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Adornadas Ep. 35: Nosso objetivo é criar nos nossos maridos, filhos, vizinhos, visitas, um desejo pelo nosso lar final no céu.

Publicadas: nov 13, 2023

Nancy DeMoss Wolgemuth: Você já pensou sobre o fato de que O Próprio Deus é um “dono de casa”?

Raquel Anderson: Esta é Nancy DeMoss Wolgemuth.

Nancy: Ele tem um coração voltado para o lar. Deus é um “dono de casa”. Deus está no negócio de cuidar do lar. E não só Deus, o Pai, mas também, o Filho, é um “dono de casa”.

Pense sobre a noite antes de Ele ser traído, Jesus disse aos seus discípulos: “Vou (fazer o que?) preparar-lhes lugar.” (João 14:2) Jesus, o supremo “dono de casa”.

Raquel Anderson: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos. 

Nesta série sobre Tito 2, Nancy tem ensinado sobre o que Paulo escreveu quanto às mulheres estarem ocupadas em casa. O que exatamente isso significa?

Bem, Nancy já falou sobre essa passagem e se você perdeu alguma coisa, você pode ouvir o podcast da semana passada no site do Aviva Nossos Corações em www.avivanossoscoracoes.com

Nancy: Quero usar só mais este episódio para falar sobre as mulheres estarem ocupadas em casa ou serem donas de casa, porque este é um trabalho que é muito desrespeitado e pouco valorizado por muitos em nossa cultura. Não sei o valor que você dá ao trabalho feito no lar com sua família, o cuidado que tem com os seus, a ministração às suas necessidades, mas quero que você se sinta encorajada.

Nós falamos sobre o que isso não significa e o que significa, então se você tiver perguntas, dê uma olhada nos episódios anteriores.

Mas, lembre-se de que isso faz parte das instruções de Paulo a Tito, de que ele deve instruir as mulheres mais velhas para que ensinem o que é bom para as mais jovens (essas mulheres que estão no momento da vida em que precisam cuidar dos filhos e orientá-los) e que as oriente, entre outras coisas a estarem ocupadas em casa ou serem boas donas de casa.

E nós dissemos que isso não significa que elas não fazem mais nada. É uma orientação para um período específico da vida e é apropriado dependendo das necessidades de sua família a qualquer momento. Também dissemos que esse cuidado é muito importante não só para nós e nossas famílias, mas para o Evangelho e para a maneira com que outras pessoas enxergarão o Evangelho. Vamos falar um pouco mais sobre isso hoje.

Vou começar contando uma história um pouco triste, mas que tem um final feliz, de uma amiga cujo desprezo por seu lar quase custou seu casamento. Ela me escreveu um e-mail contando sobre isso. Vou chamá-la de “Helena”. Ela compartilhou comigo como suas opiniões sobre o trabalho doméstico foram distorcidas desde que era criança. Ela disse:

“Só a menção da palavra doméstica, do lar, costumava me fazer tremer. Para mim significava uma vida de tédio, trabalho penoso, falta de gratidão e até escravidão. Com certeza não era algo que eu via para o meu futuro, muito menos desejava.”

Sei que muitas de vocês podem se identificar com esse tipo de criação. Vocês já tiveram esses pensamentos? Algumas de nós concordam rapidamente e algumas têm dificuldade de admitir. Existem muitas mulheres em nossa cultura que se sentem desta maneira e que tiveram esse mesmo background. Ela continuou a falar o seguinte em seu email:

“Mesmo que a minha mãe e minhas avós tenham sido só donas de casa, eu nunca testemunhei a alegria e a liberdade que este chamado pode ser para uma mulher. O que eu me lembro de ver, era serviço sendo feito por dever, não uma alegria em servir. Minha mãe era uma dona de casa terrível, ela só limpava quando a sujeira se tornava insuportável, lavava a louça só quando tinha mais pratos sujos que limpos e lavava a roupa só quando nós não tínhamos mais roupas limpas.

