Dia 06: Uma confrontação mansa
Raquel Anderson: Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: O Salmo 85 diz que em Cristo “o amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão.” Cristo é aquele que incorpora perfeitamente tanto a graça quanto a verdade.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Um lugar tranquilo, na voz de Renata Santos.
É possível ser mansa e confrontar alguém sobre o pecado em sua vida? Nancy vai explorar isso na série “A Beleza da Mansidão“.
Nancy: Ouvi falar de um grupo de apoio para pessoas submissas que se chama “CAPACHOS” (DOORMATS). É uma sigla em inglês que traduzida significa: “Organização Dependente de Almas Realmente Mansas e Tímidas—se não houver objeções. O lema deles é: “Os mansos herdarão a terra—se isso estiver OK com todos.” E o símbolo deles era o sinal amarelo de …
Raquel Anderson: Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: O Salmo 85 diz que em Cristo “o amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão.” Cristo é aquele que incorpora perfeitamente tanto a graça quanto a verdade.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Um lugar tranquilo, na voz de Renata Santos.
É possível ser mansa e confrontar alguém sobre o pecado em sua vida? Nancy vai explorar isso na série “A Beleza da Mansidão“.
Nancy: Ouvi falar de um grupo de apoio para pessoas submissas que se chama “CAPACHOS” (DOORMATS). É uma sigla em inglês que traduzida significa: “Organização Dependente de Almas Realmente Mansas e Tímidas—se não houver objeções. O lema deles é: “Os mansos herdarão a terra—se isso estiver OK com todos.” E o símbolo deles era o sinal amarelo de trânsito.
Bem, eu não preciso te dizer que isso é uma perversão não saudável e antibíblica da mansidão. Mas creio que é um ponto de vista que muitos têm quando pensam em mansidão. Eles pensam que é sinônimo de ser fraco, de ser tímido, não ter um pulso firme. Eles pensam que a mansidão é sinônimo de fraqueza.
No último episódio falamos sobre como responder quando as pessoas estão com raiva da gente. Dissemos que às vezes o silêncio se faz necessário. E, se você for falar, precisa usar uma resposta branda. E é isso que enfatizamos.
Mas neste episódio gostaria que percebamos o seguinte:
- Mansidão não significa que você não defenda a verdade.
- Mansidão não significa que você não denuncie ou confronte o erro.
- Mansidão não significa que você fique passivamente de lado, seja no seu casamento, no seu trabalho ou em qualquer outro ambiente e deixe o mal triunfar.
É aqui que precisamos do direcionamento completo de Deus.
Não há como eu incluir o conselho completo de Deus em um programa de vinte e cinco minutos. Tentamos equilibrar esse ensinamento dia após dia. Existem situações biblicamente—e vamos analisar algumas delas hoje—onde coragem e audácia são necessárias, onde a confrontação é necessária. Mas quando fazemos isso, sempre precisamos de um espírito de mansidão, um espírito de humildade, um espírito de gentileza.
Hoje quero falar sobre várias dessas situações onde a coragem é necessária e como ela pode ser demonstrada com um espírito de mansidão.
A primeira é quanto a admoestar um irmão ou irmã em Cristo que esteja em pecado.
As Escrituras dizem: “Quem fere por amor mostra lealdade.” (Provérbios 27:6) Você não é amiga se não fala a verdade. Se alguém está brincando com fogo, se está fazendo escolhas erradas, escolhas pecaminosas, você não está sendo amiga, não está sendo fiel ao Senhor, se não abordar a situação.
Você pode se tornar uma facilitadora do pecado na vida de outras pessoas. Enquanto digo isso, você pode estar pensando em algumas pessoas que se encaixam nessa categoria. Ao corrigir e repreender aqueles que estão em pecado, devemos fazê-lo com um espírito de mansidão e humildade.
O verso que resume bem isso é Gálatas 6:1. Diz assim:
“Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado.”
Um espírito de mansidão, um espírito de humildade.
