Ep. 34: O trabalho que fazemos em nossos lares importa
Raquel Anderson: O apóstolo Paulo chama as mulheres a serem donas de casa. Nancy DeMoss Wolgemuth está aqui para nos mostrar o que isso significa na prática.
Nancy DeMoss Wolgemuth: É importante para mim que eu saiba o que importa para o meu marido, que eu seja sensível às suas necessidades e suas prioridades, e que vivamos juntos em harmonia. E o que funciona para nós é diferente do que funciona para vocês, e está tudo bem.
Raquel: Este é Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
Nancy: Eu adoro poder explorar a Palavra de Deus dessa maneira, e eu adoro poder ajudar você a fazer isso, a encorajar você a fazer isso. Na última sessão, e hoje, e em mais uma sessão, estaremos falando sobre uma pequena frase no capítulo 2 de Tito que tem causado …
Raquel Anderson: O apóstolo Paulo chama as mulheres a serem donas de casa. Nancy DeMoss Wolgemuth está aqui para nos mostrar o que isso significa na prática.
Nancy DeMoss Wolgemuth: É importante para mim que eu saiba o que importa para o meu marido, que eu seja sensível às suas necessidades e suas prioridades, e que vivamos juntos em harmonia. E o que funciona para nós é diferente do que funciona para vocês, e está tudo bem.
Raquel: Este é Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
Nancy: Eu adoro poder explorar a Palavra de Deus dessa maneira, e eu adoro poder ajudar você a fazer isso, a encorajar você a fazer isso. Na última sessão, e hoje, e em mais uma sessão, estaremos falando sobre uma pequena frase no capítulo 2 de Tito que tem causado muita confusão, muitos mal-entendidos, muitas interpretações equivocadas.
Estamos tentando entender essa passagem e descobrir o que ela significa para nós. Então, deixe-me ler Tito 2:3-5. Diz o seguinte:
“(Mulheres mais velhas devem), orientar as mulheres mais jovens (no contexto da vida diária, vivendo a beleza do evangelho juntas) a amarem seus maridos e seus filhos, a serem prudentes e puras, (e essa é a frase que estamos estudando hoje] a estarem ocupadas em casa [(ou donas de casa, dependendo de qual tradução está sendo usada), e a serem bondosas e sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada.”
Há muito em jogo aqui! Se nós não nos atentarmos ao que isso significa, se não vivermos isso, então a Palavra de Deus será difamada. Ela será blasfemada se não levarmos esse currículo a sério. A Bíblia nos diz que as mulheres mais velhas devem ensinar as mulheres mais novas a cada etapa da vida, a serem exemplos – através de suas vidas – cumprindo assim o chamado de Deus para nós mulheres.
Essas são questões relacionadas ao Evangelho. Não são apenas questões triviais ou atividades superficiais. São questões do coração; é um modo de pensar, é ajustar suas prioridades e seus valores.
Conforme eu meditava em Tito 2 à luz das Escrituras, eu comecei a acreditar que quando Paulo instruía mulheres a estarem ocupadas em casa, ou a serem donas de casa, há algumas coisas que ele não quer dizer.
Vamos analisar o contexto de Tito e se você, por alguma razão, não ouviu o último episódio, eu gostaria de te incentivar a ir no site do Aviva Nossos Corações e ler a transcrição ou escutar o áudio anterior a este, porque nele preparamos o terreno para o episódio de hoje.
Existem algumas coisas que Paulo não quer dizer quanto ele diz que as mulheres devem ser ocupadas em casa ou ser donas de casa. Eu sei que existem algumas ouvintes hoje que vêm de um contexto em que o que eu estou falando aqui irá deixá-las de cabelo em pé! Elas vão dizer: “O quê?! Repete?! Não é possível?!”
Eu sou apenas a mensageira. Você tem que ir para a Palavra. Você tem que ir para a Escritura. Lute com isso. Peça ao Espírito Santo para te instruir e te mostrar o que Deus está falando.
Mas aqui está o meu entendimento:
- Paulo não está mandando que as mulheres apenas trabalhem em casa ou que o lar seja a sua única esfera de influência ou investimento.
