Ep. 26: Mais é aprendido por observação do que por muita “falação” quando se trata de discipular seus filhos
Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth diz que toda mãe precisa estar transbordando do amor de Deus.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Se você negligenciar seu relacionamento com o Senhor – e eu sei que você sabe disso – você corre um grande risco do seu amor pelos seus filhos ficar enfraquecido, porque Cristo é a fonte do amor. Se você não está permitindo que Ele seja a sua fonte de amor, então você pode chegar ao ponto de seu amor se esgotar.
Você pode continuar a “fazer de conta que está tudo bem”, muitas vezes por pura força de vontade e determinação, mas não será capaz de fazer isso com alegria e paz se não estiver conectada à Videira, de onde obtém a verdadeira vida.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
A Bíblia é um …
Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth diz que toda mãe precisa estar transbordando do amor de Deus.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Se você negligenciar seu relacionamento com o Senhor – e eu sei que você sabe disso – você corre um grande risco do seu amor pelos seus filhos ficar enfraquecido, porque Cristo é a fonte do amor. Se você não está permitindo que Ele seja a sua fonte de amor, então você pode chegar ao ponto de seu amor se esgotar.
Você pode continuar a “fazer de conta que está tudo bem”, muitas vezes por pura força de vontade e determinação, mas não será capaz de fazer isso com alegria e paz se não estiver conectada à Videira, de onde obtém a verdadeira vida.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
A Bíblia é um livro prático. Nossas ouvintes têm descoberto como um trecho de Tito pode transformar seus casamentos e orientá-las na criação de filhos. Se você perdeu alguma parte de nossa série “Adornadas: Vivendo Tito 2:1–5”, você pode ouvir os programas anteriores no nosso site www.avivanossoscoracoes.com.
Nancy: Estamos falando sobre as mulheres aprenderem a amar seus filhos. Quero fazer um pequeno desvio hoje para outro trecho das Escrituras. Temos meditado em Tito, capítulo 2, por algumas semanas.
Gostaria de chamar sua atenção para 1 Tessalonicenses, capítulo 2. Vamos analisar os primeiros doze versículos deste trecho.
Um dia, adoraria fazer uma série inteira sobre este texto. Mas hoje, quero apenas dar uma visão geral de um trecho que não é especificamente sobre criação de filhos, mas que acredito conter muitos princípios práticos que podem ser aplicados nesse contexto.
Paulo estava escrevendo para os crentes da igreja em Tessalônica, da qual ele participou no processo de plantação. Ele cuidava deles como cuidaria de seus próprios filhos. Paulo tinha um coração de pai. Ele frequentemente falava sobre Timóteo e Tito como seus verdadeiros filhos na fé.
Ele entendia que o Corpo de Cristo é uma família – mães, pais, filhos, irmãos e irmãs. Ele usa essas imagens como metáforas que podem ser aplicadas às nossas famílias físicas a partir do Corpo de Cristo.
Portanto, Paulo diz em 1 Tessalonicenses no capítulo 2, versículo 1: “Irmãos, vocês mesmos sabem que a visita que lhes fizemos não foi inútil.” Mesmo aqui, ele os chama de irmãos; está no contexto de um relacionamento familiar sobre o qual ele está falando. “vocês mesmos sabem que a visita que lhes fizemos não foi inútil.”
Eu não quero forçar o texto aqui, mas é interessante para mim, enquanto meditava sobre isso, que Paulo tomou a iniciativa de ir ao encontro dos Tessalonicenses, aquelas pessoas que viviam em Tessalônica, como é chamada hoje. Ele tomou a iniciativa.
Este é um exemplo da iniciativa que os pais têm com seus filhos. Criar filhos requer toneladas de iniciativa por parte dos pais – “nossa visita a vocês”. Não esperamos que vocês venham até nós. Nós fomos até vocês. Iniciamos isso. Tínhamos o Evangelho. Fomos confiados com ele, e queríamos que vocês também o tivessem, então o levamos a vocês.
