Dia 03: Recebendo a palavra com mansidão
Raquel Anderson: Quando você tem um coração manso, você reclama bem menos. Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: A mansidão diz: “Eu sei que Deus tem Seus motivos, e não importa se consigo ver o motivo ou não.” Mas o coração orgulhoso, o coração envenenado diz: “Deveria ter sido feito de outra maneira. Não vejo motivo para isso; portanto, Deus não deveria ter feito isso.”
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhendo a Gratidão, na voz de Renata Santos.
Eu me pergunto… Como seria o Twitter se todos fossem caracterizados pela mansidão? Ou qual seria o tom no Facebook se ninguém comentasse sem primeiro garantir que seu comentário vem de um coração gentil e bondoso? Ou e se as conversas entre cônjuges ou os desacordos entre irmãos fossem todos governados por uma humildade calma e pacífica? Será que …
Raquel Anderson: Quando você tem um coração manso, você reclama bem menos. Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: A mansidão diz: “Eu sei que Deus tem Seus motivos, e não importa se consigo ver o motivo ou não.” Mas o coração orgulhoso, o coração envenenado diz: “Deveria ter sido feito de outra maneira. Não vejo motivo para isso; portanto, Deus não deveria ter feito isso.”
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhendo a Gratidão, na voz de Renata Santos.
Eu me pergunto… Como seria o Twitter se todos fossem caracterizados pela mansidão? Ou qual seria o tom no Facebook se ninguém comentasse sem primeiro garantir que seu comentário vem de um coração gentil e bondoso? Ou e se as conversas entre cônjuges ou os desacordos entre irmãos fossem todos governados por uma humildade calma e pacífica? Será que o ambiente em sua casa seria diferente? Será que o ambiente em minha casa seria diferente? Acho que sabemos a resposta.
Nancy está continuando uma série sobre “A Beleza da Mansidão“. Você vai ouvi-la citar frequentemente um autor que viveu muito antes das redes sociais existirem, Matthew Henry. Infelizmente este livro não está disponível em português, mas Nancy tem feito um excelente resumo dele nesta série. Aqui está Nancy com o ensino de hoje.
Nancy: Eu, Nancy, cresci com os salgueiros no nordeste dos Estados Unidos. Com certeza eles existem em outras partes do país, mas os salgueiros em nossa propriedade eram belíssimos. Eram salgueiros-chorões, enormes e frondosos.
E eu pensei nisso, pensei nessa imagem, quando encontrei esta citação na Internet sobre a mansidão. Ela usa o salgueiro como uma metáfora. Deixe-me ler para você o que este autor disse.
“A mansidão é o oposto da fraqueza. Assim como um salgueiro firmemente enraizado se curva e flexiona sem quebrar durante uma tempestade, a mansidão é uma força flexível e resiliente que pode suportar provações e tumultos não pela resistência rígida, mas por sua gentil rendição.
Porque você O conhece como o Rei sábio, soberano e amoroso que planejou o caminho e vê o resultado final, você pode aceitar o que Ele permite em sua vida sem argumentação ou oposição [argumentação e oposição – isso é uma resistência rígida], mas, em vez disso, você pode se render gentilmente. Resistindo a Ele, você cai e quebra. Rendida a Ele, você permanece ancorada e indestrutível durante a tempestade mais feroz.”
Esta é uma boa metáfora sobre a mansidão. Pense no salgueiro que suporta tempestades e provações não pela resistência rígida, mas pela gentil rendição.
Quero voltar novamente para este livro do meu amigo puritano, Matthew Henry, e vou fazer isso em cada sessão desta série. O livro se chama A Busca pela Mansidão e Tranquilidade de Espírito. Você pode observar pelas citações que estou usando que não se trata de uma leitura fácil. Mas vale um esforcinho para obter um desses clássicos. Foi escrito há mais de 300 anos.
Nesse livro, Matthew Henry ressalta que a mansidão é vista na maneira como respondemos a Deus, o nosso relacionamento com Ele, e na forma como respondemos aos outros. Nesta seção, queremos nos concentrar na mansidão para com Deus. Matthew Henry diz que,
A mansidão para com Deus é a submissão fácil e tranquila da alma à completa vontade de Deus, de acordo com o que Ele está satisfeito em tornar conhecido, quer por Sua Palavra ou por Sua providência.
