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Adornadas Ep. 19: É preciso vulnerabilidade para abrir a sua vida, seja você mais jovem ou mais velha

Publicadas: jul 23, 2023

Raquel Anderson: De acordo com Nancy DeMoss Wolgemuth, membros de diferentes gerações precisam uns dos outros na igreja.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Não queremos chegar ao ponto de ter todos os jovens de vinte e poucos anos em um culto e todas as pessoas que não gostam de certo tipo de música em um culto diferente, porque vamos perder algo mais importante do que nosso gosto musical. A nossa necessidade uns dos outros no corpo de Cristo.

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora do livro Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.

Nancy: Temos destrinchado os primeiros versículos de Tito, capítulo 2. Chegamos à frase na qual muitas de nós pensamos ao ouvirmos Tito capítulo 2. “As mulheres mais velhas devem ensinar as mulheres mais jovens”. Hoje vamos ouvir como isso pode funcionar na vida real. Como as gerações mais jovens e mais velhas se conectam? Um grupo de mulheres tem ouvido esta série conosco e elas vão compartilhar suas experiências daqui a pouco.

Primeiro, quero apresentá-las a Kelly Needham. Ela é esposa, mãe e colaboradora do Blog Mulher Verdadeira. Ela foi influenciada por várias mentoras em sua vida. E agora ela está passando para a próxima geração o que aprendeu, de forma intencional. Aqui está Kelly.

Kelly Needham: Há duas mulheres na minha vida que estão me moldando. E o que é interessante é que nenhuma delas se sentou em uma mesa e folheou um livro comigo. Não estudamos um currículo ou fizemos um estudo bíblico, mas eu pude observar as vidas dessas mulheres e isso realmente influenciou a minha forma de pensar sobre mentoria também.

A primeira foi uma senhora chamada Toni. Ela foi minha professora da escola dominical desde que eu estava no nono ano e durante o ensino médio. Eu tinha muitas perguntas sobre a Palavra, estava sedenta e queria ter todas as respostas sobre a Bíblia. Ela ficava depois de cada aula da escola dominical para falar comigo e se atrasava para seus compromissos só para poder responder às minhas perguntas. Ela alimentou esse meu desejo.

Esse modelo foi um bom presente de Deus para mim. De presente de formatura do Ensino Médio, ela me deu uma das primeiras edições do software de estudo bíblico, chamado Logos. Foi um dos primeiros a ser lançado. Mas foi algo que ela me deu para que eu pudesse ir para faculdade e explorar por conta própria.

Quando penso sobre a influência dela em minha vida, não penso em coisas específicas que ela me ensinou. Mas o que isso realmente ensinou ao meu coração foi o amor dela pela Palavra e seu tempo gasto comigo, e, é claro, eu também pude observá-la interagindo com seus filhos, marido e amigos na igreja.

Outra mulher é uma amiga minha chamada Crystal, mãe de seis filhos. Esta mulher vivia sua vida com um enorme contentamento e isso foi algo que realmente me influenciou. O contentamento de se submeter ao seu marido, de amar os filhos, de ficar bem ao dizer “não” para as coisas que ela não era capaz de fazer. Novamente, não foi nada que ela tenha feito ou me ensinado, nada profundo em palavras, mas foi sua maneira de viver. Isso foi influenciando a forma como eu queria viver a minha própria vida.

Para mim, isso moldou a minha forma de ver Tito 2. Ela não se sentou e fez uma exegese da passagem para mim, mas ela a vivenciou e isso me deu algumas imagens vívidas de como algumas dessas passagens poderiam ser aplicadas em minha vida. Isso é algo que não vou esquecer e mudou a minha perspectiva sobre mentoria e discipulado.

Nancy: E agora a Kelly está ensinando a verdade que aprendeu para a próxima geração de mulheres que a seguem.

