Ep. 6: O que a sã doutrina representa para as mulheres jovens?
Raquel Anderson: Você se sente desqualificada para ensinar outras mulheres? Nancy DeMoss Wolgemuth entende como muitas mulheres se sentem.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Eu já desperdicei muito tempo da minha vida. Já fiz muitas escolhas erradas e falhei em tantos outros aspectos. Mas tenho certeza de que conforme o tempo passa maior é a lista de fracassos que Satanás consegue jogar na nossa cara e dizer: “Você não tem nada para oferecer”.
Ensine o que você aprendeu com seus erros. Ensine o que Deus te mostrou quando você fracassou, quando você não confiou Nele, o que você aprendeu nesse processo, onde Deus a encontrou, compartilhe sobre os vícios que você teve, sobre as formas que você falhou. Use exemplos da sua vida para ensinar as mulheres mais novas a serem vigilantes e a protegerem seus passos. Minha vida é tão mais rica agora que estou ficando mais velha por causa de …
Raquel Anderson: Você se sente desqualificada para ensinar outras mulheres? Nancy DeMoss Wolgemuth entende como muitas mulheres se sentem.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Eu já desperdicei muito tempo da minha vida. Já fiz muitas escolhas erradas e falhei em tantos outros aspectos. Mas tenho certeza de que conforme o tempo passa maior é a lista de fracassos que Satanás consegue jogar na nossa cara e dizer: “Você não tem nada para oferecer”.
Ensine o que você aprendeu com seus erros. Ensine o que Deus te mostrou quando você fracassou, quando você não confiou Nele, o que você aprendeu nesse processo, onde Deus a encontrou, compartilhe sobre os vícios que você teve, sobre as formas que você falhou. Use exemplos da sua vida para ensinar as mulheres mais novas a serem vigilantes e a protegerem seus passos. Minha vida é tão mais rica agora que estou ficando mais velha por causa de pessoas mais velhas que investiram em mim.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth na voz de Renata Santos.
Nancy é a autora de Mulheres Atraentes Adornadas por Cristo: Vivendo a Beleza do Evangelho Juntas. Hoje temos boas novas para pessoas imperfeitas, à medida que a Nancy continua a série chamada “Adornadas: Vivendo Tito 2: 1-5”, você será encorajada a se envolver em relacionamentos de mentoria e no final do programa Nancy vai falar sobre uma mulher que tem desempenhado esse papel na vida dela nos últimos anos.
Nancy: Pat Moore foi uma designer industrial que projetava produtos para usos diversos. Um dia, aos 26 anos, ela se deu conta de que muitos produtos que estavam sendo usados em nossa cultura não eram adequados ou não estavam funcionando bem para as pessoas mais velhas por razões diversas. Então, aos 26 anos, Pat Moore decidiu sair em busca de descobrir como a vida realmente era para os idosos. Foi assim que ela organizou um experimento fascinante.
Ao longo de três anos, Pat Moore viajou por todos os Estados Unidos e Canadá, visitando 116 cidades, disfarçada de uma senhora indefesa de 85 anos. Ela usou maquiagem profissional, uma peruca de fios grisalhos e óculos especiais que deixavam sua visão embaçada. Ela fez uso de vários recursos. Ela usou um colete especial que fazia seu corpo se mover mais lentamente, e outros equipamentos que a faziam se sentir, agir e se comportar de forma que parecesse idosa. Ela queria ver que tipo de resposta e reações receberia das pessoas. Eu vi fotos dela nesse traje e de fato era inacreditável que fosse uma mulher de 26 anos.
Em 1984, após três anos desse experimento, Pat Moore escreveu um livro chamado Disguised (Disfarçada, em tradução livre). É um relato em primeira mão do que ela vivenciou durante aqueles anos. Ela conta como outros idosos, em geral, a tratavam com gentileza enquanto as pessoas mais jovens eram frequentemente duras com ela. Em determinado momento, ela foi assaltada por um grupo de adolescentes de 13 anos. Ela foi brutalmente agredida a ponto de sofrer uma lesão grave em suas costas que acabou se tornando permanente. Ela usa o termo “desprezo social” para descrever como muitos jovens a tratavam como uma mulher mais velha.