- Ele não está falando que suas atividades domésticas devem ser seu único foco, ou que seus lares requerem atenção a todo momento, 24 horas por dia, 7 dias da semana.
- Ele também não está falando que as mulheres devem ser as únicas responsáveis a fazerem todo o trabalho que precisa ser feito em casa, ou que é impróprio para os filhos ou o marido ou outros ajudarem.
Já falei pra vocês que eu amo ter um marido que gosta de lavar as louças? Normalmente – na maioria das vezes – sou eu quem cozinha. Quase toda noite, depois de me agradecer e apreciar a refeição (e nós nos sentamos e batemos um papo de mãos dadas, conversamos, curtimos um ao outro), ele se levanta, coloca um pano de prato no ombro e lava a louça. Eu ajudo. É um tempo que nós passamos juntos. Mas eu sou grata porque ele ama servir desse modo. E eu sempre faço questão de agradecê-lo por isso!
Então, Paulo não está falando que as mulheres devem ser as únicas que fazem todo o trabalho prático da casa. Ele não está proibindo mulheres de realizarem tarefas fora de casa, e ele não as está proibindo de serem compensadas financeiramente pelo trabalho que fazem fora de casa.
Além disso, Paulo não está indicando que mulheres não possuem um lugar na esfera pública ou que elas não deveriam contribuir com as suas igrejas, suas comunidades, ou suas culturas. Então, o que Paulo quis dizer nessa passagem? O que as suas palavras, “ocupadas em casa”, “donas de casa” significam para mulheres cristãs?
Para começar, essa frase “trabalhar em casa” torna claro que as mulheres devem trabalhar. Algumas vezes me perguntam: “Você acredita que mulheres devem trabalhar?” Eu respondo: “Com certeza!” É algo bom trabalhar! Mulheres devem trabalhar; homens devem trabalhar; eu acho que crianças devem trabalhar também – talvez um tipo diferente de trabalho – mas mulheres devem trabalhar.
Elas devem estar ocupadas de maneira produtiva. Elas não devem ser como as jovens viúvas de Éfeso de quem Paulo fala em sua carta para Timóteo. Em 1 Timóteo capítulo 5, ele as chama de ociosas – indo de casa em casa – e também fofocando e sendo intrometidas. Essas são mulheres que não estão levando esse negócio de “trabalhar em casa” à sério.
Na verdade, ao invés de serem ociosas, fofoqueiras e intrometidas, as mulheres devem viver vidas honrosas. Elas devem carregar fielmente qualquer trabalho que Deus der a elas. Deus dá a todos nós trabalho para fazer. Isso é algo bom!
Aliás, vocês sabiam (e eu estou divagando aqui), que nós teremos trabalhos a fazer no céu? Trabalho é algo santo. Não é um resultado da queda. Ao trabalho foram acrescentados espinhos e ervas daninhas como resultado da queda, mas ainda é algo bom. Vamos trabalhar servindo nosso Rei Jesus por toda a eternidade e vamos amar fazê-lo – sem espinhos, sem ervas daninhas!
Voltando para Tito 2. Como vimos no último episódio, o lar nos dias de Paulo – e até antes do século 20 – era um lugar de trabalho. Era uma pequena unidade de negócios para a economia local. E, dentro desse sistema, era importante para as mulheres serem produtivas, não ociosas.
Portanto, embora as casas do século vinte e um não sejam, em geral, o centro de produtividade que costumavam ser, ainda deve ser verdade para toda mulher que teme ao Senhor que, como Provérbios 31:27 diz: “Ela atenta para o bom andamento de sua casa e não come o pão da preguiça.”
Ela está envolvida de maneira produtiva, empregada, servindo ao Senhor, à sua família e aos outros. Agora, essa é a interpretação de “trabalhando em casa”. Vimos que algumas traduções têm uma interpretação alternativa, “guardiãs do lar”.
Essa frase “guardiãs do lar”, destaca a importância de preservar e priorizar os nossos lares. Como vimos, isso não necessariamente significa que essa é a única prioridade – ou a principal prioridade – o tempo todo, em todas as fases de nossas vidas.
