Ep. 13: Você está tentando preencher um lugar em seu coração que foi feito para Deus?
Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth compartilha conosco como muitas vezes nos apaixonamos por ídolos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Quando as coisas não estão indo da maneira que queremos, nossos corações muitas vezes procuram por substitutos. Isso pode se tornar um substituto ou tomar o lugar de Deus?
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres Atraentes Adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
Nancy: Se esta é a sua primeira vez se juntando a nós nesta parte da nossa série de Tito 2, talvez você queira ouvir alguns dos programas anteriores para compreender o contexto, especialmente sobre o que falaremos hoje. Estamos retomando de onde paramos no episódio anterior, na frase em que Paulo, no livro a Tito capítulo 2, se dirige às mulheres mais velhas dizendo que elas devem ser reverentes em seu comportamento.
O que significa isso? Bem, elas não devem ser …
Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth compartilha conosco como muitas vezes nos apaixonamos por ídolos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Quando as coisas não estão indo da maneira que queremos, nossos corações muitas vezes procuram por substitutos. Isso pode se tornar um substituto ou tomar o lugar de Deus?
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres Atraentes Adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
Nancy: Se esta é a sua primeira vez se juntando a nós nesta parte da nossa série de Tito 2, talvez você queira ouvir alguns dos programas anteriores para compreender o contexto, especialmente sobre o que falaremos hoje. Estamos retomando de onde paramos no episódio anterior, na frase em que Paulo, no livro a Tito capítulo 2, se dirige às mulheres mais velhas dizendo que elas devem ser reverentes em seu comportamento.
O que significa isso? Bem, elas não devem ser caluniadoras – isso afeta o modo como elas usam a língua. E elas não devem ser escravizadas a muito vinho. E, mais uma vez, o pensamento que me vem à mente é: Deus não coloca nada na Bíblia que seja desnecessário. Portanto, cabe a nós estudar e ver: O que Ele quer dizer? Ao que isso se refere? Por que isso é importante para nós?
No último programa, falamos sobre o abuso de álcool. Dissemos que a Bíblia deixa claro que isso deve ser evitado, que não devemos beber excessivamente. A embriaguez é contrária à vontade de Deus para as nossas vidas – não porque Deus está tentando ser um estraga prazeres – mas porque um estado de embriaguez é um estado que nos deixa fora de controle e dessa forma o Espírito Santo não pode estar nos conduzindo.
Efésios 5 diz: “Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito.”
Então hoje, e eu disse a vocês que estávamos chegando a esse ponto, queremos levantar o assunto, não apenas sobre o abuso de álcool, mas também sobre o seu consumo.
Veja, eu sei – acredite em mim, eu sei – que os cristãos sinceros que amam a Deus e amam a Sua Palavra têm posições diferentes sobre este assunto, e não vamos resolver tudo isso hoje. Eu diria que está claro que há alguns versículos na Bíblia que representam o vinho como um presente de Deus para nosso desfrute. Existem outros versículos, alguns dos quais falamos na última sessão, que enfocam os perigos potenciais de beber.
Está claro que a Bíblia não proíbe, mas permite o consumo de bebidas alcoólicas. Ela nos dá alguns limites sobre o consumo de álcool, sobre o consumo excessivo, mas não proíbe de forma alguma o consumo de bebidas alcoólicas.
Isso significa que os cristãos têm liberdade neste assunto. E eu quero que você me ouça dizer isso porque no final da sessão de hoje você pode se perguntar: ”Ela falou que está tudo bem se eu me sentir à vontade para beber?” E vou começar dizendo: “Sim. Eu acredito que os cristãos têm liberdade neste assunto, que não devemos criar regras para os outros que vão além das Escrituras e não vamos julgar a espiritualidade das pessoas ou seu amor por Deus com base em nossas listas”. Todas me ouviram dizer isso?