Portanto, mansidão é submissão a Deus, à vontade de Deus. Nós nos submetemos à vontade de Deus, quer Ele nos mostre diretamente por Sua Palavra ou pelas circunstâncias que Ele providencialmente traz para nossas vidas. Vou deixar isso ser o esboço para a nossa sessão juntas – submissão à Palavra de Deus e submissão às escolhas de Deus ou às Suas providências em nossas vidas.
Em primeiro lugar, submissão, mansidão em resposta à Palavra de Deus. Tiago capítulo 1 nos diz “aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los” (v. 21). Você tem uma Bíblia? Ela é a Palavra de Deus, e ela é capaz de nos dar salvação eterna. É capaz de nos santificar. É capaz de nos purificar, nos renovar, transformar nossas vidas.
Mas ela não faz nada disso se não a recebermos, se resistirmos ao que ela diz, se não tivermos um espírito
ensinável, humilde e aberto para a Palavra de Deus. Talvez não digamos isso deliberadamente: “Não vou fazer isso.” Mas acabamos passando por cima dessas coisas. Negligenciamos essas áreas de verdade. Não as recebemos.
Às vezes, lemos algo ou ouvimos algo pregado da Palavra de Deus e pensamos: “Não dá!” “Não posso fazer isso!” “Isso é muito difícil!” ou mesmo, “Não quero fazer isso!” Se resistirmos à Palavra de Deus, ela não salva nossas almas, não nos muda, não nos santifica. Então, precisamos receber com um espírito manso a Palavra implantada em nós que é capaz de salvar nossas almas. (Tg 1.21-25)
Ter uma resposta mansa à Palavra de Deus, receber a Palavra de Deus com mansidão, significa ter ouvidos atentos. Eu amo aquele versículo em 1 Samuel capítulo 3 onde Eli, o sacerdote, falou com o jovem Samuel. E ele disse, falando de Deus: “Se Ele chamá-lo, diga: ‘Fala, Senhor, pois o teu servo está ouvindo.” (v.9)
Este seria um bom modelo para todas nós vivermos. Não é se Ele te chamar, é quando Ele te chamar. Quando Deus fala com você através de Sua Palavra… E toda vez que você abre este livro é Deus falando, toda vez que você o abre diga: “Fala, Senhor, porque a tua serva ouve.” Toda vez que você ouvir uma mensagem na igreja: “Fala, Senhor, porque a tua serva ouve.” Toda vez que um amigo falar da Palavra de Deus ou você estiver em um estudo bíblico em grupo ou em seu tempo de devocional pessoal: “Fala, Senhor, porque a tua serva ouve.”
Receber a Palavra com mansidão significa ouvir. Vemos o oposto disso repetidamente no Antigo Testamento, onde Deus enviava profetas para advertir Seu povo, mas as Escrituras dizem que eles não ouviam, eram teimosos.
Não é apenas no Antigo Testamento, amigas. Há muitas pessoas teimosas sentadas em nossas igrejas hoje. Com que frequência estamos, nós, sentadas lá, sem ouvir?
Podemos estar ouvindo com nossos ouvidos físicos, mas não estamos ouvindo com nossos corações. É por isso que quando vou à igreja, a caminho da igreja tento preparar meu coração dizendo: “Senhor, dá-me ouvidos para ouvir.” Não posso dizer que faço isso toda semana, mas tento fazer disso um hábito quando sei que vou ouvir a Palavra de Deus.
Nesse sentido, realmente não importa se o pastor, pregador ou professor é um comunicador espetacular. Se eles estão abrindo a Palavra de Deus e falando a verdade, há algo para eu ouvir. Eles não precisam ser grandes oradores para eu tirar algo disso. É a Palavra de Deus que é poderosa.
Ouça. Ouça. Ouça. É assim que recebemos a Palavra com mansidão.
Receber a Palavra com mansidão significa não apenas ter um coração que ouve; significa ter um coração humilde, um espírito ensinável.
Ao longo dos anos, muitas e muitas vezes em meu próprio momento a sós com Deus, comecei orando aquela oração do Salmo 25: “Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas; guia-me com a tua verdade e ensina-me” (versos 4,5)
Esse é um coração que está dizendo: “Senhor, me mostre. Preciso aprender. Estou vindo como estudante.” É por isso que é tão importante para mim, como professora da Bíblia, ir à igreja todos os domingos e estar sob a pregação da Palavra e deixar Deus falar comigo. Quando estou me preparando para ensinar, venho à Palavra de Deus não como professora, mas como aluna, para ouvir, aprender, ser ensinada.