Mas Paulo está dizendo para as mulheres com essa frase: “Não deixe a peteca cair. Não pise na bola; Não estrague tudo!” Essa instrução afirma que o trabalho que nós fazemos em nossos lares importa – não apenas para nós mesmas, não apenas para nossas famílias, mas também para a nossa grande comunidade, e para o Evangelho.
Então, Paulo não está dizendo que deveríamos focar apenas na aparência, ou apenas em termos casas mais confortáveis, ou que deveríamos nos esforçar para ter uma casa que poderia estar em alguma capa de revista de designer qualquer. Como a minha amiga, Carolyn McCully, nos lembra em seu excelente livro chamado Mulher, Cristã e Bem-sucedida, nossos trabalhos e casa são – ela fala – “uma colaboração de amor com o nosso Criador para o benefício dos outros.”
Eu amo isso! É uma colaboração com o Criador quando nós trabalhamos em casa – ou em qualquer outro lugar – para o benefício dos outros. E, mesmo que a nossa cultura não valorize o significado do trabalho que fazemos em nossos lares – na esfera privada, pelo qual nós não somos compensadas financeiramente – Deus valoriza! Ele vê; Ele sabe e Ele recompensa!
Mesmo que talvez não sejamos tangivelmente recompensadas por nossos esforços, Deus irá nos recompensar por nosso trabalho em nosso lar, porque ele tem valor eterno. A cultura não vê desse jeito, mas essa é a visão de Deus.
Então Paulo está sendo estratégico para a propagação do Evangelho quando ele fala para as mulheres: “Não seja descuidada com o que importa na eternidade!” Isso não é apenas uma coisa secundária que você tem aqui – uma lista de obrigações a fazer que tem um quilômetro de comprimento. O seu lar é importante. Importa, mesmo que ninguém mais veja, mesmo que ninguém mais reconheça o valor do trabalho na esfera privada. Mesmo que ninguém reconheça o valor, ou que você não receba um bônus no final do ano, ou um salário, ou nem mesmo um tapinha nas costas e escute: “Muito bem, o seu desempenho foi ótimo esse ano!” Mas Deus vê. Ele se importa, e Ele recompensa.
Essa passagem também indica que mulheres mais jovens – isto é, mulheres na fase em suas vidas de criarem e cuidarem de crianças pequenas – possuem uma responsabilidade distinta de priorizarem seus lares e seus filhos (esse currículo, afinal de contas, foi escrito com elas em mente).
Isso não quer dizer que o lar e os filhos não importam em outras fases da vida de uma mulher. E isso também não quer dizer que mulheres sem filhos ou solteiras não devem se preocupar com seus lares. Mas nenhuma mulher – e nenhum homem, também – possui capacidade ilimitada de fazer coisas. Todos devemos fazer escolhas.
Então, mulheres mais novas com crianças pequenas precisam ser devidamente cuidadosas durante essa fase para que outras atividades – mesmo as boas – não façam com que elas negligenciem os seus filhos, seus maridos, ou seus lares.
Vocês concordam comigo que parece ser a norma hoje – em vez da exceção – que mulheres de todas as idades estão demasiadamente sobrecarregadas por agendas excessivamente cheias? Gente, eu olho para essa frase aqui em minhas anotações e fico pensando: “Sou eu, aqui!” Eu vejo algumas de vocês aqui!”
Eu imagino os olhares exaustos de algumas de vocês – terrivelmente estressadas, no limite e sobrecarregadas. Bom, estar ocupada não é algo exatamente ruim. Nós precisamos lembrar que o próprio Jesus trabalhava muito, e Ele tinha alguns dias de quase nenhum descanso. Leia Marcos capítulo 1, lá podemos ver como era um dia típico na vida de Jesus. Era um dia muito ocupado.
Mas, pela minha experiência, muito desse estresse e tensão relacionados às nossas agendas, é o resultado de tentar administrar mais atividades ou responsabilidades que competem com meus compromissos essenciais e com as prioridades que Deus me deu para essa fase de minha vida. Faz sentido?
