Ep. 3: E quanto ao meu marido passivo?
Raquel Anderson: Shannon Popkin percebe uma tendência pecaminosa que muitos maridos e esposas caem.
Shannon Popkin: Nossos corações estão empenhados em ter, manter e assumir o controle, e a inclinação de nossos maridos frequentemente é a passividade.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Hoje estamos continuando nossa conversa com Shannon Popkin, que é esposa, mãe e blogueira.
Shannon, há vários anos você colabora com o ministério escrevendo. Você escreveu um livro sobre o tema que estamos falando nessas últimas semanas, que eu acho que toca em algo que é muito profundo, pessoal e importante para todas nós — como mulheres, em particular.
Ele é chamado “Control Girl” (Garota Controladora). Eu aprecio o quão vulnerável e honesta você é sobre sua própria batalha com o controle, e que foi o seu próprio desafio nessa área que …
Raquel Anderson: Shannon Popkin percebe uma tendência pecaminosa que muitos maridos e esposas caem.
Shannon Popkin: Nossos corações estão empenhados em ter, manter e assumir o controle, e a inclinação de nossos maridos frequentemente é a passividade.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Hoje estamos continuando nossa conversa com Shannon Popkin, que é esposa, mãe e blogueira.
Shannon, há vários anos você colabora com o ministério escrevendo. Você escreveu um livro sobre o tema que estamos falando nessas últimas semanas, que eu acho que toca em algo que é muito profundo, pessoal e importante para todas nós — como mulheres, em particular.
Ele é chamado “Control Girl” (Garota Controladora). Eu aprecio o quão vulnerável e honesta você é sobre sua própria batalha com o controle, e que foi o seu próprio desafio nessa área que a levou à Palavra — que é para onde todos os nossos desafios devem nos levar, à Palavra, para encontrar respostas.
Obrigada por deixar Deus lidar com você nesta área realmente difícil; obrigada por escrever sobre isso!
Mas imagino que as mulheres que ouviram esta conversa talvez tenham algumas dúvidas ou até mesmo alguma resistência. Gostamos de ter essas conversas, para que a ouvinte sinta que está à mesa conosco e possa se envolver conosco.
Acho que, às vezes, pensamos que se eu não vou ser uma garota controladora [e você está falando sobre a rendição como o antídoto para isso], isso significa que vou ser essa mulher plácida, quieta e sem opiniões — estúpida ou boba ou algo assim! Não é isso que estamos falando!
Shannon: Ah, não. Essa não é quem Deus me fez para ser. Eu não poderia ser essa pessoa, mesmo que eu quisesse! Mas acredito numa nova versão de nós mesmas. Em vez de sermos obstinadamente determinadas e persistir por nossos próprios pontos de vista ou nossos próprios ideais…
Nancy: Que, aliás, é o que o mundo nos encoraja a ser. Isso é considerado uma virtude hoje: agarrar e perseguir, lutar e empurrar. “Faça acontecer” é uma frase popular. “Se você não se defender garota, irmã, ninguém vai fazer isso! Temos recebido essa mensagem constantemente. Você está dizendo que isso é diferente da mensagem de Deus para nós.
Shannon: Sim! Quando tomamos aquelas atitudes que o mundo celebraria — aquele dogmatismo insistente — quando as adotamos e as trazemos para nossas casas, nossas famílias, nosso local de trabalho, nossos relacionamentos e nossa igreja, elas apenas criam tensão. Elas criam distância. As pessoas se afastam e não nos dizem o que realmente pensam.
Nancy: Porque elas têm medo de dizer.
Shannon: Elas têm.Esse tipo de comportamento não cria a paz que realmente esperamos quando tentamos assumir o controle.
Nancy: O Senhor começou a te trazer convicção usando as mulheres das Escrituras, primeiro através de Eva. Conte-nos como você começou a pensar sobre ela em relação às questões de controle.
Shannon: Eu nunca me esquecerei. Eu estava pintando a lavanderia e ouvindo um sermão de John Piper, e ele estava falando sobre Gênesis 3, sobre a maldição. Ele mencionou essa pequena frase em Gênesis 3:16: “Seu desejo será para o seu marido”. A Nova Versão Transformadora diz assim, “Você irá desejar controlar seu marido. . .” (NVT)
E então, para mim foi como ser diagnosticada com esta doença degenerativa! Piper estava explicando que existe esse desejo que herdei de Eva — esse desejo de assumir o controle. Eu não tinha entendido isso antes; eu não tinha percebido isso.
