Ep. 37: Para quem devemos demonstrar bondade?
Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth diz:
Nancy DeMoss Wolgemuth: Por que será que, às vezes, temos uma maior tendência ou predisposição a demonstrar bondade às pessoas de fora, do que às pessoas de casa? Por que será que, às vezes, tratamos nossas visitas com mais consideração do que nossas próprias famílias? Se você tem um hóspede em casa, você quer servi-lo da melhor maneira, não é mesmo?
Mas se o seu marido ou o seu filho adolescente tem algum pedido, você diria: “Ah, meu filho, por que você mesmo não vai lá? Você tem duas mãos, dois olhos, você sabe onde fica a geladeira. Eu tô cansada.” Pode até ser que você não diga isso, mas será que alguma vez já se sentiu assim com relação a alguém da sua família? Às vezes, as nossas famílias estão lá embaixo em nossa lista de prioridades de demonstração de bondade.
Raquel: …
Raquel Anderson: Nancy DeMoss Wolgemuth diz:
Nancy DeMoss Wolgemuth: Por que será que, às vezes, temos uma maior tendência ou predisposição a demonstrar bondade às pessoas de fora, do que às pessoas de casa? Por que será que, às vezes, tratamos nossas visitas com mais consideração do que nossas próprias famílias? Se você tem um hóspede em casa, você quer servi-lo da melhor maneira, não é mesmo?
Mas se o seu marido ou o seu filho adolescente tem algum pedido, você diria: “Ah, meu filho, por que você mesmo não vai lá? Você tem duas mãos, dois olhos, você sabe onde fica a geladeira. Eu tô cansada.” Pode até ser que você não diga isso, mas será que alguma vez já se sentiu assim com relação a alguém da sua família? Às vezes, as nossas famílias estão lá embaixo em nossa lista de prioridades de demonstração de bondade.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
Quando uma amiga está internada ou acabou de ter um bebê, o que você faz? Muitas mulheres colocam a mão na massa e vão comprar presentes, fazer refeições. Querem demonstrar bondade de maneiras práticas.
Hoje vamos discutir como podemos fazer o mesmo com aqueles que estão mais próximos de nós. Continuamos agora com a série Adornadas: Vivendo Tito 2:1-5
Nancy: Uma mulher veio falar comigo ao final de uma conferência do Aviva Nossos Corações e começou a me contar sobre todas as coisas que Deus tinha feito em sua vida. Como eu queria entender completamente a história dela, eu pedi que ela me mandasse um email contando o seu testemunho. Ela escreveu o seguinte:
“Meu querido marido adora comida mexicana. Como eu não gosto muito, eu só cozinhava comida mexicana para ele duas vezes ao ano: nos dia dos pais e no seu aniversário. Eu até ficava irritada quando ele me pedia pra fazer comida mexicana mais vezes.
Durante a conferência, o Senhor me mostrou o meu egoísmo e a minha indisposição em servir o meu marido que amo tanto. Quando voltei para casa, falei que faria comida mexicana para ele pelo menos uma vez por semana.”
Essa realmente foi uma resposta prática à conferência do Aviva Nossos Corações, não é mesmo? E ela continua:
“Ele não sabia o que dizer além de que eu não precisava fazer aquela, mas agora eu quero de verdade. E, adivinhe só? Eu comecei a gostar da comida. Deus é tão fiel e tão bom.”
Quando pedimos que Ele nos ajude a nos tornar servas, Ele também nos dá a alegria em servir.
Chegamos a uma parte na série de Tito 2 que trata da atitude do nosso coração ao servir. Passamos vários dias falando sobre mulheres serem donas de casa, estarem ocupadas em casa e sobre as oportunidades práticas e responsabilidades domésticas que precisam ser feitas. Seu marido e seus filhos precisam ser alimentados, precisam de roupas.
Existem alguns aspectos do cuidar da casa que não são tão glamorosos, na verdade muitos. Alguns que são bem tediosos. Quantas vezes você já cozinhou desde que se casou? Quantas vezes já lavou roupas? Isso pode até ser maravilhoso no primeiro mês de casamento, mas depois de milhares de vezes fazendo a mesma coisa, você pode ficar bem desanimada.
