Ep. 15: Vivemos em uma cultura altamente viciante
Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth afirma que o vício eventualmente nos faz odiar aquilo que pensamos que não podemos viver sem.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Isso é o que acontece quando cedemos a essas tentações e elas se tornam um padrão de comportamento, um vício, uma escravidão. Achamos que elas nos deixarão felizes inicialmente, mas em última análise, elas nos deixam doentes e infelizes.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de “Mulheres atraentes adornadas por Cristo”, na voz de Renata Santos.
Anteriormente, Nancy apresentou alguns conselhos úteis sobre se é aconselhável beber com moderação ou se seria melhor nem começar a beber. Essa discussão foi resultado de nosso estudo em Tito para a série “Adornadas”.
Saiba que mesmo que você nunca tenha provado álcool, isso não significa que você não seja suscetível ao vício.
Nancy: Estamos examinando o versículo de Tito 2 que diz …
Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth afirma que o vício eventualmente nos faz odiar aquilo que pensamos que não podemos viver sem.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Isso é o que acontece quando cedemos a essas tentações e elas se tornam um padrão de comportamento, um vício, uma escravidão. Achamos que elas nos deixarão felizes inicialmente, mas em última análise, elas nos deixam doentes e infelizes.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de “Mulheres atraentes adornadas por Cristo”, na voz de Renata Santos.
Anteriormente, Nancy apresentou alguns conselhos úteis sobre se é aconselhável beber com moderação ou se seria melhor nem começar a beber. Essa discussão foi resultado de nosso estudo em Tito para a série “Adornadas”.
Saiba que mesmo que você nunca tenha provado álcool, isso não significa que você não seja suscetível ao vício.
Nancy: Estamos examinando o versículo de Tito 2 que diz que as mulheres mais velhas não devem ser “escravizadas a muito vinho” (versículo 3) – o que as mulheres mais jovens também devem aspirar e buscar. A Nova Versão Transformadora diz que elas não devem “beber vinho em excesso”.
Nos últimos programas, abordamos o uso e o abuso de álcool em particular. Mas eu acredito que o princípio ao qual Paulo está se referindo aqui é mais amplo do que apenas o uso e o abuso de álcool. Então, teremos algumas sessões para abordar a questão dos vícios em geral.
A palavra vício é um termo moderno. Na verdade, ele não é meu termo preferido porque, da forma como é usado hoje, ele sugere que não temos responsabilidade ou culpabilidade, que isso é algo que não podemos evitar.
Não estamos dizendo isso. Estamos dizendo que fazemos escolhas que levam à escravidão e se tornam refúgios em nossas vidas. O conceito bíblico é o de escravidão. É por isso que ele diz: Não sejam “escravizadas a muito vinho” na tradução que uso.
Nesta sessão, gostaria de falar sobre a anatomia do vício ou da escravidão e identificar alguns vícios comuns e como e por quê nos tornamos escravas dessas coisas. E na próxima parte, vamos falar sobre a libertação dos vícios.
Provavelmente não há uma só pessoa nos ouvindo agora, e eu me incluo aqui, que não precise crescer em percepção e compreensão de como devemos lidar com as escravidões em nossas vidas. Porém, se você não conseguir pensar ou se identificar com nenhuma área de escravidão, há muitas pessoas ao seu redor que conseguem.
Ao se tornar uma mulher mais velha, você não só desejará viver uma vida livre de vícios e excessos, mas também desejará ser o tipo de mulher que pode ajudar as mulheres mais jovens a lidar com estas questões. Vivemos em uma cultura altamente viciante. Nós achamos que somos muito livres, especialmente desde a revolução sexual dos anos 60. Mas o fato é que nos tornamos profundamente escravizadas.
Temos falado sobre sermos escravizadas ao álcool, por exemplo. Os pesquisadores dizem que mais de quatro milhões de pessoas nos Estados Unidos precisam de tratamento para o abuso de substâncias. A categoria de abuso de substâncias que mais cresce entre mulheres é o abuso de medicamentos prescritos, como por exemplo, os estimulantes, analgésicos, sedativos, tranquilizantes, etc.