Então, nós precisamos saber – em cada fase – quais são as principais prioridades de Deus para nossas vidas. O que está na agenda dEle – na lista de afazeres dEle– para a minha vida nessa época? Se eu começar a abraçar coisas que outras pessoas querem que eu faça, ou se eu quiser fazer alguma outra coisa, que seria bom em algum outro momento da minha vida, mas não nesse momento, então, eu terminarei com o seguinte resultado: sem nenhum espaço livre na agenda, estressada, compromissos até o final do próximo ano e estressando todos a minha volta, certo?
Então, de vez em quando, eu penso que todas nós precisamos apertar o botão de pausa e perguntar a nós mesmas se algumas dessas atividades que estão em nossas agendas – pode ser um trabalho, um passatempo, ou até mesmo envolvimento num ministério – se são coisas que podemos realizá-las sem violar outras responsabilidades dadas por Deus. Fases são tão importantes para a vida de uma mulher. Nenhuma mulher consegue fazer tudo em um determinado momento, mas às vezes temos a tendência de pensar que podemos fazer tudo!
Meu marido e eu conversamos sobre isso regularmente. Na verdade, conversamos sobre isso nas últimas 24 horas: sobre a fase em que eu estou, a fase em que ele está, a fase em que nós estamos em nosso casamento. Nós temos conversado sobre: “Onde estamos? Onde deveríamos estar?” Estamos sempre calibrando, recalibrando e orando.
Essa é a nossa oração: “Senhor, nos mostre como os nossos trabalhos devem ser neste momento de nossas vidas, como nosso lar deve ser, como nosso relacionamento deve ser.” O que é hoje não será o que foi há 10 anos – para nenhuma de nós – e nossas vidas serão, sem dúvidas, diferente daqui a 10 anos.
Você tem que reavaliar sua vida e recomeçar de tempos em tempos. Como está escrito em Eclesiastes 3:1: “Para tudo há ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu.”
Agora, ter um coração voltado para o lar – trabalhar em casa, ser dona de casa, priorizar o seu lar – não necessariamente significa que você deva moer o seu próprio trigo e fazer o seu próprio pão. Isso não significa que você precisa ter uma dispensa cheia de conservas e compotas de frutas e verduras que você mesma plantou, colheu e enlatou.
Eu tenho alguns amigos que fazem isso, e eu me beneficio desses amigos porque eles estão sempre compartilhando comidas maravilhosas no Natal e em outras épocas do ano, e eu sou muito grata por isso. Mas isso não está na minha lista de prioridades para este momento. Talvez seja para outra fase – eu meio que duvido, mas pode ser!
Ser uma mulher que possui um coração voltado para o seu lar, que prioriza o seu lar, não significa que você deva fazer uma colcha de retalhos para cada um de seus filhos e netos. Mas se você quiser fazer, e isso for apropriado para essa fase da sua vida, e esse for o modo que você ama e serve a sua família – então faça!
Mas não se sinta culpada se você não for esse tipo de mulher prendada. Se esse não for o seu chamado, o seu dom, então relaxe! Se anime. Está tudo bem. Isso não quer dizer que você não tem um coração voltado para o seu lar.
Também não significa que você deva costurar a sua própria roupa e as roupas de seus filhos. Não significa que você deva colocar um acabamento artístico nas paredes de seu quarto. O significado de ser ocupada em casa, ou ser uma dona de casa é cuidar e prover as necessidades de seu lar e de sua família.
O que importa, em especial para as mulheres casadas e mães – no contexto imediato de Tito 2 – não é como a casa de uma mulher está ou com o que ela faz lá em termos de tarefas e atividades. Mas, significa que ela está dando a importância apropriada ao seu lar naquele momento de sua vida. Ela está cumprindo com o chamado que Deus lhe deu para o seu lar e para as vidas de seu marido e de seus filhos?
Quando os filhos têm 2 e 6 anos de idade, o cuidado será diferente de quando eles tiverem 12 e 16 anos – ou 22 e 26 anos. As necessidades mudam em momentos diferentes da vida. Ela está dando, para aqueles debaixo de seu teto – aqueles que estão sob a sua responsabilidade – mais do que apenas as sobras de seu tempo e de sua afeição? Estaria ela investindo seu coração e o seu melhor nessas preciosas vidas?