Certo, dito isto: não significa que somos livres para fazer o que quisermos. Eu creio que há várias perguntas que devem ser feitas quando consideramos se podemos ou devemos consumir bebidas alcoólicas. E essas perguntas também podem ser aplicadas a outros comportamentos potencialmente escravizadores.
Então, se você não se interessa por álcool, não se desligue dizendo: “Ah, isso não se aplica a mim”. Você tem interesse em algo que pode ser potencialmente escravizador. Então, seja o que for, aplique estas perguntas a isto.
Número um: Isso está prejudicando o seu corpo?
1 Coríntios 6 nos diz que nosso corpo físico é o templo, a morada do Espírito Santo. Se você é uma filha de Deus, Deus vive em seu corpo.
Esse capítulo fala especificamente de não usar o corpo para a imoralidade sexual, mas o mesmo conceito poderia ser aplicado a qualquer uso pecaminoso ou prejudicial ao nosso corpo físico. Portanto, temos que nos fazer a seguinte pergunta: Será que beber da maneira como estou bebendo, ou ter alguns outros hábitos, ingerir alguma outra substância que estou ingerindo – remédios em excesso sem orientação médica, seja lá o que for – está prejudicando meu corpo?
Os riscos físicos associados a beber muito, seja em uma única ocasião ou ao longo do tempo, estão bem documentados. Provavelmente eu não precisaria dizer isso, mas caso você não esteja convencida, o Instituto Nacional de Abuso ao Álcool e Alcoolismo diz que esses efeitos potenciais podem incluir:
- Interferência nas vias de comunicação do cérebro – podendo afetar a capacidade do seu funcionamento.
- Dano cardíaco – como derrame, pressão alta.
- Danos ao fígado – fibrose hepática, cirrose.
- Aumento do risco de certos tipos de câncer, incluindo câncer de mama.
- Enfraquecimento do sistema imunológico e muito mais.
- Particularmente mulheres grávidas ou amamentando são advertidas contra qualquer consumo de álcool, porque sua presença na corrente sanguínea aumenta o risco de defeitos físicos ou mentais ao feto e também aumenta o risco de aborto espontâneo. Assim, o conselho às mulheres grávidas ou amamentando é: “Não beba”.
Isso não quer dizer que, ao observar todos esses possíveis efeitos de beber demais, o consumo de álcool ocasional ou moderado arruinará a sua saúde. Porém, à luz do potencial de abuso e dependência ao álcool, acho que precisamos considerar os riscos fisiológicos desse consumo excessivo.
Antes de prosseguirmos, alguém pode me dizer: “Mas o vinho tinto não faz bem para o coração?”
Deixe-me ler para você uma citação de um médico que é membro da Associação Americana do Coração, professor de medicina na Columbia University, em Nova Iorque. Ele disse: “Os mesmos antioxidantes encontrados no vinho tinto também podem ser obtidos a partir do suco de uva não fermentado e sem os riscos relacionados ao álcool”. Então, voltando ao primeiro ponto, isso está prejudicando seu corpo?
Número dois: Você está escravizada ou poderia ficar?
Estamos olhando para a frase em Tito 2 que diz que não devemos ser escravizadas a muito vinho. Essa palavra “escravizadas” significa “estar presa e controlada contra sua vontade”.
Uma mulher me disse que, na época em que costumava beber, ela ligava para o marido antes de sair do trabalho. Ela prometia voltar direto para casa, e ela tinha toda a intenção de fazer isso, mas havia um bar no caminho de sua casa e ela me disse: “Eu não conseguia passar por ele sem parar. Eu tentava, mas simplesmente não conseguia”. Então, obviamente, essa mulher não era livre. Ela estava escravizada.
Veja, como eu disse antes, beber, é claro, não é o único hábito que pode ter esse tipo de efeito em uma pessoa, mas é a natureza do álcool, que a Associação Médica Americana classifica como uma droga viciante, a própria natureza do álcool é que ele pode nos dominar e nos prender. Ele é viciante. Isso não significa que todo mundo que bebe acabará ficando viciado, mas alguns ficarão.
