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Adornadas Ep. 27: “Sophron” é uma mentalidade sensata e sólida e resulta em um comportamento sensato e sólido

Publicadas: set 18, 2023

Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth pergunta: “Seus filhos já te deixaram louca?”

Nancy DeMoss Wolgemuth: Por que você perdeu a paciência com seu filho? “Ah, se ele não tivesse passado manteiga nos móveis da sala ou enchido a secadora de água, eu nunca teria feito isso!”

O que você está falando? “Meu filho de três anos me deixou louca!”

Não. O que aconteceu foi que o comportamento do seu filho de três anos trouxe à tona e revelou que você não estava tendo uma mente sadia.

Raquel Anderson: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.

Nancy tem nos ensinado sobre Tito 2 de forma profunda. Essa série tem sido muito útil para aprendermos o que significa viver para a glória de Deus sendo uma mulher. Ela enfoca vários tópicos práticos e hoje vamos continuar estudando sobre criação de filhos. No final desse podcast, ouça um conselho que Nancy deu a várias famílias com crianças pequenas.

Nancy: Em 1995, a revista Time trouxe uma reportagem de capa sobre o fator QE, que significa “quociente emocional”.

Aquela reportagem sugeria que a inteligência emocional pode ser ainda mais importante do que o QI, que é o quociente de inteligência. Essa afirmação se baseou em um projeto de pesquisa feito por um pesquisador de Stanford. Ele levou crianças de quatro anos, uma de cada vez, para uma sala.

Ele mostrou a essas crianças um marshmallow e disse a elas: “Você pode comer este marshmallow agora; mas tenho que sair rapidinho e se você esperar e não comer até eu voltar, quando eu voltar você pode comer dois marshmallows. Em seguida, o pesquisador colocou o marshmallow na mesa e saiu da sala por vinte minutos. 

Os pesquisadores ficaram observando o que as crianças fizeram naqueles vinte minutos em que ficaram sozinhas, através de uma janela que só permitia enxergar por um lado.

Cerca de um terço das crianças não conseguiu esperar. Elas pegaram o marshmallow assim que o homem saiu da sala. Essas crianças foram chamadas de impulsivas.

Outro terço das crianças aguentou por alguns minutos. Elas tentaram resistir de verdade; dava para perceber a agonia delas, mas acabaram desistindo e comeram o marshmallow.

Por fim, o terço final daquele grupo de crianças, esperou até que o homem voltasse e foram recompensadas ​​​​com dois marshmallows. Esse grupo foi chamado de crianças que controlam seus impulsos. Elas conseguiram adiar sua gratificação para ganhar o marshmallow.

Eu fico imaginando o que eu teria feito nessa situação, aos quatro anos de idade. Nem sei! Sei o que eu faria com a idade que tenho hoje! Eu diria: “Me dê esse marshmallow agora!”

Quatorze anos se passaram, aos dezoito anos, as mesmas crianças foram testadas novamente e os resultados foram surpreendentes. No geral, as crianças que conseguiram esperar pelo segundo marshmallow, as crianças que controlaram o impulso, cresceram e se tornaram:

“… adolescentes mais ajustados, mais populares, aventureiros, confiantes e confiáveis.

As crianças que cederam à tentação imediatamente (as impulsivas) se tornaram mais propensas a serem solitárias, facilmente frustradas e teimosas. Elas cediam ao estresse e fugiam dos desafios. E quando alguns dos alunos dos dois grupos fizeram o Teste de Aptidão Escolar (o SAT), as crianças que resistiram por mais tempo obtiveram uma média de 210 pontos a mais.” 

Portanto, o fato de uma criança de quatro anos escolher comer o marshmallow ou esperar, foi um fator determinante mais preciso de como ela se sairia no Teste de Aptidão Escolar quatorze anos depois, do que seria seu QI, seu quociente de “inteligência”. Foi incrível ver neste teste a diferença entre o terço das crianças impulsivas e o terço das crianças que controlam seus impulsos.

Ao ler sobre isso, fiquei pensando sobre autocontrole, o que vamos estudar hoje em Tito 2. Esse é um conceito fundamental para todos os cristãos em todas as fases da vida e é repetido com mais frequência do que qualquer outra qualidade ou característica no livro de Tito.

