixe-me dizer, solteiras não são as únicas que experimentam solidão. Em conversas com muitas mulheres casadas por qualquer período de tempo – e já estou vendo algumas pessoas balançando as cabeças e concordando comigo – descubro que dentro do coração de toda mulher casada há fases e momentos de real solidão. Então, a verdade é que a dor e o sofrimento são inevitáveis. Aqui há outro ponto, e é algo que tenho aprendido ao longo dos anos. A infelicidade é opcional. Dor e sofrimento não são opcionais, mas a infelicidade é. E aqui vai outro segredo: a alegria também é opcional. A alegria é uma escolha. Eu não posso escolher se eu tenho dor, se estou só, ou se enfrento provação; mas eu posso escolher se desejo ser uma pessoa infeliz. Eu posso escolher se eu desejo ser alegre. Por exemplo, quase toda pessoa, como nós acabamos de dizer, experimenta solidão. Isso faz parte da vida. Faz parte da vida aqui neste planeta porque nós fomos feitos para algo maior, algo a mais, algo diferente, algo além desta vida. Nós podemos escolher que a solidão não consuma as nossas vidas. Algo que eu tenho descoberto, que é muito importante nesta jornada da vida (e vou falar mais a respeito disso ao longo das próximas sessões) é ter perspectiva – aprender e aceitar a perspectiva de Deus sobre a sua vida.

Independentemente de você ser solteira ou casada, a alegria vem de aprender qual é a perspectiva de Deus e então, aceitar essa perspectiva como minha. No começo da sessão, nós olhamos para uma passagem-chave do Novo Testamento que tem sido fundamental para mim. Há muitas outras que eu poderia citar, mas cinco estão no meu coração hoje. Elas têm sido um fundamento para a minha caminhada. Elas têm sustentado a minha vida. E elas serão familiares para você. A primeira de todas é o Salmo 23, verso 1. Esta é a perspectiva: “O Senhor é o meu pastor; de nada terei falta.” O que esse verso está dizendo? Eu tenho alguém que é tudo o que eu preciso. Salmo 34, verso 10: “… mas os que buscam o Senhor de nada têm falta.” Que promessa! “Os que buscam o Senhor não terão falta de nada”.

No Salmo 84, verso 11 diz aasim, “…o Senhor concede favor e honra; não recusa nenhum bem aos que vivem com integridade.” De novo, que promessa para a vida, seja você solteira, seja você casada, qualquer que seja o seu status na vida, “o Senhor dá favor e honra”. Ele é um Deus que dá. E Ele não se recusa a dar nenhuma coisa boa àqueles que vivem com integridade.

E então, Salmo 68, verso 6; “Deus dá um lar aos solitários” aos sozinhos; “liberta os presos para a prosperidade, mas os rebeldes vivem em terra árida.” Os rebeldes vivem em uma terra seca. Isso diz que eu tenho um Deus que quer atender às minhas necessidades, Ele põe pessoas solitárias em famílias, Ele tem um meio de atender às nossas necessidades. Ele está comprometido em atendê-las, e apenas aqueles que se recusam a deixar Deus atender suas necessidades viverão em lugares desertos.

Então, “ninguém que nele se refugia será condenado.” Qual é o foco em todos esses versículos? Não é sobre mim; é um foco que é voltado para Deus – não voltado para dentro ou para fora, mas para cima.
Então meu conselho é: aprenda estes versículos. Memorize estes e outros que Deus der a você, que lhe deem perspectiva. Permaneça neles, medite neles, independente do que suas emoções lhe digam. E independente do que o mundo diz a você. E então perceba que, por adotar a perspectiva de Deus, você pode ter uma alegria real.

Raquel: Ouça Nancy orar para que nós tenhamos a perspectiva de Deus sobre o casamento e a solteirice. Não há lugar melhor para buscar a perspectiva de Deus do que na Bíblia. No próximo programa, nós vamos olhar para o que pode parecer, aos olhos do mundo, uma visão radical da solteirice. Nós vamos olhar para perspectiva do apóstolo Paulo. Agora para concluir em oração, aqui está a Nancy.

Nancy Leigh DeMoss: Obrigada, Pai, porque a Tua Palavra nos dá a perspectiva que nós precisamos para andar em alegria e paz. Obrigada por essas promessas que o Senhor tem dado em Tua Palavra. Eu oro para que o Senhor nos ajude a torná-las nossas, a acreditar nelas, a andar por fé e andar em alegria. Eu oro no nome de Jesus. Amém.

Raquel: Aviva Nossos Corações, com Nancy DeMoss Wolgemuth, é uma organização que faz parte do ministério ‘Life Action’.

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