Existem muitas pessoas que bebem para escapar de algum tipo de dor em suas vidas, mas muitas vezes acabam presas por aquele hábito que pensavam que lhes traria alívio.
Há um antigo provérbio irlandês que diz: “Primeiro um homem toma uma bebida. Em seguida, a bebida toma outra bebida.. Daí a bebida toma o homem”. Estamos aqui apenas descrevendo o potencial de dependência das bebidas alcoólicas.
Então, quando dizemos: Devo beber, mesmo moderadamente? Preciso te encorajar a considerar se há um risco potencial de se embebedar ou disso se tornar um vício para você.
Já falei com muitas pessoas sobre isso ao longo dos anos, mas na verdade esse é um assunto que não é abordado muito frequentemente: Ninguém sabe o quanto pode aguentar até que passe do ponto e seja tarde demais. Todos os casos de dependência ou abuso de álcool começaram com um primeiro gole.
Ravi Zacharias, muitos de vocês estão familiarizados com esse nome, estava pregando uma mensagem sobre Daniel recusar a comida e bebida do rei. Ele disse: “Não experimente aquilo pelo que você não deseja estar faminto”. Eu achei isso interessante!
Agora, sem considerar apenas o risco potencial de ficar alcoolizada ou viciada, considere também uma predisposição genética ao alcoolismo. Se isso for algo que faz parte geneticamente de sua história, talvez você esteja ciente, mas também pode ser algo que você desconheça, então, tomar o primeiro gole pode ser como jogar Roleta Russa. Você não sabe. O que eu quero enfatizar é: considere tudo isso. O consumo de álcool me escraviza ou poderá me escravizar?
Em 1 Coríntios 6, Paulo cita um dito popular em Corinto. O dito era: “Todas as coisas me são lícitas”. E Paulo continua: “Sim, mas, eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. Sim, eu posso. Como uma pessoa cristã, sou livre para fazer tudo o que Deus me guia a fazer, mas não vou ser escravizado por nada”.
Paulo tinha a liberdade de desfrutar das bênçãos terrenas com a consciência limpa, mas ele não se permitiria, mesmo em sua liberdade, ser escravizado por nada.
Resumindo até agora, primeiro ponto: Isso está prejudicando meu corpo? Segundo ponto: Isso está me escravizando ou poderia me escravizar?
Número três: Isso é um ídolo em minha vida?
Às vezes ouvimos sobre pessoas sendo levadas a beber. Pode ser devido ao estresse relacionado a problemas no casamento, dificuldades no trabalho, depressão ou outros desafios. Quando as coisas não estão indo da maneira que queremos, nossos corações muitas vezes procuram por substitutos. E os efeitos calmantes do álcool podem parecer exatamente o que precisamos para nos ajudar a enfrentar ou superar uma determinada situação.
O desafio é que aquela substância calmante, inicialmente, pode facilmente se tornar um substituto ou algo que toma o lugar de Deus, que é quem deseja passar por essa situação conosco e nos ensinar como obter conforto em meio à aflição e estresse por meio de Sua graça.
Mas, dizemos: “Não, eu preciso disso para me consolar” e dessa forma, se tornar um substituto ou algo que toma o lugar de Deus.
Então, pense sobre seus hábitos relacionados à bebida ou à alimentação. Eu pensei muito sobre isso enquanto trabalhava nesta série. Pergunte a si mesma, como eu venho me perguntando, se você está se voltando para o álcool, ou para a comida, para obter o conforto e a ajuda que Deus deseja que você busque Nele.
As dificuldades e decepções da vida, que todos nós temos, estão levando você a beber? Elas estão levando você a comer excessivamente, “beliscando” no meio da noite, coisas que você sabe que são prejudiciais, coisas que te fazem acordar de manhã com um enorme arrependimento e se odiando por ter comido? Essas situações estão te levando a buscar alguma substância externa para te acalmar, para te consolar, para te dar paz?