Daí a necessidade de mulheres mais velhas treinarem as mais jovens. A nossa atitude em relação ao trabalho de casa deve estar diretamente relacionada à nossa atitude do coração.
Vamos rever o currículo de Tito capítulo 2: “Mulheres mais velhas devem orientar as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, a serem prudentes (“Sofron” a pensarem com uma mente sã) e puras (a terem o coração puro), a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas.” (versículos 4-5)
A palavra traduzida aqui como “bondosa”, em algumas traduções também aparece como “gentil”. Vocês podem perguntar: “É ser gentil ou ser bondosa?” Os dois. Há nuances de significados entre as duas, é difícil explicar com uma só palavra. Mas o significado da palavra é “Ser lucrativo, útil, benevolente, beneficiando os outros”.
Ao lermos sobre os frutos do Espírito em Gálatas, capítulo 5, versículo 22 (você sabe que é amor, alegria, paz, paciência, longanimidade) dois do fruto do Espírito se relacionam com este conceito. Um é a amabilidade e o outro é a bondade. Estes dois conceitos estão interligados. A palavra traduzida do grego como “amabilidade” ao fruto do Espírito é uma palavra que tem a ver com uma atitude ou disposição de coração para com os outros que é gentil. Um coração gentil.
A palavra que é traduzida como “bondade” ao fruto do Espírito, e a palavra que é usada aqui em Tito 2, é uma palavra que significa não apenas um coração gentil, mas uma ação gentil em prol dos outros. Essa palavra significa bondade ativa. Você possui um coração bondoso ou gentil, mas você age, faz transbordar.
Jerry Bridges fala sobre essas qualidades interligadas da bondade e da amabilidade. Ele diz:
“A amabilidade é a disposição interior criada pelo Espírito Santo que nos deixa sensíveis às necessidades dos outros, sejam elas físicas, emocionais ou espirituais. A bondade é a amabilidade em ação, palavras e feitos”.
Há dois pontos a considerar, a atitude do coração e a ação. Estamos falando sobre as coisas que você faz em sua casa, por seu marido, seus filhos, vizinhos, colegas de sala de seus filhos, pessoas na igreja, ou seja, tudo que fazemos de maneiras práticas para servir aos outros.
Fazemos essas coisas não apenas por senso de dever, ou só para cumprir nossas listas de afazeres ou porque somos obrigadas a fazê-las, mas porque Deus, por meio de Seu Santo Espírito, colocou a bondade e a amabilidade em nossos corações.
As boas ações, os atos bondosos, as coisas que fazemos transbordam de corações bondosos e gentis. Essa bondade ativa flui de um coração gentil. É motivada pela gentileza. Isso é importante especialmente para aquelas entre nós que se sentem presas ao dever. Queremos fazer o bem enquanto estivermos respirando, mas eu vejo muitas mulheres servindo ao Senhor sem amor, servindo as suas famílias sem alegria.
Aliás, isso pode ser verdade para qualquer tipo de serviço. O Senhor tem falado comigo em meus estudos. A maior parte das minhas boas obras, deveres e tarefas não estão relacionadas ao mundo doméstico, mas se relacionam ao estudo, à preparação para ensinar, escrever livros e coisas que algumas pessoas acham que amariam fazer. Você talvez ame a ideia de fazer algumas dessas coisas, mas é porque você nunca as fez. É um trabalho difícil. Como o trabalho em seu lar, este é um trabalho difícil e muitas vezes tedioso.
Muitas vezes, tarde da noite, quando todos já foram pra cama, você começa a sentir pena de si mesma e a pensar no que você ganha com tudo isso. Você se pergunta por que está fazendo isso? Por que não pode ter uma vida normal como as pessoas que dormem à noite?
Mas ao invés disso você está acordada cuidando de um bebezinho que está doente durante a noite, ou está fazendo almoço pela milésima vez para seus filhos e pensa que ninguém se importa com o seu trabalho. A não ser quando não é feito, aí as pessoas notam!