Seis vezes no livro de Tito há referências a esse conceito de autocontrole, que agora vemos como algo que as mulheres mais velhas devem ensinar às mais jovens. Ter autocontrole. Mas é algo que não se aplica só às mulheres.

No capítulo 1, vimos que essa qualidade de autocontrole, “controle dos impulsos”, deve ser uma característica dos presbíteros, os líderes espirituais da igreja. O capítulo 1:7-9 descreve algumas das qualidades que os presbíteros da igreja (pastores e líderes espirituais) devem ter. Ele diz:

“Por ser encarregado da obra de Deus, é necessário que o bispo seja irrepreensível: não orgulhoso, não briguento, não apegado ao vinho, não violento, nem ávido por lucro desonesto. Ao contrário, é preciso que ele seja hospitaleiro, amigo do bem, sensato, justo, consagrado, tenha domínio próprio e apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira pela qual foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela.”

Vemos aqui duas maneiras diferentes de viver. A pessoa que não tem autocontrole não está espiritualmente qualificada para liderar o rebanho de Deus. Mas isso não vale apenas para líderes espirituais.

Vimos o capítulo 2 de Tito, versículo 2 que fala sobre homens mais velhos e diz que eles devem ser “moderados, dignos de respeito, sensatos e sadios na fé, no amor e na perseverança”. Eles devem ser um exemplo de domínio próprio.

Então, no capítulo 2, versículo 6, ele fala aos homens mais jovens e diz: “Da mesma maneira, encoraje os jovens a serem prudentes”. Na verdade, essa é a única característica mencionada em relação aos homens mais jovens.

Então, no capítulo 2, versículo 12, há algo que deve caracterizar todos os crentes. Leia comigo a partir do versículo 11 do capítulo 2.

“Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras.”

Então, vimos que presbíteros, homens mais velhos, homens mais jovens, todos os crentes devem ter essa qualidade de autocontrole.

Agora chegamos à passagem em Tito 2:4-5 que é o nosso foco em relação às mulheres mais velhas e mulheres mais jovens. O versículo 4 nos diz que as mulheres mais velhas devem treinar as mulheres mais jovens.

Anteriormente vimos a palavra “treinar”, sophronidzo. Essas mulheres devem ser treinadas para terem autocontrole, para serem sensatas, terem uma mente sã, para voltar ao bom senso. É parte da palavra treinamento; e mesmo que você não veja a palavra autocontrole aqui, ela se refere a autocontrole.

O que elas devem ser treinadas para fazer? “Amar o marido e os filhos” (versículo 4) e depois “ter domínio próprio” (versículo 5). Nosso foco será na palavra Autocontrole neste estudo e nos próximos.

Nesta passagem, o apóstolo Paulo está falando para mulheres mais velhas e para mulheres mais jovens. O que ele está dizendo para mulheres mais velhas?

Vocês precisam ser um exemplo de autocontrole. Temos que liderar pelo exemplo e não podemos exemplificar o que nós não somos. Você não pode discipular alguém que possui maturidade espiritual maior do que a sua. Mas além de ser um exemplo, você deve ser intencional ao treinar mulheres mais jovens para que tenham autocontrole.

O que ele está dizendo para as mulheres mais jovens? Vocês devem cultivar o autocontrole e devem fazer isso enquanto são jovens. Quantas de vocês gostariam de ter aprendido a ter mais autocontrole quando eram mais jovens? Você sente que há algumas batalhas que não teria hoje se tivesse conseguido se controlar mais, quando era mais jovem? Eu pensei nisso várias vezes enquanto lutava com esse conceito aqui de Tito 2.

Como uma mulher que está envelhecendo, eu diria agora para vocês mulheres mais jovens: “Levem a sério o cultivo dessas qualidades antes que os hábitos sejam formados em sua vida, maus hábitos que são difíceis de quebrar”.

Vamos a uma pequena lição de grego. Eu não sou uma estudiosa de grego. Na verdade, nunca tive aulas de grego, mas existem ferramentas maravilhosas na Internet e outros recursos disponíveis.

Quero ensinar uma palavra a vocês e tentar passar um conceito sobre toda essa ideia de autocontrole. A palavra aqui traduzida como autocontrole na versão padrão (Standard) em inglês é a palavra grega sophron.