Portanto, não é de se admirar que eu estivesse sendo uma esposa e mãe obsessiva, tentando controlar tudo! Não é de se admirar que eu simplesmente não conseguisse deixar isso passar. Não é de se admirar, quando aquele desejo brotou dentro de mim, eu estava me tornando essa pessoa que não queria ser! Isso é porque fui amaldiçoada com esse desejo. Isso não é um desejo bom. Esse é um desejo que é resultado da queda.
Nancy: Na verdade, Eva não pretendia ter essa coisa confusa e disfuncional que ela passaria para toda a raça humana. Quando ela viu aquele fruto pela primeira vez, ele parecia bom, atraente, agradável. . . e parecia que oferecia algo que ela não tinha, que era ser como Deus.
E isso não é uma batalha pelo controle bem ali? Toda essa Queda não começou com uma batalha pelo controle? Deus diz, com efeito, com a maldição: “Você quer estar no controle? Você vai passar o resto de sua vida tentando governar seu marido, sua família, suas circunstâncias, o mundo. Você vai ficar tentando ser como Deus!”
Portanto, a maldição que herdamos é a maldição do pecado, que é um impulso para querer ser nosso próprio deus e ser “deus” sobre tudo e todos ao nosso redor.
Shannon: Com certeza, sim, é como se Deus dissesse, “Você quer assumir o controle? Eu vou deixar você controlar.” Se você voltar até antes de eles terem comido do fruto, é interessante que Deus colocou essa árvore no meio do jardim.
Quando não quero que meus filhos comam alguma coisa, não coloco no meio do balcão ou no meio da mesa. Por que Deus faria isso? Acho que a árvore representava uma pergunta que Deus estava fazendo a eles, pois eles, talvez, passassem por ela diariamente. “Você viverá em doce rendição a Mim — enquanto vê esta árvore, enquanto desfruta de todo o resto do jardim?”
Essa foi a única regra que Ele tinha para eles: “Não comam esse fruto!” Ele não colocou o fruto a três metros de altura, coberto de espinhos. Ele o deixou pendurado, lindo à luz do sol.
Ele estava perguntando a eles, “Vocês ficarão satisfeitos em me deixar ser Deus e viver em rendição a Mim, a Deus?” Obviamente, sabemos o resto da história. Eva não estava satisfeita com isso; ela pegou o fruto. A maldição foi lançada sobre ela.
E esse desejo é algo com o que vivemos ainda hoje, essa inclinação em nossos corações para querer o controle. Isso é um resultado da Queda, da maldição.
Nancy: Muitas vezes, esse anseio – esse impulso em nós para estar no controle – é sentir que talvez Deus esteja escondendo algo de nós. Às vezes, quando sentimos que Deus está tirando algo de nós ou escondendo algo de nós, Ele está realmente tentando nos proteger de algo que não podemos ver e não podemos imaginar.
Shannon: Sim. Meu marido recebeu uma oferta de trabalho há alguns anos, e estávamos tão animados com esse trabalho. Íamos nos mudar para este novo local e até colocamos nossa casa à venda. E então, o empregador retirou aquela oferta.
Meu marido ficou frustrado com isso. Ele estava muito insatisfeito com o trabalho dele na época. Eu estava tentando animá-lo e dar-lhe versículos da Bíblia e tentando controlar como ele se sentia sobre as coisas. Eu estava me sentindo como: “Não vou ser capaz de salvar toda essa situação!”
Nancy: “Não consigo carregar esse peso nas minhas costas.”
Shannon: Não consigo. A maior pergunta em minha mente era, “Por que-e-e, Deus?! Por que o Senhor faria isso? Por que o Senhor — em primeiro lugar — nos daria algo que parecia tão bom e, então, por que o Senhor o tiraria?
Anos mais tarde, uma amiga me telefonou. O marido dessa amiga foi de fato quem estabeleceu a interação entre meu marido e esse novo empregador. Ela me ligou e disse, “Shannon, Deus protegeu vocês!” Algumas coisas novas surgiram com esse empregador.