O que você vai encontrar nas Escrituras referente ao lidar com as pessoas mais velhas nunca poderia ser caracterizada como “desprezo social”. Nada poderia estar mais longe da maneira como Deus vê as pessoas mais velhas. Ao contrário desse “desprezo social”, no capítulo 2 de Tito, veremos que as pessoas mais velhas, os crentes de mais idade, desempenham um papel vital na igreja e no avanço do Reino de Deus.
Gostaria de recapitular algo que comentamos nos capítulos anteriores dessa série. Espero que através dessa série, que vai continuar por algumas semanas, você esteja lendo conosco o livro de Tito. Espero que você esteja dedicando um tempo do seu dia, durante esses trinta dias para ler (lembra-se do nosso desafio de 30 dias?), para meditar nele, para permitir que Deus fale com você através dele; para que assim você possa ter uma ideia de como estes poucos versículos de Tito 2, nos quais vamos passar a maior parte do nosso tempo, se encaixam no restante do livro.
Muito bem, vimos que no capítulo 1 o apóstolo Paulo se dirige aos líderes espirituais – os anciãos. Esses líderes devem viver vidas piedosas, porque é isso que os qualifica. Eles não podem ser líderes espirituais na igreja, ou não deveriam ser, se suas vidas não forem exemplares – suas vidas e a das suas famílias. Sua função e responsabilidade é ensinar a sã doutrina e corrigir aqueles que não o fazem, para que a congregação possa ser protegida de coisas que não se adequam à sã doutrina. (veja vv. 5-9)
Em seguida, no capítulo 2, encontramos uma ênfase nos membros da igreja, os seguidores, aqueles que não são necessariamente os líderes. Vemos que eles devem viver de forma consistente com a sã doutrina. Vemos a influência e o impacto que nossas vidas têm sobre os outros. Quer sejamos homens ou mulheres, jovens ou velhos, independentemente de posição ou momento de vida, devemos viver vidas que estejam de acordo com a sã doutrina. Nossas vidas devem exercer influência – e elas de fato influenciam, para melhor ou pior, outras pessoas.
Paulo diz no capítulo 2, versículo 1: “Você [Tito], porém, fale o que está de acordo com a sã doutrina”. Mais uma vez, isso significa não apenas a sã doutrina em si, mas como ela se aplica à vida. É a Palavra de Deus que produz vidas agradáveis ao Senhor.
Então ele continua, no versículo 2, e diz, homens mais velhos – isto é o que está de acordo com a sã doutrina, isto é a aplicação da sã doutrina, essa é a aparência dela quando você começa a dar mais detalhes: “Ensine os homens mais velhos a serem moderados, dignos de respeito, sensatos e sadios na fé, no amor e na perseverança”.
Em seguida, no versículo 3, esta é a essência da sã doutrina para as mulheres mais velhas: “Semelhantemente, ensine as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem caluniadoras nem escravizadas a muito vinho, mas a serem capazes de ensinar o que é bom”.
Agora, aqui está o que a sã doutrina representa para as mulheres jovens: “[Assim poderão orientar] as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus próprios maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada”.
No versículo 6, “Da mesma maneira, encoraje os jovens a serem prudentes”. Essa é a aparência da sã doutrina para homens mais jovens. Em seguida, ele passa a falar com os escravos ou servos e dá continuidade ao texto.
Vou parar por aqui, porque esse é o parágrafo sobre o qual vamos nos debruçar durante esta série. Primeiro, observe que Paulo dá uma direção específica e distinta a homens e mulheres, diferente para homens e mulheres. Acredito ser dessa forma porque homens e mulheres possuem tentações, propensões e inclinações diferentes no que diz respeito a cair em pecado.
Todos nós precisamos de uma doutrina sã, mas a forma como ela se aplica em nossas vidas e o modo como ela precisa ser enfatizada para cada um de nós pode ser diferente. Paulo faz distinção entre os mais jovens e os mais velhos porque em diferentes períodos da vida existem tentações diferentes, formas diferentes pelas quais precisamos ser lembrados a aplicar a sã doutrina. Pessoas em diferentes posições socioeconômicas, pessoas em funções diferentes e com responsabilidades diferentes, líderes e seguidores. Paulo faz essa distinção porque a aplicação da sã doutrina apresenta implicações práticas para cada um desses grupos.