Na versão Standard e na Nova Versão Internacional, ela é traduzida como “autocontrole”. Se você tem uma Bíblia King James ou New King James, essa palavra é traduzida como “discreto”, ser discreto. Se você tem uma Nova Versão Transformadora, ela é traduzida como “sensata”. Autocontrolada. Discreta. Sensível. Prudente.

A versão King James traduz esta mesma palavra grega sophron de três maneiras diferentes apenas no livro de Tito. Em um lugar ela é traduzida como “sóbria”. Em outro lugar é traduzida como “temperada” e aqui é traduzida como “discreta”.

Você pode perguntar: “Por que existem tantas traduções diferentes para essa mesma palavra grega?”

Existem algumas outras traduções que você encontrará com outras palavras como sóbria, de mente sã. Tenho lutado com isso em meus estudos e confesso: “Isso é muito confuso. Por que existem tantas palavras diferentes? O que essa palavra realmente significa?”

Creio que a razão de haver tantas traduções diferentes é porque sophron é uma palavra que tem muito significado e isso é difícil de capturar em apenas uma palavra. As palavras em inglês ou português dão nuances ao significado, mas não captam todo o significado, então vamos dar uma olhada em alguns dos diferentes aspectos do significado de sophron.

Em primeiro lugar, a palavra não é a mesma palavra grega usada para autocontrole quando falamos sobre o fruto do Espírito em Gálatas 5. Pretendo fazer uma série sobre o fruto do Espírito e esse tipo de autocontrole algum dia. É um conceito relacionado.

Mas tenho meditado sobre todo esse conceito de sophron, autocontrole como vemos em Tito 2. Tenho pensado muito sobre isso enquanto me preparo para esta série. Tenho refletido sobre isso, ponderado e pedido ao Senhor que me dê discernimento e compreensão. Nos últimos dias, sinto que o Senhor tem aberto meus olhos e meu coração para um novo nível de compreensão. Tem sido muito desafiador e tem aberto meus olhos para dificuldades em minha própria vida sobre sophron.

Sophron, autocontrole, tem a ver com uma mentalidade. Um estado mental. Sophron é o que nos permitirá viver uma vida com autocontrole em nosso comportamento, mas começa com uma mentalidade, uma mente sã, uma mente sadia. É um estado mental sophron que nos permite refrear nossos desejos carnais. Um estado mental sophron resultará na prática do autocontrole em todas as áreas de nossas vidas, em nossa língua, nosso comportamento, nossos hábitos, autocontrole sexual, tudo isso fluirá de uma mente sophron.

Vou me alongar nesta palavra por mais tempo do que pretendia nesta série. Achei que poderíamos fazer isso em apenas um estudo, mas na verdade vou acabar fazendo mais porque passei a acreditar que esse é um assunto crucial.

Por que o apóstolo Paulo fala sobre isso seis vezes no livro de Tito, que tem apenas três capítulos curtos? Porque é crucial e o Senhor tem falado à minha própria vida, como já mencionei.

Estou começando a perceber que muitas das minhas lutas e fracassos pessoais na vida cristã estão relacionados à minha necessidade de ser mais sophron, então quero compartilhar com vocês um pouco da minha própria jornada nesta palavra e ajudá-las a tentar compreendê-la melhor.

A palavra sophron vem de duas palavras. A primeira palavra, portanto, vem de sozo, que significa “salvar”, ou de soas, que significa “sã”, e depois phren, que significa “mente”. Significa ter uma “mente salva” ou uma “mente sã, sadia”.

É uma pessoa que age como se sua mente tivesse sido salva. Que têm uma mente sã, que está em sã consciência, espiritualmente falando.

Mencionei anteriormente nesta série que a última parte de sophron, a palavra phren, é na verdade a palavra grega moderna para freios em seu carro (os freios do carro). Você já teve a experiência de ver os freios do carro falharem?

Imagino que deva ser muito assustador, especialmente se você está indo muito rápido em uma rodovia e um caminhão para de repente na sua frente e seus freios falham ou se você está descendo uma encosta íngreme e seus freios falham. Você quer que seus freios funcionem se estiver no carro para se sentir seguro; se não funcionarem, você estará em apuros.

Pensando nisso, muitas mulheres estão em apuros hoje, enrascadas, porque seus freios não funcionam. Quero dizer, os freios de seus pensamentos, da sua língua, de suas atitudes e humores.

