Dia 07: As mulheres podem se dar ao luxo de serem mansas?
Raquel Anderson: A única maneira de demonstrar mansidão é permitir que Cristo viva por meio de você.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Não estamos falando aqui de moralismo, autocorreção ou por nós mesmas nos tornar melhor do que somos. Estamos falando de Cristo, que vive em nós, que pagou o preço por nosso pecado e vive dentro de nós pelo poder de seu Espírito Santo. Ele derrama Sua graça em nossas vidas para nos tornar algo sobrenatural que jamais poderíamos ser sem Ele.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhendo a Gratidão, na voz de Renata Santos.
Nancy tem nos conduzido por uma série convincente chamada “A Beleza da Mansidão“. Temos estudado sobre uma visão bíblica sobre o tema mansidão, e hoje vamos ver como isso se aplica à vida das mulheres nos dias de hoje. As mulheres podem se dar …
Raquel Anderson: A única maneira de demonstrar mansidão é permitir que Cristo viva por meio de você.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Não estamos falando aqui de moralismo, autocorreção ou por nós mesmas nos tornar melhor do que somos. Estamos falando de Cristo, que vive em nós, que pagou o preço por nosso pecado e vive dentro de nós pelo poder de seu Espírito Santo. Ele derrama Sua graça em nossas vidas para nos tornar algo sobrenatural que jamais poderíamos ser sem Ele.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhendo a Gratidão, na voz de Renata Santos.
Nancy tem nos conduzido por uma série convincente chamada “A Beleza da Mansidão“. Temos estudado sobre uma visão bíblica sobre o tema mansidão, e hoje vamos ver como isso se aplica à vida das mulheres nos dias de hoje. As mulheres podem se dar ao luxo de serem mansas em nosso tempo? Aqui está Nancy.
Nancy: Havia uma comediante nos Estados Unidos chamada Phyllis Diller. Ela era capaz de te fazer chorar de rir e nos anos 60 o programa dela era um grande sucesso. Ela criou um personagem que era uma dona de casa de cabelos doidos, vestida de forma excêntrica que fazia piadas sobre um marido fictício chamado Fang.
Ela era conhecida pela risada alta e estridente. Isso fazia parte da sua personagem. A personagem que ela retratava era franca, grosseira e impetuosa, sem restrição em sua fala. Ela não era gentil e desdenhava do marido. Se fôssemos escolher uma personagem que é o oposto de manso, ela seria a imagem perfeita!
Infelizmente, o que naquela época era uma forma extrema de uma mulher agir se tornou a norma aceita para as mulheres em nossa cultura, e pra falar a verdade não há nada de novo. Isso me lembra de versículos em Provérbios, como aquele que diz:
“A insensatez [a mulher tola] é pura exibição; sedução e ignorância.” (Prov. 9:13).
Ou este versículo em Provérbios 7:11: “Ela é espalhafatosa e provocadora, seus pés nunca param em casa.”
Sempre houve mulheres tolas, no entanto, nossa cultura passou a endossar e promover características nas mulheres que são o oposto da mansidão e da quietude de espírito sobre as quais temos falado nesses dias.
Deixe-me dar mais algumas ilustrações. Alguns anos atrás, um artigo apareceu no jornal “USA Today” que dizia:
“A tendência do momento nas heroínas de cinema não é mais a donzela em perigo. É a donzela que causa problemas. As principais atrizes de hoje, como Angelina Jolie, Keira Knightley, Jennifer Garner, Jessica Alba e Jessica Biel, cultivaram reputações como símbolos sexuais de uma moleca, mulheres com traços delicados que podem desarmar um cara durão tanto com um olhar sedutor como com um chute na garganta.”
Nessa terceira onda do feminismo que vemos hoje existe esta cultura vulgar entre as mulheres onde elas são ensinadas a serem agressivas, atiradas, ousadas. A mansidão e a quietude de espírito não são vistas com bons olhos, muito pelo contrário, são desdenhadas.