Quando eu e o João nos casamos, eu ainda tinha essa forma errada de ver as coisas. Eu não gostava de ser uma esposa. Eu me lembro de tentar, mas era apenas por causa de uma sensação de dever em vez de ter um coração que se agradava de servir e abençoar o meu marido.”

Quando sua filha tinha 7 anos, Helena foi convidada a ajudar com um ministério local por meio período. Ela estava pronta para deixar a casa para trás, para escapar da frustração que experimentava em casa, e ela queria achar outra forma de canalizar sua energia. Então, ela rapidamente aceitou ajudar e achou que seria incrível.

Ela me escreveu:

“Eu me apaixonei pelo meu trabalho instantaneamente. Eu só trabalhava quando minha filha estava na escola, então o horário era perfeito. Mas, na verdade, algumas vezes eu me ressentia de ter que parar de trabalhar para pegá-la na escola ou de ter que ficar em casa com ela quando ela estava doente.”

Então, depois de alguns anos, sua filha se tornou uma jovem adulta. E Helena disse:

“O ministério se tornou a minha vida (para mim, parece que se tornou um deus). Eu ficava lá por longas horas, até ia em meus dias de folga. Eu não pensava em passar tempo com meu marido, em ajudar a fazer a comida ou a lavar a roupa. Ele fazia tudo isso sozinho. E eu pensava que estava fazendo exatamente o que precisava fazer, o que eu amava fazer.”

Então, ao ouvir isso – e tem mais na história – você percebe a sedução? Você já sentiu isso você mesma? Você consegue ver as justificativas que levaram Helena a negligenciar as necessidades de seu marido e de sua filha e a ignorar os sinais de alerta de que esses relacionamentos estavam se deteriorando?

E enquanto isso acontecia, ela focava a maior parte de sua atenção em outras tarefas e relacionamentos que ela gostava mais. E, vejam que foi tudo em nome do serviço cristão, que é algo muito bom, não é mesmo? Então, ela estava se auto justificando, não estava vendo, não estava percebendo o dano que estava causando ao seu marido, à sua filha, ao seu lar.

Finalmente, um dia seu marido que era tranquilo e fácil de lidar, disse: “Pra mim já deu”. Helena me escreveu dizendo:

“João ficou cansado de ser usado, abusado e negligenciado e achou alguém que, na época, gostava de servi-lo e agradá-lo e queria ficar com ele. E ele gostou disso.”

Eu fazia parte da vida dela quando tudo isso estava acontecendo. Então, num piscar de olhos, João foi embora, correu para os braços da outra mulher. E, é claro, Helena ficou arrasada. Essa foi uma consequência não planejada de anos de escolhas. E, todo esse tempo, ela pensou que estivesse fazendo a vontade de Deus. Aos olhos da maioria das pessoas de fora, ela era, sem dúvidas, a parte inocente naquele casamento quebrado. Mas, nos meses seguintes, seus olhos começaram a se abrir e ela conseguiu enxergar que estava destruindo seu lar ao invés de construí-lo.

Bom, eu gostaria de deixar claro que não há qualquer justificativa para as escolhas pecaminosas do marido dela. Ele sabe disso, e seria o primeiro a admitir isso hoje. Mas, sem justificar as escolhas pecaminosas dele, e sem colocar a culpa pelas escolhas pecaminosas dele em sua conta, Helena começou a aceitar a responsabilidade por suas próprias escolhas, por desvalorizar e negligenciar seu marido, sua filha e seu lar.

Foi um processo longo e difícil que envolveu a disciplina da igreja também. Mas, o Espírito Santo fez um trabalho milagroso nos corações do João e da Helena, que, no fim, se reconciliaram e Deus deu a eles dois o dom do arrependimento e um novo conjunto de amores, afeições e prioridades. Eles começaram, aos seus 40 anos de idade, a reconstruir seu relacionamento e o lar que Deus tinha planejado para eles aproveitarem anos antes.

