O amor extravagante não tem limites

O chamado do discípulo é ao amor extravagante por Cristo. Por definição, a palavra “extravagante” significa ultrapassar limites ou ir além do necessário. Em alguns casos, a extravagância pode parecer um desperdício ou uma loucura. Mas embora amar a Deus incondicionalmente possa parecer loucura para o mundo, nunca é um desperdício.

No entanto, com que frequência ultrapassamos intencionalmente os limites? O cristão de hoje poderia chamar seu amor por Deus de extravagante? Em algumas áreas da minha vida, eu diria que sim, mas a que ponto de loucura estamos dispostas a ir? Estamos dispostas a acordar um pouco mais cedo para começar nosso dia na Palavra de Deus? Estamos dispostas a fazer alguns sacrifícios? E quanto ao entretenimento: estamos dispostas a parar de assistir a um programa de televisão quando o mesmo proclama a imoralidade? É uma coisa simples, mas muitas de nós não estamos inclinadas a ir tão longe.

Que tal um corte no salário? Você consegue se ver abrindo mão da segurança financeira por causa do evangelho? E quanto aos riscos? Você está pronta para anunciar a uma sociedade cada vez mais hostil que segue Jesus? Você voaria até os confins do mundo se Jesus lhe pedisse?

Em última análise, a questão é: você confia nEle com sua vida ou colocou limites em torno de sua fé?

Só até aqui. Eu irei até aqui e nem um passo a mais.

Amor extravagante versus ambições soberbas

Os parâmetros são uma coisa boa quando se trata de pecado, mas não quando se trata de seguir a Deus. Mas a nossa tendência é definir mais parâmetros em torno da nossa fé do que em torno da nossa imoralidade, não é verdade? Vou seguir o Senhor aqui, mas não ali. Eu vou falar nesta situação, mas não naquela. Vou obedecer a esses comandos, mas não a esses. E se houver qualquer ameaça ao meu conforto, minha vida ou meu futuro, estou fora.

Em nossa pressa de neutralizar situações desagradáveis, evitamos amar abundantemente a Deus, deixando-nos vulneráveis ao grave pecado de amá-Lo muito pouco. Mas não importa os limites infelizes que colocamos em torno do nosso amor por Cristo, Seu amor permanece sem limites, e supera até mesmo a razão humana (Efésios 3:19).

Você pode imaginar se Cristo tivesse vindo com limites? O que aconteceria se Jesus tivesse dito: “Tudo bem, vou revestir-me de carne por eles, mas não morrerei por eles. E se eles zombarem de mim ou as coisas ficarem desconfortáveis, estou fora.”

No entanto, é isso que fazemos com Deus.

Quando nossa intimidade com Deus depende do que ganhamos, isso é uma ambição soberba. Quando nos importamos mais com o que Deus pode fazer por nós do que podemos fazer para Deus, isso é uma ambição soberba. Quando amortecemos nosso amor por Deus com ambição egoísta e vaidade, e construímos o reino de Deus apenas quando for conveniente, confortável ou de acordo com nosso plano, é uma ambição soberba.

Mas Jesus morreu “para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2 Coríntios 5:15) Jesus morreu não apenas para nos libertar da condenação eterna, mas para nos libertar do domínio egoísta e pecaminoso. Ele morreu para que pudéssemos viver abundantemente com Ele, por Ele e para Ele, com adoração extravagante que faz com que o mundo pergunte se estão perdendo algo.

O amor extravagante não é desperdiçado

Marcos 14:3-9 registra um belo exemplo de amor extravagante quando Maria, a irmã de Marta e Lázaro, quebrou seu frasco de alabastro com unguento de nardo puro – caríssimo – derramando-o sobre Jesus enquanto Ele se reclinava à mesa em um jantar. Primeiro, ela derramou sobre a cabeça de Cristo. Depois ela ungiu Seus pés, enxugando-os com seus cabelos (João 12:3). Extravagante? Eu diria que sim.