Os pais, na maioria das vezes, são os iniciadores no evangelismo, discipulado espiritual e desenvolvimento de seus filhos.
Paulo os chama de irmãos. Ele queria ter um relacionamento familiar espiritual com aqueles que eram seus filhos na fé. Você quer, em última instância, que seus filhos sejam seus irmãos e irmãs espirituais, não apenas seus filhos. Eles sempre serão seus filhos. Mas você quer que eles venham a conhecer Cristo e crescer em Cristo de tal maneira que se tornem parte de sua família espiritual como irmãos e irmãs em Cristo.
Ele diz: “Nossa visita a vocês não foi inútil”. Houve dificuldades envolvidas. Se você voltar ao livro de Atos, poderá ler sobre a época em que Paulo passou lá com os tessalonicenses. Ele enfrentou alguns desafios e dificuldades, mas, pela graça de Deus, Deus trouxe frutos do ministério de Paulo lá.
Deixe-me dizer que, pela graça de Deus, seu ministério como mãe não será em vão. Haverá frutos. Os frutos podem não surgir tão rapidamente quanto você deseja. Na criação de filhos – por sua própria natureza, você não vê resultados instantâneos.
Mas, ao olhar para trás, você poderá ver que, ao ser fiel, Deus dá frutos. Seu testemunho, seu compromisso e sua fidelidade para com seus filhos não serão em vão.
Isso não significa que todos os seus filhos necessariamente se tornarão gigantes espirituais. Alguns de seus filhos podem escolher rejeitar os caminhos de Deus. Mas, se você tem sido fiel ao ministério que Deus te confiou como mãe, o que você fez não será em vão, e de alguma forma Deus será glorificado. Mantenha isso em mente quando enfrentar dias difíceis e desafios na criação diária de seus filhos.
No versículo 2, Paulo diz: “Apesar de termos sido maltratados e insultados em Filipos, como vocês sabem, com a ajuda de nosso Deus…” – Isso é o que aconteceu com Paulo antes de chegar a Tessalônica – “…tivemos coragem de anunciar-lhes o evangelho de Deus, em meio a muita luta”.
Vejo aqui, apenas por aplicação, um exemplo da disposição de servir seus filhos e criá-los fielmente, mesmo quando você está passando por momentos difíceis em sua vida.
Além do relacionamento com seus filhos, há outras coisas acontecendo em sua vida. Você pode ter pais idosos com quem está lidando; pode estar acontecendo situações difíceis em seu local de trabalho, na empresa de seu marido, problemas financeiros, questões de saúde ou dificuldades na sua igreja.
Você pode estar enfrentando a criação dos filhos em meio a muito sofrimento, conflitos ou problemas em sua vida, mas Deus pode lhe dar a graça para ser fiel na criação desses filhos, mesmo quando enfrenta outras dificuldades em sua vida.
Eu olho ao redor desta sala e vejo algumas mulheres que criaram seus filhos em meio a temporadas de vida muito difíceis e algumas que estão passando por isso agora. Há uma graça especial do Senhor para te capacitar.
E qual era o objetivo de Paulo ao chegar aos tessalonicenses? Ele diz: “Tivemos coragem de anunciar-lhes o Evangelho de Deus, em meio a muita luta”.
O Evangelho era tudo para Paulo. Era por isso que ele vivia, respirava, comia, dormia, ia, sofria, era maltratado e enfrentava dificuldades, para que as pessoas pudessem conhecer o Evangelho de Jesus Cristo.
Seu objetivo como pai/mãe é “evangelizar” seus filhos, trazê-los ao Evangelho, não apenas para que façam uma profissão de fé, mas para que eles realmente venham a conhecer Jesus Cristo de maneira genuína e autêntica, de forma que suas vidas sejam transformadas, tornando-se seguidores de Cristo.
Portanto, você estará disposta a passar e suportar o que for necessário para poder declarar ousadamente, através de sua vida e de palavras, ao longo do tempo, o Evangelho a seus filhos?