Você deve restaurá-lo. Isso significa que você deve chamar a atenção dessa pessoa. Você precisa enfrentar a situação. Você precisa ajudá-la a enfrentar o pecado, mas você faz isso de uma maneira mansa e gentil. E parte da evidência de humildade é que você está observando sua própria vida para garantir que não tenha uma trave no seu olho enquanto está apontando um cisco no olho de outra pessoa.
Tenho citado extensamente ao longo desta série um livro de um dos puritanos, o comentarista Matthew Henry, escrito há mais de 300 anos chamado, em tradução livre, A Busca pela Mansidão e Tranquilidade de Espírito. Nesta série, na verdade, estou usando este livro, mas tentando colocá-lo de uma forma um pouco mais atual e relevante para os nossos dias. Mas nesse livro, Matthew Henry diz:
“As três qualificações de um bom cirurgião são necessárias em um repreensor: ele deve ter olhos de águia, coração de leão e mão de dama; em suma, ele deve ser dotado de sabedoria, coragem e mansidão. Embora às vezes seja necessário reprovar com seriedade.”
Pense nos seus filhos. Há momentos em que você precisa olhar nos olhos deles e reprová-los seriamente.
No entanto, nunca devemos reprovar com ira, “pois a ira do homem não produz a justiça de Deus.” (Tiago 1:20)
Veja bem, esse é um equilíbrio extremamente delicado. É a verdade com amor. Matthew Henry diz:
“Precisamos tratar aqueles que estão em falta com a mesma ternura e compaixão que gostaríamos de receber se estivéssemos na mesma situação.”
Como queremos que as pessoas nos confrontem? Queremos que façam isso de maneira gentil, amorosa, branda, não é mesmo? Não gostamos quando nos atacam ou nos criticam de forma dura. Queremos que sejam gentis, amáveis, pacientes e compassivas ao nos confrontarem.
Bem, precisamos repreender os outros com o mesmo espírito com o qual gostaríamos de ser repreendidas. Isso significa:
- Não atacarmos.
- Presumirmos sempre o melhor.
- Nos aproximarmos com um espírito gentil, um espírito humilde.
Já ouvi dizer ao longo dos anos que se você fizer uma pergunta, isso convence a consciência, mas se soltar uma acusação, isso endurece a cerviz. Portanto, a correção ou confrontação não pode ser feita com um espírito acusatório. Isso só vai endurecer o coração, endurecer a cerviz.
Você faz uma pergunta. “Posso estar completamente enganado”, costumava dizer um amigo. Ele agora está com o Senhor. Mas ele costumava dizer: “Posso estar completamente enganado, mas é possível que…?” E então ele fazia uma pergunta sobre algo que ele havia observado em minha vida.
E sabe de uma coisa? Ele estava quase sempre certo. Mas como ele dizia o que tinha que dizer com um espírito de mansidão e humildade, ficava mais fácil para eu receber.
Isso é especialmente importante quando somos chamadas a falar a verdade sobre um problema ou pecado na vida de uma autoridade, um marido, um pai, um chefe, talvez um pastor ou um presbítero, uma pessoa mais velha. Somos instruídas a falar com eles com respeito e mansidão.
Penso em 1 Timóteo 5:1 que diz: “Não repreenda asperamente o homem idoso, mas exorte-o como se ele fosse seu pai.” Isso não diz que você nunca aponta um pecado. Apenas fala sobre a maneira e o espírito com que você faz isso.
Na última semana senti que o Senhor estava me impulsionando a escrever uma carta para alguém a quem eu respeito muito, uma pessoa mais velha, um homem, um ancião, a quem eu queria questionar sobre uma decisão que havia sido tomada. Orei a respeito. Esperei.
Não cheguei e despejei o assunto de forma descuidada, porque muitas vezes pensamos que sabemos exatamente o que é certo e não paramos para pensar: Isso é realmente algo que Deus quer que eu diga nesta situação? Mas o Senhor não me liberou desse confronto.