Uma pessoa que é sophron sabe pisar no freio, sabe parar, sabe dizer não e quando dizer não. Uma pessoa que é sophron reprime seus desejos e impulsos.

De acordo com o dicionário Bíblico Vine, essa pessoa é autocontrolada, autodisciplinada. Ela exercita seu autocontrole que governa todas as paixões e desejos. Ela governa suas paixões e desejos.

Uma pessoa que pensa corretamente é sophron e essa pessoa desenvolveu a habilidade de governar e disciplinar a si mesma, sua mente, suas paixões, afeições e comportamento. Ela voluntariamente impõe limitações à sua liberdade (The Complete Word Study Dictionary).

É a capacidade de se autogovernar; de pisar nos freios em sua vida, suas paixões, instintos, mente, comportamento e seus afetos; assim, existe a capacidade de resistir às tentações, resistir à atração e ao fascínio do mundo, por ter um sophron, uma mente sã.

Outros comentaristas descrevem essa palavra como “sensata”. Sensato, alguém que demonstra bom senso. Você fala sobre uma jovem sensata, ela é sophron; ela é sábia.

Outro comentarista diz que é “aquele autogoverno interno habitual, com seu domínio constante sobre todas as paixões e desejos” (Dicionário Vine). É aprender a pisar no freio.

De acordo com William Barclay, sophron descreve “alguém com a mente que tem tudo sob controle… aquela força mental purificadora e salvadora que aprendeu a governar cada instinto e paixão até que cada um esteja em seu devido lugar”.

As crianças que foram capazes de olhar para o marshmallow na mesa e esperar para comê-lo, atrasar aquele prazer para esperar o homem voltar, aquelas que conseguiram conter e controlar aqueles impulsos, tinham uma mente sophron. Não em um sentido redimido, mas elas estavam exercendo autogoverno, autocontrole, foram capazes de dizer não, capazes de esperar, de realizar seus desejos mais tarde.

Existem tantas mulheres em nossa cultura e em nossas igrejas hoje (e muitas vezes isso é verdade para nós mesmas) que estão fazendo escolhas tolas e destrutivas e justificando essas escolhas. Eu ouço algumas das coisas mais bizarras justificadas e defendidas, até mesmo por mulheres cristãs. Como por exemplo abandonar seus maridos, seus filhos. As mulheres se metem em coisas muito malucas hoje.

Se pudéssemos rastrear essas atitudes, creio que chegaríamos à conclusão de que é porque elas não foram sophron em pequenas coisas. Elas não tinham uma mente sã, não se autogovernavam, não pisavam nos freios.

Veja bem, a maioria das mulheres não levanta da cama uma manhã e diz: “Acho que vou sair e ter um caso com um cara do trabalho hoje”. Elas cederam em uma série de coisas que não cederiam se estivessem com suas mentes sãs. Elas não agiram com sensatez, não pisaram no freio.

Em várias situações sucessivas, elas tiveram a oportunidade de comer o marshmallow ou esperar (de dizer sim ou dizer não) e comeram o marshmallow. Elas disseram: “Eu vou comer, é só um marshmallow. Não é grande coisa. É uma coisinha de nada. Só vou dizer oi. Só tenho que ter cuidado. Não é um caso”.

Elas não foram sophron, sensatas nas pequenas coisas. Elas fizeram concessões aparentemente pequenas e acabaram nessas circunstâncias e situações desastrosas.

Costumo dizer sobre meu próprio pensamento: “Quando se trata de emoções e do seu estado mental, se você der às ideias erradas um dedo, quando vê já levaram a mão”. Acho que, qualquer uma de nós seria louca se deixasse a mente vagar livremente pois ela acabaria por pousar em locais doentios e insalubres.

É por isso que precisamos ser sophron. Sophron é o que nos mantém sãs, estáveis, funcionais, sábias e sensatas. É ter uma mente sã.

Se você não tem uma mente sophron, uma mente sã e autocontrolada, eventualmente, você se encontrará vivendo e realizando coisas que pensou que nunca faria, dizendo coisas que nunca pensou que diria, agindo de maneiras que você nunca pensou que agiria. Não adianta apenas observar o comportamento, temos que rastreá-lo até a sua origem. Pensar: “Qual pensamento não era bom? Quando eu deveria ter pisado no freio em minha mente?”