Nos versículos 3-6, Paulo fala sobre a questão das motivações, o porquê de estarmos fazendo isso. Ele diz: “Pois nossa exortação não tem origem no erro nem em motivos impuros, nem temos intenção de enganá-los; pelo contrário, como homens aprovados por Deus, a ponto de nos ter sido confiado por ele o Evangelho, não falamos para agradar as pessoas, mas a Deus, que prova os nossos corações”.
Vamos parar aqui por um momento. Você já se viu, como mãe, escrava do temor aos homens, preocupada com o que os outros pensam sobre você como mãe? Quando seus filhos se comportam mal… Seu filho está na salinha da escola dominical e a professora te fala no final do culto que o seu filho se comportou muito mal. Às vezes, o primeiro pensamento é: Como isso reflete sobre mim como mãe?
Paulo diz: “Não estávamos preocupados em agradar aos homens. Estávamos preocupados em agradar a Deus. Foi Ele quem nos chamou para isso. Se pudéssemos saber que agradamos a Deus, então não importava tanto o que os outros pensavam”.
Versículo 5: “Vocês bem sabem a nossa linguagem nunca foi de bajulação nem de pretexto para ganância; Deus é testemunha”.
Ele está dizendo: “Não fizemos isso para obter algo em benefício próprio”. Qualquer pessoa que tenha ideias românticas sobre a criação de filhos, assim que tiver um, essas ideias serão desfeitas, porque se você estiver pensando que vai receber algo em troca, em muitos casos, ficará decepcionada.
Em última instância, pode haver muitas recompensas. Mas Paulo diz: “Nosso objetivo não era ganho pessoal. Fizemos isso porque Deus nos chamou para isso, amamos vocês e somos comprometidos com vocês, e queríamos que vocês tivessem o Evangelho”.
Versículo 6 diz: “Nem buscamos reconhecimento humano, quer de vocês quer de outros.” Ou seja, não estávamos tentando ganhar o prêmio de “Melhor Mãe do Ano”.
Nosso objetivo não era obter glória dos outros, “Embora, como apóstolos de Cristo, pudéssemos ter sido um peso,”Mas”, versículo 7 – e eu amo esse parágrafo – “tornamo-nos bondosos entre vocês, como uma mãe que cuida dos próprios filhos”.
As pessoas pensam no apóstolo Paulo como alguém muito forte, poderoso, dinâmico, talvez até irritado ou, como alguns dizem, um tipo de apóstolo arrogante. Nunca usei essas palavras, mas já o ouvi ser descrito desta forma.
Qual imagem o apóstolo Paulo usa para descrever-se? A de uma mãe que está acariciando os próprios filhos. Existe alguma imagem mais terna?
Tenho a honra de ter um jovem casal passando um tempo na minha casa nesse momento. Eles têm um bebêzinho e de vez em quando, entro no quarto e lá está a Sarah amamentando a pequena Caitlin. É uma imagem preciosa. Há uma ternura, uma compaixão, uma bondade e uma gentileza que se vê em uma mãe enquanto ela amamenta seu bebê.
O apóstolo diz: “É assim que fomos com vocês como pais espirituais. Fomos gentis. Fomos ternos.”
Não significa que não havia questões que precisavam ser tratadas. Veremos que havia questões que precisavam ser tratadas. Paulo estava disposto a enfrentá-las, e estava disposto a ser ousado quando necessário. Mas ele também tinha essa gentileza, a qual podemos perceber também no versículo 8: “Sentindo, assim, tanta afeição por vocês, decidimos dar-lhes não somente o Evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida, porque vocês se tornaram muito amados por nós”.
Essa é a linguagem do amor. Esse é um discurso sobre o amor. É um pai amoroso e espiritual. Que excelente exemplo para nós como pais e mães.