Vi um blog na Internet, (não era um blog cristão) onde blogueira estava se opondo aos pais que treinam seus filhos na questão de gênero – aqueles que querem que as meninas sejam meninas e os meninos sejam meninos. O título do blog era “Socializando Nossas Meninas para Serem Mulheres Mansas e Desinteressantes”.
A ideia principal é que, se você é mansa, é chata, sem graça, fraca, lhe falta algo ou é desinteressante como mulher nos dias de hoje.
Aqui está outro blog. Você pode aprender muito nos blogs sobre o que a cultura está pensando e em que ponto ela está. Esta mulher disse o seguinte – era uma mulher cristã – ela disse:
“Fui criada em uma época em que mulheres podiam ser vistas no noticiário noturno jogando seus sutiãs em fogueiras e marchando em manifestações públicas, gritando sobre a igualdade de direitos. Essas eram mulheres que encontraram sua voz, por assim dizer, não tinham medo de usá-la, e com muita frequência. A discrição foi jogada pela janela e fazer um espetáculo público de si mesmas era a via de regra.
Os programas de televisão reforçavam essa mensagem de mulheres barulhentas, desagradáveis, insistentes nos papéis principais. A mensagem era martelada em nossas cabeças e reforçada no ensino fundamental I e II, no ensino médio e nas universidades.
Quando muitas de nós alcançamos a idade de jovem adulta, essa mensagem de feminilidade e o que significa ser uma mulher já estava tão enraizada que a maioria sentia-se pressionada a “se tornar” algum tipo de super-heroína que pudesse fazer tudo, ter tudo, dizer tudo e não levar desaforo de ninguém pra casa.”
Algumas de vocês sabem como foi ser criada nessa era? Ela continua dizendo:
“Para aquelas de nós que não cresceram em uma igreja com exemplos fortes de mulheres piedosas e gentis…”
O que aliás, é extremamente importante treinar uma geração de jovens mulheres para pensarem nos caminhos de Deus, ter exemplos de mulheres piedosas e gentis. Ela disse: “Eu não cresci na igreja.” Eu não tive isso, eu cresci com tudo aquilo que ela acabou de descrever. Ela disse,
“A discrepância é tão evidente quanto a diferença entre a noite e o dia, e o impacto que teve em muitas mulheres que se converteram a Cristo é gigante pois há uma longa jornada para desaprender esses atributos mundanos da feminilidade e encontrar o equilíbrio entre defender o que é correto e fazê-lo com graça, de uma maneira que honre a Deus.”
Então, ela toca no desafio que é para nós, que fomos influenciadas por essa cultura da mulher extremamente feminista, barulhenta, ousada e insistente, saber como ser mulheres de Deus, especialmente se você não cresceu com esse tipo de treinamento, instrução e modelo.
Aqui está outra mulher que escreveu para Aviva Nossos Corações e faz uma pergunta sobre como fazemos isso. Ela disse:
“Como, exatamente, nós, mulheres, exibimos um espírito manso, tranquilo e gentil? Eu tenho cinquenta e cinco anos, sou casada há trinta e sete, criei dois filhos até a vida adulta, trabalhei incansavelmente na minha igreja gerenciando programas e eventos, e nos últimos quatorze anos sou contratada como gerente do escritório da igreja.
Por causa da responsabilidade e de estar em casa com três homens, desenvolvi uma “casca dura”. E às vezes, sem perceber, falo de forma áspera ou dura com os outros. Minha pergunta é: como você equilibra ser quieta, mansa e gentil com ser uma mulher forte, confiante, realizada, com cinquenta e cinco anos, com muita experiência de vida?”
Novamente, esta é outra mulher dizendo que é difícil saber como viver este ideal de mansidão bíblica. Quando sai das páginas das Escrituras para a realidade da vida no século XXI, em diferentes situações de vida, como vivemos isso?