Sophron é crucial para as outras características que estão em todo este currículo que estamos vendo em Tito 2. As mulheres devem amar seus maridos e seus filhos. Elas devem ser puras, trabalhar em casa, ser gentis, submissas a seus próprios maridos e, bem no meio disso, você tem o autocontrole, o sophron.

Se você não tiver uma mente sã, não será capaz de fazer essas outras coisas. Você não será capaz de amar seu marido quando ele não for digno de amor.

Sua mente a levará por um caminho que dirá: “Eu mereço uma pausa. Eu preciso falar o que penso. Eu mereço ser egoísta depois da maneira como ele me tratou.” Você vê como uma mente doentia irá impedi-la de amar seu marido, quando você for testada?

Se você não tiver uma mente sã, não será capaz de amar aquelas três crianças em idade pré-escolar quando estiver chateada e dormindo muito pouco à noite… ou aqueles três adolescentes que estão desafiando a sua sanidade mental.

Você precisa ter essa mente sã, esse pensamento autocontrolado. Se não tiver, não será capaz de ser pura. A falta de uma mente sã e discrição resultará em falta de castidade moral. Você não será casta se não tiver uma mente sã.

Se você não tiver uma mente sã, afetará sua motivação e sua capacidade de cumprir suas responsabilidades básicas em casa. Quantas de nós às vezes olhamos em volta para a bagunça, a desordem e o caos em nossas casas e pensamos: “Não dá! Não consigo lidar com isso!” Daí, nós desconectamos as nossas mentes, as emoções ou nos desconectamos até fisicamente. Tudo porque não tínhamos uma mente sã.

Se você tem filhos, o trabalho nunca termina? Lavar roupa, limpar, recolher brinquedos, cozinhar, uma coisa após a outra, bagunça após bagunça e se você não tiver uma mente sã, vai enlouquecer. Você não terá motivação ou capacidade para trabalhar em casa, para administrar bem sua casa, como Tito diz que devemos.

Se você não tiver uma mente sã, não será capaz de ser gentil com as pessoas que não são gentis com você. Se você não tiver uma mente sã, certamente não conseguirá ser submissa ao seu marido, se não tiver autocontrole e seu pensamento não estiver enraizado na Palavra e nos caminhos de Deus.

Então, sophron tem a ver principalmente com um estado de espírito, uma mentalidade, uma atitude mental; mas isso afeta toda a nossa maneira de viver. É uma mentalidade sensata e sólida e resulta em um comportamento sensato e sólido.

Você já olhou para alguém que está fazendo algo fora do comum ou inapropriado e pensou: “Por que fulana fez isso?” Ou talvez você olhe para si mesma e pense: “Por que eu fiz isso? Por que comprei impulsivamente aquilo que não preciso e que nem sei onde vou guardar? Por que disse aquilo? Por que aquelas palavras saíram da minha boca? Por que eu reagi de forma positiva às investidas daquele homem? Por que eu comi aquilo se eu já estava satisfeita?”

A razão pela qual fazemos certas coisas e a razão pela qual vemos certas pessoas fazendo certas coisas, é pela falta de uma mente sã. Elas não estão pensando direito.

Comportamento irracional, comportamento compulsivo, impulsivo, instável, carnal, todas essas coisas que se manifestam são evidências de uma mente que não é sã, porque “como (o homem) imagina em sua alma, assim ele é” (Provérbios 23:7 NVI). É por isso que a batalha começa na mente e é por isso que Deus diz que você deve ter uma mente sã; você tem que pensar direito.

Uma mente instável resultará em um comportamento instável. Uma mente sã resultará em um comportamento saudável. Uma mente disciplinada resultará em um comportamento disciplinado e piedoso.

Lembra que no início dos estudos falamos sobre a sã doutrina? Esse é o ponto de partida para uma mente sã e é por isso que Paulo diz em Tito 1:9 que os presbíteros devem ensinar suas congregações a conhecer a sã doutrina.

Então ele diz no capítulo 2, versículo 1, agora você deve “falar (coisas que estão de acordo) com a sã doutrina”. Você deve ensinar coisas que se encaixem na sã doutrina. Se você tem uma sã doutrina, isso produzirá um pensamento são, uma mente sã; e se você tiver uma mente sã, isso produzirá uma vida sã, sábia e piedosa.