Ter um espírito manso é ter um espírito responsivo à Palavra de Deus, fazendo perguntas do tipo:
- Como isso se aplica a mim? (Não, quem eu conheço que precisa de uma gravação dessa mensagem? Ou, espero que a pessoa ao meu lado ou meu parceiro ou meu filho adolescente, esteja prestando atenção.) Eu digo: “Senhor, faça com que isso me mude.” Estou disposta a fazer os ajustes necessários em minha vida para obedecer a tudo que Deus diz em Sua Palavra.
- Você ouve as repreensões que Deus coloca no seu caminho?
- Você ouve a Palavra de Deus?
- Qual é a sua resposta quando Ele envia correção por meio de Sua Palavra, quando Ele envia instrução?
- Você endurece a cerviz com orgulho?
- Você deixa passar como água embaixo da ponte?
- Ou você responde intencionalmente, com humildade, mansidão e arrependimento onde for necessário?
Receber a Palavra de Deus com mansidão significa que não discutimos. Ele é Deus. Não discutimos com Deus. Podemos questionar “O que isso significa?” Podemos lutar para entender. Mas uma vez que sabemos o que diz, não discutimos com Deus. Ele ordena. Ele é Deus. Ele é Senhor, e Sua Palavra reina em nossas vidas.
Significa que somos obedientes. Receber a Palavra de Deus com mansidão significa que dobramos o joelho. Dizemos: “Sim, Vossa Majestade.”
Há um trecho interessante em Ezequiel capítulo 24 que acho que ilustra poderosamente essa resposta de mansidão, humildade e obediência à Palavra de Deus.
Deixe-me ler a partir do versículo 15. Este é o profeta Ezequiel a quem Deus está falando: “Veio a mim esta palavra do Senhor: “Filho do homem, com um único golpe estou para tirar de você o prazer dos seus olhos. Contudo não lamente nem chore nem derrame nenhuma lágrima.” (versos 15,16)
Deus disse: “Estou prestes a tirar de ti a coisa mais preciosa que tens. Mas como uma lição objetiva para o povo de Israel, tu não mostrarás nenhum sinal de luto ou pranto.”
Ele disse: “Não permita que ninguém ouça o teu gemer.” (v. 17) Você pode fazer isso em seu coração, mas não pode fazê-lo visivelmente.
“Não pranteie pelos mortos. Mantenha apertado o seu turbante e as sandálias nos pés; não cubra o rosto nem coma a comida costumeira dos pranteadores”. (v. 17) Ele está falando sobre não fazer as coisas que você faria para mostrar expressões culturais de lamento ou luto.
Então, Ezequiel diz: “Assim falei de manhã ao povo, e à tarde minha mulher morreu. No dia seguinte fiz o que me havia sido ordenado.” (v. 18)
Não estou dizendo aqui que Deus vai tirar a vida de seu cônjuge. Esta não é a lição deste trecho. Havia uma lição para Israel aqui, e Deus estava fazendo algo muito incomum.
A lição aqui é que Deus deu instruções a Ezequiel na área mais difícil de sua vida. Deus disse: “Você vai perder a coisa mais preciosa para você. E quando isso acontecer, você não deve demonstrar nenhuma manifestação de luto.”
E Ezequiel disse: “À noite minha esposa morreu, e na manhã seguinte eu fiz exatamente o que Deus me disse para fazer.” Isso é receber a Palavra de Deus com mansidão. É dizer: “Sim, Senhor. O que quer que seja. Sim, Senhor.”
É a atitude do coração que lemos no Salmo 119, versículo 60. “Eu me apressarei e não hesitarei em obedecer os teus mandamentos.”
Você recebe a Palavra de Deus com mansidão? Erguendo a bandeira branca da rendição, dizendo “Sim, Senhor” toda vez que você é exposta à Palavra de Deus? Você tem esse tipo de responsividade de coração à Palavra de Deus?
E também, mansidão ao responder às escolhas de Deus e às providências de Deus em nossas vidas, nas circunstâncias da vida. Às vezes, essas circunstâncias da vida são misteriosas. Não conseguimos entender o que Deus está fazendo. Somos chamadas a responder com mansidão, a receber as escolhas de Deus para nossas vidas.
Às vezes, não são apenas misteriosas; às vezes passamos por circunstâncias extremamente dolorosas. Uma referência bíblica diz que “a mansidão é aquele ânimo de espírito em que aceitamos os tratos de Deus para conosco como bons, sem questionar ou resistir.” (1Pe 2.23)
Deixe-me ler isso novamente porque acho que é uma descrição tão poderosa da mansidão. “A mansidão é aquele ânimo de espírito em que aceitamos os tratos de Deus para conosco como bons, sem questionar ou resistir. O homem manso não lutará contra Deus, nem combaterá ou contenderá com Ele.”