Observe também que, nesse parágrafo que acabamos de ler, não existem exceções. Todos se enquadram em alguma dessas categorias. Ou você é homem ou mulher; jovem ou velho. O fato de você ser homem ou mulher é bem mais claro em relação a se você é jovem ou velho, mas isso aqui engloba todos nós. Paulo engloba os líderes; Paulo engloba os seguidores. Ele está dizendo que a doutrina se aplica a todos.
Não são apenas os pastores que devem conhecer a doutrina e vivê-la. Não é apenas um grupo de cristãos maduros que deve conhecer e viver a doutrina. Ele está dizendo que existem implicações doutrinárias que qualquer pessoa, em qualquer fase e posição da vida, precisa seguir.
Note que ele começa com os homens mais velhos, depois passa a tratar das mulheres mais velhas. Ele começa primeiro com as pessoas mais velhas e é assim que vamos fazer nesta série. Depois ele se dirige às mulheres jovens e depois aos homens jovens. Queremos manter essa mesma ordem. Então, hoje gostaria de apresentar o conceito de crentes mais velhos. Na verdade, vamos considerar tanto as passagens direcionadas aos homens quanto aquelas direcionadas às mulheres, porque existem aplicações para todas nós como mulheres.
Primeiro, eu gostaria de focar nessa questão das pessoas mais velhas na igreja. A igreja precisa e deveria ter tanto pessoas mais velhas quanto as mais jovens. Para mim, é triste ver certas igrejas ou grupos cristãos se tornando tão homogêneos a ponto de acomodar apenas um grupo de pessoas. É comum ouvir falar de igrejas que estão tentando alcançar a geração x ou a geração y ou um grupo específico de pessoas.
Recentemente, eu estava numa igreja, uma igreja pequena composta quase que exclusivamente de pessoas mais velhas. Pensei comigo, “eles estão perdendo o que os mais jovens podem trazer para a vida desta igreja”. Por outro lado, existem igrejas que são quase exclusivamente de jovens de vinte e poucos anos, trinta e poucos anos, ou famílias jovens, ou profissionais novos e jovens solteiros. Daí você tem esses grupos que talvez tenham muitos gostos e interesses em comum, mas que não se beneficiam da sabedoria, da graça ou da orientação das pessoas mais velhas.
Minha amiga Kim Wagner estava me contando que, recentemente, levou um grupo de sua igreja para uma conferência do Aviva Nossos Corações. O grupo era formado por mulheres de dezessete ou dezoito anos e apenas uma mulher de setenta e tantos anos.
Ela me contou que a caminho da conferência fizeram uma parada rápida para comprar alguns lanches e outras coisas. Kim foi a última a sair da loja e disse que a moça do caixa comentou com ela como era incomum ver um grupo de pessoas com aquela diversidade de idade se divertir umas com as outras.
A Kim me disse que ficou muito feliz com isso, porque o sonho dela para sua igreja local (onde o marido dela é pastor) é que eles fossem uma família que tivessem o benefício e a benção tanto dos mais jovens quanto dos mais velhos e a representação de todas as fases da vida.
Quando falamos de mulheres e homens mais velhos, crentes mais velhos – antes de tudo, o que significa ser mais velho? Todo mundo está me esperando para responder essa pergunta. Dizem que a velhice é sempre quinze anos a mais do que você tem. Quanto mais velha eu fico, mais eu acredito que isso seja verdade.
Recentemente, li a história de uma mulher que estava esperando no consultório para ser atendida por um novo dentista. Ela viu o diploma na parede e leu o nome completo dele. O nome despertou algumas lembranças. Ela se lembrou dos anos do colegial e de um moreno alto e bonito de quem ela gostava. Ela pensou: “Não pode ser o mesmo rapaz”.
Em seguida, entra o dentista na sala e ela vê esse senhor de cabelo grisalho, quase careca, com marcas de expressão profundas. Daí ela pensa: “Ele é velho demais para ter estudado comigo”.
Enfim, enquanto ele examinava os dentes dela, ela perguntou: “Por acaso você fez o ensino médio no colégio Radial?”.
Ele responde: “Sim, eu me formei lá.”
Daí ela pergunta: “Quando você se formou?”
E ele diz: “1969. Por quê?”
E ela fala: “Você estava na minha turma!”
Então, ele responde: “Sério? Você era professora de quê?” (risos)
Não precisa nem dizer que foi um choque de realidade daqueles!
