Passeie por qualquer livraria Cristã hoje e você vai encontrar uma variedade livros e produtos que oferecem ajuda para ser bem sucedido em todas as dimensões e épocas da vida. Hoje, temos mais ferramentas e recursos para nossas perguntas, mágoas e necessidades do que em qualquer outro momento da história da igreja.
Por que, então, tantos cristãos vivem vidas frustradas, derrotadas, vazias e improdutivas?
No fundo, muitos de nós desejam experimentar uma realidade maior da presença e do poder de Deus em nossas vidas. Nossos corações precisam ser avivados. Mas são muito poucas as vozes hoje que estão nos direcionando à verdade que irá avivar nossos corações e nos libertar.
A Bíblia é clara sobre o tipo de coração que Deus aviva:
Pois assim diz o Alto,
que vive para sempre, e cujo nome Santo:
habito num lugar alto e santo,
mas habito também com o contrito e humilde de espírito,
para dar novo ânimo ao espírito do humilde
e novo alento ao coração do contrito.” (Is 57.15).
Dois endereços
De acordo com esta passagem, Deus tem dois “endereços”. O primeiro vem sem nenhuma surpresa. Dizem-nos que o Deus elevado e exaltado do universo vive na “eternidade. . . no lugar alto e santo.”
No entanto, a Escritura diz: Deus tem outro “endereço”, e acho este surpreendente.
Ele vive com aqueles que têm um espírito humilde e contrito. Ele é atraído por aqueles que têm um espírito arrependido e quebrantado.
O Salmo 51 é a oração sincera e penitente escrita pelo rei Davi depois que ele cometeu seu grande pecado com Bate-Seba. Ele percebeu que não havia absolutamente nada que pudesse fazer para ser merecedor da graça de Deus novamente (v. 16). Você já reparou quantas pessoas sentem que precisam pular algum tipo de aro espiritual para ganhar a graça de Deus? Davi entendeu que Deus não estava procurando por atos religiosos ou comportamento devoto. A única oferta que Deus realmente queria era um coração humilde e arrependido. “Os sacrifícios que agradam a Deus são um coração quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás.” (Salmo 51.17).
Bem-aventurados são os mendigos
Jesus iniciou o primeiro sermão registrado de Seu ministério terrestre sobre o mesmo tema: “Bem-aventurados os pobres em espirito” (Mateus 5.3). Jesus estava falando sobre como experimentar a verdadeira alegria – como ser feliz. Ele explicou: sendo pobre.
Agora, no mundo de hoje, se nos pedissem para sugerir maneiras de ser abençoados, não tenho certeza se teríamos começado naquele lugar específico. Mas Jesus veio introduzir uma economia totalmente nova – uma maneira radicalmente diferente de pensar sobre a vida.
Na língua grega em que o Novo Testamento foi originalmente escrito, existem duas palavras que Jesus poderia ter escolhido para falar sobre alguém ser “pobre”. A primeira palavra sugere alguém que vive logo abaixo da linha da pobreza, alguém que está sempre tendo que se esforçar para sobreviver, alguém que consegue, mas com muita dificuldade.
Essa não é a palavra que Jesus escolheu. Ele usou outra palavra que significa mendigo – uma pessoa que é completamente, absolutamente destituída. Esse mendigo não tem esperança de sobreviver, a menos que alguém estenda a mão e o puxe para cima.
O que Jesus está dizendo? Bem-aventurados os mendigos – aqueles que reconhecem que são espiritualmente destituídos e falidos. Eles sabem que não têm chance de sobreviver além da misericórdia e graça intermediárias de Deus.
Encontrando Deus quando se está quebrantado
Nossa cultura está obcecada em ser inteira e se sentir bem. Esse impulso afeta até mesmo a maneira como vemos a vida cristã. Queremos um “Pentecostes sem dor”. Queremos um avivamento “rindo”. Queremos ganho sem dor; queremos a ressurreição sem atravessar a sepultura; queremos a vida sem experimentar a morte; queremos uma coroa sem passar pela cruz.
Mas na economia de Deus, o caminho para crescer é diminuir-se.
Você e eu nunca encontraremos Deus em avivamento até que o encontremos primeiro em quebrantamento. Esse é o âmago do que lemos no livro de Tiago:
Aproximem-se de Deus, e Ele se aproximara de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que tem a mente dividida, purifiquem o coração. Entristeçam-se, lamentem-se e chorem. Troquem o riso por lamento e alegria por tristeza. Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará. (Tiago 4.8–10).
Esta é uma mensagem que homens e mulheres de hoje não estão ansiosos para ouvir. A maioria de nós não entra em uma livraria cristã e diz: “Você pode me ajudar a encontrar um livro sobre como ‘lamentar e chorar’?”
Achamos que nosso problema é que somos tristes e deprimidos e precisamos de alguém para nos fazer felizes. Mas a Palavra de Deus diz: “Não, antes que você possa se aproximar de Deus, você precisa encontrar a estrada da humildade”. Queremos nos elevar. Ele diz: “Não, humilhe-se, e eu te levantarei.”
Uma diferença de ideias
Como é verdade em muitas outras áreas, nossa ideia de quebrantamento e a ideia de quebrantamento de Deus geralmente são bem diferentes.
O quebrantamento é o abalo da minha vontade própria – a rendição absoluta da minha vontade a vontade de Deus. Quebrantamento é a remoção da autoconfiança e da independência de Deus. O rompimento é o amolecimento do solo do meu coração – é o rompimento de quaisquer torrões de resistência que podem impedir a semente de penetrar e criar raízes.
Quebrantamento na vida de um Cristão tem uma dimensão vertical e horizontal – é realizada nos dois sentidos. Para que nossos corações sejam avivados, o teto deve cair (quebrantamento em direção a Deus) e as paredes devem cair (quebrantamento em relação ao homem).
As mais ricas bênçãos divinas vêm somente através do quebrantamento.