Durante meus estudos, acabei me questionando o quanto do nosso comportamento é irracional, errático, fora de controle ou inapropriado. Coisas que dizemos e fazemos que são compulsivas ou impulsivas? Ou que olhamos e dizemos: “Por que fiz isso? Por que as pessoas fazem isso?”

Acho que às vezes nos concentramos demais em tentar mudar ou interromper o comportamento, quando o apóstolo Paulo está dizendo aqui: não, você precisa voltar e descobrir que tipo de pensamento produziu esse tipo de comportamento.

Por que você atacou seu marido? “Bem, é porque ele fez tal coisa.” Não, não é porque ele fez o que quer que seja. É porque você não teve uma mente sã.

Por que você perdeu a paciência com seu filho? “Ah, se ele não tivesse passado manteiga nos móveis da sala ou enchido a secadora de água, eu nunca teria feito isso”.

O que você está falando? “Meu filho de três anos me deixou louca!”

Não. O que aconteceu foi que o comportamento do seu filho de três anos trouxe à tona e revelou que você não estava tendo uma mente sadia.

Então, se quisermos mudar o comportamento, se quisermos lidar com esses vícios, com esses impulsos fora de controle, desejos e concupiscências da carne, temos que voltar e verificar nosso pensamento e nos certificar de que ele é sólido e está enraizado na sã doutrina, nos caminhos e nas Palavras de Deus.

Por isso é tão importante que você encha sua mente e seu coração com a Palavra de Deus, a Bíblia; que você medite nela dia e noite; que você esteja sendo doutrinada com a Palavra de Deus, que então moldará, transformará e renovará sua mente e a partir disso surgirão comportamentos, palavras, hábitos e padrões em sua vida que serão sábios, corretos e piedosos.

Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth voltará para orar.

Todas nós precisamos orar para que tenhamos uma mente sã. Nesta série temos abordado várias questões práticas, como uso e abuso de álcool; amar nossos maridos; e hoje, como ser uma mãe através do poder de Deus. Agora, Nancy, sei que você costuma aconselhar as jovens mães a aprender a Palavra de Deus enquanto os filhos ainda são pequenos.

Nancy: Sempre dou esse conselho. Certa vez, dei essa sugestão a uma jovem família e essa mãe levou esse conselho a sério. Na época, ela tinha filhos muito pequenos, ainda bebês. Mas ela começou a ler a Bíblia todos os dias com aquelas crianças, começando em Gênesis 1:1 e continuando dia a dia por toda a Palavra de Deus.

Agora essas crianças estão prestes a entrar na idade adulta e esta mãe ainda lê a Bíblia para elas todos os dias. Eles passaram por toda a Bíblia várias vezes.

Essa mãe, Carrie Ward, escreveu um livro sobre a sua história. Então, veja como isso pode dar frutos.

Raquel Anderson:  Obrigada Nancy. Como você reage sob pressão? Deus pode ajudá-la a aprender a pensar rápido. Veremos isso no próximo estudo. Agora, vamos orar com a Nancy.

Nancy: Senhor, queremos ser mulheres de mente sã. Há tantas mulheres neste mundo hoje que não estão pensando direito, que estão pensando de forma tola e vivendo de forma tola.

Quantos casamentos e lares estão sendo devastados e destruídos por causa de mulheres que não pensam e não vivem corretamente? Não estou dizendo que os homens não fazem parte disso, mas, Senhor, nós, como mulheres, temos que assumir a nossa responsabilidade e dizer que muito do alvoroço e do caos que existem em nossos lares geralmente ocorre porque não pensamos de forma sã.

Por isso, oro para que, nos próximos estudos, o Senhor nos ajude a entender o que é ter uma mente sã e nos mostre como obtê-la. Transforma as nossas mentes. Obrigada por termos a mente de Cristo.

O Senhor não nos deu um espírito de medo, mas de amor e uma mente sã. Então, Senhor, oro para que o Senhor nos renove por dentro e por fora e que nossas vidas e nossos pensamentos estejam enraizados na sã doutrina e que nossas famílias e aqueles ao nosso redor vejam os resultados disso. Eu oro em nome de Jesus, amém.

Raquel: O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth chama mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.


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