Dia 08: Coloque uma guarda à minha boca
Raquel Anderson: Já desejou poder voltar atrás no que acabou de dizer? Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Algumas de nós mulheres não temos um botão de pausa em nossas línguas, e às vezes, precisamos disso. Pare, pause! “Coloca, Senhor, uma guarda na minha boca. Vigia a porta de meus lábios.”
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
As pessoas ao seu redor te descreveriam como “mansa”? Grande parte dessa pergunta tem a ver com como usamos nossas palavras. Nancy DeMoss Wolgemuth vem abrindo a Palavra de Deus por cerca de uma semana e meia nos mostrando a beleza da mansidão.
Hoje vamos aplicar essas verdades às nossas línguas! Prepare-se, o que você está prestes a ouvir será muito prático. Pode ser um pouco difícil de ouvir, mas é muito …
Raquel Anderson: Já desejou poder voltar atrás no que acabou de dizer? Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Algumas de nós mulheres não temos um botão de pausa em nossas línguas, e às vezes, precisamos disso. Pare, pause! “Coloca, Senhor, uma guarda na minha boca. Vigia a porta de meus lábios.”
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
As pessoas ao seu redor te descreveriam como “mansa”? Grande parte dessa pergunta tem a ver com como usamos nossas palavras. Nancy DeMoss Wolgemuth vem abrindo a Palavra de Deus por cerca de uma semana e meia nos mostrando a beleza da mansidão.
Hoje vamos aplicar essas verdades às nossas línguas! Prepare-se, o que você está prestes a ouvir será muito prático. Pode ser um pouco difícil de ouvir, mas é muito bom. Porque te digo isso: suas palavras podem exibir a beleza da mansidão se você estiver operando no poder de Deus. Aqui está Nancy.
Nancy: Estivemos em uma jornada em busca da mansidão, como as Escrituras dizem que devemos fazer, e em alguns momentos vi pessoas fazendo caretas, tipo, “Você poderia falar sobre algo mais fácil de aceitar por um tempo? Eu me senti muito julgada.”
A razão pela qual nos sentimos julgadas é porque não somos mansas. Não somos humildes de espírito, e nenhuma mulher é naturalmente mansa.
Algumas podem ser naturalmente quietas, mas estamos todas na carne, e a nossa carne reage e se irrita. Não pense numa pessoa que você conhece, e diga, “Ah, ela deve ter a mansidão dominada.”
Você não mora com aquela pessoa, e mesmo as pessoas que vivem conosco, não conhecemos seus corações. Deus é o único que conhece profundamente os nossos corações.
A mansidão é uma qualidade de Cristo. Ele diz que devemos aprender dEle como ser mansos e humildes de espírito. Há tanto poder na mansidão. “Bem-aventurados os humildes de espírito [mansos], pois eles receberão a terra por herança.” (Mateus 5:5)
Nestes últimos dois episódios, estamos falando sobre algumas dicas, sugestões para você começar um processo em busca da mansidão.
Ao dar início a este episódio, deixe-me ler alguns e-mails que recebemos de ouvintes que mostram a falta de mansidão e o que isso faz com elas e seus relacionamentos. Uma mulher diz:
“Por natureza, sou uma das pessoas mais argumentativas que você irá conhecer.”
Veja bem, dissemos no último episódio que ser honesto é o ponto de partida para o desenvolvimento da mansidão, eu aprecio a honestidade desta mulher. Ela continua:
“Se há algo que eu sinto que precisa ser dito ou debatido, serei a primeira a levantar a questão. Deus tem me mostrado o meu erro durante toda a semana com essa série.
Normalmente eu nem consideraria os sentimentos de quem machuco quando falo. Em minha mente, estou dizendo como as coisas devem ser, e alguém precisa dizer, então por que não eu?
Percebi que isso faz parte da minha impaciência com as pessoas em geral. Tenho intencionalmente tentado me ‘calar’ mais. Vou me reunir com outra amiga que também gosta de falar bastante para que possamos juntas prestar contas uma à outra.
