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A Transformação de Jackie Hill Perry – Ep4: Aceitando a benção de ter filhos

Publicadas: jun 20, 2024

Raquel Anderson: Quando Jackie Hill Perry ficou grávida de sua primeira filha, ela estava lutando para ver o bebê como uma dádiva. Ela ouviu o Espírito Santo falando ao seu coração.

Jackie Hill Perry: “Você não pode dizer que quer que Eu receba a glória de sua vida e depois andar por aí irritada com os caminhos que Eu escolho para você. É tipo, se você quer que Eu seja exaltado e glorificado, então me deixe ser Senhor nessa área.”

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mentiras em que as Mulheres Acreditam, na voz de Renata Santos.

Se você tem crianças pequenas em casa esse episódio inclui uma discussão sobre alguns temas adultos. 

Jackie Hill Perry passou por muita dor quando criança. Ela cresceu sem um pai, foi molestada e se envolveu em relacionamentos homossexuais quando ainda estava no ensino médio. Quando ela conheceu a Jesus, Ele imediatamente a convenceu do pecado e começou o processo de transformação de seu coração, mas ela teve que passar por uma fase de crescimento e cura.

Ontem ouvimos como Deus está usando o casamento de Jackie com Preston Perry para torná-la mais parecida com Jesus. Nancy e Jackie estão aqui para continuar a conversa.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Então, Jackie, o Senhor está lidando com você sobre respeitar e honrar seu marido.

Jackie: Sim.

Nancy: E Deus está lidando com ele, e vocês dois estão mudando, estão se tornando mais e mais como Jesus. Mas ainda deve haver ocasiões em que… Bom,eu não quero criticar o Preston, porque poderia ser ao contrário.

Jackie: Sim.

Nancy: Quando ele é cabeça-dura ou faz algo que não é digno de respeito, ao lembrar de uma situação ou algo que poderia acontecer – porque toda mulher enfrenta isso – naquele momento, como você mostra respeito quando talvez você tenha sido ferida ou talvez ele não tenha lidado com algo da maneira mais sábia possível?

Jackie: Isso é algo que ainda tô pegando o jeito, porque, cara, lidar com a dor de um jeito amável não é meu forte, sabe? Minha reação natural é meio ruim. Normalmente, eu me fecho ao invés de falar sobre o que tá rolando. Às vezes, o Preston acaba me machucando sem querer. Tipo, ele nem sabia que tava fazendo besteira. Ele raramente age de propósito, mas ele é humano, então vai acabar errando.

Então, geralmente o que eu faço é me fechar ou orar. Mas eu me conheço e oro pra que Deus me ajude a responder de boa, sabendo que o Preston é só um ser humano. Ele não é perfeito como Jesus, mas tem o Espírito de Deus nele, então Deus vai ajudar ele a se arrepender quando for preciso.

Então, quando ele me magoa, ou eu fico calada, ou eu converso com ele. Tipo, eu digo: “Quando você fez aquilo, foi assim que me senti, e pareceu que você tava me transmitindo isso, ou pensando assim sobre mim,” ou algo assim. Dez vezes em dez, ele vai se tocar e pedir desculpas.

Nancy: Uau.

Jackie: Eu nem consigo lembrar de uma vez em que ele não tenha pedido perdão – mesmo que ele não tenha feito de propósito, ou não tenha visto assim. Ele se humilha naturalmente e diz: “Sinto muito que você se sentiu assim ou que minha resposta fez isso com você.”

A resposta dele sempre foi tão graciosa……  Preston é o primeiro a se arrepender em nosso relacionamento. Eu não sou a primeira a me humilhar. Eu não sou a primeira, mas tipo assim, a liderança dele nesse sentido me deu mais tendência a fazer o mesmo.

É difícil pensar em como Jesus me trata e depois ficar presa a atitudes mesquinhas ou pequenas. Cara, eu não consigo superar o fato de que Deus me perdoou por todos os meus pecados. Eu não consigo só esquecer ou deletar. Não há como eu olhar para o que Preston fez comigo, se ele pecar contra mim, e então dizer que estou certa em ser vingativa. Não há como você olhar para o evangelho e dizer isso.