Passei muito tempo escrevendo uma carta, editando, reeditando, editando mais uma vez, querendo ter certeza de que o tom, o espírito, fosse humilde, que fosse gentil, gracioso, que eu não estivesse atacando ou criticando essa pessoa. E eu repassei e olhei cada palavra cuidadosamente. Isso poderia ser interpretado como um ataque? Isso poderia colocar essa pessoa na defensiva?
Eu não tinha medo da pessoa. Não estava sendo covarde. Eu queria ser compassiva, terna, gentil, humilde e mansa em minha abordagem. Foi legal ver esse irmão vindo até mim e dizer: “Obrigado por compartilhar isso, mas obrigado pelo espírito em que você compartilhou.”
E ele continuou: “Vou levar isso ao Senhor e perguntar a Ele se há algo aqui que preciso confessar, algo com o qual preciso lidar.”
A resposta foi uma resposta humilde. Muitas vezes, não recebemos uma resposta humilde porque fazemos as coisas em modo de ataque em vez de tratar com um espírito de gentileza e mansidão. Quando se faz necessário admoestar um irmão ou uma irmã em Cristo, precisamos fazê-lo com um espírito de mansidão.
Vou fazer um pequeno desvio aqui, um parêntese, uma observação não sobre repreender os outros, mas sobre receber repreensões e correções dos outros. Também é muito importante que recebamos com um espírito de mansidão.
Se somos mansas, receberemos correção, críticas, repreensões e admoestações de forma tranquila, como fez meu amigo em resposta àquela carta. Receberemos de forma humilde e grata.
Costumo dizer à nossa equipe, quando recebemos cartas pelo correio, o que acontece de vez em quando, que algumas delas são escritas com um espírito gentil, enquanto outras não. Porém, eu sempre enfatizo: “Sempre, sempre, sempre agradeçam por nos escreverem.” Agradeçam por compartilharem suas preocupações. Independentemente do tom ou espírito da carta, devemos seguir o caminho da humildade. Devemos dizer: “Obrigado. Agradecemos por você ter vindo até nós.”
A repreensão, a confrontação, a correção pode não ser dada da maneira mais sábia, pode ser exagerada. Podemos até ser totalmente inocentes daquilo pelo qual estamos sendo criticados ou repreendidos.
Estou pensando em um incidente que ocorreu há muitos anos, onde uma pessoa que era uma líder na minha vida veio até mim e disse algumas coisas muito fortes, apontou alguns problemas na minha vida e tinha uma lista grande. Era enorme! Esta pessoa era alguém que eu respeitava, admirava; era uma autoridade em nosso ministério. Mas essa pessoa disse algumas coisas muito fortes e com um espírito áspero.
E eu não reagi com um espírito de mansidão. Fiquei magoada. Fiquei arrasada. Eu só ficava repetindo na minha mente tudo que ela tinha me falado.
Minha reação interna – não sei se acabei expressando isso de alguma forma àquela pessoa – mas minha reação do coração foi raiva. Foi defensiva. Foi orgulho. Eu me senti rejeitada. Eu ressenti a pessoa por um longo, longo tempo. Muitos, muitos meses, um ano e meio até certo ponto, eu fiquei remoendo isso na minha mente e fiquei muito magoada com aquela pessoa.
Conforme Deus começou a trabalhar no meu coração nessa área, eu cheguei a ver que havia mais do que um grão de verdade no que foi dito. Olhando para trás, havia circunstâncias que posso ver por que essa pessoa naquela situação pareceu mais dura. Já perdoei essa situação e a pessoa há muito tempo.
Mas eu tinha acabado de dizer: “Nada disso é verdade”. Eu mantive essa posição por meses. Mas uma vez que meu coração se humilhou, eu pude ver que havia alguma verdade no que ela tinha me dito.
O que aconteceu? Eu reagi ao exagero, e perdi a verdade que Deus queria que eu visse naquela situação, que eu precisava ver, mas perdi por ter reagido à maneira como foi apresentado.