Aqui está outra mulher que está em um casamento difícil e escreveu o seguinte: “Constantemente permito que minhas emoções tomem conta e me coloquem em uma espiral descendente sobre as irritações da vida.”
Provavelmente não há ninguém nesta sala que não possa, de alguma forma, se identificar com esse problema. Permitimos que nossas emoções nos dominem e nos puxem para o redemoinho das situações ao nosso redor que são irritantes ou chatas. Eu sou a única nesta sala que fica irritada? Tipo, muito irritada? Ok. Só queria ter certeza de que isso não acontece só comigo.
O que uma mulher deve fazer? Como lidamos com essas perguntas? As respostas para essas perguntas não são do tipo A, B, C, D. Não há uma fórmula. A piedade é um processo. A santificação é um processo. É Cristo em nós que cumpre a justiça de Deus em nós. Neste episódio e no próximo, quero falar sobre alguns aspectos práticos de cultivar um espírito de mansidão e gentileza. Mas tenho que te dizer de antemão que não há uma fórmula mágica. Se houver, eu ainda não encontrei.
Eu queria que houvesse apenas três ou quatro passos que eu pudesse seguir ou simplesmente ler o livro de Matthew Henry, A Busca pela Mansidão e Tranquilidade de Espírito e “tadaaa”, sou uma pessoa mansa!! (risos)
Temos falado sobre isso ao longo desta série. Bem, eu li o livro, e ainda não sou mansa. Talvez se eu apenas colocá-lo debaixo do meu travesseiro…
Alguém me disse no intervalo: “Eu tenho que ter esse livro”, e espero que você consiga um exemplar. Mas quero dizer a você, não há atalhos para a piedade. É dia após dia. Nos humilhando. Reconhecendo nossa necessidade. Deixando Deus formar Cristo em nós.
Este episódio e o próximo são um daquelas que, daqui a dez anos, espero poder ensinar de forma mais eficaz do que posso hoje. Mas quero compartilhar alguns pensamentos, um pouco aleatórios, alguns pontos diferentes sobre aspectos de cultivar um espírito de gentileza e mansidão.
As Escrituras dizem: “Busquem a mansidão”. Você encontra isso em Sofonias capítulo 2, versículo 3, na versão Almeida Revisada Imprensa Bíblica. “Busquem a mansidão”. Corra atrás. Faça disso sua intenção, desenvolver um coração de mansidão. Então, a pergunta é, como? Como buscamos? Como nos revestimos de mansidão ou gentileza, como Colossenses capítulo 3 diz, como nos revestimos de mansidão? O que fazemos?
Acho que um ponto de partida é ser honesta sobre onde falhamos. Parar e fazer um balanço sobre nosso quociente de mansidão. É fácil nos compararmos com algumas das mulheres sobre as quais falamos que são descaradas, barulhentas e agitadas e dizer: “Bem, eu não sou assim.” Mas precisamos expor nossas vidas à luz da Palavra de Deus e dizer: “Como estou indo na área da mansidão?”
Deixe-me fazer algumas perguntas. Não tente anotar todas elas. Você pode acessar a transcrição deste episódio no nosso site. Mas faça uma reflexão em relação à mansidão.
- Você se irrita facilmente?
- Você se irrita ou fica irritada facilmente quando as circunstâncias não te agradam?
- Você tem a tendência de perder a cabeça?
- Você tem pavio curto?
- Você fica nervosa com facilidade?
- Você explode com seus filhos quando eles erram?
- Você é frequentemente impaciente com aqueles que não atingem seu nível de expectativa ou não chegam na hora certa ou não são tão conscienciosas quanto você?
- Você fica impaciente com suas amigas ou talvez com os amigos adolescentes de seus filhos que estão agindo como crianças de dois anos? Você diz: “Cresça!” Você fica impaciente?
