Ep. 1: A guerra por controle
Raquel Anderson: Shannon Popkin reconhece uma tentação que tem ao lidar com outras pessoas.
Shannon Popkin: Eu corri atrás do controle por centenas, talvez milhares, de vezes. Posso afirmar que nunca obtive sucesso. Não é possível controlarmos tudo ao nosso redor? É sério isso?!! Eu apenas causo dor; eu causo conflito!
Raquel: Este é Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos. Hoje Nancy começa uma série sobre Controle e ela vai conversar com a autora do Livro “Control Girl” (Garota controladora, em tradução livre). Apesar de ainda não termos esse recurso disponível em Português, vemos a relevância do tema e o quanto essa série abençoará nossas ouvintes. Ore conosco para que em breve mais esse recurso esteja disponível.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Amo como o Senhor conecta pessoas e estabelece relacionamentos e amizades por meio do ministério Aviva Nossos Corações. Shannon, ouvi falar …
Raquel Anderson: Shannon Popkin reconhece uma tentação que tem ao lidar com outras pessoas.
Shannon Popkin: Eu corri atrás do controle por centenas, talvez milhares, de vezes. Posso afirmar que nunca obtive sucesso. Não é possível controlarmos tudo ao nosso redor? É sério isso?!! Eu apenas causo dor; eu causo conflito!
Raquel: Este é Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos. Hoje Nancy começa uma série sobre Controle e ela vai conversar com a autora do Livro “Control Girl” (Garota controladora, em tradução livre). Apesar de ainda não termos esse recurso disponível em Português, vemos a relevância do tema e o quanto essa série abençoará nossas ouvintes. Ore conosco para que em breve mais esse recurso esteja disponível.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Amo como o Senhor conecta pessoas e estabelece relacionamentos e amizades por meio do ministério Aviva Nossos Corações. Shannon, ouvi falar de você por anos e anos através da nossa boa amiga em comum, Debra Fehsenfeld. Ela era Deb Showers quando você a conheceu na faculdade.
Por anos ela me disse: “Você precisa conhecer a Shannon Popkin. Ela escreve, adora estudar a Bíblia e é muito talentosa.”
É um prazer tê-la conosco e a sua participação no ministério escrevendo há vários anos artigos super enriquecedores. Eu amo o seu jeito de contar histórias. Eu amo o jeito que você tece histórias nas Escrituras. E, finalmente, estou muito feliz que você está aqui para falar sobre seu novo livro.
Mas antes de falarmos sobre o livro, quero dizer: Bem-vinda ao Aviva Nossos Corações!
Shannon: Muito obrigada, Nancy, é muito divertido estar aqui!
Nancy: Shannon, quem te conhece sabe que você é uma mulher enérgica, animada, extrovertida, ama contar histórias e é muito divertida. Ao decorrer dos próximos dias, nossas ouvintes poderão conferir tudo isso enquanto conversamos.
Você escreveu um livro chamado Garota Controladora. Vamos começar com esse título, antes de dizermos o subtítulo. Garota Controladora! Seu marido brincou com você sobre o fato de que ele deveria estar nos agradecimentos. Por que isso?
Shannon: Meu marido disse que sem ele eu continuaria na vida pensando que era agradável! Eu nem perceberia que era alguém controladora.
Nancy: Então você era uma garota controladora e este livro é um pouco autobiográfico? É baseado na sua jornada?
Shannon: Sim. Eu quase sinto que o título é uma confissão. Sim, certamente é baseado na minha história.
Nancy: Lembro-me de conversar com um editor que havia acabado de publicar um livro sobre mulheres e questões de controle. E ele disse: “Não sei se isso é realmente um problema tão comum entre as mulheres”.
Eu tive que rir com a resposta dele. Eu pensei, quantas mulheres você conhece? E não são só mulheres. Acho que é uma condição humana, mas Shannon, você atingiu o cerne da questão. Você tocou num ponto neste livro que – enquanto eu lia – eu pensava: “Ui! Sim! Oooh! Sim! Certo, como você sabia?
As ações estavam presentes em sua vida, no entanto, você não percebia que era uma garota controladora. Vamos começar então com a pergunta: o que é uma garota controladora?
Shannon: Acho que uma garota controladora é alguém que quer ter e manter o controle. Ela sente que tudo depende dela para manter o controle de tudo. Ela esquece que existe Alguém que já está no controle – e Ele realmente não precisa da ajuda dela!