Por favor, continue dizendo como deve ser a fim de que pessoas como eu deixemos de nos impor.”
Bem, estou grata por essa mulher ter um espírito ensinável, e ela ilustra o que eu acho que é uma das chaves para o desenvolvimento da mansidão e tranquilidade de espírito, e isso é envolver outros cristãos em sua vida, caminhar com outros. Deus nunca nos destinou a nos tornarmos cristãs maduros sozinhos.
Precisamos dos outros. Então ela disse: “Vou me reunir com uma amiga que também luta com essa questão de mansidão, e vamos nos responsabilizar uma à outra, vamos prestar contas uma à outra.”
Porém, eu sugiro que você não se junte apenas com pessoas que lutam com o mesmo pecado, mas também com pessoas que evidenciam graça nessa área de suas vidas, que evidenciam um espírito humilde e manso. Esteja perto delas. Passe tempo com elas e peça que orem por você. Peça que cobrem de você.
Eu disse à minha equipe: “Quando vocês veem padrões na minha vida nessa ou em outras áreas que não glorificam ao Senhor e que eu não estou percebendo, me amem o suficiente para vir e me ajudar a ver.” Pode ser um ponto cego para mim.
Não me deixem passar por cima das pessoas, falar demais, dizer coisas que não deveria dizer e deixar de glorificar a Deus. Dê às pessoas a liberdade de falar em sua vida. Precisamos ajudar uns aos outros.
Eu preciso delas na minha vida. Você precisa de outros na sua vida. Precisamos uns dos outros. Então envolva outros cristãos em sua vida, como essa mulher disse que vai fazer.
Aqui está outra ouvinte que disse o seguinte:
“Nos mudamos há sete meses, e tem sido muito estressante financeiramente para nossa família. Eu reclamo continuamente, tento controlar todos os pequenos detalhes e guardo rancor do meu marido porque acho que o meu jeito é melhor. (Percebe o oposto de um espírito manso aí?) Ao fazer isso, não desrespeitei apenas meu marido, mas também desrespeitei e deixei de confiar no Senhor. Percebo que sou eu quem está tornando este casamento miserável.”
Agradeço a Deus que os olhos dessa mulher estejam se abrindo. Ela está assumindo responsabilidade. Ela não está culpando o marido. Ela está sendo honesta sobre seu hábito de reclamar, controlar e ressentir-se do marido; seu orgulho, sua arrogância que pensa, meu jeito é melhor. Ela também está percebendo que, ao fazer isso, não está confiando no Senhor. Ela está tentando controlar tudo, e é daí que vem a falta de mansidão.
A honestidade sobre a qual falamos no episódio passado é ilustrada por essa mulher. Seja honesta sobre como a falta de mansidão está se manifestando em sua vida.
Acho importante para nós mulheres ouvir dos homens como nossa falta de mansidão os afeta. Aqui está um homem que desabafou muito honestamente:
“Embora eu ame minha esposa, o desejo de demonstrar isso diminuiu. Há dez anos, eu costumava comprar flores para ela pelo menos uma vez por semana (Então havia expressões práticas de amor). Eu ainda a amo, mas não estou tão motivado para mostrar isso. Por quê?
O constante “não” a tudo o que sugiro, discussão sobre tudo, tentar definir a agenda, criticar meu modo de dirigir, até se eu pego esta rota ou aquela, sendo que ambas são boas. Essas coisas me deixam esgotado, desanimado e solitário.”
Mulheres, Deus não criou no homem um “aguentômetro” para quando somos briguentas, controladoras, reclamonas, manipuladoras. Você pode dizer, “Bem, você precisa falar sobre o que os homens fazem também.” Não, isso é para algum outro ministério. Esse não é o meu trabalho. Essa não é a minha missão. Meu trabalho é falar conosco, como mulheres, e aqui está um marido que está sendo muito honesto, dizendo: “Eu amo minha esposa, mas ela me desgasta. Perdi minha motivação.”
Ele ainda é responsável por continuar amando sua esposa, e não há desculpa para ele não fazê-lo, mas, mulheres, podemos tornar fácil ou difícil para as pessoas ao nosso redor trabalharem conosco, viverem conosco, nos amarem.