Podemos começar a ficar ressentidas. Podemos começar a ter autopiedade, a comparar as nossas vidas com as vidas de outras pessoas ou desejar ter a vida delas, e começar a empurrar as nossas tarefas com a barriga, parar de fazê-las de coração. Mas a Bíblia está falando aqui sobre a motivação em servir, em cuidar da casa que é a bondade e a gentileza em ação.
Isso é importante porque nos lembra que esta vida não é centrada em nós mesmas, mas nos outros. Essa passagem em Tito 2 (na verdade, toda a Bíblia) é um chamado para sermos mulheres abnegadas, não egoístas, não centradas em nós mesmas, mas centradas em Cristo e centrada nos outros.
Um comentarista falando sobre esta passagem diz sobre a mulher mais jovem: “Essa mulher será um canal de bênçãos para o seu marido, para a sua família, para os outros. Ela não apenas recebe a benção de Deus, ela é um canal de bênçãos. Ela crescerá espiritualmente deixando o egoísmo da infância. Ela será uma condutora da graça de Deus”. Graça no interior, graça no exterior. Nós recebemos graça; nós transbordamos graça para os outros. “De dentro de seu ser mais íntimo fluirão rios de água viva”.
Essa palavra (amabilidade, bondade) tem a ver com a generosidade, com a alegria e com o amor com o qual nós realizamos o nosso chamado como mulheres.
Raquel: Antes da Nancy voltar com a parte dois deste episódio, ela nos contará sobre uma mulher da Nigéria que se mudou para a Alemanha para se casar e entrou em contato com o Aviva Nossos Corações para contar a sua história.
Nancy: Isso mesmo, assim que ela se mudou da Nigéria para a Alemanha, ela passou por um momento muito ruim em sua vida. Seu marido a deixou e se casou com outra mulher. Ela descreveu a história da seguinte forma:
“Pela primeira vez em minha vida, eu estava totalmente só, eu estava sozinha em um país diferente (com uma língua diferente o qual, obviamente, era um grande problema de comunicação para mim) sem nenhum parente, amigo e sem dinheiro. Eu me senti rejeitada, sem valor e perdida”.
E nesse momento sombrio, ela tentou tirar a sua própria vida três vezes. Ela disse:
“Eu passei a acreditar que Deus não existia. Se existisse, Ele não permitiria que eu passasse por aquilo”.
Mas Deus não a abandonou. Ela descobriu o avivanossoscorações.com e começou a ler os artigos online. E disse o seguinte:
“Eu fui totalmente fisgada! Fui muito abençoada pelas muitas histórias de vidas transformadas por este ministério, e isso poderia acontecer comigo! Finalmente me envolvi com um grupo de mulheres com quem eu poderia contar para me mentorear, para me ensinar sobre Jesus”.
Ela assistiu a um vídeo que incluía um clipe da Yadira, uma de nossas embaixadoras que mora na Alemanha. Essa mulher nigeriana imediatamente entrou em contato com a Yadira e elas começaram um relacionamento de mentoria no estilo de Tito 2. E ela concluiu seu testemunho dizendo o seguinte:
“Quem sabe, talvez o Senhor tenha me trazido para a Alemanha para encontrar a verdade através do Aviva Nossos Corações, para viver um momento como este”.
Deus pode pegar a mensagem deste ministério e usá-la do jeito que quiser em qualquer lugar no mundo. Eu amo ver como Ele nunca nos desampara e junta os pedaços desse quebra-cabeças que é a vida.
A razão pela qual o Aviva Nossos Corações é capaz de prover recursos online e apoiar essa mulher Nigeriana, é graças àqueles que doam e tornam esse ministério possível.
Obrigada por considerar fazer parte deste ministério da forma que Deus quer para continuarmos a chegar até mulheres necessitadas, de corações famintos ao redor do mundo.
Raquel: Agora vamos voltar para a parte dois do episódio de hoje sobre Tito 2.
Nancy: Conforme eu pensava sobre essas qualidades da bondade e da gentileza e sobre o que falamos nos últimos episódios a respeito de cuidar do lar, estar inclinada para o ambiente doméstico, servir dentro de nosso lar, há uma mulher nas Escrituras que veio à minha mente. Ela demonstra de uma forma linda o cuidado e as qualidades da gentileza e da bondade. Lemos sobre ela em Atos capítulo 9.