Se não me engano, o aniversário de casamento deles é na véspera do ano novo. Alguns amigos e eu vamos a um restaurante que gostamos na véspera de ano novo e constantemente encontramos esse casal comemorando outro aniversário. Eles agora estão casados, acho que há 40 e poucos anos, e amam a companhia um do outro. Tem sido muito, muito bom ver Deus redimir esse relacionamento.

Mas pensem no que eles perderam durante todos esses anos em que seus corações estavam longe de casa.

E, por favor, não se percam aqui. A lição na história da Helena não é a importância de cozinhar e lavar para a família. Não é um aviso contra trabalhar ou se envolver em um ministério fora de casa. É apenas um lembrete de que na economia de Deus e em Seu plano sábio, algo vital se perde quando negligenciamos o nosso chamado para o lar.

Não quero dizer que exista apenas uma “receita de bolo” para aplicar a prioridade de Deus no lar. Em cada época da vida essa prioridade será diferente. Eu posso parecer repetitiva, mas é porque quero que vocês entendam bem isso. Nós, como mulheres Cristãs, podemos ser muito críticas com pessoas que tomam decisões diferentes das nossas, e que estejam no mesmo momento de vida que estamos. Isso é muito evidente na blogosfera. 

Tenho certeza de que vamos receber mensagens sobre essa série dizendo: “Você não foi dura o suficiente neste assunto”, ou “Você deveria ter sido mais rígida com aquilo”. Vou ouvir, aprender e quero ser corrigida. Eu acredito que o que eu estou dizendo é verdadeiro de acordo com as Escrituras, mas nós precisamos ter cuidado. Nós não somos o Espírito Santo e não podemos falar para alguém que esteja em uma fase da vida parecida com a nossa, que ela deva proceder de determinada forma.

Entretanto, se eu soubesse o que estava acontecendo na vida da minha amiga Helena mais cedo, não teria sido errado me sentar com ela e falar: “Isso é o que eu estou vendo. Eu tenho algumas preocupações em relação a isso. Você está dando a atenção necessária ao seu lar e investindo nele e em seu relacionamento com o João e com a sua filha?” Nós podemos fazer essas perguntas, mas depois precisamos deixar a pessoa refletir e o Espírito Santo mostrar o caminho para sua vida nesse momento.

Ao pensarmos sobre termos um coração voltado para o lar, é importante refletir no seguinte: Você algum dia já pensou sobre o fato de que o próprio Deus é um “dono de casa”? Ele tem um coração voltado para o lar. Vemos isso por toda a Bíblia.

O Salmo 90:1 fala sobre Deus ser “o nosso refúgio, sempre, de geração em geração”. Ele é o nosso lar.

O Salmo 68:5 diz: “Pai para os órfãos e defensor das viúvas é Deus em sua santa habitação.”

Deus dá um lar para os solitários. Ele tem um coração voltado para o lar. Deus é um “dono de casa”. Deus está no negócio de cuidar do lar. E não só Deus, o Pai, mas também, o Filho, é um “dono de casa”.

Pense sobre a noite antes de ser traído, Jesus disse aos seus discípulos: “Vou (fazer o que?) preparar-lhes lugar.” (João 14:2) Jesus, o supremo “dono de casa”.

No centro do evangelho, no centro da cruz está o Senhor Jesus abrindo Seu coração e Seus braços e dizendo a homens e a mulheres pecadoras: “Eu quero que você venha para o lar comigo. Eu quero dar um lar a você.”

E então, quando colocamos as prioridades de Deus em nossos lares, nós estamos seguindo o exemplo de nosso Pai celestial “dono de casa”, nosso Salvador “dono de casa”.

E isso se aplica às muitas e diferentes tarefas e rotinas aparentemente mundanas que fazem parte do cuidado com o lar. Sendo você jovem ou mais velha, se tem filhos ou não, seja você solteira, vivendo em um apartamento, um casebre ou uma mansão, há tarefas relacionadas à manutenção e ao cuidado de nossos lares e das pessoas em nossos lares.