“Nós desejávamos vocês afetuosamente. Não viemos apenas para transmitir nossa mensagem, para pregar o Evangelho a vocês. Viemos para nos doar a vocês, porque nos importávamos com vocês, nós os amávamos. Vocês se tornaram muito queridos para nós.”
Isso me lembra da passagem em Isaías 49:15–16 onde vemos o coração paterno, terno e compassivo de Deus. Ele diz: “Será que uma mãe pode esquecer do seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa se esquecer, eu não me esquecerei de você! Veja, eu gravei você nas palmas das minhas mãos; seus muros estão sempre diante de mim.”
Esse é o coração de um pai. Ou o Salmo 103 versículos 13–14: “Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem; pois Ele sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó.” Ele é um Deus gentil.
Então, Paulo estava dizendo: Nós não apenas compartilhamos palavras com vocês, mas compartilhamos nossas vidas com vocês, lembrando que mais é aprendido por observação do que por muita “falação” quando se trata de discipular seus filhos.
Em seguida, o versículo 9 – e aqui está a parte que você sabia que estava chegando – “Irmãos, certamente vocês se lembram do nosso trabalho esgotante e da nossa fadiga”.
Trabalho – essa é uma palavra que combina com ser mãe. Eu nasci no Dia do Trabalho. Foi um dia real de trabalho para minha mãe. Eu fui a primeira de sete filhos. Minha mãe ficou grávida na maior parte dos cinco primeiros anos de casamento. Ela teve seis filhos nos cinco primeiros anos de casamento. Vocês conseguem imaginar quanto trabalho?!! Muito!
O apóstolo Paulo diz que há muito trabalho e fadiga envolvidos na criação dos filhos. “Trabalhamos noite e dia” – isso também soa como a descrição do trabalho de uma mãe – “para não sermos pesados a nenhum de vós, quando vos pregamos o Evangelho de Deus.”
Paulo estava dizendo: “Estávamos dispostos a fazer o que fosse preciso para transmitir a fé em Jesus Cristo a vocês.”
Steven e Janet Blye escreveram um livro chamado “How to be a good mom” ou “Como Ser uma Boa Mãe”, em tradução livre. Vou ler um parágrafo desse livro. Diz assim:
“Nenhum trabalho na Terra exige mais força física, mental, social, emocional e espiritual do que ser uma boa esposa e mãe. Se uma mulher está procurando por uma vida fácil, ela pode ser treinadora de jogos de tênis, garimpar pedras preciosas ou fazer parte de um time de patinação. Não há nada fácil em ser uma boa mãe. Pode ser exaustivo, dilacerante e angustiante. E isso é apenas no período da manhã.”
É um trabalho difícil. Ser mãe requer sacrifício, abnegação, muito trabalho árduo e muita fadiga. É um trabalho de 24 horas por dia, não há férias. Sua família pode sair de férias, mas muitas vezes é quando você trabalha ainda mais, não é? Durante as férias? Sem folgas; não é um trabalho de meio período.
Haverá momentos em que você sentirá que não tem mais nada para dar. Isso é verdade em qualquer coisa que Deus te chame para fazer. Eu tenho um papel de mãe espiritual aqui no Aviva Nossos Corações, e há dias em que o trabalho e a fadiga são dia e noite e em que sinto que não tenho mais nada para dar.
Isso faz parte da sua vocação. Mas também é uma parte para a qual Deus pode dar graça. Já vi algumas mães e pensei: “Como você consegue lidar com os seus afazeres com tão pouco sono?”
Veja, eu não estou dizendo que você deve abusar do seu corpo. Acredito que existem algumas maneiras práticas de descansar quando necessário. Mas há algumas épocas em que você simplesmente não terá uma noite inteira de sono, noite após noite após noite. Se esta é a fase da vida em que você se encontra, então Ele pode te dar uma graça extra para suportar isso.
Ao servir, lembre-se de que as recompensas podem não vir da cultura e nem mesmo de seus filhos a curto prazo. Mas Deus vê. Ele conhece o seu trabalho. Ele conhece sua fadiga. Deus é quem lhe dará a recompensa.