Vamos começar abordando algumas áreas que são características de nossa cultura viciante, iniciando com medicamentos e analgésicos prescritos.
Em 2003, uma Pesquisa Nacional nos EUA sobre Uso de Drogas e Saúde mostrou que 6,3 milhões de pessoas estavam fazendo uso indevido de medicamentos prescritos (o que é, aliás, mais do que o dobro do número de pessoas que usam cocaína). Houve um aumento significativo nos últimos anos de uso de medicamentos para a dor que deveriam ser prescritos, mas estão sendo usados sem prescrição. Normalmente, pessoas que estão usando medicamentos para a dor que não foram prescritos por um médico, também consomem drogas e álcool. Estes comportamentos são geralmente ligados um ao outro.
Claro, relacionado a todo esse problema da prescrição de medicamentos, existem milhões de mulheres dependentes em drogas psicoterapêuticas para conseguirem dar conta do seu dia. Isso está se tornando uma escravidão, um vício, para muitas pessoas.
Depois, há o problema da comida, de consumi-la em excesso. Daí você pode me dizer: “Agora você está se intrometendo em um assunto que é a luta da maioria das mulheres, de uma maneira ou de outra”.
O transtorno alimentar mais comum nos Estados Unidos é a compulsão alimentar. Ele afeta uma em cada trinta e cinco mulheres, três vezes mais comum do que a anorexia nervosa. A CNN.com chama este tipo de compulsão alimentar de “uma maneira de entorpecer os sentimentos”.1 Isso é o que veremos ao abordarmos esses diferentes comportamentos, estilos de vida e escolhas viciantes. Com frequência, eles são uma forma para medicar a dor do coração.
Não estamos falando apenas sobre as “desigrejadas”. Um estudo recente de mulheres que frequentam a igreja indicou que uma em cada dez mulheres cristãs está ou em breve estará viciada em álcool ou drogas.2 Uma em cada quatro dessas mulheres têm uma relação abusiva com a comida. Então, se a média dessas estatísticas é verdadeira, poderíamos dizer que a cada quarenta mulheres que estão nos ouvindo, quatro delas são atualmente viciadas ou irão se viciar em álcool ou drogas e dez dessas quarenta (uma a cada quatro) teriam uma relação abusiva com alimentos. Portanto, isso tem uma aplicação geral, não apenas para pessoas de fora da igreja, mas para pessoas de dentro da igreja também.
O vício em jogos de azar é outra área, mais acessível agora do que nunca. Existem mais possibilidades de acesso. Ele está por toda a parte. Há pouco estigma associado ao jogo. As apostas online tem mudado o jogo, sem trocadilhos! Os jogos de azar estão disponíveis a qualquer hora, dia ou noite, através da Internet.3
Os americanos gastam cerca de 500 bilhões de dólares por ano em jogos de azar legais (mais do que gastam em mantimentos). Eu fiquei chocada ao saber que 55% dos apostadores são mulheres.4 Li na Internet algumas histórias de mulheres que contaram como elas se envolveram no jogo. Uma delas disse:
“Tudo começou como uma diversão, comprando alguns bilhetes de raspadinha. Eu me senti sortuda quando ganhei mil reais. Achei que era uma maneira fácil de conseguir dinheiro extra para usar com as crianças. Mas logo me vi comprando bilhetes todos os dias. Eu comecei a gastar o pouco dinheiro que tínhamos. As crianças me perguntam porque nunca mais pudemos sair para comer fora ou nos divertir.”
Outra mulher disse: “Depois que meu marido morreu, amigos me levaram ao cassino para uma noite de diversão. Adorei as máquinas “caça-níqueis”, o ruído, o tratamento especial. Aquilo me ajudava a esquecer a minha dor e preencher as horas solitárias. (Aqui podemos perceber a estratégia dos jogos, a base para os vícios).