Kelly: Eu e meu marido somos os líderes de um pequeno grupo da nossa igreja com os universitários. Portanto, temos muitos jovens entrando em contato conosco semanalmente ou diariamente. Eles têm muita fome espiritual.

Geralmente eles nos pedem para nos sentarmos com eles e ensiná-los. Acho que foi realmente pela graça de Deus em minha vida que as mulheres que me influenciaram não fizeram isso. Elas participaram da minha vida e me deixaram participar de suas vidas. E é exatamente essa oportunidade que me deixa super animada. 

Quando uma jovem aparece me pedindo para mentoreá-la, e me pergunta que livros devemos estudar, ou o que devemos fazer, minha resposta é: “Você quer ir comigo ao supermercado nesta quinta-feira? Você pode me ajudar com meus filhos e podemos encontrar os melhores preços e conversar enquanto fazemos compras”. Normalmente, não é isso que elas querem. O engraçado é que também não era isso que eu queria. Eu estava sedenta por aprender coisas específicas e, em vez disso, encontrei vida. Agora percebo que ter essa experiência e caminhar ao lado daquelas mulheres mais velhas se tornou algo muito mais valioso. Então, tem sido um grande privilégio ver isso acontecer em nossa igreja local.

Nancy: Esta é Kelly Needham, mostrando-nos como colocar em prática a ideia de que falamos anteriormente no Aviva Nossos Corações, de que mulheres mais velhas devem ensinar as mulheres mais jovens. A Kelly falará novamente no final do programa. Mas, nos próximos minutos, vamos falar sobre algumas das barreiras que impedem as mulheres mais velhas e mais jovens de se conectarem. Um grupo de mulheres tem ouvido esta série conosco e elas vão discutir alguns dos desafios para o discipulado genuíno. Por que algumas mulheres mais velhas não ensinam mulheres mais jovens?

Susan: Em nossa igreja, um grande problema é que as mulheres mais jovens e as mulheres mais velhas não têm muito contato e na verdade não se conhecem. Portanto, as mulheres mais jovens podem nem ter conhecimento de mulheres mais velhas que são bons modelos, porque simplesmente não as conhecem. Elas não sabem quem tem integridade, quem tem uma história de vida que poderia oferecer alguma ajuda a elas. Acho que precisamos planejar maneiras para que as mulheres se conheçam, para que possam ter uma forma de se encontrar.

Nancy: Isso é algo muito importante para se ter em mente conforme as igrejas desenvolvem seus programas e se organizam. Não queremos chegar ao ponto de ter todos os jovens de vinte e poucos anos em um culto e todas as pessoas que não gostam de certo tipo de música em um culto diferente, porque vamos perder algo mais importante do que nosso gosto musical. A nossa necessidade uns dos outros no corpo de Cristo.     

Ok, Mary Anne…

Mary Anne 1: Para mim isso tem a ver com medo. Medo de não saber o que dizer, dizer a coisa errada ou fazer com que as pessoas que estou mentoreando se sintam como se estivessem presas a uma fracassada. Também existe a preguiça e querer estar livre. Agora que meus filhos estão mais velhos, quero ser livre para fazer o que quero e não ficar presa a uma reunião semanal com uma jovem.

Nancy: Pense por um momento, seja você mais velha ou mais jovem, olhe para trás e pense em uma mulher mais velha, espiritualmente ou cronologicamente, que o Senhor usou para ser uma bênção em sua vida.

Wanda: Mary Anne é minha mentora e ela tem sido uma grande bênção em minha vida. Deus a usou de uma maneira tremenda. Fico pensando em como fui atraída a ela, principalmente quando penso nessas características de ser reverente em seu comportamento, não se envolver em fofoca maliciosa e nas coisas que Tito menciona. Eu vi todas essas coisas nela e elas tiveram um papel essencial em nosso relacionamento. Ela tem sido uma preciosa bênção para mim.