Enquanto você está servindo dessa forma com essa fadiga e trabalho de dia e noite como mãe, você precisa permanecer conectada ao Senhor se quiser ter a força, a graça e a alegria vindas do Senhor para servir sua família.
Se você negligenciar seu relacionamento com o Senhor – e eu sei que você sabe disso – você corre um grande risco do seu amor pelos seus filhos ficar enfraquecido, porque Cristo é a fonte do amor. Se você não está permitindo que Ele seja a sua fonte de amor, então você pode chegar ao ponto de seu amor se esgotar.
Você pode continuar a “fazer de conta que está tudo bem”, muitas vezes por pura força de vontade e determinação, mas você não será capaz de fazê-lo com alegria e paz se não estiver conectada à Videira, de onde você obtém a verdadeira vida.
1 Tessalonicenses capítulo 2, Versículo 10 diz: “Tanto vocês como Deus são testemunhas de como nos portamos de maneira santa, justa e irrepreensível entre vocês, os que crêem”.
Que versículo! Isso se trata da importância de uma mensagem de vida, de viver, modelar para seus filhos as coisas que você quer que eles acreditem e adotem. Não é suficiente apenas compartilhar o Evangelho com eles, mas é importante que eles possam olhar para a sua vida e ver uma vida que é santa, justa e irrepreensível em seu comportamento.
Isso não significa que você precisa ser perfeita. Eu sei que ficaram aliviadas agora, porque afinal de contas, quem é perfeita? Mas isso significa que você precisa ser humilde. Significa que, quando você cometer erros, precisa ser honesta e humilde o suficiente para dizer: “Errei.”
Tive o privilégio de entrevistar por telefone uma garotinha de dez anos chamada Anna, que escreveu para o nosso ministério. No final da ligação, perguntei se havia algo que ela gostaria de me dizer sobre sua mãe.
Uma das primeiras coisas que Anna disse foi: “Isso não acontece com muita frequência, mas quando minha mãe faz algo errado, ela é rápida em nos dizer: ‘Você me perdoa?'”
Aquela garotinha de dez anos não ficou impactada pelo fato de sua mãe ter errado tanto quanto pelo fato de a mãe ter sido capaz de se humilhar e buscar o perdão.
Versículos 11 e 12: “Pois vocês sabem que tratamos cada um como um pai trata seus filhos, exortando, consolando e dando testemunho, para que vocês vivam de maneira digna de Deus, que os chamou para o seu Reino e glória”.
Portanto, há momentos em que você é terna e gentil, quando está segurando aquele bebê. São os momentos de baixo confronto, quando você está investindo na vida daquela criança e há intimidade e alegria na relação.
Mas, há momentos em que você precisa dizer coisas difíceis. Há momentos em que você precisa ser direta, que precisa exortar, encorajar e instruir seus filhos a viver de maneira digna de Deus.
Matthew Henry em seu comentário sobre o capítulo 2 de Tito diz o seguinte sobre o amor dos pais pelos filhos:
“Este não é um amor tolo, que os mima no mal, negligencia a devida repreensão e correção quando necessário; mas sim um amor cristão regular, que se manifesta em sua piedosa educação cristã, formando suas vidas e maneiras corretamente, cuidando de suas almas, bem como de seus corpos, de seu bem-estar espiritual, assim como o temporal, e dando prioridade ao primeiro.”
Em outras palavras, o foco está na formação espiritual de seus corações com disciplina, treinamento e correção.
Ambos são difíceis e nenhum deles acontece da noite para o dia. Mas não há amor; você não está amando seus filhos se não lhes está dando disciplina, treinamento e correção. O amor não significa mimá-los, ceder aos caprichos e demandas deles.
Acho que para muitos pais há essa pressão, especialmente quando começam a ter adolescentes, de buscar a aprovação de seus filhos e o medo de arriscar serem rejeitados. Quem irá querer que seus filhos fiquem bravos com eles?