E ela continua: “Comecei a ir ao cassino sozinha e passei a gastar notas ao invés de moedas nos caça-níqueis. Como posso dizer aos meus filhos que perdi todo o dinheiro que o pai deles trabalhou tanto para economizar? Me sinto envergonhada demais. Meu marido ficaria tão triste se visse o que eu fiz”.
Sabemos que não se trata apenas de estatísticas. São vidas, são famílias. São corações que são impactados por estes comportamentos viciantes.
Jogos de computador: Um dos grupos que cresce mais rápido na Internet são mulheres adultas que jogam versões cibernéticas dos famosos jogos de carta.
Além disso tudo, há também o problema terrível da pornografia. Houve uma grande escalada do vício em pornografia entre os evangélicos nas últimas duas décadas. Uma nova pesquisa mostra que 50% dos homens que frequentam regularmente a igreja nos Estados Unidos e 20% das mulheres que frequentam a igreja são viciados em pornografia. Um em cada dois homens e uma em cada cinco mulheres que frequentam a igreja regularmente, reconhecem ser viciados em pornografia.6
Provavelmente isso também acontece em sua igreja. Os números podem não ser exatos, mas se forem a metade disso em sua igreja, já é algo muito sério.
É possível que algumas de nossas ouvintes estejam nesse momento lutando contra o vício em pornografia. É uma coisa secreta; é uma coisa silenciosa e uma coisa vergonhosa. Você ficaria horrorizada se alguém soubesse. É uma luta. É um vício. É uma escravidão. Houve um aumento dramático entre as mulheres nos últimos anos, entre mulheres cristãs, especificamente em relação a esse vício.
Recebemos um e-mail de uma mulher envolvida em um ministério universitário. Ela disse: “Durante nosso recente retiro para mulheres, fiquei acordada até as 4h da manhã, conversando com jovens viciadas em pornografia na Internet e autoestimulação. Algumas desde os quatorze anos… Socorro!”
E também há a questão dos livros de romances, que alguns chamam de “pornografia feminina“. Alguns deles certamente se encaixam nessa descrição. Li um artigo chamado “Eu era viciada em Romance”. A autora disse:
“Me sentia presa. Meu escape foi ler romances, as histórias estereotipadas, os locais exóticos e a tensão entre um homem e uma mulher se apaixonando eram estimulantes, mas também calmante. Como eu trabalhava apenas pela manhã, passava as tardes lendo um ou dois romances antes que as crianças voltassem para casa da escola. À noite, depois que as crianças iam para a cama, eu acabava engatando um terceiro livro.
Mas ler os romances eróticos não me satisfez nem ajudou em meu casamento. Depois de um tempo, não era suficiente apenas ler sobre romance. Eu fazia longos passeios ou dirigia sozinha e isso me fazia escapar do mundo real, permitindo que eu criasse as minhas próprias fantasias”.7
Essas histórias mostram de fato que quando você prova e participa de coisas que são viciantes por natureza, apenas um pouco não satisfaz. Você quer mais e depois precisa de mais. O que você tem não é o suficiente, você quer mais. Isso é algo que te impulsiona. É uma porta, um portal de entrada para outros tipos de comportamentos viciantes.
Televisão: Estudos indicam que a televisão fica ligada mais de sete horas por dia na maioria dos lares americanos. Isso significa que durante o dia, as famílias nessas casas estão sendo expostas a 135 comerciais por dia. Isso é acumulativo.
Durante um ano, uma pessoa é exposta a 2.500 horas de TV, incluindo quase 50.000 comerciais promovendo coisas que você não precisa (consumismo, materialismo, ganância, extravagância e todos os tipos de estilos de vida excessivos).8
Treze por cento dos americanos admitem ser viciados em televisão. Na verdade, acho que o número é ainda maior do que isso. Hoje em dia, o que era o vício em televisão para muitas pessoas se tornou em vício online, que é de onde obtemos muito de nosso entretenimento ultimamente. [Incluindo séries de Netflix, vídeos no YouTube, e também Instagram/Facebook.]