Responda com humildade. Pode ser exagerado. Pode nem ser verdadeiro. Mas Deus pode usar algo crítico, feio e falso que é dito para ajudá-la a ver algo em seu coração que é verdadeiro, para ajudá-la a desenvolver um espírito de mansidão. Você nunca vai errar seguindo o caminho da humildade.
Então, vamos voltar às situações em que precisamos confrontar, precisamos ter coragem e ousadia, mas fazemos isso com um espírito de mansidão. Primeiro, é admoestar um irmão ou irmã que está pecando.
Uma segunda área é corrigir aqueles que se opõem à verdade. Há um momento para repreender, expor, opor-se ao pecado e à falsa doutrina. Sabemos que Jesus era manso e humilde, mas confrontou os fariseus. Ele fez isso de uma maneira muito direta e franca.
Mas Ele não fez isso em autodefesa ou autopromoção. Ele não fez isso com raiva pecaminosa. Era a justiça de Deus nele que queria defender a glória e a verdade divina.
Já falamos sobre como as Escrituras dizem que Moisés era o homem mais manso e humilde sobre a face da terra. E ainda assim você o vê enfrentando o Faraó, o rei do Egito, e dizendo:
“Você precisa sair do caminho de Deus. Você está errado.”
Vemos Moisés ficando com raiva do pecado do povo de Deus no incidente do bezerro de ouro e os repreendendo por sua idolatria. Ele pede ação disciplinar. E ainda assim, essa é a ação de um homem manso.
Houve outra situação na vida de Moisés, você lembra, onde ele permitiu que a ira justa se transformasse em ira ímpia. Aqueles que se opõem à verdade, muitas vezes fazemos isso com raiva ímpia.
Lembra que Moisés, tarde em sua vida, pouco antes dos filhos de Israel chegarem à Terra Prometida, Números 20, enfrentou uma situação onde não havia água. O povo murmurou como sempre. E Deus disse a Moisés: “Fale àquela rocha e ela verterá água.” (v. 8)
E em um acesso de raiva e impaciência, Moisés feriu a rocha duas vezes em vez de falar com ela. Isso não foi mansidão. Moisés não agiu com humildade naquele momento. A raiva do homem não produz a justiça de Deus.
2 Timóteo 2 fala com os que precisam confrontar, aqueles que se opõem à verdade. Diz-nos o espírito no qual devemos fazer isso:
“Evite as controvérsias tolas e inúteis, pois você sabe que acabam em brigas. Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente.” (versos 23-25).
Aliás, a maior arma contra o erro doutrinário é ensinar a verdade. A luz é o que expõe e dissipa as trevas.
Então, “Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se opõem a ele”.
E qual é o objetivo? Talvez “Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade.” O objetivo não é apenas atacá-los. O objetivo é vê-los se arrependerem.
Não apenas confrontamos aqueles que são adversários da verdade. Devemos advertir os cristãos sobre os falsos mestres, sobre a falsa doutrina.
Vemos claramente que os cristãos precisam ser alertados contra falsos mestres, tanto no livro de 2 Pedro como no livro de Judas. Pedro e Judas usaram uma linguagem bem forte para descrever esses falsos mestre, mas estão fazendo isso com um espírito de humildade e mansidão. Eles estão dizendo, ainda que em mansidão, que isso não pode ser tolerado na igreja.
No capítulo 2 do Apocalipse, Jesus mesmo diz à igreja:
No entanto, contra você tenho isto: você tolera Jezabel, aquela mulher que se diz profetisa. Com os seus ensinos, ela induz os meus servos à imoralidade sexual e a comerem alimentos sacrificados aos ídolos.” (v.20)
Jesus disse: “O fato de vocês tolerarem ela na igreja, essa mulher que está trazendo ensinamentos falsos, está errado. Vocês não podem tolerar isso. Vocês devem ser mansos, mas não podem tolerar doutrina falsa.”
E então Jesus diz – e aqui é onde você vê Seu espírito de mansidão – “Dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua imoralidade sexual.” Eu dei tempo para ela se arrepender.