Uma dessas coisas que foi realmente especial, foi me ensinar a orar de joelhos. Ela é uma ouvinte maravilhosa. Ela me faz muitas perguntas e realmente procura descobrir o que está acontecendo em minha vida todas as semanas. Uma grande bênção que tem sido especial para mim, foi ela me dizer que nem sempre sabia o que dizer. Muitas vezes, eu tinha perguntas super difíceis e tinha decisões difíceis a tomar e quando falava com ela, ela me dava um conselho, mas às vezes ela dizia: “Eu não sei, vamos orar por isso”. E orávamos ao Senhor.

Portanto, quando penso em como Deus trabalhou espiritualmente em minha vida nos últimos dois anos, sei que devo muito a ela por suas orações. Ela tem sido muito fiel a mim estando disponível. Eu não tenho palavras para descrever a importância da preciosa bênção de Deus em nos dar mulheres mais velhas e, em particular, a importância de Deus ter me conduzido a ela. Sou grata demais por isso. Ela é uma mentora maravilhosa. Ela é uma bênção preciosa.

Mary Anne 2: Nosso relacionamento veio totalmente do Senhor. Wanda e sua família eram novos em nossa igreja. Eles se sentaram perto de onde nossa família sempre se senta. Eles tinham um filho que tinha quase a mesma idade de um de nossos filhos. O Senhor simplesmente me atraiu para ela. Eu não sei exatamente por quê.

Eu me lembro que bem no início da nossa amizade, eu nem sabia o nome dela direito e não sabia muito sobre ela, mas eu sabia que o Senhor queria que eu entrasse em contato com ela para saber como ela estava. Então, eu tive que ligar para o escritório da nossa igreja para perguntar como entrar em contato com ela, qual era o seu telefone. Eu só falei que eles eram novos e eram desta parte do país e que eu achava que o primeiro nome dela era Wanda. Vocês têm o número do telefone dela?

Eles encontraram o número do telefone e eu liguei para ela.  Tomar essa iniciativa é algo muito estranho para mim. Sou do tipo que apenas senta e espera que alguém venha até mim, mas tive a impressão de que o Senhor queria que eu ligasse para ela para encorajá-la e ver como ela estava se adaptando a vida aqui em nossa cidade.

E a partir daí as coisas fluíram. Nós começamos a conversar, a interagir e a nos conhecer. Então, em certo ponto, logo depois disso, ela me perguntou se eu poderia ser a sua mentora e eu disse que sim.

Nancy: Você disse sim rapidamente ou foi algo um pouco assustador para você?

Mary Anne 2: Bom, eu não disse que sim rapidamente, mas sabia que ia dizer sim. Eu só disse a ela que iria orar por isso, mas eu sabia que o Senhor queria que eu dissesse sim.

Nancy: Qual foi a bênção para você com relação ao seu papel nesse relacionamento? Como Deus usou isso na sua vida?

Mary Anne 2: Acho que a maior bênção foi ver o Senhor trabalhar na vida da Wanda. Ver a Sua fidelidade e Sua bondade nela e com sua família. Ver as enormes mudanças que aconteceram na vida da Wanda ao passo que ela aprendia mais sobre o Senhor e como confiar Nele.

Nancy: Veja, esses tipos de relacionamento de que estamos falando podem ser muito diferentes. Às vezes, eles são mais estruturados. Às vezes, eles são mais informais. Mary Ann, no seu caso com Wanda, como isso acontece? Vocês se encontram regularmente? Vocês marcam horários para isso? Como essa relação de mentoria funciona?

Mary Anne 2: A gente se encontra uma vez por semana na minha casa ou na casa dela; algum lugar onde a gente pode ter privacidade e simplesmente conversar. A gente não estuda nenhum livro  nem memoriza as Escrituras, nada disso. Nós apenas conversamos. Ela me conta o que está acontecendo em sua vida, me faz perguntas e eu tento responder. E no final a gente ora. Nos ajoelhamos e oramos por dez ou quinze minutos.