Os comentaristas geralmente concordam que as mulheres mais velhas nas Escrituras são aquelas que já passaram da fase de criar seus filhos e agora estão na faixa dos 50 a 60 anos. Vamos falar mais sobre isso quando chegarmos no versículo direcionado especificamente às mulheres mais velhas.
Talvez vocês saibam que a população mais velha do mundo, de forma geral, está crescendo num ritmo altíssimo. Em 2030, 1 em cada 6 pessoas no mundo terá 60 anos ou mais. Neste momento, a parcela da população com 60 anos ou mais aumentará de 1 bilhão em 2020 para 1,4 bilhão. Até 2050, a população mundial de pessoas com 60 anos ou mais dobrará (2,1 bilhões). O número de pessoas com 80 anos ou mais deverá triplicar entre 2020 e 2050, atingindo 426 milhões. (1)
Precisamos lidar com toda essa questão do envelhecimento, tanto com a forma como vemos nosso próprio envelhecimento quanto com a forma como vemos o envelhecimento dos outros. Existem mulheres neste momento que estão lidando com questões de saúde, questões emocionais e questões da vida de forma geral dos seus pais idosos. Quando você olha para os seus pais, deve passar pela sua cabeça que um dia você vai ter a idade deles, algumas de vocês já estão lá. As mulheres que nos acompanham estão em diferentes fases da vida.
Um tempo atrás, eu recebi um e-mail de uma amiga. A gente estava conversando sobre toda essa coisa de envelhecer e ela me disse algo que acredito ser o que muitas mulheres devem sentir. Ela disse assim: “A ideia de envelhecer me assusta e me aterroriza”. E ela já tinha quase 50 anos. Acho que muitas mulheres se sentem do mesmo jeito. A ideia de envelhecer é assustadora e aterrorizante.
Enquanto eu estudava essa passagem semana passada, duas pessoas me enviaram artigos para o meu e-mail com um intervalo de uma hora entre eles. Foi muito interessante observar que os dois artigos mencionavam essa fixação da nossa cultura em manter uma aparência jovial. O primeiro foi uma entrevista da AOL com uma mulher chamada Anne Kreamer, que tem 51 anos e escreveu um livro chamado Going Gray (Ficando Grisalha), cujo subtítulo é: O que eu aprendi sobre beleza, sexo, trabalho, maternidade, autenticidade e tudo o mais que realmente importa.
A entrevista foi chamada de “Adeus à tintura de cabelo”. Ela destacou que 65% das mulheres acima dos 40 pintam seus cabelos. Nesta entrevista, perguntaram para ela porque ela havia decidido abandonar o castanho tingido e assumir o cinza natural, e esta foi a sua resposta:
“Dois anos atrás, aos meus 49 anos, olhei para uma foto minha e pensei: A quem eu estou enganando? Minha aparência era tão artificial. Meu cabelo tingido não estava enganando ninguém. Então, depois de 24 anos tingindo o meu cabelo a cada três semanas, eu decidi descobrir a minha cor natural e parar de correr atrás do vento. Todos aqueles anos tingindo o cabelo somaram— ela fez os cálculos — 65 mil reais. Se eu tivesse investido esse dinheiro, hoje eu teria 300 mil reais – o suficiente para pagar uma faculdade particular para as minhas duas filhas.“
Nancy: Bom, eu tenho orgulho de dizer que parei de correr atrás do vento lá pelos meus 35 anos, quando pensei o seguinte: “Sabe de uma coisa? Eu conquistei esse cabelo grisalho”. Um dos dias mais felizes da minha vida foi quando eu joguei a minha tinta de cabelo fora. Mas esse é um problema para muitas mulheres hoje em dia. Com isso eu não quero dizer que tingir ou não o cabelo seja uma questão espiritual. O meu ponto é que fazemos parte de uma cultura que se preocupa muito em manter uma aparência jovem.
O outro artigo que me enviaram naquele espaço de uma hora foi da seção de moda e estilo do The New York Times, chamado: “Será que a ‘mommy makeover’ é realmente necessária?”. Esse artigo abordava o que os cirurgiões plásticos chamam de “cirurgia plástica pós-parto”. Um cirurgião plástico disse: “O grande trauma físico da gravidez, do parto e da amamentação provoca efeitos negativos profundos que fazem as mulheres perderem suas curvas pré-gravidez”.