Ele continua a dizer: “mas ela não quer se arrepender.” Portanto, eu a julgarei. No final, Deus julgará aqueles que se recusam a se arrepender. Mas o desejo de Cristo é que o pecado seja exposto, tratado e que leve ao arrependimento.
Esse é sempre o desejo do coração quando confrontamos o erro, quando confrontamos aqueles que se opõem à verdade. Queremos que eles se arrependam, e nos importamos com a glória de Deus e com a igreja, e nos importamos com os cristãos para que sejam completos e protegidos em Cristo. Este é o principal motivo de um coração humilde.
Aqui está outra situação onde precisamos ter um espírito de mansidão, e é quando estamos defendendo nossa fé com aqueles que são incrédulos.
1 Pedro 3, começando no versículo 15 diz:
“Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com mansidão e respeito…” (versos 15,16)
- Defenda a sua fé.
- Explique por que a Palavra de Deus é verdade e o erro é erro.
- Dê uma razão. Dê uma explicação.
- Faça uma apologia; essa é a defesa da fé. Mas defenda com gentileza e respeito.
Se você sair e perguntar às pessoas na rua o que elas pensam sobre os cristãos hoje, ouvirá muitas pessoas dizerem que os cristãos são briguentos; que eles são contenciosos; que têm um espírito desagradável ou áspero.
Se você procurar na Internet algumas das diferentes discussões que estão acontecendo sobre teologia, questões doutrinárias e assuntos espirituais, verá muitas pessoas, muitos chamados cristãos fazendo isso com um espírito que não é manso, gentil ou humilde. Você os verá sendo dogmáticos, sendo briguentos, prontos para reagir de forma áspera.
E isso não representa a justiça de Deus. Os cristãos não devem ser conhecidos por serem argumentativos e contenciosos em seu espírito.
Porém, isso não significa que não devemos falar. Não significa que devemos deixar as pessoas que promovem religiões falsas fazerem o que quiserem e dizerem o que quiserem. Isso é covardia. Precisamos ser ousadas e confiantes em defender nossa fé, mas sempre com gentileza e respeito.
A mesma coisa vale para lidar com questões de justiça social ou cultural que precisam ser abordadas em nossa sociedade. Há aqueles que dizem que não devemos nos envolver nessas coisas; devemos ficar em nossas “fortalezas santas” e ser cristãos bons e santos.
Não! Devemos ser sal e luz. A luz deve expor as trevas. Há coisas em nossa cultura e em nossa sociedade que deixam Deus irritado. Há coisas acontecendo que atacam o nome de Deus, Sua glória e Seus caminhos, e isso deve nos incomodar. Precisamos estar dispostas a abordar essas coisas.
Penso na questão do aborto. Provérbios 24 diz: “Liberte os que estão sendo levados para a morte; socorra os que caminham trêmulos para a matança” (v. 11). Precisamos arregaçar as mangas e nos envolver nessas questões conforme Deus nos direciona, mas sempre com graça, com graça.
Serei a primeira a dizer que esta é uma linha muito tênue. Mas este precisa ser o objetivo: Abordar questões sem atacar, sem despejar palavras descuidadamente, sem parecer arrogante, orgulhosa ou “sabe-tudo”.
O chamado aqui é para o equilíbrio – um equilíbrio de graça e verdade. Claro, algumas de nós tendem mais para a verdade, então precisamos que Deus nos equilibre com graça. Algumas tendem a ser mais focadas na graça, e você pode precisar que Deus a equilibre com a verdade.
É claro, somente Cristo é capaz de executar tudo isso de forma perfeita. O Salmo 85 diz que “Em Cristo o amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se beijarão.” Cristo é aquele que encarna perfeitamente tanto a graça quanto a verdade. (v. 10)
Eu amo o trecho do Salmo 45. Nele, vemos um equilíbrio na imagem que o Antigo Testamento faz de Jesus. Este é um salmo messiânico falando de Cristo. Diz assim:
“És dos homens o mais notável; derramou-se graça em teus lábios, visto que Deus te abençoou para sempre. Prende a espada à cintura, ó poderoso! Cobre-te de esplendor e majestade. Na tua majestade cavalga vitoriosamente pela verdade, pela misericórdia e pela justiça.” (versos 2–4)
A graça está em seus lábios. Amarre sua espada à sua coxa. Isso me lembra daquela imagem em Apocalipse 19.11 do homem vindo em um cavalo branco. Seu nome é “Fiel e Verdadeiro. Ele julga e guerreia com justiça”. Ele é cheio de graça e cheio de verdade. Ele é cheio de misericórdia, e ainda assim Ele faz uma guerra justa contra o pecado.