Ou essas dificuldades e decepções estão levando você a Jesus? Esta é a questão. Você está tentando preencher um lugar em seu coração que foi feito para Deus? Você está buscando no álcool, ou em qualquer outra coisa, obter alívio? Para obter respostas para problemas como a ansiedade, a culpa, o tédio, a rejeição ou a solidão, você abraçou um falso deus substituto em sua vida?
Bem, eu gostaria de enfatizar o seguinte: o verdadeiro problema não é o álcool, a comida ou qualquer outra coisa. A verdadeira questão é o nosso coração pecaminoso que tem a tendência a buscar substitutos para Deus. Você pode nunca ter bebido uma gota de álcool, mas você pode ter outros falsos deuses em sua vida. Qualquer substância, qualquer coisa da qual dependo para sobreviver, pode se tornar um objeto de falsa adoração.
Pergunte-se o seguinte: Isso está prejudicando meu corpo? Isso está me escravizando ou pode me escravizar? E isso se tornou um ídolo em minha vida, algo do qual dependo, que tomou o lugar de Deus, para me ajudar a suportar a vida?
E então, o número quatro – e eu acho que este é um ponto realmente importante sobre o qual não falamos o suficiente em toda essa discussão sobre as liberdades cristãs hoje – e esta é a questão:
Meu hábito de beber poderia causar dano espiritual a outros ou levá-los ao pecado? Bom, você avaliou os pontos anteriores e isso pode parecer bom para você, mas tendo esse comportamento ou hábito você poderia ser um instrumento para fazer alguém que não é forte em sua fé tropeçar espiritual ou moralmente?
Aqui estamos falando sobre a lei do amor, não apenas a liberdade que temos em Cristo, mas a lei do amor.
As pessoas centradas no Novo Testamento às vezes diziam: “Sabe, estamos livres da lei. Não temos que obedecer à lei. Era assim no Antigo Testamento”. Algumas pessoas dizem isso hoje. Mas, Paulo fala muito sobre a lei no Novo Testamento, e uma das leis que ele enfatiza é a lei do amor – e essa é a nossa responsabilidade, a obrigação de amar os outros mais do que amamos a nós mesmos e a nossa liberdade.
Existem três passagens chave na Bíblia, em Romanos e em 1 Coríntios, nas quais Paulo aborda várias questões de estilo de vida que não são explicadas claramente nas Escrituras. A questão mais comum sobre a qual ele fala, é algo que era um problema na igreja do primeiro século: comer carnes sacrificadas a ídolos. Mas, em todos esses casos, existem questões em que alguns cristãos sentem que têm liberdade e outros dizem: “Não posso participar disso em sã consciência”.
Essas são áreas cinzentas, por assim dizer, e Paulo diz: “Como você vê isso? Como você lida com isso?”
Paulo basicamente apresenta dois princípios sobre como devemos lidar com esses tipos de questões e ambos os princípios são uma aplicação da lei do amor.
Aqui está o primeiro princípio: Não julgue os outros quando estiver debatendo tópicos questionáveis. Eu não colocaria o abuso do álcool nessa categoria, porque isso é claramente errado, mas eu colocaria o consumo do álcool nesta categoria. Não julgue os outros ao debater tópicos questionáveis. Romanos 14 fala sobre isso. Deixe-me ler um trecho dos primeiros 12 versículos:
“Aquele que come de tudo [a questão era comer carnes sacrificadas a ídolos, neste caso] não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o aceitou.” [Ele é parte da família de Deus. Ele foi recebido por Deus, então não o julgue.]
“Quem é você para julgar o servo alheio? É para o seu senhor que ele está em pé ou cai…”
“Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus… [Ele está dizendo que cada cristão vai prestar contas a Deus por seu relacionamento com Ele, sobre como vive essa lei do amor e essas áreas de liberdade cristã.] “Portanto, deixemos de julgar uns aos outros.” (versículos 3–4, 10, 13).