Eu vou dar um exemplo pessoal que aconteceu ontem. Meu marido chegou em casa de uma viagem a trabalho tarde da noite. Eu estava me preparando para o estudo para a gravação de hoje. Este é o trabalho que eu faço fora de casa, e meu marido é muito compreensível. Ele ama meu trabalho.
Ele vibra por mim, ele ora por mim, ele me encoraja. Eu converso sobre os esses estudos com ele, e ele se envolve em me ajudar a pensar sobre esses temas. Quando ele chegou em casa ontem à noite ele disse: “Não precisa parar, eu sei que você está estudando, e eu sei que você precisa continuar trabalhando…”
Mas eu quero ser uma mulher que tenha o coração voltado para o meu lar de forma apropriada para esse momento da minha vida. Então, por mim, ontem a noite (não por insistência dele – ele não teria ficado chateado se eu tivesse continuado a estudar) nós paramos. Tivemos – eu não sei – uns 60 ou 90 minutos de folga? Nos sentamos no sofá e conversamos sobre o dia dele e as coisas que aconteceram, e sobre algumas coisas que estão acontecendo em nossas vidas. Eu acho que eu consegui relaxar e acho que ele também conseguiu.
Então eu lhe dei um beijo de boa noite, ele foi para a cama, e eu voltei para os meus estudos e fiquei acordada por mais um tempo depois disso. E eu acho que isso foi uma coisa boa.
Eu poderia ter ido para a cama, e eu teria adorado ir para a cama uma hora e meia mais cedo. É claro que sim, e o Robert também estaria feliz com isso. Mas naquele momento, de uma maneira apropriada para essa fase, eu queria que ele soubesse que ele é mais importante para mim e que garantir que suas necessidades e nosso relacionamento estejam florescendo significa mais para mim do que me preparar para fazer esta gravação.
Isso pode não ser assim para você, e pode ser que não seja assim para nós na próxima semana. A situação pode ser um pouco diferente. É por isso que você precisa continuar andando com o Espírito, ser sensível ao Espírito, sensível às necessidades daqueles em sua casa.
Não há uma fórmula mágica para todos. Ter um coração voltado para casa, será diferente para cada mulher – dependendo da configuração e das circunstâncias específicas de sua família e o que melhor serve para as suas necessidades naquele momento.
Eu acredito que seja especialmente desafiador para mulheres que têm uma família discernir com sabedoria de como navegar nessas fases da vida. Requer oração, sabedoria e muita busca ao Senhor – especialmente em uma economia que agora está centrada em dois salários por família. Está se tornando extremamente difícil para uma família conseguir viver sem duas fontes de renda – do marido e da mulher.
Porém, eu conheço mulheres que passaram por isso de formas diferentes – e vocês provavelmente têm exemplos também. Eu conheço mulheres que escolheram trabalhar integralmente em casa, pelo menos enquanto as crianças eram pequenas. E essa é uma escolha que requer um sacrifício significativo, mas aquelas que estão dispostas e são capazes de fazer esse sacrifício e essa escolha, podem colher muitos benefícios e bênçãos.
Eu recentemente tive uma ótima conversa com uma mulher muito alegre e amorosa de 22 anos. Ela e eu estávamos jantando na casa de um amigo em comum. Ela estava refletindo sobre sua criação, e eu já estava pensando sobre essa série, então eu a enchi de perguntas.
A mãe dela era professora de educação física e treinadora de basquete, e quando Deus abençoou seus pais com filhos, a mãe dela parou de trabalhar fora de casa. Essa moça de 22 anos estava me dizendo: “Nós não tínhamos TV a cabo. Nós não saíamos muito para comer. Mas nós não sofremos. Eu acredito que foi melhor para nós assim.”
Ela compartilhou sobre como a sua mãe esteve envolvida em vários tipos de atividades, relacionamentos e ministérios na vizinhança e na igreja enquanto cuidava dos filhos. Então ela não estava apenas em casa, mas ela tinha a liberdade – com sua família e suas prioridades – de fazer outras coisas na vizinhança e na igreja.