Novelas: [Especialmente para a mulher brasileira!] A autora Shannon Ethridge escreveu alguns livros para mulheres sobre como lidar com questões morais. Em um artigo muito sincero, refletindo em sua própria história, ela disse: “Não era pura coincidência eu estar experimentando a maior tentação extraconjugal durante os dias em que assistia novelas românticas enquanto meus filhos estavam tirando uma soneca”.9
Não é de se admirar que se você colocar essas coisas em sua mente e em seu coração, elas não só se tornarão viciantes, mas irão moldar e dominar seus pensamentos, suas emoções, seus relacionamentos e, finalmente, seu comportamento. Vivemos aquilo que temos em nossos corações.
Aqui está outro vício: fazer compras. Algumas de vocês podem pensar: “Êita, até aqui estava tudo bem, mas agora você colocou o dedo na ferida”.
A CNN.com diz que a compra compulsiva afeta até 8% da população dos EUA e 90% desses “viciados em compras” são mulheres (o que não é nenhuma surpresa). Saiu um artigo na revista Money Magazine há algum tempo, chamado “Confissões de uma Compradora Compulsiva”. A autora deste artigo contou uma história sobre outra mulher no auge de seu vício, ela estima que gastava cerca de 2000 reais por semana e passava de 8 a 10 horas por dia em compras online de roupas infantis de grife.10
Essa mulher disse: “Eu tinha um aumento de adrenalina, uma euforia física. Chegou a tal ponto que, só de pensar em fazer compras, eu começava a tremer”.
Para algumas de vocês, isso talvez seja incompreensível. Mas o vício não começou repentinamente. Tudo começou provando, cedendo, fazendo concessões, o que gradualmente se tornou uma compulsão.
A autora prosseguiu dizendo que o fato dela ter estourado o limite do cartão de crédito – chegando a mais de 250 mil reais em dívidas relacionadas às compras – e de perceber que conversava mais e mais com outras mães obcecadas por roupas infantis de determinada marca do que com sua própria família acabaram por convencê-la de que precisava de um tratamento”.
Outra coisa que vira uma escravidão para as pessoas são as dívidas.
Quando as pessoas se candidatam a se juntar a este ministério, perguntamos se elas possuem uma situação financeira livre para se comprometerem conosco. Muitas delas que têm dívidas no cartão de crédito dizem: “Com relação às compras… eu não sou compulsiva. Isso não é um vício”. Se você disser que algo não é um vício, seja o que for, faço a você um pequeno desafio: Abstenha-se por 30 dias. Se você não conseguir, talvez tenha que admitir que tem um vício.
Algumas dessas coisas para as quais dizemos: “Ah, eu consigo viver sem isso”, teste e veja se você consegue mesmo. Pode ser que você esteja mais envolvida do que você imagina.
Existem outros vícios. Outro dia eu estava entrevistando uma mulher sobre a questão do alcoolismo. Mas quando chegamos ao fundo da questão, vi que o verdadeiro problema não era o álcool. Ela disse: “Meus vícios profundos eram homens e dinheiro. Abuso de álcool tornou-se uma maneira de lidar com esses vícios.”
Para outros, são coisas que não são tão tangíveis, como o temor a homens, ou a vontade de obter aprovação.
Quero que façamos a seguinte pergunta: como esses vícios se desenvolvem? Eles não começam como vícios. Você não acorda uma manhã e se vê escravizada ao jogo, a romances, ao álcool ou a remédios controlados. Ultimamente, tenho falado com as pessoas, fazendo perguntas, ouvindo, observando e tentando descobrir algo sobre a anatomia dos vícios. Aqui estão algumas observações que fiz.
Em muitos casos, as pessoas estão tentando entorpecer ou anestesiar alguma dor. Elas estão tentando lidar com a dor. Elas estão procurando alívio, alívio da solidão, da dor. Elas estão buscando conforto, consolo e fuga.