Vamos pensar sobre isso: Como você está se saindo com relação a este princípio? Como eu estou me saindo com relação a este princípio? Quando se trata de algo como a liberdade de beber com temperança ou moderação, estou julgando o coração dos outros sobre algo que não tenho como saber? Julgando a caminhada dos outros com Deus, algo que eu não tenho como saber?
Gostaria de desafiá-la hoje a pensar bastante sobre isso, e desafiá-la a fazer algumas perguntas que você pode não ter considerado. Se você me diz: “Tenho liberdade em meu coração diante de Deus para beber moderadamente”, não sou Deus para julgar sobre isso em sua vida. Eu não sou o Espírito Santo para julgar isso em sua vida. Não posso julgar você. Como eu poderia julgar o seu procedimento?
“Portanto, deixemos de julgar uns aos outros, em vez disso…” E aqui está o segundo princípio. Vou dizer o princípio, e depois ler Romanos 14. Não coloque uma pedra de tropeço ou obstáculo no caminho de um irmão ou irmã em Cristo. Não os faça tropeçar em sua fé.
Paulo diz em Romanos 14, versículos 13-15:
“Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão. Como alguém que está no Senhor Jesus (Paulo diz), tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, (Essa carne que está sendo oferecida aos ídolos, esses ídolos não são deuses. Ele está dizendo: “Essa carne não é impura.”) a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro.”
“Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. (Aqui está a lei do amor.) Por causa da sua comida, (ou eu acrescentaria pelo que você beber ou por qualquer outra coisa que você faça que possa ser biblicamente permitido), não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu.”
Ele fala isso da mesma forma em 1 Coríntios capítulo 8, versículo 9 e 13:
“Cuide para que esse seu direito não se torne uma pedra de tropeço para os fracos… Portanto, se a comida faz meu irmão tropeçar, eu nunca comerei carne, para não fazer meu irmão tropeçar.”
Paulo diz: “Essa é uma decisão fácil de se tomar. Eu posso abrir mão. Eu não tenho que abrir mão, mas posso, se for preciso, a fim de não fazer alguém mais novo na fé ou alguém que não pode fazer isso em sã consciência, tropeçar. Eu posso me abster disso por amor.”
Veja bem, se você não consegue ou não quer abrir mão de beber, comer, ou seja o que for que pode estar te aprisionando, então isso é um deus em sua vida, e voltamos à questão anterior.
Portanto, aqui está um ponto fundamental para pensar sobre questões como o consumo de álcool: qual questão supera a outra? Minha liberdade de beber, ou algum outro assunto questionável e discutível, ou o possível efeito negativo que meu exemplo de beber pode ter sobre os outros? E a resposta é: O que a lei do amor exigiria nessa situação?
Isso é algo que você tem que analisar, tem que orar, tem que se perguntar. Seria bem mais fácil e alguns de nós gostaríamos que alguém apenas nos dissesse: “Você pode, ou não pode, fazer isso”. Queremos que alguém venha e nos dê uma lista de regras.
E Paulo diz: “Não. Cristo não morreu para nos dar uma lista de regras. Não é por isso que Ele vive em você por meio de Seu Espírito Santo. Você tem que lidar com isso. Você tem que buscar ao Senhor. Você precisa fazer essas e outras perguntas para definir, perante o Senhor, qual é a coisa certa a fazer.”
Primeira Coríntios 10, versículo 23 diz:
“Tudo é permitido, mas nem tudo convém. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica. Ninguém deve buscar o seu próprio bem, mas sim o dos outros”.
Entenda, você pode ser capaz de lidar com o álcool. Você pode nunca ficar embriagada. Eu conheço pessoas assim. Não é um problema para elas. Elas podem fazer isso com temperança. Elas podem beber com moderação. Elas não ficam embriagadas.
Mas, uma pergunta a se fazer enquanto você está pensando nisso é: Será que o meu exercício dessa liberdade pode levar outro cristão a pecar?