Vamos ler apenas um parágrafo de Atos capítulo 9. É só isso que é dito sobre essa mulher nas Escrituras. Mas tenho certeza que se no fim da minha vida, um parágrafo como esse puder ser escrito a meu respeito, posso dizer que vivi uma vida frutífera.
Isso ocorreu nos primeiros dias da igreja, e lembre-se de que todo o Império Romano, a era romana, foi uma época muito maligna. As pessoas eram extremamente centradas em si mesmas e é nesse contexto que nasce essa igreja, que está engatinhando e que é tão diferente do mundo de todas as maneiras possíveis.
Esta mulher, Dorcas, é um exemplo do contraste, da diferença que a graça de Deus faz nas vidas das pessoas. Atos 9:36 diz: “Em Jope havia uma discípula chamada Tabita, que em grego é Dorcas”. Então, antes de mencionar qualquer outra coisa a respeito da identidade de Dorcas, essa passagem diz que ela é uma discípula. Ela era uma seguidora de Cristo. Este é o ponto de partida.
O serviço flui de ser uma discípula e uma seguidora de Jesus Cristo. As mulheres que não conhecem a Jesus podem ser excelentes donas de casa. Elas podem ter muitos talentos e habilidades, podem ser boas mães, boas esposas em muitos aspectos. Mas elas não podem ser mulheres cristãs verdadeiras porque elas não têm o poder do Espírito Santo habitando em seus corações e as capacitando, motivando, e guiando no que fazem.
Então, em primeiro lugar, Dorcas era uma discípula. Para ser uma mulher verdadeira, primeiro é preciso se tornar uma seguidora de Jesus Cristo, e ela era.
Eu amo a próxima frase que a descreve no final do versículo 36 diz: “…que se dedicava a praticar boas obras e a dar esmolas”. Essa não é uma ótima descrição? Ela realizava boas obras. A palavra boas é agathos que significa beneficial, útil, produtiva, que beneficia os outros, a bondade em ação. Ela “se dedicava a praticar boas obras e a dar esmolas”.
Ela não tinha apenas bondade em seu coração. Isso transbordava em boas obras para que os outros pudessem ver as suas boas obras e glorificar o seu Pai que está no Céu. E ela se dedicava a praticar essas boas obras e atos de caridade. Esta não era apenas uma ocupação extra para ela.
Não sabemos se ela era casada ou solteira ou quantos anos ela tinha. Nós não sabemos mais nada sobre a sua situação ou momento de vida, mas sabemos que esta mulher é descrita como sendo uma discípula de Cristo e que ela se dedicava a boas obras e a dar esmolas.
Isso significa que ela era uma bênção para muitas pessoas. Ela não estava vivendo uma vida focada em si mesma, mas sim nos outros. Primeiro, centrada em Cristo e então centrada nos outros. Nos versículos 37-38 lemos:
“Naqueles dias ela ficou doente e morreu, e seu corpo foi lavado e colocado num quarto do andar superior. Lida ficava perto de Jope, e, quando os discípulos ouviram falar que Pedro estava em Lida, mandaram-lhe dois homens dizer-lhes: ‘Não se demore em vir até nós.’”
Veja, Dorcas está morta. O que eles pensam que Pedro vai fazer? Nós já sabemos o que Pedro fez porque sabemos a história, mas o que eles estavam pensando? Por que eles chamaram a Pedro? Nós realmente não sabemos.
Sabemos que eles entendiam que o poder de Deus estava ativo e vivo, mas não havia acontecido muitas ressurreições. Jesus havia ressuscitado algumas pessoas de volta à vida e Ele mesmo voltou à vida, mas seria isso o que eles estavam esperando? Nós não sabemos. Mas sabemos que eles queriam que um homem de Deus estivesse ali para lidar com aquela situação. Versículo 39:
“Pedro foi com eles e, quando chegou, foi levado para o quarto do andar superior. Todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando-lhe os vestidos e outras roupas que Dorcas tinha feito quando ainda estava com elas.”