  • Quando você traz ordem em meio ao caos, ou quando você torna um espaço monótono em lugar leve e atraente, você está refletindo Aquele que criou o mundo quando a terra era sem forma, vazia e escura. Você está dando ao mundo uma imagem de quem Deus é.
  • Quando você cozinha comidas nutritivas e gostosas para a sua família, você os está guiando para Aquele que alimenta os famintos e que satisfaz as almas sedentas.
  • Quando você separa tempo e se esforça para que seu marido e seus filhos tenham roupas adequadas para cada estação e que lhes sirvam, o que você está fazendo é guiá-los para Aquele que nos veste com Sua retidão. Você está dando a eles um gostinho do céu, um desejo pelo evangelho, um desejo por Jesus.
  • Quando você aprende a decorar a sua casa com bom gosto, colocando as coisas em ordem, você está dando àqueles que moram em sua casa e àqueles que vêm te visitar, um vislumbre dAquele cujo trabalho manual e dons artísticos são refletidos na criação. Isso não significa que você precisa ser extravagante, que precisa ter uma casa digna do Pinterest, não que tenha algo errado com isso. Mas ela pode ser simples e de bom gosto.

Ele é um Deus de beleza. É por isso que eu amo ter beleza em minha casa. Mas o que é bonito para mim pode não ser bonito para você, e não há problema nisso. Mas eu não quero um lar estéril. Eu quero um ambiente doméstico bonito! 

Eu quero inspirar o meu próprio coração a adorar e louvar ao Senhor, e eu quero que o seu coração seja inspirado quando você entrar na minha casa. Não porque ela é cara ou elegante. Ela pode ser humilde e simples, mas, ainda pode ser linda e você estará despertando nas pessoas um amor pela beleza de Cristo quando faz isso. 

Eu parei um pouco com este estudo para fazer isso porque quando você mantém a casa limpa… (deixe-me abrir um parênteses aqui, algumas de vocês têm muitos filhos pequenos e suas casas nem sempre estarão limpas, e está tudo bem também). Mas, quando você faz um esforço para que tudo fique limpo e em ordem, você está criando uma atmosfera na qual a sua família pode apreciar o valor da limpeza, não apenas fisicamente, mas o valor de sermos espiritualmente limpos de nossos pecados.

Quero reforçar que qualquer uma dessas coisas pode se tornar um deus em sua vida. E algumas de vocês mães são tão rígidas sobre seus lares serem organizados e limpos que vocês não convidam ninguém para ir às suas casas a não ser que vocês passem pelo menos uma semana arrumando tudo. Isso é outro extremo que também está fora de equilíbrio.

Então, pergunte ao Senhor: “Qual é o equilíbrio para você?” Eu quero que a minha casa seja usada, que se viva nela. Quando crianças vêm visitar, eu não quero ficar tensa e preocupada pensando que algo será tirado do lugar ou que as janelas ficarão com marcas. Eu já fui, algumas vezes, obcecada com isso. Eu consigo me imaginar em algum momento no passado andando pela casa casa com um limpa vidros, seguindo essas crianças e suas marcas de dedinhos… tudo bem, eu não faço mais isso. Eu posso fazer isso depois, mas eu quero que elas aproveitem estar lá. Eu quero que elas saibam que este é um lar em que elas são amadas.

Nosso objetivo é criar para nossos maridos, filhos, vizinhos, visitas, um desejo pelo nosso lar final no céu.

Então, este não é um chamado insignificante, o ministério de cuidar da casa, de estar ocupada em casa, ser uma dona de casa. E, não, eu não estou tentando tornar glamurosa a tarefa de limpar os azulejos com escova de dentes ou tentar inventar refeições saborosas e divertidas dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano. Nem sei se existe algo que possa tornar algumas dessas tarefas glamurosas.