E deixe-me perguntar o seguinte: E seus filhos? Você pode ter ouvido esse ditado: “O que os pais toleram com moderação, seus filhos costumam fazer em excesso”.
Algumas mulheres já compartilharam comigo ao longo dos anos sobre suas batalhas contra o alcoolismo, o vício em álcool, e muitas, muitas dessas mulheres foram expostas ao álcool pela primeira vez quando eram crianças em suas próprias casas. Não estou falando sobre pais que eram alcoólatras – alguns eram – mas algumas tinham pais que bebiam com moderação. Eles apenas tomavam uma cerveja vendo um jogo de futebol ou uma taça de vinho no jantar.
Aqueles pais estavam fazendo algo errado? Não necessariamente. Aqueles pais tinham problemas pessoais com a bebida? Talvez não. Porém, o exemplo deles pode ter ajudado a acender uma faísca que deixou uma adolescente curiosa o que a encaminhou a se tornar uma alcoólatra aos quarenta anos.
Devo dizer que, como pais biológicos e pais espirituais, temos certa responsabilidade sobre isso. Não somos responsáveis apenas por nós mesmas. Nós somos as guardiãs de nossos irmãos. Somos influenciadoras, então precisamos considerar essas questões.
Eu vi os olhos de um marido se encherem de lágrimas de arrependimento quando ele percebeu, tarde demais, que ao exercer a sua liberdade de beber socialmente e moderadamente, algo que ele era capaz de controlar, ele deixou de considerar o ponto fraco na história da família de sua esposa, que ao longo do caminho a fez vítima da dependência do álcool. E ele disse: “Eu não tinha percebido isso até esse momento. Eu não fazia ideia”.
Ele sabia que ela tinha um problema, mas não percebeu como, de alguma forma, havia contribuído para esse problema ao exercer a sua liberdade. Nesse sentido, o problema foi não pastorear sabiamente uma esposa que tinha um histórico familiar e uma inclinação, uma tendência para o vício em álcool.
Limitar sua liberdade por causa de outra pessoa, que pode ser levada a pecar, como resultado de você exercer a sua liberdade, não é ceder ao legalismo, como alguns falariam. É exercer uma liberdade maior, que é viver pela lei do amor.
Quero dizer novamente: tenho amigos que são seguidores fiéis de Cristo que acreditam estar sendo fiéis às Escrituras por exercerem a liberdade de beber com moderação. E como eles, você pode se encontrar com uma consciência limpa diante de Deus. E eu digo: “Tudo bem”.
Só quero te fazer uma pergunta: Você já pensou bem sobre isso? Não faça isso só por fazer. Você já refletiu sobre isso à luz desses tipos de perguntas?
Ao final desta sessão, gostaria de dizer que, em nossos dias e em uma cultura na qual os vícios são tão epidêmicos e destrutivos, minha opinião pessoal – e é isso mesmo, opinião – é que a sabedoria está em escolher voluntariamente limitar nossa liberdade de beber ao invés de exercê-la.
Saiba que você não precisa me prestar conta disso. Você é uma serva de Deus. Você precisa prestar contas a Ele. Então, lide com isso. Analise bem isso. Estou apenas dizendo a você que eu cheguei a essa conclusão devido a experiências e por ter testemunhado o terrível preço cobrado na vida de homens, mulheres, jovens e famílias, incluindo muitos cristãos e até pastores, pelo abuso de álcool.
Eu também fui influenciada por minha história pessoal. Meu pai, quando jovem, antes de aceitar a Cristo, demonstrava tendências para comportamentos viciantes, principalmente jogos de azar e bebida. Ele conhecia por experiência própria a atração e os riscos potenciais de beber. Então, depois de sua conversão, aos vinte e poucos anos, ele decidiu se abster do álcool.