- Você tem um espírito crítico? Isso não significa que você nunca aponta coisas que precisam ser corrigidas em seus filhos. Significa que você tem um espírito que está sempre caçando coisas negativas? Você vê as coisas com olhos de negatividade e um espírito crítico?
- Você muitas vezes se sente ressentida com pessoas ou circunstâncias que a contrariam? Elas não agem como você gostaria ou como deveriam.
- Você é uma mulher controladora? A mansidão é um espírito de humildade que diz que Deus está no controle. Eu não estou. Você se vê tentando controlar as rédeas de sua própria vida e da vida das pessoas ao seu redor? Controlando sua casa, controlando seu casamento, controlando seu local de trabalho, controlando o ministério de mulheres em sua igreja? Você sente que precisa estar no controle? Você precisa ter a última palavra? Tem que ser do seu jeito?
- Você é bocuda e barulhenta? Não estou falando aqui sobre uma questão de personalidade. Agradeço ao Senhor Deus que criou diferentes tipos de pessoas. Algumas são mulheres muito extrovertidas e conversam facilmente com estranhos, são a alegria da festa. Não há nada de errado com isso. Mas é necessário refletir sobre o que você faz com sua língua, com suas palavras, com sua boca. Você sabe do que estou falando quando digo tagarelice. Mulheres que falam demais, muito alto, estridentes. Chamando a atenção para si mesmas, não sendo sensíveis aos outros ao seu redor. Não sendo boas ouvintes, falando mais que a boca.
- Você é rápida para falar? Você sempre tem uma resposta na ponta da língua. Tudo que passa pela sua cabeça sai pela sua boca. Com que frequência acabamos tendo que confessar pecado porque falamos muito rapidamente. Provérbios diz: “Quando são muitas as palavras, o pecado está presente” (Prov. 10:19). Haverá pecado quando falamos demais.
- Você tende a ser franca demais? Todo mundo sabe suas opiniões e o que você pensa. Você tem uma opinião forte, dogmática sobre tudo? A propósito, um dos lugares onde vejo muito disso acontecer é nas mídias sociais, por e-mail, na Internet, em sites, em blogs. As pessoas dizem o que pensam sem conter ou restringir suas palavras e estou falando sobre cristãos.
Existe um debate acontecendo em nossos dias sobre se é aceitável para os cristãos usarem palavrões de leves a mais graves e alguns deles no púlpito. Esse pensamento de não ser pura e cuidadosa com nossas palavras, dizendo o que pensamos. Pensamos: “Se eu penso, tenho o direito de dizê-lo”. Isso não é um espírito de mansidão. Onde você se enquadra nisso?
- Você é teimosa?
- Você bate os pés? Você tem as características de um pitbull? Eu tenho a imagem de um pitbull que atacou um porco-espinho. Ele ficou com espinhos por toda parte! Você mal consegue reconhecer o cachorro. O cachorro levou a pior nessa, embora o porco-espinho tenha perdido algumas cerdas. Se você entrar em modo de ataque, vai ter algumas consequências.
- Você tem que ter a última palavra?
- Você tem que estar certa sempre?
- Você está sempre pronta para corrigir os outros, para apontar seus erros, suas falhas, suas imperfeições?
- Você tem um espírito perfeccionista? Isso não é um espírito de mansidão.
- Você é exigente? Você é rigorosa? Com isso, quero dizer, você vive num mundo muito restrito, onde tudo tem que se encaixar na sua pequena caixa ou isso a deixa frustrada?
Deixe-me dizer, sei que estou falando com algumas mulheres solteiras que são mais velhas. Acho que isso é uma das coisas com que as mulheres solteiras mais velhas têm que ter muito cuidado. É fácil quando você não tem espelhos em sua vida, quando não está vivendo com pessoas que estão desafiando seus limites, é fácil desenvolver essa mentalidade muito restrita, negativa e rigorosa, onde você não consegue lidar com o barulho. Você não consegue lidar com a mudança. Você não é flexível. Você não é adaptável. É uma das razões pelas quais tento manter crianças em minha vida, famílias e coisas que entram no meu mundo e nos meus desejos, porque não quero me tornar essa mulher rígida e mal-humorada para quem as coisas sempre têm que dar certo.