Agora as crianças estão crescidas, então sua mãe considerou voltar para o trabalho fora de casa, na esfera pública. Mas, conforme ela orava sobre isso, percebeu que isso limitaria a sua flexibilidade e sua disponibilidade, então ela optou por não voltar.
Ela não está dizendo que é errado outras pessoas voltarem a trabalhar, mas foi assim que Deus conduziu a sua mãe. Eu tenho certeza de que seus pais buscaram a orientação do Senhor. Agora essa mãe com os filhos crescidos está livre para ajudar seus pais idosos que estão começando a ter problemas de saúde.
Ela também lidera estudos bíblicos; ela ajuda os seus vizinhos com jardinagem; ela está disponível para abençoar aqueles à sua volta de maneiras práticas. Você não fica feliz em saber que ainda há algumas mulheres assim por aí? Não são muitas, mas precisamos de mais delas!
Eu penso que uma visão de vida baseada em Tito 2 criaria mais mulheres para essa fase da vida em que poderiam fazer essa escolha. Eu não conheço essa mãe – eu nunca a conheci – mas eu vejo o seu reflexo em sua filha de 22 anos, que é uma moça muito carinhosa, que ama ao Senhor e aos outros, que está servindo ao Senhor e aos outros e que espera seguir os passos de sua mãe.
Eu admiro a decisão dessa mãe de dar sua atenção e esforço primários – quando estava criando os filhos e até mesmo agora – para se concentrar em ser uma guardiã do lar.
Essa é uma escolha que deveria ser apoiada e afirmada por aquelas que acreditam que Deus quer que elas tomem essa decisão.
Eu sou grata por mulheres que não possuem um emprego assalariado, que são capazes de se engajar em trabalho que é de eterno e grande valor para o Reino – mesmo que não seja um trabalho recompensado – como cuidar de crianças, ministrar aos pobres, aos doentes e aos necessitados; estendendo sua hospitalidade, voluntariando-se na escola e na igreja. Eu sou grata por mulheres que podem e escolhem fazer isso.
Tendo dito isso, eu também poderia lhes falar de outras esposas e mães cujos corações não estão menos em casa, mas que escolheram – por uma variedade de razões – trabalhar fora de casa. Algumas dessas mulheres conseguem manter empregos regulares das oito da manhã às seis da tarde (ou mais). Outras acharam jeitos diferentes e criativos para contribuir para o bem-estar financeiro de sua família.
Deixem-me dar alguns exemplos. Eu conheço algumas mães que têm um pequeno negócio de limpeza de casas no qual podem envolver seus filhos. Assim, elas estão treinando seus filhos enquanto conseguem uma renda extra para a família.
Eu conheço algumas mulheres, como vocês também devem conhecer, que trabalham de casa dando aulas de piano, costurando roupas, fornecendo serviços de contadora ou cuidando de crianças.
Eu conheço uma mãe solteira que trabalha sem parar para poder prover para si mesma e seus filhos adolescentes, mas o seu trabalho permite que ela defina os seus horários, então ela pode estar o máximo possível com seus filhos. E, sabiamente (entre parênteses, aqui), desde que o marido dessa mulher foi embora, quando suas filhas eram pequenas, ela mora nos fundos da casa de parentes próximos e isso tem proporcionado uma camada extra de família para as crianças. Em vez de ir morar só enquanto seus filhos estavam crescendo, ela falou: “Eu quero que meus filhos filhos tenham família por perto.”
Eu tenho uma colega cujo marido foi diagnosticado com demência severa quando ele estava com 40 e poucos anos. Essa mulher teve que equilibrar o cuidado do marido com um trabalho freelancer para poder atender as necessidades financeiras da família.
Eu conheço mulheres que trabalham duro para prover para suas famílias porque seus maridos estão na prisão enquanto corajosamente guiam os corações de seus filhos na ausência de um pai em casa.
Eu conheço mulheres que trabalharam ao lado de seus maridos nos negócios da família, e elas conseguem organizar suas agendas para poder atender as necessidades de seus filhos, netos e cuidar de seus pais idosos.