Não foi uma decisão difícil para ele. Foi uma decisão tomada entre ele e o Senhor. Ele não era hipócrita com relação à sua decisão. Ele não condenava os outros que não compartilhavam de suas opiniões. Porém, não tínhamos álcool em casa e sabíamos que ele acreditava que era, na melhor das hipóteses, imprudente beber. No caso dele, teria sido uma grande tolice beber. Ele acreditava que era, na melhor das hipóteses, imprudente.
Portanto, essa história, juntamente com o conhecimento de minha inclinação natural para padrões compulsivos quando se trata de prazeres simples, me fez suspeitar que, se a bebida fizesse parte da minha vida, eu poderia muito bem estar entre aqueles que teriam predisposição para beber excessivamente. Eu não quero chegar a isso. Portanto, anos atrás, decidi que esse era um risco que eu preferia não correr.
E também, não quero que o exercício da minha liberdade nesta ou em qualquer outra área, leve outro cristão a algo que seria pecaminoso ou prejudicial para sua caminhada com o Senhor.
Sendo assim, novamente, esta é uma questão sobre a qual cada uma de nós tem que pensar, orar, com um desejo sincero de honrar ao Senhor, abençoar e servir aos outros.
Na verdade, se você estiver lutando com esse problema, busque ajuda, leia sobre isso ou converse com alguém confiável, com profundidade bíblica, que talvez até tenha uma visão diferente da minha.
Em seguida, peça ao Senhor para te dar sabedoria e clareza sobre esse assunto, considerando as suas próprias circunstâncias, a sua própria inclinação, procurando acima de tudo andar em plenitude e sob o controle do Espírito Santo, porque é isso que nos liberta de todo vício, toda a idolatria e todo potencial de causar dano ou ferir a outro cristão.
Oh, Senhor, por favor nos dê sabedoria. Oro para que minhas palavras tenham sido úteis, sejam construtivas, não sejam mal interpretadas, e eu oro por alguém que possa estar lutando contra uma possível escravidão ao álcool. Eu oro, Senhor, para que liberte os cativos.
E mesmo nos próximos programas, quando falarmos sobre vícios e como sermos libertas, peço que liberte os cativos. Nos ajude, por tua graça, a andarmos de acordo com a lei do amor. Eu oro em nome de Jesus, amém.
Raquel: Esta é Nancy DeMoss Wolgemuth alertando a todas nós sobre os perigos da idolatria de qualquer tipo.
Nancy, eu sei que você pensou e orou muito sobre esses episódios sobre vícios.
Nancy: Sim. Pensei muito nisso, Raquel. Eu ensinei sobre Tito 2 há vários anos, e então comecei a escrever um livro sobre essa passagem. E não sei se algum capítulo foi mais difícil do que este, sobre ser escravizado a muito vinho, pois, ao longo do caminho, lutei para descobrir como abordar todo esse assunto do álcool de uma forma que fosse totalmente bíblica e útil para aqueles que leriam este livro.
Raquel: Na verdade, achei interessante que o livro inclui uma história sobre você e Robert a qual você não compartilhou nesse episódio. Porém, você e ele tinham perspectivas diferentes sobre esta questão do álcool.
Nancy: Sim. Ambos viemos de origens religiosas, mas no início do nosso relacionamento, antes de nos casarmos, percebemos que tínhamos algumas perspectivas diferentes sobre esse assunto em particular.
Compartilho esse testemunho no meu livro, sobre um marido que realmente demonstra o que significa dar a vida por sua esposa ao lidar com este assunto. E acho que é tudo o que vou dizer sobre isso no momento.
Eu adoraria que você lesse essa história no livro, Mulheres Atraentes Adornadas por Cristo. Você pode adquirir sua cópia no nosso site www.avivanossoscoracoes.com, clicando na aba “livros”.
Raquel: No próximo episódio compartilharemos uma história real sobre o controle que o alcoolismo teve na vida de uma mulher, e vamos ouvir sobre o poder de Deus para nos libertar de todo e qualquer vício. Esperamos você no próximo episódio do Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth chama mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
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