Aquele artigo falava de diversos procedimentos e cirurgias destinados a “reformar o corpo pós-parto”. O artigo dizia que a cirurgia plástica pós-parto se torna interessante tanto como uma solução rápida para aquele sobrepeso teimoso do pós-gravidez quanto como uma forma de controlar o envelhecimento em si”.
Bem, não importa quantas cirurgias você tenha feito ou vai fazer, você ainda vai envelhecer. Isso porém, mostra a obsessão que nossa cultura tem em manter uma aparência jovial. Enquanto eu lia esses artigos, eu pensei: Como nós, mulheres cristãs, devemos pensar sobre essas questões todas? E como devemos contribuir para essa discussão? Será que só devemos seguir o fluxo quando se trata do que é importante para as mulheres à medida que elas envelhecem?
Quando chegarmos no capítulo 2 de Tito, onde vamos passar as próximas semanas, vamos ver o valor dos crentes mais velhos e como eles são fundamentais para a vida da igreja. Também vamos ver o respeito pelas mulheres maduras e por sua experiência, pela experiência adquirida com a idade, ao contrário da nossa mentalidade atual em que idolatramos a juventude. Nós servimos os jovens e temos a tendência de descartar ou desconsiderar os mais velhos.
O apóstolo Paulo não somente enfatiza a importância dos idosos e o valor que eles agregam à vida da igreja, mas também fala sobre o que deve ser importante para os mais velhos, quais devem ser suas prioridades, qual deve ser o seu foco, o que mais deve preocupá-los. Então, antes de nos aprofundarmos nos detalhes e nas características e qualidades que devem estar presentes nas mulheres mais velhas, eu gostaria de dizer algumas palavras para aquelas que estão na fase mais avançada da vida e depois para as que são jovens, a fim de facilitar nossa perspectiva sobre toda essa questão de idade e envelhecimento.
Antes de tudo, algumas palavras para aquelas que são mais velhas, e fica por sua conta decidir se você se encaixa aqui – todas nós estamos envelhecendo, então, de certa forma, isso se aplica a todas nós. Primeiramente, maturidade cronológica – ou seja envelhecer, fazer aniversário – a maturidade cronológica deve ser acompanhada de crescimento e maturidade espirituais. À medida que você envelhece em termos de idade, você deve amadurecer espiritualmente, amadurecer na sua semelhança com Cristo. Amo o versículo 18 no capítulo 4 de Provérbios. Muitas vezes, coloco ele em cartões de aniversário ou mensagens de aniversário. Ele diz assim: “A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até à plena claridade do dia”.
Quando você está chegando aos 50, 60, 70, 80, você não costuma pensar que sua vida está ficando mais brilhante e mais plena. A gente tende a pensar que estamos indo ladeira abaixo – é assim que as pessoas falam do envelhecimento hoje em dia. Mas essa não é a visão que Deus tem do envelhecimento. A visão de Deus é que se você é um justo, se você é crente, sua vida é como a luz da alvorada – ela começa com uma luz fraca e conforme o dia passa e se aproxima cada vez mais do meio-dia, o sol fica cada vez mais alto no céu até que ao meio-dia a luz está no seu ponto mais intenso e brilhante.
É assim que a gente deve conceber o envelhecimento do ponto de vista espiritual. Nunca deve chegar um momento na sua vida, independente da sua idade, em que você deixe de florescer, crescer e ser frutífera – nunca. Não existe jamais um momento para se aposentar espiritualmente; não existe jamais um momento para ser colocada na prateleira.
Não existe jamais um momento para se aposentar espiritualmente.
Aqui está uma outra passagem que eu amo: Salmo 92, versículos 12 a 15. Diz assim:
Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro do Líbano; plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus. Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes, para proclamar que o Senhor é justo. Ele é a minha rocha; nele não há injustiça.
Essa é uma descrição de pessoas idosas e piedosas. Elas estão florescendo. Elas estão cheias de vitalidade espiritual. Seus corpos físicos podem estar se enfraquecendo, isso faz parte da maldição da queda. Mas o seu “homem interior” está sendo renovado dia após dia. Elas estão crescendo, elas estão florescendo e elas nunca deixam de ser frutíferas. Eles nunca param de proclamar aos outros a bondade e as maravilhas de Cristo e do Seu evangelho.