Nancy: Uau, bem dito. E, no entanto, acho que quando estamos tentando. . . Alguém de fora olharia e diria: “Você está sendo controladora”, mas estou pensando (talvez você tenha pensado): Bem, não estou sendo realmente controladora. Só estou tentando ser útil. Estou tentando garantir que as coisas não saiam dos trilhos.
Tendemos a pensar em comportamentos desse tipo – quando estamos no meio de toda ação – como úteis.
Shannon: Sim. Temos boas intenções. Só estamos assumindo o controle porque nos importamos muito. Nós apenas controlamos porque amamos as pessoas, nos importamos. Investimos nessas situações em que estamos envolvidas e quando estamos assumindo o controle não nos parece necessariamente ser uma coisa negativa.
Nancy: Agora que você tem refletido por vários anos no tema de mulheres controladoras, ao refletir na sua vida (talvez até mesmo em sua infância), qual é a sua retrospectiva em alguns momentos ou instâncias em que você diz: “ Uau, eu realmente era uma garota controladora desde a tenra idade, mas não percebia.”
Shannon: Com certeza! Sim, eu queria ter controle sobre meu relacionamento com meus pais; Eu não queria me submeter à autoridade deles. Nas amizades eu queria administrar as coisas e manipular situações. Também no namoro e em todas as diferentes fases da vida. Mas eu nunca teria me rotulado como controladora.
Nancy: Você já foi chamada de perfeccionista? (Só curiosidade.)
Shannon: Hum, sim, com certeza!
Nancy: Eu também, e estou pensando: Bem, o que há de errado em as coisas serem feitas corretamente?
Shanon: Não é!???
Nancy: Então você não se considerava uma mulher controladora – uma “maníaca por controle”, como às vezes as mulheres controladoras são chamadas. E a propósito, vou voltar aqui ao subtítulo do seu livro que é muito interessante: “Lessons on Surrendering Your Burden of Control from seven women in the Bible” (Lições sobre como render-se ao fardo do controle baseado na vida de sete mulheres da Bíblia). Então você usa a história dessas sete mulheres na Bíblia – que têm muito mais semelhanças conosco do que imaginamos – e escolhe algumas lições delas que a ajudaram, e podem nos ajudar, quando se trata de abrir mão desse peso que é o controle.
Shannon: Sim, eu poderia ter escrito um livro chamado “As sete mulheres controladoras do ano.” É o que mais temos, não é? Mas acho que, ao olhar para essas mulheres na Bíblia, também ganhamos a vantagem de entender algumas coisas, como: “O que Deus pensou delas enquanto tentavam assumir o controle? O que Deus pensou sobre a situação delas?”
Ao olhar para suas vidas a partir da perspectiva de Deus, através da Bíblia, podemos aprender algo sobre nós mesmas e podemos obter a perspectiva de Deus sobre nossos próprios problemas com o controle.
Nancy: Estávamos conversando durante o almoço, pouco antes dessa gravação, que não havia escassez de mulheres para escolher nas Escrituras. Você escolheu sete. Acho que são todas mulheres do Antigo Testamento, não são?
Shannon: Elas são. Sim, cheguei a Números e já tinha encontrado sete mulheres no perfil que procurava, então certamente poderíamos ter muitos mais exemplos.
Nancy: E Deus nos diz no Novo Testamento que essas coisas foram escritas no Antigo Testamento como exemplos para nós, para que possamos aprender com elas, para que não caiamos nas mesmas armadilhas em que elas caíram. Há muito mais que pode ser dito sobre cada uma destas mulheres. Um livro inteiro poderia ser escrito sobre cada uma.
Shannon: Com certeza.
Nancy: Mas você está fazendo isso através das lentes de mulheres que tentaram, de diferentes maneiras, controlar suas circunstâncias, suas vidas, as pessoas ao seu redor e um pouco do que encontraram como consequência.
Shannon: Sim. Existem tantos avisos quando olhamos para suas vidas; há tantas lições. Existem tantos, como você disse, erros a evitar e novos insights sobre nós mesmas e sobre Deus que podemos aprender observando nossos problemas de controle e levando em consideração as nossas próprias ações.
Nancy: Mas também, as maneiras pelas quais Deus redimiu aquelas mulheres e as mudou e as levou a um ponto de rendição, que – como veremos – é o antídoto, a cura para lidar com essas questões de controle.