Do que elas estão tentando escapar? De todo o tipo de coisas. Algumas estão tentando escapar de seu passado (fracassos, abusos, rejeição) ou tentando escapar dos problemas (problemas no casamento, pressão financeira, problemas com os filhos). De alguma forma, elas estão tentando entorpecer a dor, tentando escapar, tentando encontrar conforto.
Em alguns casos, os vícios são o resultado da raiva que não foi tratada de maneira bíblica. A vida não está dando certo. Houveram decepções; mágoas. Então, para alguns, o comportamento viciante é uma forma de cerrar o punho contra o mundo, contra si mesmo, os outros, ou mesmo em última análise, contra Deus. Você pode pensar inconscientemente: “Deus não fez nada, então vou fazer algo para me sentir bem. Vou justificar algo que sei que não é saudável ou íntegro como uma forma de expressar a minha raiva”.
Em outros casos e provavelmente na maioria dos casos, as pessoas estão tentando satisfazer desejos que não foram satisfeitos. Elas estão tentando preencher o vazio em seus corações. É por isso que todos nós temos o que a Bíblia chama de ‘desejos’.
O capítulo 1 de Tiago nos diz: “Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido” (versículo 14). Algumas traduções usam a palavra “luxúria”. Somos atraídos ou tentados por desejos que residem em nossos próprios corações. Pode ser um desejo de prazer, de reconhecimento, de aprovação, de significado, de companheirismo, de controle ou de alívio.
Ouça com atenção: O desejo em si pode não ser inerentemente errado. Ele pode ser um desejo legítimo. O problema é quando esse desejo se torna uma demanda, quando digo: “Eu tenho que ter isto. Eu terei isso. Eu terei agora. Eu vou fazer do meu jeito”. A tentação que enfrentamos é a de satisfazer nossos desejos naturais que são apenas neutros (nem maus nem bons), porém em muitos casos, satisfazê-los de uma forma que é contrária à vontade de Deus ou ao tempo de Deus.
Considere o desejo de companheirismo. Deus nos criou para termos companhia. Ele nos criou para o relacionamento ou para o desejo de realização sexual, não há nada de errado com esse desejo.
O que está errado é dizer: “Eu tenho que satisfazer esse desejo agora, embora eu seja solteira, embora seja fora do casamento. Eu tenho que ter essa companhia ou essa satisfação sexual. Eu vou fazer do meu jeito, agora”.
Então o desejo se tornou um deus; tornou-se um ídolo. Ele está se tornando uma demanda. E o desejo se torna tão forte que acabamos cedendo à tentação de satisfazê-lo de uma forma ilícita.
O que acontece quando cedemos à tentação uma vez, descobrimos que somos atraídos a ela, enredados por ela. Conforme Satanás joga a isca para nós, ela se torna o nosso desejo. Então, mordemos e somos fisgados pelo anzol. Assim, somos atraídos repetidamente. O que foi uma escolha única de dizer “sim” para satisfazer este desejo se torna um hábito, uma prisão, uma escravidão.
Achamos que isso vai satisfazer nossos desejos. Mas na verdade, acaba nos destruindo. Isso é o que Tiago 1 continua dizendo. Somos atraídos e seduzidos por nossos próprios desejos. Então ele diz: “Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” (versículo 15).
Não seríamos fisgadas, não seríamos seduzidas, se ao sermos atraídas lembrássemos que esse desejo poderia nos levar à morte. Nós pensamos que aquilo nos satisfaria. Mas no final das contas, nos destrói.
Nós pensamos que essa comida, essas compras, essa droga, essa coisa que estamos fazendo para curar e medicar a nossa dor da alma, nos tornará livres. Na verdade, o que acaba acontecendo é exatamente o oposto. Acabamos sendo aprisionadas.