Aos mais velhos, eu digo: vocês devem ser um modelo. Vocês devem ser um modelo. Seu caráter, seu estilo de vida devem ser dignos de respeito. Vocês devem ter uma vida para a qual outros possam apontar e dizer: “É assim que eu quero ser quando tiver sua idade”, uma vida digna de imitação; uma vida digna de ser seguida. Porque vocês seguem a Cristo, vocês devem ser um modelo.
Mas existe outra questão aqui – vocês também devem ser mentores – não apenas um modelo, mas também mentores. Vocês precisam extrair das suas experiências de vida encorajamento, exortação e desafios para a vida dos mais jovens.
Você pode até dizer: “Eu já desperdicei muito tempo da minha vida. Já fiz muitas escolhas erradas e falhei em tantos outros aspectos.” Mas tenho certeza de que conforme o tempo passa maior é a lista de fracassos que Satanás consegue jogar na nossa cara e dizer: “Você não tem nada para oferecer”…
Ensine o que você aprendeu com seus erros. Ensine o que Deus te mostrou quando você fracassou, quando você não confiou Nele, o que você aprendeu nesse processo, onde Deus o encontrou, compartilhe sobre os vícios que você teve, sobre as formas que você falhou. Use exemplos da sua vida para ensinar as mulheres mais novas a serem vigilantes e a protegerem seus passos. Minha vida é tão mais rica agora que estou ficando mais velha por causa de pessoas mais velhas que investiram em mim.
Quero desafiar vocês, as pessoas mais velhas, a estarem dispostas a tomar a iniciativa de alcançar os mais jovens na comunidade de fé. Uma coisa que eu ouço sobre os mais velhos, sobre as mulheres mais velhas na igreja, é: “Elas simplesmente não querem ser mentoras”. Em seguida, é claro, ouço algumas pessoas mais velhas dizerem que os mais jovens não querem ser instruídos.
Sabe de uma coisa? Quer você seja jovem ou mais velha, tome a iniciativa. Vá até as pessoas. Se você for mais velha, encontre uma mulher mais jovem. Você não precisa ter PhD em teologia. Você não precisa ter ido para o seminário. Você não precisa ser uma exímia professora de Bíblia. Apenas abra sua vida e abra a Palavra de Deus. Caminhe com alguma dessas mulheres mais jovens e esteja disposta a compartilhar a sua vida com elas.
Agora, apenas uma breve mensagem para aquelas que são mais jovens: Jó capítulo 12, versículo 12 diz: “A sabedoria se acha entre os idosos? A vida longa traz entendimento?”. Você pode ser jovem e sábia, mas existem alguns aspectos da sabedoria e do entendimento que você só adquire com experiência de vida. Lembre-se disso e lembre também que Deus se importa com a forma como tratamos os crentes mais velhos. Eles devem ser tratados com honra e com respeito.
Levíticos 19, versículo 32 diz: “Levantem-se na presença dos idosos, honrem os anciãos, temam o seu Deus. Eu sou o Senhor”. A maneira como você trata as pessoas mais velhas é um indício da maneira como você trata o Senhor.
Isso não significa que elas nunca vão estar erradas, mas o apóstolo Paulo ensinou aos pastores Timóteo e Tito que se essas pessoas mais velhas estiverem erradas, você deve instar com elas de forma humilde e respeitosa. Isso não significa que você não possa questionar o estilo de vida e as escolhas de uma pessoa mais velha, mas Paulo diz à Timóteo em 1ª Timóteo 5, versículo 1: “Não repreenda asperamente o homem idoso, mas exorte-o como se ele fosse seu pai; trate os jovens como a irmãos”.
Com isso, mulheres mais jovens – e todas nós somos mais jovens para alguém e todas nós somos mais velhas para alguém – mulheres mais jovens: sejam ensináveis, sejam humildes. Valorize a experiência de vida das mulheres mais velhas ao seu redor. Peça a opinião delas. Receba instrução e correção com humildade. Faça perguntas. Escute.
Repito, eu aprendi demais me reunindo com pessoas mais velhas. Não faz muito tempo que fui visitar um amigo de longa data que também foi meu pastor, Ray Ortlund, e sua esposa, a Anne. O Ray já está no céu agora. Pedi conselhos a eles. Pedi a opinião deles. E fico tão feliz de ter feito isso, porque em questão de meses o Ray estava no céu e eu não teria outra chance. Mas, durante aquele almoço, eles inundaram a minha vida. Derramamos algumas lágrimas. Teve compartilhamento de sabedoria. E eu ainda estou vivendo muito do rejuvenescimento, do encorajamento e da graça que recebi daquele casal mais velho quando almoçamos juntos.