Sou sempre convencida pela parábola do servo incompassivo. É tipo, cara, se você foi perdoado tanto assim, você tem que… Você tem que perdoar.

Então, geralmente é assim que faço, porque ele vai me machucar, e eu vou machucar ele. A gente faz isso o tempo todo – não com tanta frequência como antes, mas o evangelho extermina a forma como respondemos.

Nancy: E se você não responder da maneira do evangelho…

Jackie: O que geralmente acontece.

Nancy: Se você apenas se calar, se fechar, como isso muda o passo do que acontece?

Jackie: Em nosso relacionamento?

Nancy: Sim.

Jackie: Para mim, é prejudicial. Fico perdida nos meus pensamentos. Sou egoísta. Fico pensando nas piores coisas: “Ele fez isso por causa de…” Provavelmente não estou orando porque, se eu orar, então Deus vai, tipo, “Jackie, pare com isso.”

Normalmente, o que ele vai fazer é vir até mim e perguntar por que estou fechada. “O que há de errado? Fale comigo.” 

Normalmente sou muito orgulhosa e não quero falar com ele. Não é bom. Eu sei que não é certo e não é uma coisa boa.

Mas ele tem um jeito especial de me ajudar a sair do buraco. Preston faz uma piada ou faz algo bobo que me faz rir. Me irrita, mas ameniza o clima. Aí ele fala, “Me perdoe.” Ele geralmente faz isso.

Nancy: Então, Jackie, parece que não passou muito tempo depois de vocês se casarem que você entrou em contato comigo e me disse que estava esperando um bebê. Você estava esperando ficar grávida tão cedo em seu casamento?

Jackie: Estava. Não é raro, já passei por muitos momentos em minha vida em que algum tipo de transição está prestes a acontecer e sinto que o Senhor está me preparando pra alguma coisa.

Quando me mudei pra Los Angeles, senti isso. Quando me mudei para Chicago, senti isso. Com o bebê, o casamento tava marcado pro dia 1º de março e no dia 14 de fevereiro, Dia dos Namorados nos Estados Unidos, sentei com o Preston e disse: “Tenho orado, e sinto que Deus está direcionando a gente pra ter um bebê. Sinto que esse vai ser um motivo de luta, mas Deus vai dizer: ‘Não. Eu quero que esse bebê esteja aqui quando eu quiser’. Mas isso não significa que meu coração esteja pronto.”

Queríamos esperar um ano, mas isso não aconteceu. Engravidei provavelmente no quarto ou quinto dia da minha lua de mel, e não foi recebido com alegria, mesmo que eu já estivesse sendo preparada. Foi recebido com medo, irritação, e tudo isso porque senti que tinha muita coisa acontecendo. Estava fazendo poesia. Cara, eu tinha um álbum prestes a ser lançado. Estava viajando muito e eu queria passar um tempo com meu marido e que fosse livre de um filho.

Eu tive que reestruturar o meu pensamento para ver esse bebê como uma dádiva e não uma maldição, porque acho que a cultura e o mundo tinham moldado meu pensamento em relação a crianças como inconveniência.

Era tipo, se eu sentisse que Deus estava dizendo: “Você não pode dizer que quer que Eu receba a glória de sua vida e depois andar por aí irritada com os caminhos que Eu escolho para você. É tipo, se você quer que Eu seja exaltado e glorificado, então me deixe ser Senhor nessa área.”

Então Deus estava me dando um presente: outra pessoa pra espelhar Sua imagem e, pela Sua graça, exaltar Seu nome e Seu evangelho. E por que eu deveria ter vergonha disso?

Nancy: Jackie, vejo isso em você repetidamente, eu amo como quando você enfrenta uma circunstância difícil, e suas emoções estão gritando uma coisa, você as leva de volta aos caminhos de Deus. Você aconselha seu coração de acordo com a verdade, e deixa que isso mude o que você pensa, e então suas emoções seguem.

Jackie: Sim.