- Você é argumentativa?
- Você é irascível?
- Você é temperamental?
- Você fica na defensiva quando é criticada?
Podemos adicionar mais coisas a essa lista, mas essas são algumas das coisas que me vieram à mente enquanto estávamos falando sobre mansidão. Enquanto você fazia esse pequeno teste em seu coração, onde você se encontra? O primeiro passo para cultivar um espírito de mansidão é ser honesta sobre onde você não é mansa. Não dê desculpas, não se defenda, não racionalize. “Bem, a minha personalidade é essa”, ou “Se você tivesse que conviver com o meu adolescente ou meu marido ou meu chefe, você entenderia”. Não dê desculpas, apenas seja honesta diante de Deus sobre onde nos falta mansidão.
Ao longo do estudo para esta série, Deus usou circunstâncias da vida, não grandes, às vezes bem pequenas, para me espremer e trazer à tona a falta de mansidão que está no meu coração. Às vezes foram minhas palavras. Às vezes, foi meu espírito ou meu tom de voz, revirando os olhos ou apenas aquela quentura no meu coração, aquela inquietação, aquele espírito agitado. Quantas vezes vi o quanto preciso cultivar um espírito de mansidão.
Se você não tem certeza, pergunte às pessoas com quem você convive. Peça que elas avaliem você. Os outros diriam que você tem um espírito manso e tranquilo? Que você responde humildemente, calma e pacientemente às pessoas provocadoras e às circunstâncias? O ponto de partida é ser honesta se você não tem um espírito manso.
Cultive um espírito grato – um espírito grato. Digo isso em alguns aspectos. Em primeiro lugar, esteja atenta às misericórdias de Deus e entenda que todas as misericórdias de Deus em sua vida são imerecidas. Não merecemos Sua bondade. Seja grata pela misericórdia de Deus. Isso nos ajudará a ser mansas com os outros ao lidar com suas deficiências e falhas.
Como parte da gratidão, concentre-se nas boas qualidades dos outros. Procure evidências de graça em suas vidas. A pessoa que te irrita pode nem ser cristã, mas ela é feita à imagem de Deus. Procure vestígios, indícios da imagem de Deus nessa pessoa. Procure evidências da graça de Deus na vida do seu marido, na vida do seu adolescente, e concentre-se nessas coisas com um espírito de gratidão.
E vista-se de humildade. Isso faz parte da mansidão. Humildade é onde reconhecemos nossa própria pecaminosidade e nossa necessidade de misericórdia. Percebemos que merecemos a ira de Deus e Seu julgamento, mas Ele nos mostrou misericórdia. É imerecido. O apóstolo Paulo nunca superou o fato de que Deus o salvou quando ele estava tão decididamente contra Cristo e ainda por cima o colocou no ministério. Paulo diz em 1 Timóteo 1: “Para mim é maravilhoso, é surpreendente que Deus, em Sua misericórdia, tenha feito isso por mim” (Paráfrase, mas me refiro ao que ele diz nos versos 12–16).
Nunca deixe de ficar maravilhada sobre onde Deus te encontrou e o que Ele fez em e por meio de você. Nós éramos malfeitoras. Ao ficarmos irritadas com outros malfeitores e incomodadas por eles, lembre-se de que éramos malfeitoras. Sem a misericórdia de Deus, ainda seríamos malfeitoras.
Eu tenho uma amiga que está lidando com uma situação difícil com um filho jovem adulto rebelde. Minha amiga disse para mim no telefone outro dia: “Tenho que olhar para o meu próprio coração e deixar que Deus me mostre onde eu estaria e onde estou sem a Sua graça”. É difícil se ofender e ficar chateada com os pecados dos outros se estivermos vendo nossa própria necessidade através de olhos humildes.