Então, eu amo o exemplo dessas mulheres. Eu também amo ensinar mulheres sobre a Bíblia, então eu amo como você fez isso neste livro. Mas você começa com sua própria jornada, porque foi isso que a interessou em explorar a vida dessas mulheres. Quando – e como – você começou a perceber que talvez controle seria um problema em sua vida?
Shannon: Antes de me casar, acho que não percebia que tinha problemas de controle. Talvez porque eu conseguia administrar minha vida do jeito que eu queria. Eu era professora, chegava em casa depois do trabalho, tirava uma soneca (eu adorava tirar uma soneca!), mais tarde comia um lanchinho no jantar e depois saía.
Eu era muito, muito social. Eu ia a estudos bíblicos, era líder de jovens e estava sempre saindo com amigos para tomar café. E se você precisasse de alguém para conversar até uma da manhã poderia contar comigo porque, você sabe, no dia seguinte minha soneca estava garantida, certo?
E então, depois que conheci meu marido, foi a primeira vez que tentei abrir mão de parte desse controle. Eu agendava nossa agenda (ou nossos fins de semana) – do ano inteiro – com atividades sociais. Ele trabalhava fora da cidade e só vinha à nossa cidade a cada dois finais de semana, então eu fazia nossas malas. Sexta-feira à noite, quando ele saia do avião, eu já tinha um lugar planejado para irmos, e no sábado de manhã, eu também já havia marcado de encontrar outros amigos para almoçar. . . Depois de alguns meses nessa rotina, ele disse: “Já deu. Chega de socialização! Já estou satisfeito.”
E eu pensei, o quê!? É possível haver limite de socialização? E então ele propôs um calendário social de uma noite por fim de semana – e isso era novidade para mim.
Nancy: Então ele era conectado de uma maneira diferente e não ficava tão energizado ao estar com as pessoas quanto você.
Shannon: Ele ficava drenado com aquela rotina! Porém, ele estava disposto a ceder um pouco da parte dele, mas ele estava me pedindo para ceder também. Eu ainda estava fascinada e apaixonada por ele, então decidi fazer mais sem ele, socialmente falando.
Mas então quando nos casamos, bem, a nossa dinâmica foi ficando complicada. Como uma nova esposa, eu queria ter o jantar pronto no horário certo, porém eu não conseguia terminar o jantar no horário e ainda tirar uma soneca… então, eu tive que abrir mão da minha soneca!
Nancy: Grande ajuste!
Shannon: E como! Além disso, eu não podia ficar fora até tarde, e isso estava atrapalhando meu estilo de vida.
Nancy: E quando você fez esses ajustes à vida de casada, isso começou a afetar sua atitude em relação a seu marido e a ter um efeito negativo em seu relacionamento.
Shannon: Sim. Eu estava meio ressentida e frustrada. Agora que eu o tinha — eu o amava! —, estava tentando “consertá-lo”, porque achava que o problema era ele.
Teve uma noite bem no começo do nosso casamento, que ficou marcada, em que fiquei muito frustrada com ele e senti que precisava controlá-lo. Nossos vizinhos haviam nos convidado para jantar na casa deles, e eu estava super animada.
Nancy: Você precisava do seu tempo de interação social.
Shannon: Éramos novos no bairro e eu queria muito fazer novos amigos. Não conhecíamos ninguém. Também estávamos começando a frequentar uma nova igreja. Então fomos até a casa deles e desfrutamos desse maravilhoso jantar.
Vou adicionar aqui um detalhe, que meu marido, naquele momento da nossa vida, estava construindo sua carreira profissional. Ele acordava muito cedo – quatro e meia da manhã.
Nancy: Ok, meu marido também. E isso pode explicar por que seu marido não estava tão animado com as noitadas com os amigos!
Shannon: Exatamente. Ele estava exausto nas noites de sexta-feira. Ele havia trabalhado muito naquela semana e estava pronto para relaxar. Depois do jantar, quando fomos para a sala, estávamos tendo uma conversa super animada. Olhei para meu marido, e ele estava sentado no chão ao meu lado, acariciando o cachorro dos vizinhos.
E quando olhei para baixo, notei que sua mão estava meio mole nas costas do cachorro. Percebi que sua cabeça estava em um ângulo estranho e pensei: Oh, não! Acho que ele está dormindo. Então eu apenas tentei começar a falar e ficar ainda mais animada para poder prender a atenção deles.
Achei que talvez eles apenas olhassem para ele e pensassem que ele estava estranhamente olhando para o cachorro deles, mas tentei manter todo o foco em mim. Mas então alguém fez uma pergunta a ele e eu o cutuquei com o pé e, claro, ele meio que gaguejou e disse algo ininteligível.