Nancy: Eu acho que você é um grande exemplo disso. Esta é uma área que é super difícil para muitas mulheres se não estiver de acordo com seus planos, seu tempo ou sua agenda. Então, o Senhor começou a lhe dar uma nova perspectiva… Eu te vi passar por isso.

Jackie: Foi difícil. Ouvi muito Aviva Nossos Corações, muito Voddie Baucham, esta é a área em que falam sobre crianças, e depois chegou a um ponto em que eu disse: “Está bem, Deus.”

Acho que tive outro desafio quando descobri que seria uma menina.

Nancy: Conte-nos sobre aquele dia.

Jackie: Senti que seria uma menina, e queria um menino.

Nancy: Por que você queria um menino?

Jackie: Pensei que seria mais fácil. Eu sabia que uma menina provavelmente seria mais um ajuste porque sempre me senti naturalmente mais confortável perto de meninos do que de meninas, de certa forma. Então, eu naturalmente não queria criar uma menina.

Quando a gente foi ao médico e ele mostrou o pequeno ultrassom, foi tipo, “Cara, é uma menina!” Voltei para casa naquela noite e chorei. Chorei porque estava com medo. Eu disse: “Deus, nem sei como ser uma mulher. Estou aprendendo a ser uma mulher. E agora o Senhor tá me dando uma mulher para criar.”

Eu tava aterrorizada com a ideia de que ela se tornasse tudo o que eu sou – o bom e o ruim. Parecia uma pressão e um peso muito grande, mas fui super encorajada pelo Senhor e tive a certeza que Ele ia me ajudar nisso também.

Então, agora sinto que é uma honra. Estou feliz por poder criar uma mulher nessa cultura que conhecerá a verdade. Estou com medo, porque a trajetória para onde estamos indo é insana para mim. Mas ao mesmo tempo, é como se Deus estivesse sendo gracioso, permitindo que ela fosse criada em um lar centrado no evangelho que eu não tive, que o Preston não teve.

Ela vai ter um pai. Ela vai ter uma mãe. Ela vai ter o evangelho. Ela vai ter uma comunidade de cristãos ao redor dela com verdade nesta cultura. Cara. Isso é incrível para mim. Tipo, isso é realmente incrível.

Desde já, vejo traços de liderança nela. Ela é um bebê, mas é tão assertiva e teimosa. Eu sei que são características de bebê, mas sinto realmente que ela é filha do Preston e minha. Vou ter que refinar isso, mas é tipo, “Deus, se me presenteaste esta menina com liderança e intensidade para o Seu evangelho, então quero administrar isso o máximo que puder para fazê-la…” Eu postei isso no Instagram uma vez: “Quero que ela seja uma mulher com uma espada na boca.” Eu só quero que ela seja assim.

Nancy: Se eu conheço você e Preston um pouco, e conhecendo a Deus, acho que isso vai acontecer.

Jackie: Eu também acho.

Nancy: Como a maternidade mudou você?

Jackie: Me amoleceu muito. Me tornou mais delicada, gentil. Não me considero uma pessoa gentil, mas acho que sou uma pessoa muito mais gentil do que era. Me tornou sensível às necessidades das pessoas. Sinto que servir a ela e a Preston. Matar muitas das minhas próprias liberdades, me fez mais atenta ao que as pessoas precisam.

Não sei se isso faz sentido. É como, “Você precisa de água?” Eu não sou uma dessas pessoas. A hospitalidade não é meu dom, mas acho que servindo a eles, estou ciente das outras pessoas de maneiras que não estava antes.

Me tornou mais necessitada de Deus, porque sinto que tenho menos tempo para estar com Ele tanto quanto gostaria ou tinha antes. Estar com ela e Preston e ter uma agenda tão ocupada, é como se constantemente eu tivesse que me ajustar para servi-los.

Preciso de Deus não apenas para manter meu coração onde quero estar com a minha família e eles serem a minha prioridade acima de qualquer outro compromisso. Se eles não me conhecerem em minha casa, se não me virem como mãe e esposa, tudo o mais não importa. Então preciso de Deus até para manter esta estabilidade à medida que mais portas e mais oportunidades se abrem para mim.