Kathy 1: Só acho que uma das coisas mais importantes que estamos fazendo aqui, é aprender. Estou me baseando no versículo de João: “E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8:32). Creio que este é o plano de Deus para nós como mulheres ao recebermos este ensino sobre a verdade da Palavra de Deus: como mulheres mais jovens devemos buscar mulheres mais velhas e como mulheres mais velhas devemos buscar mulheres mais jovens. Isso me lembra de Isaías, acho que no capítulo 6 quando o Senhor disse: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!” (versículo 8).

Acredito que se recebermos esse ensino em nossas igrejas, em nossos estudos bíblicos, essa será a nossa resposta se formos mulheres que realmente amam o Senhor. Ao nosso redor estão mulheres que precisam de outras mulheres e isso vai tirar um pouco desse medo e nos dar coragem, mas também o faremos por amor ao Senhor, porque pensamos: “Ah! É isso o que Ele quer que eu faça.” Esse amor perfeito vai tirar o medo e vamos nos oferecer para servir porque elas estão ao nosso redor. Então, esse é o ensino. Devemos conhecer a verdade, e ela nos libertará.

Nancy: Ótimo. Obrigada, Kathy.

Kathy 2: Estou sendo muito aberta e sincera. Posso testemunhar que minha barreira era o orgulho. Cresci em uma casa onde manter as aparências era o padrão. Eu não podia deixar que as pessoas soubessem quais eram minhas necessidades ou dificuldades e tinha que me certificar de passar sempre uma boa impressão em público.

Demorou muitos anos para que o Senhor me levasse a reconhecer que eu precisava me tornar a mulher que Ele queria que eu fosse. Eu acabei orando e dizendo: “Senhor, traga alguém para a minha vida”. Ele trouxe duas mulheres mais velhas adoráveis que se tornaram parceiras de oração e amigas queridas. A primeira delas se tornou uma segunda mãe para mim.

Ela faleceu há dois anos, então o Senhor em Sua misericórdia trouxe uma segunda mulher mais velha para perto de mim porque, graças a Deus, cheguei ao ponto de perceber que devo deixar o orgulho de lado. Eu só preciso ser humilde diante do Senhor, ser quebrantada diante Dele e deixá-Lo fazer a Sua obra em minha vida, algo que eu não deixaria acontecer antes por causa do meu orgulho.

Nancy: Esse orgulho pode estar no coração de uma mulher mais jovem ou de uma mulher mais velha, porque é preciso vulnerabilidade para abrir a sua vida, seja você mais jovem ou mais velha, baixar as defesas e remover as máscaras. Portanto, isso requer um espírito humilde de ambas as partes, não é? Obrigada Kathy.

Mulher 1: Eu frequento uma igreja bem pequena que tem muitas pessoas mais velhas. Na verdade, eu e meu marido, que temos quarenta e cinquenta anos, somos o casal mais jovem de lá. Mas orei durante anos para que uma mulher mais velha entrasse na minha vida. Eu queria muito ser mentoreada. Minha mãe morreu quando eu tinha 21 anos, então não tive esse cuidado após casar.

As mulheres da minha classe da escola dominical estavam na faixa dos oitenta anos, e todos os filhos delas já eram adultos. Entao eu ficava pensando: Senhor, porque elas não querem me mentorear? Ano após ano nada acontecia. Então, eu disse: “Deve ter algo de errado comigo”. Eu percebi que sendo uma mãe cujos filhos estudam em casa, eu tava sempre envolvida com muitas coisas. Talvez a impressão que dava era que eu não precisava de nada. Eu tava me virando, e de certa forma me tornava inacessível a essas mulheres que foram criadas de forma diferente.

Mas um dia, eu comecei a pedir ajuda na escola dominical e elas ficaram super animadas pra me dar conselhos. Aí eu percebi que era isso que precisava. Elas não achavam que eu era acessível por que achavam que eu tinha tudo sob controle. por isso, elas pensavam que eu não precisava de ajuda e que elas não tinham o que oferecer. 