Mas há momentos em que você precisa arriscar a desaprovação deles e perceber que antes de ser amiga, você é a mãe deles. Há momentos em que, com um espírito de gentileza e uma vida que respalde isso – ou seja, não tente disciplinar e treinar se sua vida for hipócrita e seus filhos sabem que você diz uma coisa e vive outra – mas com uma vida que seja santa e humilde, você precisa ser honesta com seus filhos sobre áreas em que eles precisam ser treinados e corrigidos nos caminhos do Senhor.
Alguém me disse durante o intervalo da gravação: “Dá para perceber quando são as crianças quem mandam em casa.” Acho que hoje vemos uma filosofia de criação de filhos muito centrada na criança, até mesmo em muitas casas cristãs, onde há pouca restrição e as crianças têm a permissão para ficarem fora de controle. Esta não é a imagem de uma casa cristã que a Escritura nos exemplifica.
De fato, Provérbios 13:24 nos diz: “Quem se nega a castigar seu filho não o ama”. Estamos falando sobre mães amando seus filhos. Mas ele está dizendo: “Se você não corrige seus filhos de forma bíblica, então, na verdade, você não os ama.” Mas “quem o ama não hesita em discipliná-lo”.
Não é fácil, e precisa ser feito com amor e cuidado – não com raiva, não com a cabeça quente, não de forma brutal. Mas há maneiras bíblicas e talvez façamos uma série inteira sobre isso em algum momento no Aviva Nossos Corações. Isso se encaixa com a descrição do Senhor que, como diz em Hebreus 12, “pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho.” (v. 6)
Li recentemente um artigo sobre uma nova pesquisa da Barna. A pesquisa mostrou que muitos pais cristãos estão comprando mídias, como DVDs, músicas e jogos de videogame, para seus adolescentes ou crianças mais novas, apesar de terem convicções pessoais contrárias ao conteúdo da mídia adquirida.
Um grande número de pais, na faixa de 25-30%, dependendo da mídia em questão, estão comprando coisas para seus filhos que sabem que não são boas para suas almas. O título desse artigo era “Pais Cristãos Escolhem Satisfazer seus Filhos em Vez de Deus”.
Antes de ficarmos muito impressionadas com isso, pergunte a si mesma: “Há alguma maneira pela qual eu não esteja disciplinando meus filhos para pensar e viver de acordo com os caminhos de Deus?”
Eu tenho alguns amigos que, quando sua filha era um bebê pequeno, o pai a pegou no colo e disse: “Lorena, nós te amamos, mas queremos que você saiba que você não é o centro do nosso mundo. Este mundo não gira em torno de você.” Eu pensei: “Sim, ela entendeu com certeza!” Bem, Lorena agora tem três anos, e seus pais ainda estão tendo que ensinar essa criança, que ainda não está regenerada, que o mundo não gira em torno dela.
Recentemente, vi uma reportagem no programa “60 Minutos” da CBS chamada “A Geração do Milênio Está Chegando”. A reportagem tratava da nova geração de trabalhadores americanos. Não tenho tempo para ler o texto completo, mas existem cerca de oitenta milhões de millennials (ou geração do milênio) nascidos entre 1980 e 1995, e são esses que agora estão ingressando no mercado de trabalho, substituindo os “baby boomers”, que agora estão chegando aos sessenta anos.
A reportagem diz que essas crianças, esses “millennials”, foram criados por pais superprotetores que lhes diziam que eram especiais, que jogavam em campeonatos sem perdedores ou vencedores; todos são vencedores. Eles estão cheios de troféus por participação. O local de trabalho tornou-se um campo de batalha psicológico. Os “millennials” têm vantagem porque são especialistas em tecnologia. Com todos os dispositivos imagináveis, quase se tornando uma extensão de seus corpos, eles fazem várias coisas ao mesmo tempo: caminham, falam, ouvem, digitam e mandam mensagens. Suas prioridades são simples: eles vêm em primeiro lugar.