Faça perguntas. Escute. Aprenda. Aprenda com a vida delas. Aprenda observando. Aprenda ouvindo o que elas têm a dizer. Se você quer ser o tipo de mulher mais velha que traz glória para Deus, então aprenda com a vida de mulheres mais velhas que já percorreram esse caminho antes de você.
Raquel: Se você não está aprendendo com mulheres mais velhas, você está desperdiçando um recurso inestimável. Nancy DeMoss Wolgemuth está nos lembrando disso e já já volta para orar com a gente.
Nancy, como essa verdade bíblica impactou sua vida? Você já procurou uma mulher mais velha para te aconselhar?
Nancy: Sim, eu já procurei sim. Várias mulheres exerceram esse papel de “mulher mais velha” na minha vida e vou contar sobre uma delas. Alguns anos atrás, entrei em contato com a minha amiga Jan Ortlund. Talvez você já tenha ouvido o nome dela. Ela é esposa de pastor, autora e palestrante. E já foi nossa convidada aqui do Aviva Nossos Corações. Naquela época, eu estava num momento da minha vida em que sentia a necessidade de ter outra mulher me aconselhando em áreas específicas. Jan fez isso de forma tão preciosa através de ligações semanais durante vários meses. Orávamos juntas e ela intercedia por mim. Depois ela me ligava de novo para me dizer coisas que o Senhor colocava no coração dela durante a semana.
Mais tarde, quando um certo homem chamado Robert Wolgemuth começou a entrar em contato comigo e começamos a considerar a possibilidade de um relacionamento, eu pensei na Jan. Jan e o seu marido Ray conheciam o Robert. Senti que a Jan poderia me aconselhar enquanto eu pensava na possibilidade de um casamento. Eu me sinto grata por todas as sábias contribuições que ela me deu naqueles meses. Hoje, casada, me vejo indo até ela algumas vezes para pedir conselhos, porque ela é uma mulher que já caminhou por essa estrada por algum tempo.
Esse é apenas um dos exemplos de mulheres preciosas de Deus que influenciaram a minha vida. E também um exemplo do tipo de relacionamento que você pode cultivar – especialmente enquanto exploramos o capítulo 2 de Tito.
Espero que você não apenas ouça esses trechos de ensinamento da nossa série no Aviva Nossos Corações. Quero encorajar você a explorar essa passagem em profundidade, adquirindo uma cópia do novo livro que eu escrevi chamado de Mulheres Atraentes Adornadas por Cristo: Vivendo a Beleza do Evangelho Juntas. É um estudo, de versículo a versículo, do primeiro parágrafo do capítulo 2 de Tito.
Esse ministério não consegue continuar a instruir mulheres na Palavra de Deus sem seu apoio. É por isso que sua doação é tão importante para o ministério neste momento. Você pode fazer sua contribuição através do nosso site www.avivanossoscoracoes.com e acessando a área doações. Graças ao envolvimento de ouvintes como você, o Aviva Nossos Corações pode continuar a chamar, dia após dia, as mulheres para uma maior liberdade, plenitude e abundância em Cristo.
Raquel: Obrigada, Nancy. Todas nós temos fraquezas e defeitos em nosso caráter. Se você não deixar Deus lidar com essas fraquezas, elas vão se acentuar conforme você envelhecer. Descubra como lidar com essas falhas no nosso próximo episódio, estudando Tito capítulo 2. Agora, vamos orar juntas.
Nancy: Obrigada, Senhor Deus, pelo exemplo de piedade e sabedoria de algumas pessoas mais velhas que o Senhor colocou em minha vida. Peço que nessa etapa da minha vida o Senhor me transforme numa mulher que seja modelo e mentora, com uma vida digna de ser imitada por aquelas que estão caminhando atrás de mim. Pai, nos ensine, mulheres mais jovens e mais velhas da igreja, a te glorificar em nossos relacionamentos e na forma como crescemos e aprendemos através da vida umas das outras. Nos ensine como podemos encorajar umas às outras na fé conforme o Senhor nos ensinou. Em nome de Jesus, amém.
O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth faz parte do ministério Life Action.
(1) https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/ageing-and-health
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