Então, quando essa barreira caiu… eu comecei a fazer perguntas para elas. Eu fui ao encontro delas. Elas ainda não são tão diretas comigo de muitas maneiras, mas nós nos reunimos frequentemente. Esse era um grupo bem pequeno, com apenas oito pessoas, mas somando os anos de casamento, temos mais de 500 anos de experiência ao todo no grupo. Algumas pessoas estão casadas há sessenta ou setenta anos. Imagine a riqueza de conselhos!!!

E temos os jovens casais que vêm até nós, e os maridos que ainda estão vivos, dão conselhos a esses jovens casais. Como é bom ouvir homens e mulheres que receberam conselhos durante esses longos períodos de casamento sobre o que não fazer e o que fazer. A nossa igreja, e os membros da nossa escola dominical ficam super felizes sempre que alguém compartilha que vai se casar, porque eles podem então compartilhar novamente o que o Senhor fez em suas vidas.

Mulher 2: Alguns anos atrás, quando entrei na fase do ninho vazio, foi um momento muito difícil porque eu tinha sido uma mãe e dona de casa por mais de vinte anos e não sabia qual seria o meu papel agora. Fiquei muito insatisfeita com minha vida. Apenas uma vaga insatisfação… Eu não conseguia entender. Eu ficava pegando no pé do meu marido o tempo todo. Nada do que ele fazia estava certo. Era super claro que eu não estava vivendo um bom momento.

Observei em minha igreja uma mulher mais velha que havia envelhecido de forma graciosa, uma mulher muito piedosa. Liguei para ela e disse: “Podemos marcar um dia para conversarmos? Vejo que os anos te fizeram bem. Os anos não estão me fazendo bem. Você poderia me ajudar?” Ela disse: “Bom, não sei bem o que posso fazer para te ajudar, mas com certeza podemos nos encontrar para conversar”.

Ela era tão simples, tão direta no que me dizia. Nós apenas nos encontramos algumas vezes, mas ela disse: “Por um lado, você está sofrendo com o que está perdido e isso é normal. Não há problema. Mas o que você precisa fazer agora é mudar de direção. Você precisa olhar para frente e perguntar a Deus o que é que Ele tem para você pelos próximos vinte anos. Além disso, você está focada demais em seu marido. Dê um tempo pra ele”.

Acontece que eu havia passado tanto tempo com meus filhos que transferi isso para meu marido e estava esperando muito dele. Mas o que me fez mudar de direção e investir na vida de outras mulheres mais jovens, foi perguntar a Deus: “Ok, o que o Senhor tem para mim?”

Então, é para isso que Deus realmente me chamou. É por isso que é tão bom ouvir todos esses outros testemunhos hoje. Porque estou conversando individualmente e ajudando quatro moças agora em seus primeiros anos de casamento e com os filhos pequenos. É uma bênção tremenda. E eu só precisei que aquela mulher dissesse que estava tudo bem e que eu deveria mudar de direção e olhar para frente. “Pare de olhar para trás. O que você fez foi bom. Mas agora mude de direção e olhe para frente.” Então, sou grata por isso.

Brenda: Foi um encontro vindo de Deus, não de mim, quando Shannon entrou na minha vida. Esse encontro foi onze anos atrás, eu tinha acabado de me converter. Não era apenas um estudo Bíblico, mas era uma amizade, num momento que eu estava me sentindo muito sozinha. Eu deixei o mundo e não tinha amigos porque quando você deixa o mundo, você o abandona.

Ela me amava por quem eu era. Fiz algumas coisas que não foram boas. Para mim era uma vergonha. Então, eu percorri a trilha da vergonha por um bom tempo. Então, o Senhor colocou a Shannon no meu caminho. Nos encontramos no lugar errado, mas na hora certa. Durante todo o processo, creio que o Senhor estava me mostrando como ser uma mulher piedosa. Sou grata por isso.