Precisamos nos lembrar de que qualquer trabalho, não importa o quanto o seu título seja impressionante, requer trabalho árduo, e cuidar de uma casa não é exceção. Meu trabalho aqui no ministério também é assim. Já ouvi muitas mulheres me dizerem: “Eu adoraria fazer o que você faz.”

Quando ouço isso eu digo: “Você adoraria fazer o que você me VÊ fazendo, mas, pode ser que você não gostasse tanto de fazer o que eu tenho que fazer nos bastidores para poder fazer o que você me vê fazendo.” Tudo requer trabalho árduo, certo?

Mas as tarefas de uma dona de casa, os trabalhos cansativos como lavar a louça repetidamente, envolvem importantes oportunidades para fazer com que as realidades celestiais façam parte das vidas daqueles a quem você mais ama.

Raquel: Sou muito grata porque podemos oferecer essa versão em podcast do programa. Se você tem escutado o Aviva Nossos Corações por um tempo e esse ministério te ajuda a crescer e a melhorar o seu entendimento sobre a Palavra de Deus, você poderia se juntar a nós em oração e pedir a Deus que te mostre como você poderia se envolver e ajudar esse ministério a continuar a chamar mulheres ao redor do mundo a experimentar liberdade, satisfação e plenitude em Cristo?

Quando você apoia o Aviva Nossos Corações com uma doação de qualquer valor você está nos encorajando a continuar a trazer estudos que vão afetar diretamente a sua vida pessoal e familiar. Vá ao nosso site www.avivanossoscoracoes.com/doacoes. Agora, vamos voltar ao ensinamento de Nancy.

Nancy: Temos aquela excelente esposa descrita em Provérbios 31, a mulher que vocês conhecem e amam, talvez o melhor exemplo bíblico conhecido de uma mulher criando um pedacinho do céu em seu lar. Essa mulher é impressionante para qualquer padrão.

Ela se levanta antes do amanhecer para preparar a comida para todos os de sua casa. Ela equipa seu marido e seus filhos com o que eles precisam. Ela é o modelo de diligência, bom planejamento, e prepara a sua família para o inverno.

Tudo isso é resumido no versículo 27 que diz: “Cuida dos negócios de sua casa e não dá lugar à preguiça.”

Essa mulher tem um coração de serva. Ela conscientemente cuida das necessidades práticas de sua família e de seu lar. E não faz mal – na verdade, ajuda – que ela também seja inteligente financeiramente e tenha uma boa cabeça para os negócios.

Mas, no final das contas, o resultado de sua vida, o que realmente importa é que: Sua vida aponte – não a si mesma, não a seu lar, não à sua família cuja foto de Natal está na geladeira de alguém – a sua vida aponte ao Deus que ela teme e ama. É por isso que sua vida faz a diferença que faz.

Eu sou grata por ter uma mãe – a primeira Nancy DeMoss – que viveu esse ideal de muitas maneiras conforme a nossa família crescia. Ela e o meu pai se tornaram pais de primeira viagem com o meu nascimento 9 meses e 4 dias após o seu casamento. Eles planejando ter filhos só depois de 5 anos de casados. Dentro dos 5 primeiros anos de seu casamento, eles tiveram 6 filhos, e o sétimo filho nasceu alguns anos depois.

Quando eles estavam começando a família, eles também eram relativamente novos na fé. Eles tinham muito a aprender, mas o Senhor concedeu a eles muita sabedoria e graça conforme eles O buscavam.

E nossa casa era uma casa muito agitada com 7 crianças. Meu pai era um homem de negócios muito ocupado. Meus pais tinham muitos compromissos, muitos envolvimentos, muitas atividades – uma família ativa. Então, a tarefa de planejar e controlar a vida e o ministério no lar DeMoss não era para os fracos.

Aliás, minha mãe teve esses 6 primeiros filhos até os 24 anos de idade, e ela cuidava de uma casa grande e muito agitada, ela se responsabilizava por isso e muito mais, e ela também foi sócia do meu pai no começo de seu negócio de seguros. Ela fez isso com uma graça formidável. Ela serviu a sua família e serviu a Jesus através de sua devoção ao nosso lar.