Esta bela noite com nossos novos vizinhos chegou a esta parada brusca. Eles disseram: “Oh, você deve estar exausto!” e eles nos conduziram até a porta. E assim, entre a garagem deles e a nossa – que tem cerca de cinco casas – eu falei muito!
Comecei a menosprezá-lo e a criticá-lo. Eu disse: “Você me envergonhou! Não acredito que você dormiu na sala dos nossos vizinhos! Esse momento era importante para mim!!” Eu disse: “De agora em diante, você vai tomar café toda vez que sairmos pela porta!”
Eu acho que havia muito para eu aprender naquele momento. Eu estava tão obcecada com seus defeitos – ou com o que eu percebia como seus defeitos – que acho que se eu deixasse Deus falar suavemente comigo naquele momento de silêncio (não foi tão tranquilo, porque eu estava gritando)… Mas se eu tivesse deixado Deus falar comigo, acho que Ele teria dito: “Sabe de uma coisa? Este homem é um homem bom e piedoso, e ele vai sustentar sua família e liderá-la.
Mas vamos nos concentrar em você por um momento. Porque esse desejo que você tem de assumir o controle das pessoas e das situações e fazer com que tudo dê certo – de acordo com sua pequena perspectiva de como a noite de sexta-feira deve ser – bem, esse é realmente o problema. Já estou trazendo circunstâncias e situações da sua vida para te ajudar a trabalhar esse problema que você tem com controle”.
Nancy: Isso foi no início do seu casamento, então, à medida que você continuou a adicionar filhos e outras complexidades de responsabilidades – e tudo mais – ficou mais complicado.
Shannon: Sim. Quando eu era solteira, tinha apenas minha própria segurança e minha própria aparência, meu próprio comportamento para controlar. Bem, agora eu tinha cinco pessoas cuja segurança, aparência e comportamento eu estava tentando controlar. . . todo o mundo! Meus problemas de controle estavam crescendo rapidamente sob essa tensão normal da vida familiar.
Nancy: Tenho certeza de que você só queria que as coisas dessem certo, que desse certo para você, para sua família, para seus filhos. Você fala sobre querer um “final feliz”.
Shannon: Sim. Eu tinha esse ideal de como minha família deveria ser: os filhos deveriam ser bem-comportados; todos deveríamos parecer agradáveis, adoráveis. Eu queria que todos gostassem da minha família. Eu queria que nos encaixássemos bem nos grupos em que estávamos envolvidos – na igreja ou em grupos de recreação ou onde quer que fosse. Então eu estava tentando controlar tudo isso.
Nancy: E quão bem-sucedida você foi?
Shannon: Você sabe, eu corri atrás do controle por centenas, talvez milhares, de jeitos. Posso dizer-lhe que nunca consegui manter o controle. Nunca consegui criar esse final feliz que tinha em mente.
Nunca consegui manter todos seguros e felizes. Isso não pode ser feito? É sério isso? Quando tento assumir o controle, apenas causo dor. Eu causo conflito. Eu causo miséria. Eu saboto minha própria ideia de final feliz tentando controlá-la.
Nancy: E esse sentimento de fracasso provavelmente vai em duas direções: primeira, interna… o que isso faz com você (e quero falar sobre isso daqui a pouco), mas também a segunda, externa… o que isso faz com as pessoas ao seu redor. Então, o que está acontecendo dentro de você enquanto tenta controlar as suas circunstâncias?
Shannon: Frustração, raiva, tensão. E, claro, isso alimentava o meu relacionamento com meus filhos com frustração e tensão; em meu casamento com frustração e tensão. Agora, para mim, esse era um problema “interno”.
Não deixava esse comportamento se infiltrar em outros relacionamentos; foi bastante pessoal para mim. Mas havia muita tensão em nossa casa. Embora esteja falando como se isso fosse passado… Eu tenho que admitir que sou uma mulher com problemas de controle “em recuperação”!
Mas quando há tensão, quando há conflito, quando outras pessoas estão se afastando de relacionamentos ou quando estão ficando frustradas, acho que meu conselho seria: “Preste atenção se você está tentando controlar o que não deveria estar controlando.” Para mim, eu gostaria de ter tido essa visão antes.
Nancy: Você comprou para seu filhinho, que na época tinha uns dois anos, um controle de vídeo. Como você chama essa coisa?