Então, aqui está uma mulher que tinha um ministério especial com viúvas. Quem sabe ela era uma viúva? Não sabemos. Ela poderia ser uma mulher mais jovem, ou quem sabe, uma mulher mais velha que estava com o “ninho vazio”. Nós não sabemos. Tudo o que nós sabemos é que o amor dela por Cristo fluía em seu ministério para com os outros, particularmente para com as viúvas.
Era um ministério prático. Ela colocava a mão na massa, fazia vestidos e outras roupas. Ela tinha habilidade com costura, era uma costureira e usava essa habilidade para beneficiar e abençoar o corpo de Cristo.
Conforme eu refletia sobre esse acontecimento nos últimos dias, acabei me questionando: Como eu serei lembrada? Quando o meu corpo estiver lá deitado esperando para ser enterrado, qual será a frase que descreverá a minha vida?
“Ah, ela escreveu um monte de livros.” “Ela tinha aqueles podcasts.” “Ela trabalhava duro.” Na verdade, eu não quero ser lembrada por essas coisas. O que eu quero que os outros se lembrem é que eu me importava, que eu era gentil, que amei, que toquei suas vidas de maneiras práticas que fizeram a diferença.
Como você será lembrada? Imagine que sua vida pudesse ser resumida em apenas uma ou duas sentenças como nós temos aqui, como você seria lembrada? “Ela era gentil.” “Ela era boa.” “Ela era uma serva do Senhor.” “Ela se doava.”
Quem derramará lágrimas em seu caixão ao se lembrar de como você os serviu e os abençoou? Como você tem mostrado aos outros a bondade de Cristo de maneiras práticas?
Esse chamado para sermos bondosas (e as mulheres mais velhas devem orientar as mulheres mais jovens a serem bondosas, terem um coração gentil e serem bondosas em suas ações) não é apenas um chamado para responder com bondade conforme as oportunidades surgem. Muitas de nós conseguem fazer isso. Se alguém nos pergunta: “Você pode servir, pode fazer isso?” Sim, claro que sim.
Creio que é muito mais que isso. É o chamado para procurarmos, de forma proativa, oportunidades para ser benção para os outros, para demonstrar a bondade de Deus para os outros, tomar a iniciativa. Dê uma olhada na sua igreja.
Vamos à igreja e encontramos muitas pessoas lá. Passamos uns pelos outros no corredor e dizemos: “Oi, como você está?” “Tudo bem?”. A maioria das pessoas não está bem. E será que paramos para tentar descobrir como elas realmente estão e quais são as suas necessidades reais?
Há algum tempo, eu recebi um e-mail de alguém que frequenta a minha igreja. Eu não a conheço muito bem. Eu sei quem ela é e sei o nome dela. Mas no e-mail ela abriu seu coração sobre as suas dores, cargas e as preocupações que têm a ver com seu momento de vida. Eu poderia ter passado por ela na igreja umas 100 ou 200 vezes e não saberia nada disso se ela não tivesse separado um tempo para me escrever.
Talvez eu precise me aproximar de algumas pessoas e perguntar: “Como você está? Como você realmente está? Como eu posso te servir? Você tem alguma necessidade nesse momento em sua vida que eu possa suprir?”
Deus nos abençoa para que possamos abençoar a outros. Ou seja, este é um chamado para tomar a iniciativa de forma proativa e demonstrar bondade.
Primeira Timóteo capítulo 5 descreve uma mulher mais velha que, assim que se tornou viúva, se qualificou para ser cuidada pela igreja. Em algum momento nós faremos uma série sobre esse texto, mas vamos ler a descrição desta mulher em 1 Timóteo 5, versículo 10. Ela é bem conhecida por suas boas obras, criou filhos, demonstrou hospitalidade, lavou os pés dos santos (que não é um trabalho muito glamoroso), socorreu os atribulados e se dedicou a todo tipo de boa obra.
Este é o exemplo de uma mulher verdadeira. Estas não são coisas glamourosas, são tarefas que não focam em você mesma e que exigem sacrifício. Mas nós fomos chamadas a ser e fazer essas coisas como mulheres e ministrar a bondade de Deus aos outros.