Então, o que devemos fazer?
Falamos sobre algumas dicas específicas no episódio de ontem. Deixe-me dar várias outras aqui.
Acho que algo importante e específico é aprender a guardar nossas línguas — aprender a guardar nossas línguas. Não se apresse em falar.
Matthew Henry diz em seu livro, A Busca pela Mansidão e Tranquilidade de Espírito — eu fiz referência a esse livro várias vezes ao longo desta série, que infelizmente não temos disponível em português, mas tenho tentado dar um bom resumo desse material tão rico. Ele diz:
“Aprenda a pausar. Pare quando algo te irrita, quando uma circunstância não vai do seu jeito, quando você recebe uma notícia que não estava esperando. Pause antes de responder.”
Eu percebo que me meto em muitas confusões quando falo precipitadamente. Invariavelmente, digo o que não deveria dizer. Temos um homem em nossa equipe que tem o que ele chama de “a regra das vinte e quatro horas”. Quando estamos lidando com uma situação difícil e queremos voltar e responder a algo com o qual não estamos satisfeitos, ele diz: “Espero vinte e quatro horas antes de enviar o e-mail. Posso escrever o e-mail, mas não envio. Espero até o dia seguinte e me certifico de que é isso mesmo que devo dizer.” Esse é um homem sábio. Isso é ter um espírito manso.
Algumas de nós mulheres não temos um botão de pausa em nossas línguas, e precisamos disso. Pare, pause. “Coloca, Senhor, uma guarda à minha boca. Vigia a porta de meus lábios.” (Salmo 141:3)
Provérbios 14:29: “O homem paciente dá prova de grande entendimento, mas o precipitado revela insensatez.”
Eclesiastes 5:2: “Não seja precipitado de lábios, nem apressado de coração para fazer promessas diante de Deus. Deus está nos céus, e você está na terra, por isso, fale pouco.”
Provérbios 19:11: “A sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas.”
Deixe para lá. Você não precisa abordar — eu não preciso abordar — cada questão que surge. Eu não preciso responder a tudo o que me incomoda ou me perturba. Deixe para lá. Essa é a glória de um homem: passar por cima de uma ofensa.
Agora, se há um padrão na vida de um de seus filhos ou do seu marido, ou de uma amiga, então no espírito de Gálatas 6:1, vamos até eles, tentamos restaurá-los com um espírito de mansidão, mas não precisamos apontar toda vez que alguém faz algo que não deveria ter feito.
Pare e pense,
- É esse o momento de dizer isso?
- Eu sou a pessoa certa para dizer isso?
- Isso é necessário?
- Isso é gentil?
- Isso é verdadeiro?
- Eu preciso dizer isso?
E ao pausar, a mansidão terá a chance de entrar em ação e as coisas que dizemos refletirão um espírito maior de mansidão.
Novamente, deixe-me ler apenas alguns e-mails de ouvintes que mostram a importância disso. Uma mulher disse:
“Eu preciso mudar. Eu percebo que tenho sido brava e dura com meu marido e minha filha. Agora entendo por que eles dizem: ‘Por que você é tão má?’ Eu não quero ser má com eles.
Cresci em um lar onde minha mãe era muito severa com minha irmã e comigo. As palavras que ela dizia para nós às vezes cortavam como uma faca. A parte triste é que eu prometi a mim mesma que não faria isso com minha filha, e agora, olha para mim!
Deus usou Aviva Nossos Corações para abrir meus olhos e meu coração para esse problema. Agora vou fazer um esforço, com a ajuda de Deus, para responder com gentileza.”
Outra mulher disse:
“É muito difícil para mim permanecer calma e não dizer nada quando vejo um homem fazendo algo errado, mas desde que comecei a ouvir o Aviva Nossos Corações, no tópico do discernimento e sobre o poder de uma língua controlada, tenho implementado essas percepções em minha vida.