A mansidão diz: “Senhor, se isso te agrada, me agrada. Eu não preciso entender. Eu não preciso concordar. Mas eu aceito; eu recebo as escolhas que trouxeste para minha vida.”
Vemos isso novamente ilustrado nas Escrituras, em Jó, capítulo 2. Uma ilustração poderosa de responder com mansidão à providência de Deus. Depois que Jó foi despojado da maior parte de suas posses, ter perdido seus filhos, sua saúde, quase tudo o que tinha neste mundo, a mulher dele disse: “‘Você ainda mantém sua integridade? Amaldiçoa a Deus, e morra.” Ele respondeu: “Você fala como uma insensata. Aceitaremos o bem dado por Deus, e não o mal?” Em tudo isso Jó não pecou com os lábios.” (v. 10)
Onde está a mansidão aqui? A mansidão está em dizer: “Não vou apenas receber quando Deus me cobrir de coisas boas – dinheiro, filhos, riqueza, fama, prosperidade, saúde e todas essas coisas – mas vou receber a leucemia; a pobreza; as dificuldades em meu casamento; esse desafio físico com um dos meus filhos. Vou receber isso como vindo também das mãos de Deus.” Esse é um espírito de mansidão.
E Jó disse à sua mulher: “Mulheres insensatas dizem: ‘Amaldiçoe a Deus e morra.’”
Olha, provavelmente não diríamos: “Amaldiçoe a Deus e morra,” mas não é verdade que temos uma tendência natural a resistir às escolhas de Deus?
E ele diz: “Isso é tolice. Devemos receber o bem e o mal de Deus.”
Matthew Henry diz:
“Quando os eventos da providência são dolorosos e aflitivos, a mansidão não apenas nos acalma ao passarmos por eles, mas nos reconcilia com eles, e nos capacita não apenas a suportar, mas a receber tanto o mal quanto o bem da mão do Senhor. É como beijar a vara.”
Essa é a vara da correção de Deus, da disciplina de Deus. É abençoar a Deus mesmo quando Suas providências são dolorosas em nossas vidas.
Eu sei que estamos falando de coisas difíceis aqui, e dizer isso é muito mais fácil do que vivenciá-lo. Mas este é o coração da mansidão.
Ele diz: “É beijar a vara sem ousar lutar com nosso Criador, não, nem desejar ditar para Ele.” Não ousamos contender com Deus, e não resolvemos dizer a Deus o que Ele deve fazer, porque Ele é Deus e nós não somos. Devemos ficar quietas e “não abrir a boca porque Deus fez isso.”
E com essa mansidão vem a paz. Com essa mansidão vem a alegria. Com essa mansidão vem o descanso, recebendo as providências de Deus como vindas de Sua mão.
Deixe-me dar-lhe uma ilustração disso do livro de Levítico. Lembra quando os dois filhos do sumo sacerdote Arão, Nadabe e Abiú, ofereceram fogo não autorizado perante o Senhor e Deus os feriu e os matou? Isso aconteceu quando a nação de Israel estava sendo formada. Deus precisava que Seu povo soubesse que Ele era um Deus santo.
Naquele caso, se você fosse a mãe daqueles dois meninos, você estaria tentada a discutir com Deus e dizer: “Isso não é justo; isso não é certo!”? Você é tentada a resistir à vontade de Deus?
Moisés disse a Arão em Levítico 10: “Foi isto que o Senhor disse: ‘Aos que de mim se aproximam santo me mostrarei; à vista de todo o povo glorificado serei.’” Arão, porém, ficou em silêncio.” (v. 3) Isso é receber com mansidão a mão disciplinadora de Deus.
Isso não quer dizer que Deus sempre lida dessa maneira. Poderíamos ir mais fundo em algumas razões pelas quais Deus pode ter agido dessa maneira. Mas o ponto é que Arão disse: “Se Deus fez isso, eu não posso argumentar. Eu não posso resistir.”
Matthew Henry diz:
“Tal é a lei da mansidão que tudo o que agrada a Deus não deve desagradar a nós. Deixe Ele fazer o que quiser, pois Ele fará o que é melhor [é aqui que você volta novamente para sua confiança no Senhor, de que Ele é bom], e, portanto [isso é algo para se contemplar aqui], se Deus traria o assunto a mim [se Deus pedisse minha opinião sobre o que deveria acontecer nessa situação], diz a alma mansa e tranquila, estando bem certo de que Ele sabe o que é melhor para mim melhor do que eu mesmo, eu devolveria a decisão a Ele novamente.”