Para quem devemos demonstrar bondade? Nossa bondade deveria ser direcionada a quem? Vou dar vários exemplos. Em primeiro lugar, às nossas famílias. Por que será que, às vezes, temos uma maior tendência ou predisposição a demonstrar bondade às pessoas de fora, do que às pessoas de casa? Por que será que, às vezes, tratamos nossas visitas com mais consideração do que nossas próprias famílias? Se você tem um hóspede em casa, você quer servi-lo da melhor maneira, não é mesmo?
Mas se o seu marido ou o seu filho adolescente tem algum pedido, você diria: “Ah, meu filho, por que você mesmo não vai lá? Você tem duas mãos, dois olhos, você sabe onde fica a geladeira. Eu tô cansada!” Pode até ser que você não diga isso, mas será que alguma vez já se sentiu assim com relação a alguém da sua família?
Às vezes, as nossas famílias estão lá embaixo em nossa lista de prioridades de demonstração de bondade. Às vezes, é porque fomos magoadas, mas às vezes é apenas porque somos preguiçosas. Não damos eles o devido valor e não estamos pensando na gentileza em nossos próprios lares.
Em Provérbios 31, vemos uma mulher que está demonstrando bondade primeiro para sua família. Ela faz bem ao seu marido e não mal todos os dias de sua vida. Essa bondade se estende do marido para os filhos, para os pais, para os irmãos. Esse é o cuidado com aqueles que estão em nossos próprios lares.
E além das nossas famílias, temos a casa de Deus, a família de Deus. Veja Gálatas 6:10: “Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem (agathos) a todos, especialmente aos da família da fé”.
Eu me deparei com um parágrafo interessante em Deuteronômio 22:1, que é um exemplo do Antigo Testamento deste mesmo conceito. Ele diz: “Se o boi ou a ovelha de um israelita se extraviar e você o vir, não ignore o fato”. Em outras palavras, você tem que cuidar do seu irmão. O problema dele é do seu interesse. “Mas faça questão de levar o animal de volta ao dono.” Esse boi ou essa ovelha que está se desviando, você é responsável por ser bondosa, por tomar a iniciativa e ministrar às necessidades do seu irmão.
“Se este não morar perto de você ou se você não o conhecer, leve o animal para casa.” Não se esquive, dizendo: “Outra pessoa vai dar um jeito nisso”. Envolva-se. O versículo diz: “…e fique com ele”. Se você fizer isso vai ficar com um boi extra em sua casa: “…até que o seu compatriota venha procurá-lo e você possa devolvê-lo. Faça o mesmo com o jumento, com a capa e com qualquer outra necessidade que encontrar. Não ignore o fato”. Isso é que é bondade, – não ignorar as necessidades de seus irmãos.
“Se você vir o jumento ou o boi de um israelita caído no caminho, não o ignore. Ajude-o a pôr o animal em pé.” Isso é gentileza, é bondade, bondade em ação.
E a seguir, devemos demonstrar bondade ao pobre e ao necessitado, aqueles que não podem fazer nada por si próprios. Mas, não é minha responsabilidade solucionar esse problema, resolver o problema da fome, de todos os órfãos ou de todos os necessitados do mundo. Deus não me chamou para fazer isso, mas Ele me chamou para que eu seja sensível às necessidades daqueles que Ele colocou dentro da minha esfera de influência e para que eu abra os meus olhos e veja quem eles são e esteja disponível para ministrar às suas necessidades práticas.
É isso que é falado em Provérbios 31:20: “Acolhe os necessitados e estende as mãos aos pobres”.
E não somente aos pobres e necessitados, mas (e isso é difícil) devemos demonstrar bondade aos nossos inimigos. Aos nossos inimigos. Vocês conseguem entender? A bondade não se baseia em como os outros nos tratam ou se eles merecem ou não. É fácil ser bondosa com as pessoas que foram gentis conosco e querer tratá-las da mesma forma.
