O encontro de Jesus em João 4 com a mulher junto ao poço é uma das minhas histórias favoritas nos Evangelhos. Eu amo como Jesus ignora as normas culturais, e vai ao poço de propósito para falar com uma mulher samaritana imoral. Este não foi um encontro acidental.
Jesus não faz encontros acidentais.
Outra coisa que amo é como Deus atrai essa mulher derrotada. Sim, você leu certo. Deus desejou o coração de uma mulher imoral e danificada. Deus a quis quando ninguém mais a queria, Ele a encontrou onde ninguém mais a encontraria, para torná-la alguém que ninguém pensava que ela poderia ser: limpa, amada e aceita.
Mas a parte que pega minha atenção cada vez que leio essa passagem é como a mulher é transformada pela revelação clara de que Jesus é o Cristo.
“Disse a mulher: “Eu sei que o Messias (chamado Cristo) está para vir. Quando ele vier, explicará tudo para nós”. Então Jesus declarou: “Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você”.” (João 4.25-26)
E com isso, ela deixou sua jarra de água no poço e correu (não caminhou) de volta para a cidade para dizer a todos – todos os que a rejeitaram, evitaram e não quiseram falar com ela – para virem ver e acreditar.
“Venham ver um homem que me disse tudo o que tenho feito. Será que ele não é o Cristo? ” (João 4.29)
O Evangelho destrói a nossa vergonha para sempre
Não sei sobre você, mas se um homem se aproximasse de mim na seção de verduras do meu supermercado favorito e começasse a listar meus pecados, provavelmente eu fugiria. No mínimo, eu o espantaria. Certamente não acho que começaria a convidar outras pessoas a escutarem o que ele estava dizendo. Ei, você deveria ouvir esse cara. Ele simplesmente relacionou todas as coisas erradas que eu já fiz na minha vida.
Mas essa mulher correu para contar a todos, convidando-os a virem ao encontro do Messias. Por quê? Só posso imaginar que ela não se sentia mais envergonhada. Ela acreditou nas palavras de Jesus e foi liberta. Romanos 8.1 diz: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus.” Essa rejeitada mulher samaritana creu que Jesus era quem Ele disse que era, e as correntes caíram.
Quando nós, pela graça através da fé, abraçamos a verdade de Cristo como nosso Salvador, ocorre uma libertação imediata. As algemas da vergonha se desintegram como madeira queimada no fogo até que tudo o que resta é um monte de cinzas, não representando a necessidade de luto, mas sim algo que se espalhará com o vento e sumirá para sempre.
O resultado é a capacidade de correr (não andar) em situações que antes nos paralisavam, como falar com segurança para quem sabe tudo sobre o nosso passado. Querida irmã, um dos belos milagres do evangelho é uma redefinição permanente de quem somos. Em Cristo, não somos a soma de nossos erros; nós somos a bela manifestação de Suas perfeições.
O Evangelho nos muda para sempre
Quantas de nós buscamos reunir as cinzas em vez de celebrar a bondade de Deus? Por alguma razão, é mais fácil aceitar as declarações de Cristo sobre Ele mesmo do que sobre nós. Não temos dúvidas quanto a santidade de Cristo, mas temos sérias resignações em relação à nossa.
No entanto, acreditar nas palavras de Deus é também acreditar nas obras de Deus. A verdade é que somos todas como a mulher samaritana: sabotadas pelo pecado, envergonhadas das coisas do nosso passado e quebradas por nossas próprias decisões. Todos precisam de um encontro com Jesus; não há isenções.
Quando acreditamos que Jesus é o Cristo – o Filho do Deus vivo – que morreu e agora vive por nós, o resultado é o mesmo para nós que foi para a mulher samaritana: redenção instantânea que despedaça a vergonha, nos enche com alegria, e nos concede a capacidade de falar (mesmo para aqueles que nos rejeitaram) sobre as obras maravilhosas de Cristo.
Como Paulo escreve em 2 Coríntios 3.2-3, em Cristo, tornamo-nos como uma carta de recomendação para o resto do mundo. Uma carta “para ser conhecida e lida por todos … Escrito não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos.”
Abalada pela revelação de que acabara de conhecer o Messias, a mulher samaritana imediatamente agiu como uma carta de recomendação para aqueles em sua cidade natal. Como resultado, os habitantes da cidade vieram, viram, ouviram e aceitaram a Cristo por si mesmos. Eles disseram à mulher em João 4.42: “Agora cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo”.
O Evangelho nos liberta para falar
Envolvida completamente no momento, a samaritana deixou sua jarra de água no poço. O motivo pela sua ida ao poço ficou de lado. E ela também não ficou envergonhada. Ela poderia ter guardado as boas novas do Messias para si mesma devido à sua reputação indecorosa, mas não o fez porque pela primeira vez, talvez em muito tempo, ela não estava pensando em si mesma.
É isso que o evangelho faz por nós. Ele nos oferece outro lugar para pisar que não seja nos nossos próprios pés. Ele ergue os nossos olhos da terra para o céu, concedendo-nos um propósito quando pensávamos que não tínhamos nenhum. Se essa mulher pôde compartilhar com ousadia sobre o Messias depois de anos buscando água sozinha, nós também podemos.
Convidar alguém para conhecer Jesus não é como recomendar um filme que você gostou ou um restaurante que você curte. Não há margem de erro quando se trata de Cristo. Ele não decepciona. Experimentar verdadeiramente Jesus é descobrir por si mesma que Ele é o Salvador do mundo.
Com Jesus, não temos mais motivos para nos calar. Se continuarmos a nos esconder do constrangimento iminente sobre o pecado passado, estaremos apenas ocultando o poder e a permanência da obra redentora de Cristo. Você está mudada para sempre se você aceitou a revelação clara de Jesus de que Ele é o Cristo. Você não é a soma dos erros do passado; você é a prova do Deus vivo.
Portanto, não deixe seu passado tentá-la a ficar em silêncio. Compartilhe sua história porque, ao fazer isso, você testifica da bondade de Deus – um Deus que propositalmente nos busca quando ninguém mais o faz, a fim de nos transformar em alguém que jamais pensamos que poderíamos ser.