Nancy: Shannon, conte-nos o que esse relacionamento significou em sua vida.

Shannon: Eu frequentava a igreja na cidade e tinha os mesmos amigos. Tínhamos a mesma idade e passávamos bastante tempo juntos. Foi bom. Nós nos divertimos ao criar nossos filhos, mas não estávamos envolvidos na vida das mulheres mais jovens. Estávamos satisfeitos com o nosso grupinho.

De repente, Deus me levou para o meio do nada. Eu não tinha amigos nessa nova cidade. Eu não poderia nem mesmo culpar as pessoas por serem exatamente como eu era quando estava na minha igreja. Elas estavam ocupadas. Elas estavam se divertindo. Elas não tinham tempo para mim.

Deus me trouxe ao lugar onde a Brenda foi salva. Não foi uma daquelas coisas super espirituais. Os Testemunhas de Jeová estavam batendo na porta dessa nova convertida e pensei: “Bom, o que você vai fazer?” Eu tinha que ir até a casa dela. Eu tinha que ajudar essa jovem a iniciar a sua jornada espiritual. Não havia escolha. Eu poderia dizer que foi por uma causa nobre, mas foi apenas uma defesa contra aquelas pessoas que vieram bater na porta dela. 

Eu fiquei impressionada como o Senhor se revelou através das Escrituras, eu mal conseguia acreditar como a Palavra se mostrava nova. Eram coisas que eu já sabia. O Senhor simplesmente renovou a palavra e me fortaleceu, me abençoando através dela. Eu só tinha pensado no trabalhão que eu teria ao mentorear essa jovem, mas não foi nada disso.

Então, eu pude ver seu marido sendo salvo e sua filha começar a servir o Senhor e me lembro que eu nem queria dar esse primeiro passo. Que bom que Ele me capacitou pra isso. Eu estava me sentindo sozinha e Deus usou a minha solidão. Precisamos permitir que Deus nos dê a oportunidade de fazer algo assim. É isso que vale a pena. Isso é o que realmente faz a diferença em nossas vidas.

Mulher 3: Minha mãe foi a minha mentora. Ela me ensinou, de forma muito direta, como criar meus filhos. Quero dizer, ela dizia: “Não faça isso” ou “Faça isso”. Mas pelo menos ela se importou o suficiente para me ajudar. Sou muito grata por isso.

Depois, uma senhora da igreja recebia algumas de nós em sua casa, o que mais tarde, se tornou um pequeno grupo de estudos Bíblicos e ela realmente me ajudou como mentora. Mas havia uma jovem realmente interessante naquele meio. Ela me ensinou algo que eu nunca tinha pensado antes. Ela estava tendo problemas com os filhos. Estávamos conversando sobre isso e cada um dava a sua opinião. Então ela disse: “Em breve eu vou contar a vocês o que Deus fez a esse respeito”. Ela tinha entregue seus filhos para o Senhor e não estava preocupada. Fiquei muito impressionada com aquilo. Isso foi algo que me impressionou naquela mentoria.

Eu sempre pensava que o papel da mentora era amizade. Pensava que a mentora deveria ter um ninho vazio, mas esse não é o meu caso. Eu tenho dois filhos que ainda moram em casa. Mas eu acho que todos estão solitários no mundo de hoje. Eu preciso começar a orar e pedir que Deus me ajude a ver quem está se sentindo só e aproveitar a oportunidade para ajudar as pessoas que estão sozinhas iniciando um relacionamento de mentoria. Para mim, o mundo se encontra nessa situação de solidão. Não importa a nossa idade, todos nós precisamos de amigos.

Nancy: Imagine quantas questões profundas na igreja, no corpo de Cristo, nos relacionamentos poderiam ser evitados ou resolvidos ou as pessoas crescerem por meio deles se apenas fizéssemos as coisas à maneira de Deus. Em vez da mágoa, da amargura, da raiva, do afastamento, da separação, do rompimento de relacionamentos, se quiséssemos nos envolver e falar a verdade em amor, humilhar-nos.