Eu ouvi recentemente sobre duas enfermeiras que são amigas e que as duas trabalham 2 ou 3 turnos por semana. Elas se revezam cuidando uma dos filhos da outra, para que assim suas famílias possam ser atendidas e que elas possam trazer uma renda extra para a família.
A vida dessas mulheres é um desafio? Com certeza! E, às vezes elas perdem o equilíbrio e sentem que suas prioridades estão fora de ordem? Sem dúvidas. Mas, cada uma delas possui um coração voltado para o lar, e cada uma está pedindo ao Senhor por sabedoria para poder fazer as escolhas que melhor honrarão a Deus em suas atuais situações.
Eu sei que existem muitas mulheres que sentem que não possuem uma escolha sobre trabalhar ou não fora de casa. Elas não têm a liberdade de organizar o trabalho de forma criativa como algumas dessas mulheres fizeram.
Nós vivemos em um mundo caído, então a situação não é sempre ideal e as escolhas não são sempre fáceis. Mas eu quero dizer uma coisa às minhas ouvintes tipo-A, primogênitas, amigas, pessoas que comentam em nosso site: nós não somos chamadas para determinar essa escolha para os outros.
Não somos chamadas para legislar as escolhas específicas de outras irmãs em Cristo sobre suas vidas, famílias e trabalhos. Mas, ao mesmo tempo, não podemos escapar do fato de que cada uma de nós é chamada a ter o coração voltado ao lar – e para reconhecer o valor e a importância estratégica dos investimentos eternos que são feitos dentro de casa.
Então, para vocês mulheres que estão dizendo “Eu me importo com o meu lar; eu me importo com a minha família! Eu estou investindo neles de toda forma que eu posso!” Eu quero te encorajar! E obrigada por me encorajar, porque estou buscando fazer o mesmo junto com vocês.
A dinâmica de cada casa pode mudar de acordo com as fases diferentes e mudanças na vida da família. Há momentos em que uma mulher pode correr atrás de sua carreira de forma intensa sem que ela negligencie a prioridade de seu lar.
Eu gostaria de enfatizar novamente – A rotina de uma dona de casa com crianças pequenas vai ser diferente da mãe com os filhos já fora de casa ou da rotina de uma viúva. É diferente para mim agora do que foi durante as minhas décadas como uma mulher solteira.
É importante para mim que eu saiba o que importa para o meu marido, e ser sensível às suas necessidades e suas prioridades, e para nós buscarmos viver isso juntos. E o que funciona para nós é diferente do que funciona para vocês, e está tudo bem.
Mas ainda somos chamadas a termos o coração voltado para o lar. Nossas responsabilidades podem mudar, o controle sobre nosso tempo e nossa agenda pode ser maior ou menor do que tínhamos em outros momentos, mas não importa quais as circunstâncias ou a fase de nossas vidas, o lar ainda deve ser a prioridade para nós mulheres.
Nós diminuiremos o impacto de nosso testemunho e nosso ministério como crentes se permitirmos que o lar se torne algo secundário, ou se rejeitarmos e resistirmos ao chamado de Deus para sermos trabalhadoras e donas de casa. Amém? Amém!
Raquel: Mulheres devem ser donas de casa. O apóstolo Paulo falou isso a um jovem pastor no primeiro século. Nancy DeMoss Wolgemuth tem explorado como essas palavras nos afetam no século 21.
Nancy escreve sobre esse tópico – entre muitos outros – em seu livro Mulheres atraentes Adornadas por Cristo. Uma mulher online escreveu: “Como uma mulher mais velha que está atualmente mentoreando uma mulher mais nova, eu estava ansiosa para ler este livro – e eu não fiquei decepcionada!”
O maior objetivo deste livro é mostrar especificamente como a beleza do evangelho é demonstrado nas vidas das mulheres mais velhas e mais novas, e como elas vivem isso juntas!
Você pode ter esse tipo de relacionamento também! O livro Mulheres Atraentes Adornadas por Cristo lhe mostrará porque isso é tão importante, e te inspirará a criar essas conexões.
Você já percebeu que … Deus é dono de casa? Nancy falará sobre isso no próximo episódio. Esperamos vocês aqui no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth chama mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
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