Por fim, descobrimos que ele era um homem desonesto. Ele tem acusações de agressão sexual contra ele. Na época, quando recebemos a oferta de emprego, ele me parecia o empregador perfeito para meu marido. Ele parecia um homem tão piedoso.
Achei que era a resposta à minha oração, que meu marido tivesse esse mentor piedoso. Para mim, parecia perfeito, mas Deus tinha uma perspectiva maior e mais ampla. Acho que Ele nos levou direto àquela situação para que eu pudesse aprender algo sobre como meu ponto de vista é limitado!
Eu pude aprender a confiar em um Deus que tem o controle sobre as situações. Não consigo nem ver além do próximo pequeno obstáculo, onde Ele vê além das montanhas mais altas! Ele vê todo o panorama do que Ele está fazendo em minha vida e em todas as vidas ao nosso redor
Nancy: O que nos leva de volta à fé — confiança — acreditando que Deus está no comando.
Shannon: Com certeza.
Nancy: Ele é bom. Ele sabe o que está fazendo. Ele não comete erros. Eu não tenho que resolver tudo — ou qualquer coisa — ou tornar as coisas como eu acho que deveriam ser.
Agora, quando começamos a falar sobre — especialmente no contexto do casamento — render-se à vontade de Deus, sobre confiar em Deus, sobre esperar Nele. . . Acho que uma pergunta que invariavelmente surge é, “E se meu marido não estiver se impondo? E se ele estiver fazendo o que Adão fez lá em Gênesis 3, que é — meio que — nada!?
Acho que muitas mulheres que talvez sejam mais extrovertidas, talvez mais líderes naturais do que seus maridos (não há pecado nisso), naquele vácuo de seu marido se impor. . . Agora estou falando para muitas mulheres que estão dizendo: “Sim, sim, sim! Essa é minha frustração!”
A primeira coisa que provavelmente ouvi das esposas ao longo dos anos é: “Gostaria que meu marido fosse mais um líder, ou mais um líder espiritual.” Se elas não sentem que estão fazendo isso, o que elas vão fazer? Elas vão entrar no vácuo. Elas vão intervir e dizer, “Alguém tem que assumir o controle aqui! Alguém tem que estar no comando!”
Como você, sendo esposa, processa e encoraja outras mulheres a pensar sobre tudo isso? Você pensa em Adão e Eva, pensa em seu próprio casamento, o que você faz quando seu marido não está se impondo para liderar?
Shannon: Bem, também acho muito interessante — naquele cenário com o jardim — que a serpente falou primeiro com Eva, porque Deus havia estabelecido esta ordem: Ele criou Adão primeiro. Ele deu a Adão as instruções sobre a árvore antes mesmo de Eva ter sido criada. E assim, quando a serpente entra em cena, você pensaria que a coisa natural seria se ela se dirigisse a Adão e dissesse, “Ei, sobre esta regra da árvore. . .” Mas em vez disso, ele se dirigiu a Eva.
Nancy: Isso foi intencional, com certeza.
Shannon: Claramente. O que quer que Deus coloque em um lugar, o inimigo tentará derrubá-lo, tentará destruí-lo e aniquilá-lo. E assim, o fato de que Deus deu ao marido o papel de liderar sua família, é isso que nosso inimigo quer romper e destruir.
Então nosso inimigo diz às mulheres, “Você tem que assumir o controle! É bom e certo que você assuma o controle!” — e muitas vezes ele instiga nossos maridos à passividade. Ao vermos Adão ali mesmo no jardim, nos perguntamos, Afinal, onde está Adão nesta cena?
A certa altura, a passagem diz que ela deu o fruto a Adão. . . que estava com ela. E então, ele está lá. Por que ele não se colocou na frente daquela serpente e disse, “Não-o-o-o! Não faça isso! Você vai morrer!” Há passividade e, portanto, ambos os papéis tendem a fazer exatamente o oposto do que Deus planejou para nós.
Acho que se vamos ser mulheres que se rendem a Deus, isso começa com a entrega de quem Ele nos projetou para ser neste relacionamento.
Nancy: Se insistirmos em — em todas as circunstâncias e situações — tomar as rédeas nós mesmas, nossos maridos provavelmente não o farão.
