Bete abriu uma caixa de bombons. “Vou comer só um”, ela disse. Mas comeu a caixa toda e se livrou das evidências. Depois, comprou uma caixa nova para que o marido não soubesse.
Kátia fez compras por horas e horas. Escolheu algumas coisas que precisava — e muitas outras que ela só queria mesmo comprar. Ela escondeu a pilha de compras antes de Beto chegar em casa, revelando-a uma semana mais tarde, quando receberam visitas em casa. Seu marido lhe lançou um olhar frustrado como se dissesse “De novo?”. Ela teve que desviar o olhar.
Wanda apagou as luzes. Ninguém estaria em casa por mais uma hora. Aproveitou a oportunidade para buscar prazer por si mesma... de novo. Depois, sentiu-se profundamente envergonhada.
Maria escreveu palavras doces e amorosas, destinadas a Paulo, um homem casado. Embora nunca tenham tido nada físico, ainda assim haviam cometido infidelidade emocional. Ela sentiu um peso de culpa ao pensar na esposa de Paulo.
Nenhum desses nomes é verídico, mas as histórias são. Todas essas mulheres são cristãs com algo a esconder. Elas têm duas coisas em comum: uma entrega a prazeres carnais e vidas secretas.
Entregando-se aos prazeres da carne
O Espírito Santo destronou o “velho homem” (nossa natureza pecaminosa) quando confiamos em Jesus para a nossa salvação. Mas o velho homem, não estando ainda completamente destruído, continua esperneando. Embora tenhamos sido crucificadas com Cristo (Gl. 2.20), o pecado ainda habita em nossa carne. Paulo descreve essa luta em Romanos 7.18–25.
A carne nunca se satisfaz e quer o que não deveria ter. Ela é hostil a Deus e rebelde à Sua lei (Rm 8.7). Paulo disse que “a carne luta contra o Espírito, e o Espírito luta contra a carne, porque são opostos entre si, para que vocês não façam o que querem” (Gl 5.17, grifo da autora).
Em Colossenses 3.5, Paulo descreve alguns dos pecados persistentes associados à carne: imoralidade sexual, impureza, paixões, maus desejos e a avareza. Não devemos acolher essas coisas, mas sim, sufocá-las e nos revestir do “novo homem” (Gl. 5.24; Rm. 8.13; Cl. 3.10).
A caminhada cristã é um ajuste constante de nossos pensamentos e comportamentos à Palavra de Deus e à liderança do Espírito, para que “jamais [satisfaçamos] os desejos da carne” (Rm 12.1–2; Gl 5.16). Agindo assim, seremos “transformadas” à imagem do Filho de Deus (Rm 8.29). Somente o Espírito de Deus pode conquistar nossa carne indisciplinada e nos dar um coração arrependido. O verdadeiro arrependimento inclui a disposição e o desejo de mudança, conformando-nos à Palavra de Deus e à vontade do Espírito de Deus.
Vivendo vidas secretas
Muitos cristãos se esquecem ou escolhem ignorar o poder da presença de Deus em nos motivar a não pecar. O versículo 8 do Salmo 90 diz: “Conheces as nossas iniquidades; não escapam os nossos pecados secretos à luz da tua presença”. Mas será que realmente acreditamos nisso?
A Bíblia fala muito mais sobre “coisas ocultas”. Estes são apenas alguns exemplos:
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“Porque os caminhos do homem estão diante dos olhos do Senhor, e ele considera todas as suas veredas.” (Provérbios 5.21).
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“Porque os meus olhos estão sobre todos os caminhos deles. Eles não conseguem se esconder de mim, e a iniquidade deles não se encobre aos meus olhos” (Jeremias 16.17).
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“Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Eclesiastes 12.14).
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“No dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos das pessoas, de acordo com o meu evangelho” (Romanos 2.16).
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“Portanto, não julguem nada antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações” (1 Coríntios 4.5).
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“E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e expostas aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4.13).
Quantas coisas mudariam em nossas vidas se realmente acreditássemos que Deus está conosco em todos os lugares, em todos os momentos, mesmo na escuridão ou quando ninguém nos vê?
Eu uso um anel com uma pequena cruz, o qual vejo todos os dias. Ele me lembra que fui comprada por um preço e pertenço ao Senhor (1Co 6.19-20). Ele me lembra que vivo diariamente na presença santa de Deus.
Uma canção infantil bem familiar me vem à mente:
“Cuidado, olhinho, com o que vê...Cuidado, boquinha, com o que fala...Cuidado, mãozinha, com o que pega...Cuidado, pezinho, onde pisa..." Por quê? “O Salvador, do céu, está olhando pra você. Cuidado…”
Por causa de Jesus, Deus é meu Pai; mas Ele ainda me vê e me responsabiliza por meus atos. Quando peco, Ele é fiel em me chamar à confissão e ao arrependimento, onde encontro meu fiel Advogado e intercessor (Rm 8.34; 1Jo 2.1). A confissão e o arrependimento genuínos (1Jo 1.9; Sl 32.1-2) trazem perdão e liberdade completos, porque sou sempre aceita em Cristo.
Esconder-se é tolice, quando reconhecemos a presença de Deus. Sua provisão para o perdão dos pecados pode nos conceder paz e esperança garantida de mudança. Por que tentaríamos nos esconder disso?
De que forma a prática da presença de Deus e o andar no Espírito encorajam a vitória sobre o seu pecado “persistente”?
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