Então isso me mudou muito. Não sou mais a mesma pessoa.

Nancy: Deus a deu a você para ajudá-la a se tornar uma mulher verdadeira. Certo?

Jackie: Sim. Cara, é tão estranho ver, especialmente amigos meus. Eles sempre dizem que, quando me veem sendo mãe, é tipo “Jackie, você é tipo… uma mãe mãezona.”

Isso é tão contrário ao que eu era há dez anos – tão contrário. Então ela é apenas uma graça para mim, uma graça para Preston. Meu marido e ela desenvolveram a feminilidade em mim de maneiras que acho que a solteirice não teria feito. Isso não quer dizer que Ele não fará isso por outras pessoas, mas acho que, especificamente para mim, eu precisava deles.

Nancy: Ouvi você falar em uma conferência há pouco tempo, e você fala sobre sua visão e desejo para Eden.

Jackie: Sim.

Nancy: Você pode expressar isso?

Jackie: Eu só quero que ela seja uma mulher piedosa no sentido de, se ela for chamada ao celibato, quero que ela esteja determinada a servir a Deus ao máximo. Quero que ela sirva mulheres em sua igreja, sirva mulheres em seu local de trabalho, as capacite a amar a Jesus, amar seus maridos, respeitar a autoridade, se submeter aos maridos, à polícia. Quero que ela viva seu celibato para a glória de Deus, se esgotando de alegria.

Se isso significa ser missionária, que seja, se isso significa ser professora, que seja. Se isso significa ser política, que seja para a glória de Deus. 

Se ela for esposa, quero que ela ame e honre o marido dela, e espero que eu possa ser um exemplo pra ela nessa área.

Quero que ela não veja seus filhos como uma inconveniência. Não sei como o mundo vai estar lá na frente, mas quero que ela seja tão contrária à cultura. Imagino que daqui há vinte ou vinte e cinco anos, toda essa ideia vai ser ainda mais contracultural. Adoraria ver ela se posicionando contra a cultura da época.

Quero que ela seja uma contradição para que as pessoas vejam o evangelho. Cara, o evangelho é loucura para aqueles que estão perecendo. Quero que ela viva de tal maneira que as pessoas digam: “Por que você vive assim? Tipo, qual é a esperança em você?” Jesus!

Não quero que seja apenas, “Oh, minha mãe me ensinou isso.” Não! Quero que ela diga, “As Escrituras ensinaram minha mãe isso, e as Escrituras são a voz, a Palavra de Deus.” Quero que ela seja esse tipo de mulher.

Nancy: Falando sobre criar uma filha ou filhos nesta cultura, você mencionou que cresceu exposta a muitas coisas que provavelmente não gostaria de  ter sido, experimentando do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal logo cedo.

Jackie: Sim.

Nancy: Como você, como mãe, processa isso agora, pensando em seus filhos crescendo. Quanto protegê-los das coisas do mundo para preservá-los e, ainda assim, saber que eles vão ser expostos a coisas. Como você está pensando sobre isso? Sei que seus filhos, sua filha ainda é pequena e não chegou nessa fase ainda, mas como vocês estão se preparando?

Jackie: Sim.

Nancy: Mas se você estivesse conversando com pais, e seus adolescentes estão sendo expostos a muitas das coisas que estiveram em seu passado, pais cristãos, eles deveriam dizer: “Não veja nada disso?” Mas se eles veem, como lidar com isso? Fale com alguns pais que estão lutando com essas questões.

Jackie: Estou um pouco prematura nessa área, mas acho que, quando penso sobre isso, quero proteger Eden o máximo que puder, porque acho que isso é sábio como mãe. Uma certeza que tenho é que quero capacitá-la de tal maneira que, se ela for exposta a algo, ela saiba como pensar sobre isso de maneira bíblica.

Então, se ela tiver um pensamento ou uma ideia, ou assistir um programa de TV ou ver uma revista, podemos ter uma conversa.