Shannon: Não, eles não farão. Eles não vão lutar contra nós por isso. Meu marido já tem batalhas suficientes no trabalho – e um longo dia de trabalho. Quando ele passa pela porta, se estou brigando com ele sobre onde ele coloca os sapatos ou onde ele coloca o casaco, ele não tem energia para isso. Ele me deixará ficar no controle sem assumi-lo.
Eu acho que nossos corações estão empenhados em ter, manter e assumir o controle, e a inclinação de nossos maridos frequentemente é a passividade. Acho que ambos os sexos precisam lutar contra nossa inclinação natural. Acho que ajuda lembrar a mim mesma que quanto mais eu assumo o controle, menos meu marido vai querer assumir o controle. Ele está satisfeito em me deixar fazer esse papel.
Mas se eu abraçar o que Deus soberanamente estabeleceu — se eu convidar meu marido para liderar, pedir sua opinião, obter sua instrução sobre as coisas. Isso o convida para o papel de liderança e ele fica muito mais disposto a aceitá-lo.
Tenho uma amiga que teve alguma tensão em seu casamento. Seu marido estava realmente se esquivando da paternidade. Ele estava sempre na garagem, curtindo seus hobbies, e ela se sentia como se estivesse no andar de cima tentando administrar a bagunça da casa. O relacionamento deles era tenso.
Então eu a encorajei, “Comece a convidá-lo para liderar, para dar alguma direção à família”. Ela disse que um de seus filhos, de dois anos, não estava ganhando peso e o médico estava preocupado com isso.
Normalmente, ela teria apenas feito pesquisas por conta própria e decidido como lidar com esse problema por conta própria. Mas ela decidiu convidar o marido para esse papel de liderança e disse, “O que você acha que devemos fazer sobre isso?”
A sugestão dele foi, “Por que não tentamos dar leite a ela? O filho mais velho deles tinha problemas para digerir leite, então ela nunca tentou dar leite a essa filha. Ele disse, “Por que você não tenta isso?”
Então ela disse, “Certo, vou tentar o leite.”
E a bebê começou a ganhar peso. Então ela disse ao seu marido, “Essa foi uma ótima ideia. Obrigada!”
O que ela começou a descobrir foi que, quanto mais ela o convidava para diferentes pequenas decisões — para liderar a casa — mais ele queria fazer parte disso, menos tempo ele passava na garagem, cuidando de coisas de menor importância. Ele estava em casa; ele estava empenhado. Ele estava vendo quanto trabalho era preciso para cuidar das crianças.
Nancy: Ele era e se sentia necessário.
Shannon: Ele estava se sentindo necessário e queria se empenhar.
Nancy: Acho que isso ativa algo no coração do marido, saber que ele pode ser um herói.
Shannon: E é isso que muitas vezes desejamos. Queremos que ele seja o herói, mas se apenas tentarmos fazer tudo nós mesmas e sermos mártires, não vamos ativar esse herói em nossos maridos.
Nancy: Certo. Curvar-se para a rendição a Deus e à liderança de nosso marido não é simples e fácil, como fizemos uma vez e agora já sabemos como se faz então podemos viver o “felizes para sempre”. Acho que esta é uma tentação constante — querer retomar as rédeas, estar no controle, ultrapassar os limites que Deus colocou ao nosso redor e criar um campo de batalha quando o que Deus deseja é que tenhamos relações íntimas, próximas, mutuamente satisfatórias, servindo nos relacionamentos uns com os outros. Deus não está dizendo ao marido, “Domine sobre a esposa.” Não é isso, de maneira alguma, o que liderar significa para ele.
Mas Ele também está nos dizendo, “Você não deve dominar seu marido!” E isso me parece — depois de quase dois anos de casamento — algo que é um aprendizado contínuo e um processo de crescimento.
Shannon: Isso mesmo. Muitas vezes, quando vejo as fraquezas de meu marido, quando vejo algo que me frustra, tenho esse desejo de controlá-lo, de controlar a nossa família, de controlar a situação.
Nancy: A propósito, não estamos agradecidas por nossos maridos não fazerem isso conosco — às vezes — da maneira que fazemos com eles? O que estamos precisando é de relacionamentos realmente cheios de graça, casamento e outros.