É muito importante cultivar uma atitude mansa ou humilde ao renunciar consciente e consistentemente aos nossos direitos. Muitas vezes, o que nos deixa irritadas é sentir que nossos direitos foram violados, ou que não fomos tratadas como acreditamos que deveríamos ser tratadas. No entanto, se realmente entendermos como merecemos ser tratadas, então qualquer coisa melhor do que o que consideramos ser o pior tratamento possível é na verdade melhor do que merecemos. Em essência, tenha uma mudança de perspectiva em direção à gratidão e longe do direito adquirido.
Seja grata por tudo o que tem: Ao adotar essa mentalidade, somos incentivadas a apreciar e agradecer pelo que temos, em vez de constantemente nos esforçar por mais ou nos sentir insatisfeitas com o que falta.
Se você quiser cultivar a mansidão de espírito, Matthew Henry diz neste maravilhoso livro, A Busca pela Mansidão e Tranquilidade de Espírito:
“Seja frequentemente um arrependido.” Seja um arrependido. Deixe-me ler esta citação. Ele diz:
“Seja frequentemente um arrependido de sua paixão pecaminosa e renove seus pactos contra ela. Se nossa raiva precipitada nos fosse mais amarga na reflexão posteriormente, não seríamos tão propensos a recair nela.”
Em outras palavras, se percebermos quando respondemos com irritação ou raiva, se fôssemos sérias e arrependidas sobre isso e o víssemos como o pecado que realmente é, então não seríamos tão propensas a cair nele tão rapidamente na próxima vez. Ele disse:
“O arrependimento em geral, se for sincero e profundo, e baseado em verdadeira contrição e humilhação, é muito meigo e dispõe a alma a suportar ferimentos com muita paciência.
Aqueles que vivem uma vida de arrependimento, como todos nós temos razão para fazer, não podem deixar de viver uma vida quieta ou mansa; pois ninguém pode dizer levianamente pior do verdadeiro penitente do que ele diz de si mesmo.”
Ou seja, se você for honesta em confessar seus próprios pecados, então qualquer coisa que alguém diga sobre você, uma crítica ou um golpe, você saberá que a verdade sobre você é pior do que a crítica dessa pessoa. Portanto, seja rápida em confessar seus pecados, suas falhas, a Deus, aos outros e se humilhe quando não tiver respondido mansamente.
Nas últimas semanas, enquanto estávamos nesta série, tive inúmeras ocasiões em que sabia que minha resposta por e-mail ou telefone ou em uma reunião não era mansa. Tive que voltar e dizer ao indivíduo ou aos indivíduos envolvidos: “Aquela não foi uma resposta mansa. Você pode me perdoar?” Humilhe-se como uma pessoa arrependida.
Peça a Deus por mansidão. Matthew Henry diz:
“Ore a Deus pedindo que seu Espírito trabalhe em você essa excelente graça de mansidão e quietude de espírito.
Assim que começamos a ser mal-humoradas e inquietas, devemos elevar uma oração a Ele que acalma a agitação do mar, suplicando por essa graça que sossega o coração.”
Diga: “Senhor, Tu podes acalmar as águas tempestuosas, O Senhor pode acalmar meu coração agora? Acalme meu coração, acalme a tempestade em mim! Concede-me mansidão e quietude de espírito.”
Resolva ser mansa. Matthew Henry diz:
“Devemos nos engajar em uma firme resolução na força da graça de Cristo para sermos mais dóceis e gentis.
Ele diz que devemos examinar frequentemente nosso crescimento e nossa proficiência nessa graça. Toda noite devemos nos perguntar se fomos brandas durante o dia.”