Alguém que fez muitas pesquisas sobre esse grupo de idade, disse o seguinte em relação ao comportamento de muitos deles no ambiente de trabalho: “Alguns desses jovens são absolutamente incorrigíveis. É do jeito deles ou de jeito nenhum.”
Aqui está outra descrição dada sobre os “Millennials”: “Essas empresas estão lidando com novos funcionários que querem entrar no trabalho com seus iPods e Havaianas ao meio-dia, e se tornarem o CEO da empresa ao final da primeira semana.”
Alguém que ensina cursos para “millennials” sobre como sobreviver no local de trabalho diz: “Embora esta geração tenha habilidades técnicas extraordinárias, uma infância cheia de troféus e adulação não os preparou para as duras realidades do trabalho. Agora temos uma geração chegando ao mercado de trabalho que cresceu com a expectativa de que eles vão automaticamente vencer e sempre serão recompensados, apenas por comparecer.”
Os empregadores estão aprendendo que a única maneira de manter essa nova geração no trabalho é “dar-lhes o que eles querem”.
Isso não quer dizer que não haja coisas muito boas a serem ditas sobre as habilidades e o coração de alguns dessa geração. Mas o que eu quero dizer, pais, é que vocês estão determinando o que será escrito sobre a próxima geração de trabalhadores. O que será? Como eles serão descritos?
Esta geração de novos trabalhadores foi moldada ao longo dos últimos dezoito a vinte e cinco anos por pais que tinham uma filosofia de criação, e agora ela está entrando na cultura adulta. Então, o que você está fazendo agora com seus filhos, a maneira como você está educando, disciplinando, treinando, corrigindo, encorajando e amando com sabedoria terá um impacto não apenas em você e seus filhos, mas em toda a cultura na próxima geração.
Ao treiná-los, lembre-se de que este é o meio de transmitir o Evangelho para a próxima geração. É isso que torna sua tarefa como pai e mãe tão crucial. É por isso que, mães, vocês precisam amar seus filhos, mesmo quando eles não entendem, mesmo quando não estão sendo amáveis.
Lembrem-se da passagem em Oséias, capítulo 11, versículos 1-4, onde Deus diz: “Quando Israel era menino, eu o amei, e do Egito chamei o meu filho. Mas, quanto mais eu o chamava, mais eles se afastavam de mim. Eles ofereceram sacrifícios aos baalins e queimaram incenso aos ídolos esculpidos. Mas fui eu quem ensinou Efraim a andar, tomando-o nos braços; mas eles não perceberam que fui eu quem os curou. Eu os conduzi com laços de bondade humana e de amor; tirei do seu pescoço o jugo e me inclinei para alimentá-los.”
Deus fez isso por seus filhos rebeldes e resistentes que simplesmente não entendiam. Deus diz: “Eu nunca parei de amá-los. Eu nunca parei de cuidar, nunca parei de alimentá-los, nunca parei de investir neles.”
Alguns de vocês estão em uma fase da vida com filhos em que, talvez, precise demonstrar amor de forma mais dura. Isso não significa que você os ama da maneira que eles querem ser amados ou que exigem ser amados. Mas você nunca para de amar, assim como Deus nunca parou de nos amar – a você e a mim.
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem oferecido conselhos úteis para as mães. Você não pode amar seus filhos sem estar cheia do amor de Deus. Isso é verdade para todos os aspectos da feminilidade bíblica. Em qualquer papel que Deus a tenha chamado a desempenhar, em qualquer fase da vida, você precisa da visão e força de Deus em sua vida.
Nos acompanhe no próximo episódio de Adornadas: Vivendo Tito 2:1–5 onde Nancy tem nos levado a uma análise profunda de tópicos como: amar nosso marido, amar nossos filhos, investir na vida de outras mulheres e desenvolver um caráter sábio e piedoso.
Caso tenha perdido algum episódio anterior, acesse o nosso site www.avivanossoscoracoes.com e até o próximo!
O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth chama mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
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