  • O que você acha disso?
  • Como isso te faz sentir?
  • Como você deveria se sentir?
  • O que a Escritura diz sobre isso?
  • O que você acha que Deus faria?

Eu quero que ela seja capaz de processar isso de uma maneira bíblica porque a verdade é que ela vive no mundo, e o mundo é louco, e o inimigo é astuto. As maneiras como ouvi falar dele entrar nas casas são simplesmente loucas, mas acho que Deus é fiel ao mesmo tempo.

Então, acho que, como mãe, o que farei é tentar protegê-la o máximo que puder. Vou tentar capacitá-la a lidar com isso de maneira bíblica e piedosa. Até tentarei garantir que ela saiba que pode ser honesta conosco, sem vergonha. Quero que ela saiba: “Você pode conversar conosco. Até mesmo sua família é uma comunidade.” Não quero que ela tenha o hábito de se isolar ou se esconder porque o inimigo também causa estragos nisso.

Mas também, orando por discernimento. Deus é gracioso em fazer os pais ficarem alertas para situações que famílias que não tem a Deus nem imaginam. Minha amiga, Melody Fabian, que está nessa caminhada de maternidade comigo, é muito cuidadosa com os desenhos animados que suas filhas assistem, e quais casas podem ir, ela e o marido dela não permitem festa do pijama na casa de amiguinhos.

O ambiente é algo muito importante pra ela também, ela preza pela família. Então, acredito que tudo o que podemos fazer é capacitar nossos filhos a lidar com essas coisas de uma forma centrada no evangelho. Na minha percepção, isso é melhor do que mantê-los em uma bolha e não equipá-los para a guerra, porque é uma guerra! A gente tem que instrumentalizar os nosso filhos pra isso, de maneira sábia, é claro.

Nancy: Sim. Fale com alguém que é jovem, lutando contra atração pelo mesmo sexo. E até mesmo um cristão que tem dúvidas sobre isso, não quer tomar nenhuma atitude sobre isso, mas também não sente que pode conversar com convicção e honestidade sobre esse tema.

Eu sei que você não sabe quem é essa pessoa, e que essa é uma questão muito ampla e profunda para falar em momentos, mas quais são algumas das primeiras coisas que você diria para equipá-la com a verdade?

Jackie: Cara, eu diria a ela que ela é humana; que não é estranho sentir afeições desordenadas. Quando você olha para Gênesis 3, quando vê a história de Eva, entendo que ela sentiu um desejo genuíno por aquela árvore. Tipo, parecia… que ela seria capaz de tornar alguém sábio. Isso é um sentimento. Isso é uma afeição. Então isso faz parte de ser humano, o pensamento existe, mas você pode ser honesta com Deus em primeiro lugar. A gente tem que poder se abrir com o Senhor. “Deus, é assim que me sinto. É assim que estou pensando. Preciso que o Senhor me ajude.”

Quando você reconhece a sua necessidade, você pode ser honesta com Deus. Confessando os seus desejos a Ele, além disso, você precisa confessar a alguém que é sábio e pode te aconselhar ao passar por isso porque, mesmo que a gente tenha a Deus, que é grande, Ele é nosso Grande Sumo Sacerdote, Ele nos enviou outras pessoas. Ele nos enviou um corpo.

O inimigo causa estragos enormes com segredos. Tipo, ele realmente tem essa estratégia, deixar o segredo consumir a sua mente. Então quando a gente confessa, não é só pra que alguém saiba, mas pra sua própria segurança, pra sua própria proteção, pro seu próprio coração, porque não é bom entrar no hábito de guardar segredos no seu coração.

Mas eu também a incentivaria que não permita que a cultura molde sua identidade. Muitas das conversas que tenho com as pessoas, mesmo sendo crentes, se sentem de determinada maneira, se sentem atraídas pelo mesmo sexo, a cultura vai argumentar: “Se você se sente assim, então é isso que você é.”