Vejo como os homens ficam surpresos com minha opinião mais controlada agora e como eu os escuto e espero por suas respostas, os afirmo em seus pensamentos e sugestões. Agora as pessoas não têm tanto medo das minhas repreensões verbais, já que elas diminuíram drasticamente.
Foi uma jornada difícil, e ainda estou lutando para mudar, mas é gratificante e traz paz saber que você está agindo de acordo com a vontade do Senhor.”
Deixe-me falar mais dois pensamentos sobre cultivar mansidão e tranquilidade de espírito, e depois quero ler mais um testemunho para você.
Matthew Henry, em seu último capítulo, tem uma lista de sugestões sobre como cultivar a mansidão. Há uma que eu nunca teria pensado por conta própria, mas acho que é muito poderosa, e quero compartilhá-la com você. Ele diz assim:
“Converse muito em seus pensamentos com um túmulo escuro e silencioso. Pense na morte.”
Eu jamais pensaria nisso como uma chave para a mansidão e a tranquilidade de espírito, mas ele diz que é, e ouça a razão que ele dá:
“Você encontra muitas coisas agora que a perturbam e incomodam, e tem muito a fazer para suportá-las (Elas te estressam, te deixam ansiosa e agitada, todas essas coisas que te perturbam e incomodam). Pense em como a morte vai te deixar tranquila e como você será incapaz de se ressentir ou de resistir a injúrias.
Se você estiver deitada em um caixão em seu funeral, e alguém se aproximar e ficar ao lado do caixão e disser: “Eu nunca gostei mesmo de você. Sempre pensei que você era…” e começar a dizer coisas desagradáveis sobre você, o que você vai fazer? Nada. Você está morta. Ele diz:
“Pense no que é estar morta, e não poder resistir ou se ressentir das injúrias. Logo você estará fora do alcance da provocação. E não é um espírito tranquilo a melhor preparação para esse estado tranquilo? (Prepare-se para morrer vivendo corretamente ao responder às provocações.)
Pense em como todas essas coisas que agora nos perturbam parecerão quando estivermos olhando a morte nos olhos. Quão pequenas e insignificantes elas parecem para alguém que está entrando na eternidade.”
Creio que, se pudéssemos ter arrependimento ao entrar na eternidade, seria porque, ao olharmos para trás, veríamos todas aquelas pequenas coisas sobre as quais fizemos tanto caso. “Por que eu fiz isso? Por que eu me exaltei com aquilo? Por que eu não deixei isso para lá? Por que eu não respondi com mansidão ao invés de responder com raiva?”
Ele continua:
“Pense em como essas coisas parecerão pequenas quando você estiver entrando na eternidade. A morte em breve nos acalmará. Deixe a graça nos acalmar agora.”
Boas palavras, né?
Me veio o seguinte pensamento: “Fixe seus olhos em Jesus. Aprenda com Ele. Passe tempo com Ele. Deixe Ele tomar posse de você.” Que o caráter Dele, Sua mansidão, se tornem seus.
Isaías 42, versículo 1, descreve de forma profética a mansidão de Cristo. Diz: “Porei nele o meu Espírito, e ele trará justiça às nações.” Mas como Ele faz isso?
Versículos 2 e 3: “Não gritará nem clamará, nem erguerá a voz nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o pavio fumegante.”
Jesus é gentil. Ele é manso, e Ele é bondoso, e é assim que Ele efetivamente traz justiça ao mundo. Como já dissemos, o conquistador é o Cordeiro de Deus que foi morto antes da fundação do mundo.
A história da humanidade é que o Cordeiro vence. O Cordeiro supera, portanto, que nós também possamos vencer por meio da mansidão. Foque na cruz.
Matthew Henry diz:
“Pensem frequentemente em como e de que maneira Ele sofreu; veja-O conduzido como um cordeiro ao matadouro, e armem-se com a mesma disposição.
Isso é o que lemos em 1 Pedro, capítulo 2, versos 21-23:
“Para isso vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando-lhes exemplo, para que sigam os seus passos. ‘Ele não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado em sua boca’. Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça.”
Esta é a essência da mansidão.