É isso que é o Cristianismo individualizado. Esta é a vida cristã básica. Nós somos uma família. Somos um corpo. Temos que falar umas com as outras. Temos que lidar umas com as outras. Pense em quanto aconselhamento, terapia e custos judiciais de divórcio e quanto disso seria poupado. E mesmo alguns custos médicos na vida de algumas pessoas, se pudéssemos começar a lidar com essas coisas de maneira relacional, humilde e bíblica.

Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem conversado com mulheres mais velhas e mais jovens sobre algumas de suas lutas e sucessos como mentoras. Como parte de nossa série sobre Tito 2 chamada “Adornadas”, Nancy tem revelado o mandamento bíblico para as mulheres mais velhas: ensinar as mulheres mais jovens.

E Nancy, estou pensando em uma mulher que teve uma grande influência na minha vida e no meu crescimento. Você! Você tem orientado todas nós ouvintes através desses podcasts!

Nancy: Obrigada por estas palavras encorajadoras. Sou muito grata por esta oportunidade. Também estou profundamente ciente de que não há como investir na vida de nossos ouvintes dia após dia sem toda uma equipe de funcionários nos bastidores que trabalham diligentemente para tornar este programa possível. Isso inclui pessoas que estiveram no estúdio comigo esta manhã, e tantos outros que poderíamos citar. E eu quero dizer “obrigada” para todos dessa equipe.

Mas há outra equipe pela qual sou grata, e essa é a equipe de Parceiros do Ministério e seu papel em garantir que o Aviva Nossos Corações cresça e abençoe cada dia mais mulheres através de doações e orações.

No início do programa, você ouviu a Kelly Needham. Ela vai agora compartilhar porque ela e seu marido, o cantor/compositor Jimmy Needham, escolheram ser Parceiros de Ministério.

Kelly: Um grande benefício de investir financeiramente é que você se torna parte daquele bem ou movimento. E investir nesse ministério é ainda um maior benefício – da mesma forma quando contribui com a sua igreja local.

Então, o desejo de investir em oração pelo Aviva Nossos Corações, pela equipe e pela liderança, e por Nancy, foi apenas aumentado ao passo que fazíamos doações financeiras. É assim que Deus projetou. É um benefício ter nossos corações mais ligados a esse ministério e ver o evangelho ir adiante na vida das mulheres.

Nancy: Aqui no Brasil, o Aviva Nossos Corações também precisa de parceiros de ministério para promover este trabalho aqui e no resto do mundo de língua portuguesa. O Aviva Nossos Corações é um ministério totalmente financiado por doações e a maioria das pessoas que trabalham para disponibilizar os recursos são voluntários. Estamos orando para que o ministério continue crescendo e isso significa maiores necessidades financeiras.

Então, ao ouvir a Kelly compartilhar como Deus tem usado este ministério em sua vida e como ela está se juntando a nós como Parceira de Ministério, talvez você esteja pensando: “Deus tem usado este ministério em minha vida.” Se este for o caso e se você puder, você consideraria se tornar um de nossos Parceiros de Ministério?

Você pode fazer isso hoje mesmo visitando nosso site www.avivanossoscoracoes.com e clicando no botão “doações” e lá você encontra os detalhes de como contribuir financeiramente, incluindo o Pix. 

Ao fazer uma doação de qualquer valor, solicitamos que nos envie uma mensagem avisando sobre a sua contribuição, para que possamos agradecer e enviar um pequeno presente como forma de agradecimento.

Entenda como você pode promover o encontro de mulheres mais jovens e mulheres mais velhas na sua igreja. Falaremos mais sobre isso no próximo episódio do Aviva Nossos Corações. Esperamos por você.

Raquel: O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth chama mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.