As Escrituras dizem: “Você é quem é por causa do que Cristo fez. E você tem fé nisso.” Então, se você é um crente no Senhor Jesus Cristo, e você sabe disso porque você anda pelos frutos do Espírito, e você se arrependeu e acreditou Nele, e você se submeteu a Ele como Senhor, sua identidade é ser filho ou filha Dele. Você é uma nova criação em Cristo.

Esses sentimentos não te identificam; eles apenas existem. Mas porque você é filha Dele, você sabe que tem a capacidade e o poder avassalador de fugir e caminhar livre deles. Você não precisa se submeter a eles. Embora sejam tão reais quanto podem ser, sei por experiência própria, você não precisa se submeter porque não te fará feliz. Não fará nada por você além de escravizá-lo aos seus desejos e ao seu corpo. Mas Cristo nos chamou para sermos escravos da justiça.

Além de tudo isso, se banhando na Palavra. A gente precisa da Palavra, cara, para nossas mentes. A gente precisa de adoração, de oração, de tudo isso que ajuda a nos desvincular de mentiras. Eu literalmente diria tudo isso.

Nancy: Então, se você é essa pessoa na igreja, e uma jovem está vindo até você e diz: “Preciso andar na luz. Preciso ser honesta sobre essa luta com alguém,” e te dizem que estão lutando contra atração pelo mesmo sexo. Como você começa essa conversa? O que fazer ou não fazer quando alguém vem até você com essa luta?

Jackie: Também pergunto sobre muitas coisas: “Há quanto tempo você sente isso? Há algum gatilho?” Às vezes, você pode sentir isso se estiver perto de alguém ou se tiver assistido a alguma coisa ou ouvido a alguma coisa ou estiver passando por algo emocionalmente.

Então, vamos identificar um gatilho, se necessário. O que você faz sobre isso? Você só deixa os pensamentos acontecerem? Você liga para alguém? Você assiste a alguma coisa?

Eu pergunto a eles: “Quanto tempo você passa com Deus?” 

Tenho observado que pessoas que têm pensamentos como esses muitas vezes indicam uma grande falta de oração e contato com a Palavra. É isso que parece quando converso com elas, porque  dizem algo do tipo: “Bom… eu leio um trecho e depois sigo o meu dia.”

Mas você absorve a Palavra? Você passa tempo com Deus? Acho que quando você passa tempo com Deus, não significa que os pensamentos não venham, mas eles não têm tanto controle sobre a sua paz ou a sua alegria quando você está com o Senhor.

Então faço perguntas antes de responder. E esse tem sido o conselho que dou às pessoas também. É tipo assim, quando as pessoas confessam pecados, a gente não pode só começar a ministrar imediatamente ou só repreender.

“Bem, você sabe que 1 Coríntios 6:9-10 diz que estes não herdarão o reino de Deus.” Eu não sei se isso é útil se você ainda não ajudou a pessoa a processar suas próprias emoções antes de citar as Escrituras, porque o “porquê” muitas vezes pode ser uma coisa completamente diferente do que percebemos.

Então eu faço muitas perguntas tentando escutar por meio do Espírito Santo. “Deus, me ajude, me dê sabedoria para responder.” Às vezes eu só preciso ouvir. Às vezes só preciso orar. Outras vezes você pode identificar alguns hábitos pecaminosos que se manifestaram dessa maneira. Tipo, “O que você assiste à noite? Ok, provavelmente é por isso que você está lidando com isso. Vamos cortar isso e ver o que acontece em uma semana.”

Nancy: E, é claro, isso seria no caso de alguém que está lutando com essa questão e talvez queira sair ou se sinta convicto sobre isso.

Jackie: Sim.

Nancy: Eu tive vários amigos cujos filhos adultos jovens vieram até eles e disseram: “Eu sou gay.” Eles não estão neste momento arrependidos ou quebrantados ou lutando contra isso, até onde os pais saibam. Que palavra de encorajamento você teria para esses pais?

Jackie: Uma Escritura que amo para encorajar as pessoas é 2 Coríntios 4:3, e diz: “Mas se o nosso evangelho está encoberto, para os que estão perecendo é que está encoberto. O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.”

Depois vá para o verso 6: “Pois Deus que disse: “Das trevas resplandeça a luz”, ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.”