Olhe para Cristo. Alimente-se Dele. Aprenda Dele. Viva em Sua presença. Permaneça na cruz e deixe a imagem da cruz moldar Sua imagem de mansidão em você.
Quero encerrar esta sessão compartilhando uma história que uma mulher compartilhou conosco não faz muito tempo. Ela ilustra alguns dos aspectos sobre os quais temos falado nesta questão de mansidão. Ela diz:
“Logo após o Seminário Bíblico, casei-me com um homem que pensei ter um relacionamento maravilhoso com nosso Senhor e estar indo na mesma direção que eu. Não demorou muito para eu descobrir que não era o caso. Eu me vi buscando a Deus sozinha e lendo minha Bíblia sozinha. Meu marido discutia comigo sobre minhas crenças bíblicas. Que choque descobrir que estávamos seguindo em caminhos totalmente diferentes.
Havia um grande tumulto em nossa casa. Meu marido tem um temperamento muito ruim, e eu me tornei alvo de sua raiva na maioria das vezes por um motivo ou outro.
Lentamente, fui ficando muito amargurada com ele pela maneira como me machucava e pelo sentimento de ter sido enganada. Eu pensei que ele fosse outra pessoa, descobri que estava errada, e o ressentia por isso.
Meu marido recebeu uma oferta de emprego de seu pai para nos mudarmos para outro estado e recomeçar a vida lá. Ele estava animado. Eu não estava. Toda a nossa família estava aqui, e eu era muito próxima dos meus pais, e eles eram muito apegados ao nosso filho.
Foi uma escolha muito difícil, mas, no final, tentando ser uma “boa esposa”, concordei. Nos mudamos para longe, sem amigos, sem família — exceto o pai incrédulo dele — e eu estava grávida, do nosso segundo filho, não me sentindo bem e sem igreja ou apoio cristão de qualquer tipo.
Com o tempo, as coisas foram de mal a pior. O afastamento do meu marido do Senhor só aumentava, e descobri a triste e dura verdade. Durante dois anos, ele vinha olhando pornografia às minhas costas. Fiquei abatida com a escuridão e o horror que me cercavam. Essa moça cristã, criada na igreja, e aqui estava eu no que, para mim, era o meio do inferno.
Passei muito tempo em amargura, com dó de mim mesma. Eu estava vivendo com um marido que deveria ser cristão, mas não estava vivendo como se fosse, e que estava me tratando com muita crueldade.
Muitas vezes neste período pensei: ‘É isso! Vou pegar as crianças e deixá-lo. Tenho certeza que Deus não quer que eu sofra tanto’.
Mas, no meio disso tudo, minha mãe, uma mulher piedosa e de oração (louvado seja o Senhor pelas mães piedosas que oram) me sustentava dizendo:
“Não olhe com os olhos da carne, mas acredite que todas as coisas são possíveis com Deus.”
Bem, mais fácil dizer do que fazer, pensei. Você está vivendo com meu pai, que é um dos homens mais maravilhosos e piedosos do mundo, e eu estou vivendo com o pesadelo de toda mulher.
As coisas estavam chegando a um ponto crítico quando uma amiga do lugar onde nasci e cresci me disse que eu deveria começar a ouvir o Aviva Nossos Corações, que eu encontraria grande encorajamento lá. E eu fiz isso, pois estava num estado total de desespero.
Foi quando você estava começando sua série sobre a mulher de Provérbios 31. Nas três primeiras vezes que ouvi, pensei, ‘Isso é loucura. Outra pessoa pode fazer isso porque está vivendo com um homem bom que a trata bem e é o líder espiritual e piedoso de sua casa, mas Nancy não poderia esperar que eu fizesse isso quando estou vivendo com meu tipo de marido!’
Mas mesmo depois de tudo pelo que passei, meu coração é sensível ao Espírito Santo, e não demorou muito para uma grande convicção começar a me pressionar.
De repente, comecei a ver todas as maneiras como contribuia para a bagunça em nossa casa. Em vez de confiar no Senhor para mudar meu marido, permiti que a amargura e a autopiedade entrassem e me mudassem, me deixando irritada com ele e indisposta a amá-lo e a servi-lo da maneira como o Senhor nos chama a fazer.