Mas devemos demonstrar bondade para com as pessoas que definitivamente não merecem. Na verdade, em Tito capítulo 3, versículo 3, existe uma descrição de como éramos antes de sermos salvas e uma delas é que nós éramos “detestáveis”. Odiávamos a Deus e odiávamos os outros. “Éramos tolas, desobedientes e detestáveis”.
Vejam os versículos 4 e 5 do capítulo 3: “Mas quando, da parte de Deus, nosso Salvador, se manifestaram a bondade e o amor pelos homens, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo,”
Quando Ele nos salvou? Quando éramos detestáveis. Foi nesse momento que a Sua bondade e gentileza entraram nas nossas vidas. Quando nós, como filhas de Deus, somos gentis com aqueles que não merecem, nós demonstramos às pessoas como Deus é. Refletimos a maravilhosa e imerecida bondade de Jesus Cristo. Ele tem sido bondoso conosco. Então, nós transbordamos essa bondade para os outros.
E há esta passagem de Lucas capítulo 6 que é semelhante. Jesus diz o seguinte:
“Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam”. (vs. 27-28)
E o texto segue nos mostrando maneiras práticas de demonstrarmos bondade. Não devemos fazer isso apenas por aqueles que nos amam.
“Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os pecadores amam os que os amam. E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os pecadores agem assim… Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, (preste atenção nisto) porque ele é bondoso para com os ingratos e maus.” (versículos 32, 33, 35).
Para algumas de vocês, as pessoas ingratas e más estão dentro das quatro paredes de seu próprio lar. Para outras, elas estão dentro das quatro paredes de sua igreja. Você foi magoada e sua primeira reação não é ser bondosa. Muito pelo contrário, em alguns casos a bondade passa bem longe. Na melhor das hipóteses, você quer apenas ignorar toda e qualquer necessidade que eles venham a ter.
Mas Deus é bondoso para com os ingratos, com aqueles que nem reconhecem que Ele foi bondoso, que nunca nem mesmo se lembram de agradecer, e bondoso para com aqueles que são maus. Se não fosse assim, Ele não teria nos salvado. Mas Ele foi bondoso conosco quando éramos ingratas e más.
E então o versículo 36 continua: “Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso”. Ter um coração bondoso e praticar ações bondosas é se parecer com Deus.
Há pouco tempo, recebi um e-mail de uma de nossas parceiras no ministério. Ela falou:
“Já estou casada há 66 anos e meu marido está com demência há 5. Ele está com 85 anos e serviu no ministério por mais de 60 anos. Eu tenho 84 e nem preciso falar que estou cansada e estressada por cuidar dele. Entretanto, Deus me fez ver as minhas atitudes carnais e que eu não estava servindo ao meu marido de uma maneira carinhosa e amável”.
Ela estava servindo o seu marido, mas não com bondade. Ela continuou:
“Eu me senti tão envergonhada. Eu clamei a Deus por Seu perdão. Fiquei maravilhada no dia seguinte ao ver como foi muito mais fácil fazer as mesmas tarefas servis e isso continua assim”.
A bondade do coração te ajudará a carregar o peso. As tarefas não se tornarão necessariamente mais fáceis ou mais glamorosas, mas as transformarão em um ato de louvor, um ato de amor verdadeiro: Servir com bondade no coração.
Pai, eu oro para que sejamos mulheres bondosas, que tenhamos corações bondosos, que nossas ações sejam bondosas, que o mundo não perca a chance de observar e ver como as mulheres cristãs são gentis, sensíveis, servidoras e doadoras.
Senhor, quando chegar a nossa hora de partir, oramos para que as pessoas sintam falta de nós porque demonstramos a Tua bondade a elas, assim como o Senhor demonstrou grande bondade a nós. Eu peço, em nome de Jesus, amém.
Raquel: Que mensagem importante a Nancy nos deu. Algum dia, você será lembrada por sua bondade? O que você pode fazer hoje para ajudar a construir esse legado?
Imagine como seria ter um hóspede muito importante em sua casa por um período curto de tempo. Ele teria toda a sua atenção, certo? No próximo episódio seremos lembradas de que nosso tempo com nossos filhos em nossas casas é curto e aprenderemos como tratá-los da mesma forma que trataríamos um hóspede muito importante.
Raquel: O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth chama mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
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