Se Deus me dissesse: “O que você acha que deveria ser feito nesta situação?” Eu diria: “Senhor, Tu sabes o que é melhor.” Pode não ser do meu agrado. Pode não ser o que eu teria escolhido. Pode não ser como eu teria feito, mas eu o aceito como sendo bom porque vem de Deus.
Veja bem, a essência da mansidão, conforme se relaciona com as circunstâncias da vida, é a aceitação tranquila e confiante, sem resmungar, sem resistir, sem se ressentir. É saber que nada pode tocar minha vida sem a permissão de um Deus sábio e amoroso.
É por isso que não precisamos passar nossas vidas ficando furiosas, frustradas, irritadas, resistentes. A mansidão é um “Sim, Senhor” resoluto e tranquilo. Eu aceito isso como vindo de Tua mão.
Vemos o oposto desse espírito em um incidente na vida de Davi no Antigo Testamento. A vida de Davi tem muitas ilustrações de mansidão. Mas em pelo menos uma ocasião, ele não demonstrou mansidão. Lembra quando a Arca da Aliança estava sendo levada em um carro de bois, o que jamais deveria ter acontecido em primeiro lugar?
Um homem chamado Uzá estendeu a mão para segurar a Arca para que não caísse quando o carro tropeçou, e Deus o feriu e o matou. Novamente, pode parecer que Deus tem o hábito de ferir as pessoas. Misericordiosamente, Ele não faz isso. Mas neste caso, foi o que aconteceu. As Escrituras dizem:
“Davi ficou contrariado porque o Senhor, em sua ira, havia fulminado Uzá … Naquele dia, Davi teve medo do Senhor e se perguntou: “Como vou conseguir levar a arca do Senhor? Por isso ele desistiu de levar a arca do Senhor para a cidade de Davi.” (2 Samuel 6:8-10)
Davi ficou com raiva. Ele estava com medo, mas estava resistente. Ele disse: “Se é assim que Deus vai agir com a Arca por perto, eu não quero a Arca por aqui. Levem-na para outro lugar.”
Veja, talvez houvesse um medo saudável ali. Mas acho que o medo, nesse caso, nasceu da resistência. Ele estava com raiva. Sua raiva refletia uma falta de mansidão ao contrário de Arão que não disse nada, que guardou silêncio: Se Deus fez isso, é porque Deus sabe que é certo.
Deixe-me ler para você algumas outras citações que realmente falam comigo sobre esse assunto. Thomas Watson, outro bom puritano, disse: “Murmurar é levantar-se contra Deus. Pois você se coloca acima de Deus como se fosse mais sábio do que Ele.”
Isso é o oposto da mansidão. Murmurar contra as providências de Deus: “Por que tem que ser assim?” “Por que não pode ser diferente?” Murmurar é se levantar contra Deus. É traição cósmica contra o Deus do universo. Estamos nos colocando acima de Deus como se fôssemos mais sábias do que Ele.
Você quer ser Deus? Bem, você não pode, não é, e nunca será. Então reconheça que Ele é Deus, e deixe assim. Deixe Ele ser Deus.
Ouvi uma citação maravilhosa de João Calvino, um dos Reformadores. Achei que valia a pena compartilhar nesse contexto. Calvino disse:
“Por que os homens se preocupam tanto quando Deus lhes envia coisas totalmente contrárias aos seus desejos, a não ser que não reconhecem que Deus faz tudo por razão [Deus tem um propósito para tudo o que faz] e Ele tem uma justa causa?
Assim que Deus não envia o que desejamos, nos levantamos contra Ele, movemos processos, não literalmente, mas nossos modos mostram que esta é, no entanto, nossa intenção. Mas isso vem de qual espírito? Resistir a Deus vem de um coração envenenado, como se disséssemos: ‘Não vejo motivo para isso’.”
Veja, a mansidão diz: “Eu sei que Deus tem Seus motivos, e não importa se consigo ver o motivo ou não.” Mas o coração orgulhoso, o coração envenenado diz: “Deveria ter sido feito de outra maneira. Não vejo motivo para isso; portanto, Deus não deveria ter feito isso.”
É como se acusassem Deus de ser um tirano ou de ter uma mente irracional. Tal blasfêmia horrível sai das bocas dos homens.