Aquele frasco de alabastro provavelmente era a coisa mais valiosa que ela possuía, e provavelmente também era o seu dote. Sem ele, ela tinha pouco a oferecer aos pretendentes em potencial. Mas o que me constrange é que Maria não puxou Jesus de lado para ungi-lo em particular. Ela O amou extravagantemente na frente de todos os participantes da festa. Quantas pessoas sentaram assistindo? Ela não se importou. O que eles diriam? Não importava a mínima para ela.

A passagem não contém nenhum indício de imoralidade – apenas uma abundância de humildade, sacrifício e devoção. As mulheres judias mantinham os cabelos cobertos, mas Maria descobriu os dela para administrar a tarefa mais baixa da época, geralmente reservada aos escravos gentios: limpar os pés sujos de uma pessoa. Enquanto a oferta perfumada enchia a sala, Mary não pegou uma toalha, mas se abaixou para usar o cabelo.

Judas Iscariotes – que não suportou ver o perfume caro desperdiçado dessa maneira – se expressou a respeito com uma resistência enojada. Mas Jesus rapidamente disse que Judas a deixasse em paz. “Ela praticou uma boa ação para comigo. Ela fez o que pôde. Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento. (Marcos 14:6,8)

Amiga, observe, Deus não desperdiça o amor extravagante.

O amor extravagante é o melhor investimento

Jesus disse de Maria: “Eu lhes asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória”. (v.9) E é verdade. Ainda estamos falando sobre ela hoje.

Mas eu sei que a recompensa de Maria incluiu mais do que isso. Salmos 16:11 diz que na presença de Deus “há plenitude de alegria”, e em Sua “destra estão os prazeres para sempre”. E foi aí que Maria adorou a Deus – em Sua presença – literalmente sentada no chão à Sua direita, derramando seus tesouros a Seus pés.

Não estou dizendo que o amor extravagante é fácil ou barato. É fato que Maria gastou o valor de um ano de salário com seu Salvador em alguns breves momentos. Acho que ela sabia que murmúrios explodiriam no momento em que ela deixasse as expectativas culturais de lado. Mas Maria se recusou a estabelecer parâmetros em torno de seu amor por Cristo.

Podemos dizer o mesmo? Ou nosso amor por Deus freia bruscamente ao encontrar a parede da conveniência, medo, controle ou normas culturais? O que as pessoas vão pensar? É a questão que surge muitas vezes em nossas mentes. Mas, em vez disso, responda a esta pergunta: Jesus não vale um pouco de constrangimento?

Louvado seja o Senhor, o amor de Cristo por nós não parou na humilhação, conveniência ou mesmo no constrangimento, mas ultrapassou de longe todos os limites respeitáveis.

O amor extravagante ainda é possível

Se você deseja amar mais a Cristo, mas não tem certeza de como, ofereço um ponto de partida simples:

1. Passe mais tempo com Ele.

2. Coloque-se aos pés de Cristo diariamente, independentemente do custo.

3. Faça da presença Dele uma prioridade e seu amor crescerá.

Não aprenderemos a amar a Deus apaixonadamente sem primeiro aprender a amar a Deus em particular.

Maria trocou tudo o que tinha por tudo que pertencia a Cristo, porque ela conhecia bem a Jesus. Ela já havia experimentado a bênção de passar um tempo aos pés Dele. Nós a encontramos lá em Lucas 11:39 e João 11:32.

Pode parecer assustador desmantelar as barreiras que cercam nossa fé, mas não há decisão melhor. Então vá em frente e seja extravagante. Ame a Cristo em excesso, não importa o que possa te custar, apesar do medo, em plena exibição para que todos vejam. Deixe o mundo dizer o que quiser.

Não é um desperdício; é adoração.

 

Sobre o Autor

Stacey Salsbery

Stacey Salsbery é esposa de fazendeiro e mãe de quatro filhos — ou, como ela gosta de dizer, "Gerente de Operações Domésticas". Stacey adora ensinar a Bíblia para mulheres e mora nos milharais de Indiana, nos Estados Unidos.