Apenas a eternidade revelará quantas pessoas (centenas, milhares), encontraram a Jesus naquela casa porque nela meus pais ofereciam a graça da hospitalidade e o testemunho do Evangelho – a um alto custo  para a minha mãe.

Meu pai ia para a cama, as crianças iam para a cama e minha mãe ainda ficava acordada até tarde da noite, arrumando tudo, colocando as coisas de volta no lugar. Eu entendo isso melhor agora. Eu não dava valor para isso, mas agora eu dou. Ela pagou aquele preço.

Ela não resmungava, não reclamava. Ela servia ao Senhor. Ela trabalhou duro para criar uma atmosfera em nosso lar que refletia a beleza de Deus, Sua ordem, e Seu coração misericordioso e acolhedor. Ela não era a Mulher-Maravilha – nenhuma mulher é uma Mulher-Maravilha. O único que é maravilhoso no mundo é Jesus. Houve momentos em que foi exaustivo, debilitante, difícil, mas sendo fiel e perseverante, ela ofereceu aos nossos corações um pedacinho do Céu, um anseio pelo lar eterno.

E isso é o que pode acontecer quando mulheres se devotam aos seus casamentos, às suas famílias e aos seus lares. Esse é o impacto que nós podemos gerar quando nossas vidas refletem a importância e o valor do lar.

Quero fazer um adendo aqui: Sendo solteira por muitos anos – até a idade de 57, para ser exata – quero acrescentar que dentro desse contexto da família de Deus, o lar pode incluir mais, nunca menos, do que os nossos familiares biológicos. Isso significa que todas nós podemos compartilhar as responsabilidades e as recompensas de cuidar de um lar e mantê-lo.

Diversas vezes fui convidada para outros lares, para as casas de outras pessoas, elas adicionaram essa mulher solteira às suas famílias. Eu passei muitos Natais e outras festas com outras famílias.

Eu passei noites e finais de semana com eles e desfrutei do presente de sua amizade e da graça, paz, encorajamento, da nutrição para o meu corpo e para a minha alma e de muitas risadas, sentada em volta de mesas com as famílias de outras pessoas.

Encontrei conforto e oração na sala de estar de uma amiga quando me senti desanimada ou carregando um peso que não podia carregar sozinha. Recebi conselhos sábios e piedosos de crentes mais velhos e mais maduros.

No contexto do lar, ao longo dos anos, eu encontrei família. E quero dar um conselho para vocês que têm um lar e uma família, seja nos feriados ou em qualquer outro momento do ano, abram suas portas e aumentem as fronteiras de suas tendas. Convidem aqueles que não têm lares, que não têm família, quem sabe pessoas necessitadas, solteiras ou mães solteiras, ou famílias que precisam de ajuda.

Eu também tive a alegria de, ao longo desses anos, abrir meu coração e meu lar para outros, por décadas como uma mulher solteira. Eu fiz uma pequena lista aqui com algumas das lembranças que eu tenho disso:

  • Fazer tortas de abóbora e decorar casas de bolachas em minha cozinha no Natal com crianças cujos pais eu mandei para um passeio a dois. Era uma grande diversão e uma grande bagunça também.
  • Pedir pizza para um encontro espontâneo com algumas famílias mais próximas.
  • Sentar em um sofá escutando uma mulher derramar o seu coração sobre um pecado secreto que ela nunca compartilhou com ninguém.
  • Chorar e me ajoelhar junto com um casal cujo casamento estava sendo destruído pela infidelidade.
  • Ser anfitriã de um estudo Bíblico semanal com café e uma sobremesa, vendo pessoas se entregarem para Jesus.
  • Ser anfitriã de festas de casamento no meu quintal.
  • Ter uma casa cheia de amigos (e quando digo cheia, imagine lotada mesmo) para comemorar o Ano Novo, compartilhando louvor e oração.
  • Abrir a minha casa por um período para um casal recém-casado ou uma família missionária em licença ou um casal mais velho cujo ar-condicionado parou de funcionar no meio do verão.