Eu pensava, Por que eu deveria? Tudo o que você fez foi me machucar e me causar dor? Por que eu deveria me esforçar por você? Eu o tratava mais como inimigo do que como meu marido.
Vi como meu coração havia esfriado. (Honestidade—esse é o ponto de partida) Que choque ver que eu não era a esposa cristã perfeita que eu pensava ser.”
Vamos dar uma pausa aqui. Veja, quando estamos olhando para a outra pessoa—esta sou eu falando, intercalando isso em sua carta—quando estamos olhando para a outra pessoa e seus defeitos e falhas, estamos cegos para nossos próprios problemas e necessidades.
Agora, voltando à carta:
“Comecei a ver que, em meu “santo zelo”, estava desrespeitando-o e trazendo vergonha ao nosso Senhor. Chorei muito, numa purificação longa do fundo do meu coração amargo e ferido.
Arrependi-me por todas as maneiras como não mostrei ao meu marido errante o amor e o perdão de Cristo. Quando comecei a ouvir como uma esposa e mãe piedosa deveria ser, percebi o quanto estava aquém.
Estas últimas semanas têm sido das mais difíceis que já vivi. A mudança nunca vem fácil ou sem um preço, mas nada que vale a pena ter vem fácil.
Também percebi que nenhuma quantidade de determinação poderia me ajudar a amar meu marido que não me amava, mas eu sabia que poderia pelo poder do nosso precioso Senhor vivendo por meio de mim.”
Interrompendo novamente a leitura da carta, deixe-me dizer também que nenhuma quantidade de determinação pode fazer de você uma mulher mansa e de espírito tranquilo. É pela fé em Cristo e pelo que Ele fez em nosso favor e deixando ser Cristo manifestado em nós que o sobrenatural realmente é possível. Voltemos à leitura:
“Comecei a ver que, se mudasse, realmente mudasse, ele teria que ficar atento e ver que Deus está trabalhando. Houve muitas pequenas vitórias nestas últimas semanas. Cada uma me dá coragem para continuar. Quando ele não demonstra amor, respondo com um espírito gentil ao invés da irritação habitual, aquela atitude que diz “Eu-não-te-suporto-mais”.
Vou interromper novamente. O que ela está fazendo é mudar o passo da dança, e isso faz com que ele mude. Não porque ela o esteja fazendo mudar, mas porque ele não está acostumado com isso. Quando uma pessoa muda o paradigma, muda o movimento, então é incrível observar quantas vezes Deus moverá o coração da outra pessoa para mudar. Voltemos à leitura.
“Deus tem me ajudado a servi-Lo de maneiras que normalmente não faria. Eu louvo a Deus porque tenho força e visão renovada. Posso ser a mulher de Provérbios 31 pela graça de Deus, mesmo em um casamento difícil.
Posso criar meus filhos para conhecer e amar o Senhor, mesmo quando meu marido não apoia essas crenças. Meu coração está cheio de esperança. Não me sinto assim há anos.”
Uau! Estou tão grata pela graça de Deus na vida dessa mulher. Estou tão agradecida pela esperança que Ele está dando a ela em uma situação tão desesperadora. Quando nos encontramos nessas circunstâncias, tendemos a pensar que a única coisa que poderia trazer esperança é se a outra pessoa mudasse ou a situação mudasse. Mas você vê o que deu esperança a essa mulher? Foi quando ela permitiu que Deus a mudasse.
Não estou dizendo que se suas circunstâncias são ruins, provavelmente é porque você tem respondido de forma errada. Você pode responder corretamente e ainda ter circunstâncias dolorosas ou difíceis. Isso é o que o Calvário representa – o justo sofrendo pelo injusto para nos trazer a Deus. Mas certifique-se, como Pedro diz, de que quando estiver sofrendo, não seja por causa de sua agressividade, sua arrogância, sua falta de mansidão. Certifique-se de que não seja por causa de suas próprias ações erradas.