Shannon: Um controle de videogame.
Nancy: Um controle de videogame — obrigada! — quando ele era pequeno. Porém, o controle não funcionava. Porque você fez isso?
Shannon: Eu não sabia que não estava funcionando, mas quando cheguei em casa, testamos e não funcionou. Eu teria jogado fora, mas decidi guardar porque acabou resolvendo um problema que estávamos tendo. Quando as crianças mais velhas jogavam videogame, o menor — Cade — que tinha cerca de dois anos, estava sempre tentando arrancar os controles das mãos dos irmãos e ele os arranhava ou os mordia. Então, com este quebrado, eles o acomodavam em seu pufe e davam o controle a ele e diziam: “Ooh! Aqui está o seu controle!”
Nancy: “Você tem seu próprio controle.”
Shannon: Isso mesmo. Então ele ficava apertando os botões e estava completamente satisfeito em assistir à tela.
Nancy: Ele estava pensando que fazia a diferença.
Shannon: Sim, ele pensava que estava no controle. E essa situação não parece meio familiar? Porque, ao vermos a vida tridimensional ao nosso redor, sentimos que estamos no controle. Sentimos que podemos controlar. Na verdade, sentimos que cabe a nós assumir o controle. Nos parece o certo a fazer.
E, no entanto, há esses momentos na vida em que Deus meio que se inclina do céu e balança o cabo do nosso controle e diz: “Sabe de uma coisa, querida? Você não está conectada! Você não está tão no controle quanto pensa que está!”
Nancy: É uma ilusão.
Shannon: É uma ilusão. Não temos controle. Mas naqueles momentos em que você reconhece que não está no controle pode ser um convite. Talvez seja quando você recebe a notícia sobre um câncer, ou descobre sobre a infidelidade de seu marido, ou encontra um bilhete de suicídio ou as drogas, ou o que quer que seja.
Nancy: Ou uma criança está agindo de uma forma que você não pode controlar.
Shannon: Sim. Em todas as diferentes fases da vida, encontramos coisas que não podemos controlar. Acho que esses momentos são convites de nosso bom Pai que está dizendo: “Por que você está carregando esse fardo sobre seus ombros? Por que você está tentando assumir o controle? Você não percebe… Eu já estou no controle?”
Uma coisa é deixar uma criança continuar com a ilusão de um controle, mas nosso Deus é muito bom para continuar nos deixando nessa ilusão de que estamos no controle. Ele vê o estresse, a ansiedade e a frustração em nossos rostos – e se inclina para dizer: “Você não está conectada! Você não consegue controlar! Você não quer colocar esse fardo sobre Meus ombros?”
Nancy: Tentar ter o controle de tudo realmente é um fardo – tentar controlar o mundo, ou o mundo ao nosso redor, certo? Eu tenho uma amiga (todos nós precisamos desse tipo de amigo, e somos amigas por muitos anos) que age da seguinte forma: Eu estaria lamentando algo que estava acontecendo que não estava de acordo com o que eu achava que deveria ser. E eu estaria dizendo: “Como posso consertar isso?” E nesse momento, com toda graça, ela me diz: “Lembre-se, Nancy, você não é Deus”.
Eu tenho que me lembrar constantemente: “Eu não sou o Cristo! Não é meu trabalho consertar o mundo inteiro ou as pessoas ao meu redor. Não posso nem mesmo me consertar!”
Shannon: Pois é!
Nancy: Fico tão presa nas coisas que precisam ser consertadas, e então fico impotente para mudar a mim mesma, certamente impotente para mudar os outros ao meu redor, sem a graça de Deus. E, no entanto, diríamos teologicamente (aquelas de nós que já acompanham esse ensinamento há algum tempo): “Sei que Deus está no controle. Eu sei que Deus está no comando. Eu sei que Ele é soberano (grande palavra teológica), então por que vivemos como se tivéssemos que consertar tudo?
Shannon: Uma vez, na igreja, contei quantas vezes ouvi de um indivíduo ou do púlpito, a mensagem: “Deus está no controle!”
Estávamos orando com um pequeno grupo de amigos, orando pela adoção de uma criança e um homem orou: “Deus, sabemos que o Senhor está no controle”. E então uma mulher orou: “Eu sei que não estou no controle disso”.
Durante o louvor cantamos músicas sobre Deus estar no controle; o pastor falou sobre Deus estar no controle, e imediatamente depois do culto, naquele mesmo dia, saímos da igreja para o estacionamento e comecei a tentar controlar meus filhos!