Li um testemunho em um site de um programa cristão de redução de peso. Uma participante falou sobre seu caso de amor com a comida. Ela disse: “Eu era viciada em comida, o cheiro, o gosto e o constante pensar em comida. A comida me mantinha em uma coleira e não havia como escapar”.
Ela não entrou neste vício alimentar pensando que a comida iria torná-la uma prisioneira, que iria colocar um laço em torno de seu pescoço. Ela pensou que a comida a satisfaria, que a libertaria. Mas ela disse: “Ela me dominou, ao invés de eu dominá-la”.
Estive conversando recentemente com uma alcoólatra em recuperação, e ela falou o seguinte sobre o período em que o desejo por bebida dominava sua vida: “Cada vez que eu passava por aquele bar, eu tinha que parar e entrar”. As mulheres que estavam ouvindo nossa conversa, que também já haviam lidado com o vício em álcool, acenaram com a cabeça. Elas sabiam exatamente do que ela estava falando.
Eu nunca experimentei isso em relação ao álcool, mas eu já experimentei em relação a comer em excesso. Eu tenho experimentado isso em relação a outras tentações para as quais eu cedi. De repente… a tentação chama pelo meu nome e me sinto presa, me sinto enredada. Você acha que a satisfação daquele desejo vai te libertar, mas na verdade ele vai te aprisionar.
Existem vários tipos de desejos diferentes. Pode não ser álcool para você. Ou como mencionei, o desejo pelo prazer de comer (você não consegue dizer “não” para aquela sobremesa, mesmo que esteja sem um pingo de fome) ou um desejo intenso por companheirismo ou por afirmação. Você alimenta esse desejo; você o incita. Você continua voltando para aquela sala de bate-papo para se conectar com aquele homem na Internet. Ou você envia outro e-mail para aquele homem no trabalho. Você pensa: “Não vou fazer isso de novo”. Mas faz novamente.
Você descobre que está presa. Você está enredada. Você está escravizada. Você está viciada.
Você pode ser solteira ou casada e ter desejos e pensamentos sexuais ilícitos. Você pode pensar: “Eu sei que não deveria, mas vou fazer assim mesmo”. E você continua voltando a aquilo que te dá certa adrenalina.
Muitas mulheres mais jovens e também mulheres mais velhas, casadas e solteiras, nos escrevem falando como se sentem escravizadas a hábitos pessoais imorais. Elas pensaram que seriam livres, mas o desejo quando foi concebido deu a luz ao pecado e o pecado gerou a escravidão e, finalmente, a morte.
É por isso que Pedro diz em 2 Pedro capítulo 2,versículo 19: “O homem fica escravo daquilo que o domina”. Ele está falando sobre ser dominado por nossas paixões. Nós pensamos que essas coisas vão nos fazer sentir melhor. Não faríamos certas coisas se não pensássemos que elas nos fariam sentir melhor. Mas na verdade, elas acabam nos deixando doentes e infelizes.
Eu penso naquele versículo em Provérbios 25 que diz: “Se você encontrar mel, coma apenas o suficiente, para que não fique enjoado e vomite” (versículo 16 NVI). Você ficará enjoada, foi demais!
Salmo 106 fala sobre o desejo intenso dos filhos de Israel no deserto. Eles tentaram a Deus no deserto. Então, Ele concedeu o que pediram, mas enviou uma doença entre eles. Acredito que isso faça referência à Números 11 quando o povo exigiu que Deus desse a eles algo para comer que fosse diferente do maná, que eles estavam fartos e cansados de comer.
Deus finalmente se cansou de suas reclamações, de suas insistências, de suas exigências. Ele disse: “Vocês querem carne? Eu lhes darei carne”. Então Ele diz em Números 11:19: “Vocês não comerão carne apenas um dia, ou dois, ou cinco, ou dez ou vinte, mas um mês inteiro, até que saia carne pelo nariz de vocês e vocês tenham nojo dela, porque rejeitaram o SENHOR, que está no meio de vocês” (versículos 19–20).