Receba o Espírito de Cristo. Mantenha o foco na cruz. Mantenha seus olhos em Cristo e permita que Ele, pela Sua graça, a transforme em uma mulher mansa, gentil e tranquila. As Escrituras dizem em 1 Pedro 3 que há alguns maridos que não obedecem à Palavra de Deus e que serão conquistados pelo modo de pensar de Deus ao verem esse comportamento manso, casto e puro – eles vêem Cristo em você – e a convicção virá sobre eles, e suas vidas também podem ser transformadas.
A Palavra de Deus diz: “Bem-aventurados os humildes [mansos], pois eles receberão a terra por heranaça” (Mateus 5:5). Quero encorajá-la, assim como Deus tem me encorajado, nos dias que virão, a buscar a mansidão.
Senhor, como oro para que, como mulheres, possamos refletir o espírito humilde, manso, gentil e tranquilo do Senhor Jesus, não agitadas em nossos espíritos, não turbulentas, não arrogantes, não ressentidas das circunstâncias ou das pessoas, mas rendidas a Ti, dizendo: “Sim, Senhor”, e recebendo as circunstâncias e as pessoas que trazes para nossas vidas como vindas de Ti para nosso bem.
Oh Senhor, nos mude por dentro. Faça-nos como Jesus, e que nossas vidas façam as pessoas ao nosso redor sedentas e famintas para conhecê-Lo e segui-Lo.
Eu oro em nome de Jesus, amém.
Raquel: Você pode imaginar como seriam seus relacionamentos se você colocasse em prática essas palavras de Nancy DeMoss Wolgemuth? Se a beleza da mansidão fosse exibida cada vez mais em suas palavras e interações?
Okay, tenho que deixar isso bem claro porque não quero que as pessoas entendam errado. Você sempre pode ter um coração de mansidão. Isso não significa que você nunca pode falar quando alguém está pecando contra você. É exatamente o oposto. Você pode falar com palavras mansas, com um coração manso.
Hoje ouvimos sobre uma mulher escolhendo permanecer comprometida no casamento com um homem que usa pornografia. Meu coração se despedaça por ela… e por você, se é isso que está enfrentando. Não estou dizendo que você não deve falar em um caso assim. Sempre devemos chamar o pecado pelo nome. Mas é possível abordar seu marido com um coração manso. Oro para que você exiba a beleza da mansidão hoje. E se você está lidando com uma situação difícil como um marido que é viciado em pornografia, quero encorajá-la a buscar ajuda de uma igreja comprometida com a Palavra de Deus.
Espero que o programa de hoje seja apenas o começo, que você continue explorando maneiras de infundir a mansidão nas palavras que você fala, nas palavras que você envia em mensagens, nas palavras que você posta – mesmo quando está confrontando alguém sobre o pecado deles.
Nancy pode ajudá-la a crescer nessa área. Ela escreveu um livreto chamado “Uma bondade mais profunda“. Acho que algumas pessoas podem ser naturalmente mais gentis do que outras. Mas todas nós precisamos crescer em bondade. Precisamos da verdadeira, profunda bondade que vem do conhecimento de Deus.
Neste livreto, Nancy ajudará você a buscá-Lo para desenvolver a bondade que só Ele pode dar. Como forma de agradecimento, enviaremos uma cópia desse livreto quando você fizer uma doação de qualquer valor. Envie o comprovante para contato@avivanossoscoracoes.com e solicite a sua cópia deste livreto. Para fazer uma doação, visite o nosso site avivanossoscoracoes.com e clique na aba “doação”.
Este foi o último episódio da série “A Beleza da Mansidão”.
Amanhã iniciaremos uma nova série chamada: “Somente para mulheres”. Esta série é fundamental tanto para mulheres casadas como para mulheres solteiras que pensam em se casar no futuro. Uma das convidadas diz o seguinte: “uma vez que começamos a perceber que podemos nos aproximar de nossos maridos e amá-los da maneira que eles precisam, isso os fortalece para serem os homens que Deus os criou para serem.”
Aguardamos você amanhã aqui no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.