Lembro que, naquele dia, voltando da igreja para casa, meu filho estava falando sobre o fato de não querer mais ir ao nosso grupo de jovens. Ele queria ir para um grupo de jovens diferente.
E então, oooh, o meu ser controlador entrou em ação. Mesmo que eu tenha passado a manhã inteira afirmando que Deus está no controle e não eu.
Por que nós fazemos isso? Talvez seja porque não estamos convencidas de acreditar que o controle de Deus seja bom. Acho que talvez acreditemos que seja bom teoricamente, mas não estamos convencidas de que é bom que Deus esteja no controle e é bom que nós não estejamos no controle.
Acho, então, que isso é apenas uma evidência de que não acreditamos na bondade de Deus. Não acreditamos verdadeiramente em Sua fidelidade.
Não temos certeza de Seu cuidado por nós, de que Ele nos vê e nos conhece e de que está intrinsecamente envolvido nos detalhes de nossas vidas. Acredito que enquanto não tivermos a completa e total certeza que Deus está no controle, não será possível abrir mão do controle.
Nancy: E talvez não pensemos que Ele resolveria da maneira que achamos que precisa ser resolvido. . . pense bem nisso, quão arrogante é esse posicionamento!? – pensar que o meu caminho seria melhor do que o de Deus!?
Shannon: É, na verdade, acho que às vezes somos míopes. Eu só quero cuidar da minha vidinha, do meu finalzinho feliz, ao passo que Deus tem uma perspectiva tão maior, mais ampla e infinitamente gloriosa da minha vida. É uma história que Ele está escrevendo, e o foco é Ele, não eu.
E quando tento sequestrar essa história e fazer tudo sobre mim, minha pequena família e meu final feliz, bem, é quando não estou disposta a abrir mão das coisas nas quais me apego. Não quero entregá-las a Seus propósitos maiores. Então, você está certa, é arrogância.
Nancy: E “render-se” é uma palavra muito importante, se vamos lidar com essa tendência de controlar.
Deixe-me voltar um momento, primeiro, e dizer. . . Conversamos sobre dinâmicas entre pais e filhos. Mas você não está dizendo: “Não cuide de seus filhos”.
Shannon: Não, não estou.
Nancy: Você não está dizendo: “Deixe as crianças fazerem o que quiserem; você não está no controle. Há um equilíbrio aí, certo?
Shannon: Claro! Boas mães sabem controlar bem seus filhos, mas à medida que crescem – à medida que avançam para a idade adulta – precisamos começar a abrir mão do controle, certo?
Nancy: Mesmo quando eles são pequenos, você não pode realmente controlar o resultado de suas vidas, sua saúde, sua segurança. Você percebe, você não é Deus, certo?
Shannon: Com certeza! Você pode fazer a sua parte que é ter certeza que estão seguros no assento do carro, ensiná-los sobre higiene, mantê-los livres de germes, mas, no final das contas, não estamos no controle. Acho que quanto mais cedo reconhecermos isso, melhor.
Nancy: Então, como nos render à obsessão pelo controle e nos livrar do fardo de tentar controlar o mundo inteiro?
Shannon: Acho que nos rendermos é o antídoto. A rendição é apenas reconhecer: “Deus está no controle”, e Ele é muito melhor nisso do que eu jamais poderia ser.
Nancy: Então, é realmente uma caminhada de fé. Estou confiando que Deus está olhando, que Ele está lá, que Ele tem o mundo inteiro em Suas mãos, que Ele sabe como lidar com essas questões e esses desafios. Estou confiando que Ele vai me mostrar como agir ou não agir em determinada situação, e então estar disposta a esperar que Deus faça algo que eu acho que precisa ser consertado ou mudado agora. E pode não ser assim que Ele quer escrever o roteiro.
Shannon: Absolutamente, me render à linha do tempo Dele, ao que Ele diz ser bom, ao que Ele está fazendo no futuro que não posso ver e não sei. Todas essas maneiras são passos para não me tornar uma garota controladora.
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem conversado com Shannon Popkin, autora do livro Control Girl (Garota controladora).
No próximo episódio, Shannon estará de volta para nos contar seu testemunho sobre sua jornada de entregar o controle de sua vida ao Senhor. Junte-se a nós na próxima semana para continuar ouvindo essa série e crescer nessa área super importante.
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Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth faz parte do Ministério Life Action.
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