Quando você olha para este texto, vê que há um dilema de que alguém não pode ver o evangelho, não pode ver Cristo porque está cego. Você entende o que estou dizendo? O inimigo deste mundo cegou suas mentes. Eles não conseguem enxergar. Então, se eles não conseguem ver, eu não posso ajudá-los a ver. Mas no verso seis, diz que aqueles que conseguem ver é porque Deus brilhou a Sua luz em seus corações.

Então, o que isso faz, para um pai ou uma mãe, é aliviar o peso de sentir que você tem que mudá-los – como se fosse seu trabalho que eles se tornem crentes, como se fosse seu trabalho fazer com que eles vejam a verdade. É impossível para você fazer isso. Isso é algo sobrenatural.

Então, entendo esse versículo que diz tipo, “Cara, confie no Deus que Se revelou a você pra fazer o mesmo por eles.” Você tem que acreditar que Deus vai salvar quem Ele quiser salvar e que Ele é mais do que capaz pra isso. Mesmo que externamente você veja que eles estão rejeitando a Deus, internamente pode estar rolando uma luta e você não sabe.

Então, primeiro: Confie em Deus pra realizar a obra. Sente-se diante Dele e ore, e deixe Ele fazer o trabalho. Também orar por sabedoria.

Como pais muitas vezes a gente não sabe o que fazer nessas circunstâncias, mas Deus conhece nossos filhos melhor do que a gente, porque Ele é Deus. Então a gente precisa da sabedoria dEle pra navegar nessas situações.

A gente pode ler livros, conversar com pessoas que já foram gays, conversar com professores, mas a gente também precisa da sabedoria do Espírito Santo para lidar com essas situações.

E estar disposto a permanecer na tensão se eles não querem ouvir você, não estar bem a ponto de ser passivo, mas estar bem para confiar em Deus para fazer a obra.

Segundo, envolva-se em conversas. “Por que você sente o que sente? Quando começou a fazer isso?” Fale com eles. Processe com eles. E até mesmo orando, “Deus, existem maneiras em que meu comportamento não está exaltando o Seu caráter de tal forma que seja pouco atraente?” Você entende o que estou dizendo?

Nancy: Sim.

Jackie: Tipo, “Como posso viver de tal maneira em que o evangelho seja belo para eles, onde veem que Tu és melhor?”

E claro, essa é uma forma de viver independentemente se seus filhos são gays ou não. Há um livro chamado “Messy Grace” (Graça bagunçada, em tradução livre – ainda não disponível em português), de Caleb Kaltenbach, que acabei de ler. Ele é pastor na Califórnia, e foi criado por pais gays, então ele entende essa tensão mais do que a maioria das pessoas.

Nancy: Sim.

Jackie: Eu recomendo esse livro e claro, Christopher Yuan e todo o seu conteúdo online.

Raquel: Jackie Hill Perry tem conversado com Nancy DeMoss Wolgemuth sobre a beleza de uma vida transformada. Mesmo quando o processo dessa transformação é confuso ou complicado. 

Nancy: É evidente, depois de tudo o que ouvimos hoje, que Jackie Hill Perry tem uma mensagem de vida incrível sobre o poder de Deus para nos libertar das mentiras que podem nos prender. 

Raquel: Jackie Hill Perry diz: “Se Deus pôde te salvar, com certeza Ele pode salvar aqueles que você considera estarem além da Sua graça.”

Jackie: A gente precisa entender que a conversão é um milagre, não importa quem seja. É um milagre. A gente tem que ter fé por essas pessoas, a gente tem que orar com uma fé louca e acreditar que Deus pode mudar almas. Foi isso que Ele disse que faria. Ele vai salvar pessoas.

Raquel: Ouça mais sobre Jackie amanhã, aqui no Aviva Nossos Corações. Jackie também escreveu um livro, compartilhando um pouco mais sobre a sua história. O livro chama-se “Garota gay, bom Deus – a história de quem eu era e de quem Ele sempre foi” disponível no nosso site.

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O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.

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