E a lista continua, tenho essas lembranças e muitas outras, centenas iguais a estas. Eu experimentei muita alegria por ser uma dona de casa e abrir o meu lar e o meu coração para compartilhar a hospitalidade e o amor de Jesus direcionados ao lar, com outros.

Mas com a alegria, às vezes também experimentei o estresse, o cansaço e as despesas a mais. Algumas vezes meus hóspedes chegaram em minha casa antes que eu chegasse do trabalho, e eu ia receber pessoas para uma reunião à noite. Então, fico feliz por ter amigos que sabem onde as coisas estão na minha cozinha, e porque eles podiam começar a preparar o jantar sem mim. Nessa situação eu só entro e digo: “Que bom que você veio para jantar”. Você faz o que tem que fazer.

Temos que ser criativas e a experiência não precisa ser um suplício, mas algumas vezes é cansativa. Algumas vezes, receber todas essas pessoas em minha casa tem sido um pouco demais para essa mulher introvertida que sou.

Eu tenho que admitir que, em algumas ocasiões, eu fiquei aborrecida por conta da bagunça, do uso das minhas coisas e porque algumas delas foram estragadas por outros. Mas, se você me perguntar: “Mas valeu a pena?” Eu diria: “Claro que sim!”

E, pela graça de Deus, meu marido e eu vamos continuar a viver desse jeito porque no processo, amizades profundas foram forjadas; vidas foram moldadas – a minha vida, as vidas dos meus convidados. Nesse processo eu ganhei pais, irmãos, filhos e netos adotivos que estão agora espalhados pelo mundo todo.

Então, tenho um conselho para mulheres mais velhas, vindo de uma mulher mais velha: está na hora de colocar em prática toda a experiência e sabedoria que você adquiriu em seus anos de vida.

Quero encorajá-las a dar as mãos para uma mulher mais jovem e ajudá-la a ver o valor de cultivar um coração voltado para o lar. Ajude-a a lidar com as muitas demandas concorrentes que ela enfrenta. Quando ela se sentir sobrecarregada e um fracasso, ajude-a a fixar os olhos em Jesus e encoraje-a a escutar a voz Dele.

E esteja disposta a arregaçar as mangas, entrar na cozinha dela e ajudá-la a limpar a bagunça ou a organizar as gavetas e treiná-la nas habilidades que talvez ela nunca tenha aprendido, como construir um lar que honre ao Senhor.

Lembre-a de que as suas tarefas intermináveis e cansativas em casa realmente importam. Mostre a ela que o que ela faz hoje pode dar aos outros um gostinho do céu.

E, mulheres mais jovens, agradeçam a Deus por aquela mulher que está mais à frente no caminho do que você, e deixe Deus a usar para te dar apoio, te treinar e encorajar. Preste bastante atenção porque, antes que você possa perceber, será a sua vez de ser a mulher mais velha e colocar uma mulher mais jovem sob as suas asas e ajudá-la a cultivar um coração voltado para o lar.

Então, Senhor, como te agradecemos por como fizeste espaço em Tua casa para nós, como estás fazendo isso hoje. Que nossas vidas reflitam a beleza de criar um lar em prol do reino e do evangelho.

Em vez de olharmos com ansiedade para como nossas vidas poderiam ser diferentes em uma temporada diferente, ajuda-nos a abraçar nossa estação atual e nosso chamado agora como um presente vindo de Ti.

E que nossas vidas, lares, trabalhos em casa, despertem nos outros uma fome, um apetite, um desejo pelo Lar – com “L” maiúsculo. Eu peço em nome de Jesus, amém.

Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth nos mostrou como o seu lar pode ser um lugar poderoso para o ministério. 

O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth chama mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.