Veja, isso é o que acontece quando cedemos a essas tentações e elas se tornam um padrão de hábito, um vício, uma escravidão. Achamos que elas nos deixarão felizes inicialmente, mas na verdade, nos deixam doentes e infelizes. Então, começamos a odiar aquilo que desejávamos e pensávamos que não poderíamos viver sem. E isso leva à vergonha, culpa, medo, segredo e este ciclo de esperança e desespero, esperança e desespero, esperança e desespero.
Nos sentimos culpadas. Prometemos parar. Tentamos desistir. Falhamos. Voltamos ao mesmo erro. E aí há mais culpa. Assim, o ciclo continua sem parar. E essa é a escravidão.
O capítulo 7 de Romanos descreve essa batalha interna, um senso de escravidão, derrota e desesperança. O apóstolo Paulo diz: “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio.” (v. 15) … “tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo.
Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo.” (v. 18-19).
Ele passa a descrever a sua luta e finalmente diz: “Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?” (versículo 24).
“Presa!” Isso te descreve? Existe alguma área de sua vida na qual, como você acabou de ler, você disse: “Sim, essa sou eu. Eu continuo voltando. Eu continuo sendo atraída”.
Bem, Paulo continua dizendo: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!” (versículo 25) Existe liberdade. Existe libertação e vamos falar sobre como encontrá-la. Mas deixe-me dizer que você nunca encontrará a verdadeira liberdade longe de Cristo.
Eu mencionei algumas mulheres que entrevistei recentemente sobre seu vício em álcool. Uma delas descreveu estar sóbria por dois anos e meio. Mas ela disse: “Era uma batalha constante”. Ela não estava livre. Ela não estava bebendo, mas ela não estava livre. Ela disse que era totalmente dependente de seu próprio esforço.
Até que finalmente colocou a sua fé em Jesus Cristo e começou a contar com o poder do Espírito Santo dentro dela. E ela disse: “Através de Cristo e da mudança que Ele fez em meus desejos, eu não tenho mais desejo pelo álcool”. Foi Cristo quem a libertou totalmente da escravidão e do vício.
Jesus disse: “E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8:32). Satanás a escravizou por meio de mentiras e engano, mas a verdade a libertará. Quem é a verdade? É Cristo. Cristo é a verdade. O poder de Cristo e Sua cruz pode libertar você. Falaremos mais sobre isso no próximo episódio.
Raquel: O poder da cruz é maior do que qualquer vício. Não importa se o vício envolve álcool, drogas ou se o vício representa algo mais sutil. Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos mostrado o perigo de qualquer tipo de vício.
E Nancy, eu sei que os estudos sobre vícios estão falando com as ouvintes exatamente como elas estão.
Nancy: Sim, é verdade. Recebi um e-mail de uma ouvinte do Aviva Nossos Corações, dizendo que ela começou a usar drogas ilícitas por volta dos quatorze anos de idade e rapidamente ficou viciada. Depois de vários anos de relacionamentos abusivos, ela acabou em um abrigo para mulheres e descobriu o estudo bíblico do qual eu fui co autora e oferecemos através do Aviva Nossos Corações chamado, Buscando a Deus.
Aquela mulher com um passado tão difícil nos escreveu dizendo que aquele foi o primeiro estudo bíblico que ela fez e disse o seguinte: “Que tesouros preciosos há nesse estudo! Sou grata por seu amor e dedicação ao Senhor”. Ela queria saber sobre os recursos que oferecemos para estar mais bem equipada para servir outras mulheres e para compartilhar a liberdade que ela encontrou em Cristo.
Raquel: No site www.avivanossoscoracoes.com você pode encomendar livros de estudos bíblicos ou ouvir podcasts e testemunhos. Sinta-se à vontade para nos enviar mensagens com quaisquer dúvidas e perguntas.
Temos falado sobre o problema do vício. No próximo episódio, veremos a solução prática para ele, buscando na Palavra de Deus um caminho para a liberdade.
Esperamos você novamente no próximo episódio do Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth chama mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
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