Tire um tempo para refletir. Não estou falando sobre viver sob a lei aqui ou ser legalista. “Ah, escorreguei lá às onze e quarenta e cinco.” Estou falando sobre quando o Espírito Santo convence que você não estava andando em graça, humildade e mansidão, que você não estava revestida de mansidão, mas sim de orgulho, raiva ou um espírito irritável. Tire tempo para refletir e confesse.
A maioria de nós vive vidas não examinadas. Apenas passamos o dia. Reagimos. Perdemos a calma. Falamos o que pensamos. Perdemos nossa paz por causa do que dissemos. E seguimos em frente. E todas essas coisas estão acumuladas em nossos corações. Pare e faça um balanço de onde você falhou, olhe para o coração misericordioso, perdoador e gracioso de Deus e diga: “Oh, Deus, obrigada por Jesus, que morreu na cruz para pagar por este pecado.”
Dê o nome ao pecado. Não apenas uma falha de caráter. De maneira alguma, não culpe seja quem for que te fez perder a cabeça naquele dia. Não coloque a culpa neles. Assuma a responsabilidade. Diga: “Oh Deus, tenha misericórdia de mim.”
E então, pela graça de Deus, levante-se no dia seguinte e enfrente o dia novamente. Creia em Deus por Sua graça para te revestir de mansidão e quietude de espírito.
Lembre-se de que é um processo. Não saia daqui e diga: “Vou ser mansa e humilde pelo resto da minha vida. Nunca mais vou discutir com ninguém. Nunca mais vou falar de forma desagradável com meus filhos.” É provável que você faça isso antes do dia acabar se sair com orgulho, dizendo: “Eu consigo fazer isso.”
Não estamos falando aqui de moralismo, autocorreção ou por nós mesmas nos tornar melhor do que somos. Estamos falando de Cristo, que vive em nós, que pagou o preço por nosso pecado e vive dentro de nós pelo poder de seu Espírito Santo. Ele derrama Sua graça em nossas vidas para nos tornar algo sobrenatural que jamais poderíamos ser sem Ele.
Raquel: Você sabia que pode baixar o APP do Revive our Hearts e clicar no Aviva Nossos Corações, em português? Baixe hoje mesmo o aplicativo do Revive Our Hearts. Caso tenha dúvida de como escrever, você pode dar uma olhada nessa transcrição aqui no site.
Nancy DeMoss Wolgemuth está em uma série chamada, “A Beleza da Mansidão.” Ela tem nos contado sobre o único verdadeiro poder que nos permitirá aprender a mansidão. É Cristo dentro de cada uma de nós.
Nancy explora esse tema ainda mais em seu livreto “Uma bondade mais profunda“. Ela nos ajuda a ver a relevância do evangelho quando se trata de como expressamos bondade uns aos outros. Fazer parte da beleza do evangelho juntos é simplesmente ser gentil!
Gostaríamos de enfatizar sobre a importância de saber diferenciar humildade e mansidão com aceitação ao abuso. Tanto o abuso físico, quanto o emocional não devem ser aceitos em nenhuma circunstância. Procure o seu pastor ou uma irmã piedosa de sua igreja caso precise de ajuda para entender melhor essa diferença e buscar orientação. Caso você esteja passando por uma situação de abuso e correndo perigo de vida, por favor, procure as autoridades locais.
Gostaríamos de enviar o livreto “Uma bondade mais profunda” para você como forma de agradecimento quando você apoiar o Aviva Nossos Corações com uma doação de qualquer valor. Realmente dependemos dos presentes de amigos como você para continuar.
Para contribuir, visite www.avivanossoscoracoes.com. Depois, envie o comprovante para contato@avivanossoscoracoes.com e solicite o seu livreto.
Amanhã será o último episódio desta série que tem nos ajudado a não colocar a nossa vida como o centro de todas as coisas, mas a pensar nas pessoas ao nosso redor com um coração grato por suas vidas. Nancy vai falar sobre a necessidade de parar, pausar antes de falar. “Coloca, Senhor, uma guarda na minha boca. Vigia a porta de meus lábios.”
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.