Jesus é melhor do que a sua versão melhorada

Existe uma força invisível que me empurrou a vida toda. É uma pressão que sinto na maior parte do dia, na maioria dos dias. É uma voz dentro da minha cabeça que sussurra repetidamente duas palavras: “Faça melhor.”

Na escola, parecia uma pressão para sempre ter um melhor desempenho acadêmico a fim de obter melhores notas. Em vez de levar à satisfação em um trabalho bem executado, muitas vezes, o sucesso alimentava a voz. Boas notas precisam ser boas notas. O desempenho esforçado precisava ser mais esforçado do que o de qualquer outra pessoa.

Interpessoalmente, é uma sensação de que estou cronicamente aquém. Preciso ser uma amiga melhor, uma filha melhor, uma irmã melhor, uma vizinha melhor . . . você captou a ideia, não é?

Fisicamente, é um empurrãozinho constante para beber mais água, fazer mais exercícios e diminuir a frequência das minhas doses maciças de M&Ms.

Sinto que, de várias formas, essa força foi um presente.  Me empurrou para o sucesso e impediu o contentamento com a mediocridade. Me estendeu além da minha zona de conforto e me levou a experimentar as recompensas de um trabalho bem feito. Me impediu de desenvolver hábitos que me deixariam doente e fraca, e me motivou a cuidar bem do corpo que Deus me deu.

Porém, por mais excelente que possa ser a voz do autoaperfeiçoamento e o impulso para sempre fazer o melhor, Jesus é muito melhor do que a minha versão melhorada.

O problema com o “faça melhor”

Se você é alguém, como eu, movida pela força de “ser melhor”, saiba que não estou interessada em te repaginar. Eu vejo minha motivação para o sucesso e meu foco no aprimoramento como algo dado por Deus. Não é pecado querer ser uma pessoa melhor. Já vi Deus usar minha tenacidade para Sua glória muitas vezes. Mas existem tendências feias que muitas vezes fluem por trás do nosso desejo de melhorar. Aqui estão apenas algumas:

  • “Faça melhor” acaba se tornando “seja a melhor” quando usamos o autoaperfeiçoamento como um meio de nos convencer de que temos valor.
  • “Faça melhor” torna-se “seja a melhor” quando usamos o autoaperfeiçoamento como uma ferramenta para viver com orgulho e provar que somos superiores aos outros.

Em ambos os casos, “fazer melhor” começa a desbastar as próprias estruturas (falhas) que estamos tentando construir. Em vez de nos sentirmos melhor sobre nós mesmas porque estamos fazendo melhorias, nos sentimos péssimas porque ainda temos muito pela frente. Em vez de nos deleitarmos com o prazer de nossas realizações, nos tornamos protetoras e defensivas, sempre preocupadas que alguém nos supere.

 Ambos são esgotantes.

“Fazer melhor” impacta nossos relacionamentos humanos, mas impacta ainda mais nosso relacionamento com Deus. Quando “fazer melhor” é a força motriz da nossa fé:

  • Sentimo-nos esmagadas por Deus porque sabemos que nunca podemos estar à altura.
  • Não podemos desfrutar de Deus porque vivemos preocupadas que Ele está sempre frustrado conosco.
  • Tentamos construir pontes para Deus com nossos esforços, mas repetidamente descobrimos que essas pontes não podem suportar o peso da nossa fraqueza.

Quando transformamos “ame o Senhor seu Deus” em “faça melhor”, a vida cristã se torna um ciclo terrível de: falhar, tentar mais, falhar novamente. Tentar, falhar novamente, tentar mais.

Esgotamento total.

Deus deseja que nossa caminhada com Ele seja vivificante (João 10.10). Quando vivemos como cristãs que “fazem melhor”, perdemos a alegria e a paz que Deus ama dar a Seus filhos. É por isso que Jesus é muito melhor!

Trocando melhor por quebrada

A Palavra de Deus é a voz que fala mais alto do que o sussurro “faça melhor” em minha mente. Na Palavra, vejo o grande paradoxo do evangelho de que nunca posso fazer o suficiente para ganhar a aceitação de Deus, mas sou completamente aceita por causa de Jesus, um Salvador perfeito que nunca precisa “fazer melhor”. O evangelho é um martelo que misericordiosamente destrói minha mentalidade de continuamente “fazer melhor”.

Essa ideia sobrenatural produz resultados muito simples e práticos em meu coração. O evangelho significa:

  • Estou quebrada, incapaz de fazer o suficiente para tentar me tornar completa. É um alívio profundo porque me permite parar de tentar me consertar e pedir a Jesus que conserte o que está quebrado em mim.
  • Sou completamente aceita por Deus, independentemente do meu esforço. Nenhum esforço da minha parte pode me salvar. É Jesus quem salva.
  • Posso parar de tentar lutar contra meu pecado sozinha. Essa guerra me desgasta! Em vez disso, posso ter confiança de que Jesus está me tornando perfeita em Seu tempo perfeito (Filipenses 1.6).

Todos os dias, o dia todo, o evangelho é um convite para pararmos de tentar ser uma versão melhorada de nós mesmas. Em vez disso, somos convidadas a confiar em Jesus para nos tornar mais semelhantes ao melhor dos melhores, Ele mesmo.

Em vez de ser um problema que devemos resolver, nossa fraqueza se torna uma tela sobre a qual Deus pode pintar a história de Seu amor, Sua fidelidade e Sua bondade. Essa realidade fez com que o apóstolo Paulo (que eu suspeito lutava contra o desejo de fazer melhor) parasse de gabar de seus esforços e começasse a gabar de suas fraquezas (2 Coríntios 11.30). O exemplo de Paulo foi uma grande inspiração para mim! Quando eu quero subir de volta na roda do “fazer melhor”, suas palavras me lembram que Jesus é muito melhor do que minha versão melhorada. Posso escolher me gabar das minhas fraquezas em vez de tentar massacrá-las com esforço.

  • Você vai para a cama todas as noites aborrecida consigo mesmo por não ter feito mais?
  • Você abre a sua Bíblia com medo de que a Palavra de Deus esteja esperando para apontar suas falhas (ou você evita abrir sua Bíblia)?
  • Você se sente bem quando é a melhor e inútil quando não é?

Compreendo. Eu também estive lá. Quando a força de “fazer melhor” nos empurra para uma postura de derrota, podemos escolher a melhor parte – Jesus, nosso Salvador perfeito, é muito melhor do que nosso perfeccionismo.

Algo para pensar…

  • Em que áreas da sua vida você se sente constantemente pressionada para “fazer melhor”?
  • Na prática, como você escolhe Jesus quando a pressão para realizar parece insuportável?

 

Sobre o Autor

Erin Davis

Erin Davis é casada com seu amor do Ensino Médio, Jason, e juntos criam quatro meninos enérgicos em sua pequena fazenda nos Estados Unidos. Ela é autora de mais de uma dezena de livros e estudos bíblicos, uma das palestrantes e era a Gerente de Conteúdo do Revive Our Hearts e apresentadora do videocast Grounded.