Pode ser em coisas grandes ou pequenas. “Não vejo motivo para isso.” Na verdade, muitas vezes são as pequenas coisas que realmente expõem nossa falta de mansidão, nossa resistência.
Estive fora por algumas semanas e quando voltei descobri que estavam refazendo o telhado das casas no condomínio onde moro. Enquanto estive fora, eles refizeram a maior parte dos telhados dos outros condôminos. Eu estava exausta da minha viagem. Era um fim de semana. Eu curto minhas sonecas de fim de semana. Nos dias seguintes após meu retorno, sábado e domingo, havia homens acima da minha cabeça martelando, martelando, martelando, martelando.
Meu pensamento foi: “Não vejo motivo para isso. Eles deveriam ter feito isso enquanto eu estava fora. Por que ninguém me avisou?”. Eu não disse tudo isso em voz alta … pelo menos não muito. Mas ao longo de oito dias, enquanto havia barulho no meu apartamento por todos os lados, meu pensamento era: “Não vejo razão para isso!”
Mas sabe, a mansidão diz: “Isso é algo que não posso controlar. Isso é algo que não pedi. Se tivessem perguntado sobre o agendamento, talvez pudéssemos ter feito diferente. Mas não vale a pena perder a paz de Deus em meu coração brigando, em última análise, com Deus sobre Suas escolhas.”
Tenho lutado há várias semanas com um problema na garganta, tentando resolvê-lo. Tem me distraído e dificultado o meu ensino e a minha fala. E meu pensamento às vezes tem sido: “Não vejo motivo para isso!“
Mas sabe de uma coisa? Não importa se vejo motivo para isso ou não. A verdade é que aparentemente Deus vê motivo para isso. Então, a mansidão diz: “Senhor, se isso te agrada, me agrada.”
Agora, se você tem um problema na garganta, pode ir ao médico; você pode resolver isso. Em certo momento telefonei para a empresa de telhados e disse: “Tenho algumas entrevistas amanhã. É possível agendarmos o trabalho para outro horário?” A lição aqui é que existem coisas, situações que podem ser alteradas, e tudo bem.
Mas o problema é quando desenvolvemos esse espírito exigente… “Tenho direito a um pouco de paz e tranquilidade. Tenho direito à minha soneca nos sábados e domingos sem as pessoas batendo no meu telhado.” O que você faz? Você perde a paz? Você perde a alegria? Você perde a comunhão com Deus? Você perde o testemunho para com o mundo?
Como você responde às circunstâncias da vida quando você é incomodada ou talvez enfrenta problemas maiores? Talvez sua casa não esteja recebendo um novo telhado. Talvez sua casa tenha sido perdida em um tornado ou em um incêndio, ou houve um grande revés financeiro, ou você está cuidando de um pai idoso com Alzheimer, ou Deus não lhe dá o marido que você está desejando, ou você deseja um filho e Deus não lhe deu um filho.
A atitude do seu coração é: “Não vejo motivo para isso?” Ou é: “Senhor, se isso te agrada, me agrada; eu o recebo”? Isso sim é um espírito de mansidão.
Raquel: Você vê como o tópico da mansidão é relevante para nossas vidas? Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos mostrado como fazer da mansidão parte da vida cotidiana. O assunto da mansidão anda de mãos dadas com a bondade. Isso é algo sobre o que temos falado muito aqui no Aviva Nossos Corações.
Um espírito manso e tranquilo é uma parte essencial da expressão dos frutos do Espírito, não é? O livro “Escolhendo a Gratidão” é uma ferramenta incrivelmente poderosa na busca de um espírito manso. Adquira hoje mesmo uma cópia, ele está disponível no nosso site.
Quero te contar sobre outro recurso especial – é um livreto da Nancy intitulado, Uma bondade mais profunda. Neste livreto, ela vai mostrar a diferença que sua bondade pode fazer.
Por causa da bondade que Jesus nos mostrou, refletimos o evangelho quando mostramos bondade aos outros.
Você pode obter o PDF do livreto “Uma bondade mais profunda” quando fizer uma doação de qualquer valor para Aviva Nossos Corações como forma de agradecimento pelo seu apoio a este ministério! Visite www.avivanossoscoracoes.com e após fazer sua doação não deixe de pedir o livreto por email contato@avivanossoscoracoes.com
Estivemos explorando o tema mansidão diante de Deus. Amanhã vamos examinar mais cuidadosamente a mansidão em relação aos outros. Aguardamos você no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.