Em Cristo, vemos o poder da humildade melhor do que em qualquer outro lugar da Bíblia, o poder da humildade. Humildade não é fraqueza. Humildade é o poder de Deus sob controle, sendo liberado em e por meio de nossas vidas. Vemos isso no capítulo 5 do livro de Apocalipse, onde temos essa imagem dupla de Cristo.
Você se lembra de como havia o livro com sete selos e ninguém no céu, na terra ou debaixo da terra conseguia abrir os selos? E João diz:
“Eu chorava muito porque não se encontrou ninguém que fosse digno de abrir o livro e de olhar para ele” (v. 4). “Então um dos anciãos me disse: “Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos” (v. 5).
Você vê Aslam, a imagem de Cristo, o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, o Rei conquistador.
E João olha, no próximo verso,
“Depois vi (o que ele viu?) um Cordeiro, que parecia ter estado morto, em pé, no centro do trono, cercado pelos quatro seres viventes e pelos anciãos.” (v.6)
Quem é o Cordeiro? O Cordeiro é o Leão. Quem é o Leão? O Leão é o Cordeiro. Quem é o Leão e o Cordeiro? É Cristo cheio de graça e verdade.
“Ele (o Cordeiro) se aproximou e recebeu o livro da mão direita daquele que estava assentado no trono. Ao recebê-lo, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. … e eles cantavam um cântico novo: ‘Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos.’” (versos 7-9)
Ninguém mais poderia fazer isso. Você não esperaria que um cordeiro conseguisse conquistar. Mas é o Cordeiro que conquista. Como ele faz isso? “…pois foste morto.”
O Filho de Deus, manso, humilde, sem pecado, vai para a cruz e leva sobre si toda a ira de um Deus santo contra todo o pecado de todas as pessoas que já viveram. Pela sua humildade, pelo sacrifício de sua vida, pelo seu sangue.
“Pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação. Tu os constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra”. (versos 9–10)
A cruz é o supremo ato de humildade. E ainda, é o ato mais poderoso da história do universo. É através da cruz que os cativos foram libertos, que os pecadores foram resgatados. O Cordeiro foi morto, e Ele reinará para sempre.
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos mostrado o equilíbrio entre força e mansidão. É possível demonstrar ambos através do poder de Deus. O programa de hoje faz parte de uma série chamada “A Beleza da Mansidão“.
Como Nancy disse hoje, crescer em mansidão resultará em mostrarmos mais bondade aos outros, mesmo em meio a confrontos difíceis. Você gostaria de aprimorar sua bondade? Quero lhe falar sobre um livreto da nossa apresentadora, Nancy DeMoss Wolgemuth. É “Uma bondade mais profunda“. Ela nos mostra como nossa bondade deve ser um reflexo da bondade que Cristo nos mostrou, e a equipe do Aviva Nossos Corações escreveu uma lista prática de 100 tipos de bondade para acompanhar este livreto.
Como forma de agradecimento, enviaremos uma cópia desse livreto quando você fizer uma doação de qualquer valor. Envie o comprovante para contato@avivanossoscoracoes e solicite a sua cópia deste livreto. Para fazer uma doação, visite o nosso site www.avivanossoscoracoes.com e clique na aba “doação”.
Bem, temos explorado o tema da mansidão ao longo de vários episódios. Amanhã, vamos ver como a mansidão se aplica a nós, mulheres, no século vinte e um. Aguardamos você amanhã, aqui no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.