Shannon: Com certeza. Houve uma vez, quando meus filhos eram pequenos, que entramos na sala de estar e havia um morcego – o tipo de morcego felpudo e assustador.
Nancy: Aqueles que você não quer na sala de estar!
Shannon: Sim! Ele estava preso entre a porta de vidro deslizante e a porta de tela com sua cara feia olhando para nós! Então eu gritei e levei as crianças para a outra sala e disse ao meu marido, “Cuide desse morcego!”
No dia seguinte, estávamos no quintal dos fundos, bebendo limonada e as crianças brincando no quintal. Eu disse ao meu marido: “Então o que você fez com aquele morcego?”
E ele disse, “Oh, acho que havia algo errado com ele. Eu apenas peguei e joguei no quintal.”
E eu disse, “Então o que você fez?” Eu estava imaginando que ele iria martelá-lo na cabeça com uma pá e enterrá-lo a dois metros de profundidade. Mas não. . .
Nancy: Você quis dizer, “Livre-se do morcego!”
Shannon: Livre-se do morcego! Não, ele apenas o deixou lá. E bem nesse ponto, meu filho se inclinou e tentou pegar algo no quintal. Eu pulei para o quintal e gritei, “Crianças! Entrem em casa!” (provavelmente um pouco dramática demais).
Na cozinha, eu estava esfregando os dedos das mãos e dos pés deles. E meu marido entrou na cozinha e eu disse, “Você encontrou aquele morcego?”
E ele disse, “Shannon, o morcego foi embora há muito tempo. Eu não vou encontrar o morcego.”
E eu disse, “Bem, você o viu voar para longe? Você viu, viu? E eu cheguei na frente dele, apontando meu dedo. Novamente, outra cena feia da minha vida.
E eu disse: “Quero que você vá lá e olhe cada centímetro quadrado de nossa propriedade até me garantir que não há morcegos na área de recreação dos meus filhos!” E acho que essa avidez por controle. . . Muitas esposas e mães realmente iriam lutar por segurança e limpeza e iriam querer controlar essas coisas.
Para mim, isso não era tanto um problema. Tenho certeza de que, se meus filhos tivessem encontrado aquele morcego no quintal, teriam vindo correndo até mim imediatamente. O que realmente estava em meu coração naquele momento era, “Ele não está sendo o pai protetor que eu quero que ele seja, e eu vou ficar de frente para ele, ficar muito brava e esfregar meu dedo na cara dele. Vou passar para ele a mensagem de que é melhor ele se tornar esse pai protetor que espero, preciso e desejo que ele seja.”
E, no entanto, quanto mais eu me movo agressivamente, mais ele simplesmente se afasta e mais caos e tensão há em nossa casa. Peguei esse lindo dia de sol, onde as crianças brincavam e nós bebíamos limonada, e simplesmente joguei fora! E houve gritaria com as crianças, e eu estava gritando — e meu marido estava frustrado.
Acho que esse desejo de controle — isso não produz o tipo de casamento que esperamos. Não produz o tipo de paternidade que queremos para nós mesmas. Não produz o tipo de pessoa que queremos nos tornar.
O controle nos leva na direção oposta à que queremos ir. E então, acho que se não quisermos nos tornar cada vez mais controladoras, teremos que reverter essa tendência que temos — essa maldição em nossos corações — de assumir o controle.
Nancy: E o que eu amo em Gênesis capítulo 3 . . . É aqui que a Queda é descrita pela primeira vez. É aqui que a bela imagem de Gênesis 1 e 2 se torna essa bagunça feia e horrível — disfunção, dor, culpa, dissimulação, medo e vergonha, e tudo isso. Mas Gênesis 3 também é onde encontramos a primeira narrativa do evangelho . . . o prenúncio do evangelho!
Não é contado em tons ou cores totalmente claros, mas Deus diz ao homem, à serpente, à mulher, “Aqui estarão as consequências de sua escolha.” Mas então Ele diz à serpente, “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a descendência dela. . .” (v. 15). Ele está falando sobre a vinda do Messias. Agora, ela não sabia de quem Ele estava falando naquele momento.
Mas então Deus fala à serpente, de Jesus. . . “ele te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Este Messias sofrerá por causa de nossos pecados, mas quem dará o golpe final e fatal na cabeça? Será Jesus, o Vencedor sobre Satanás!
E como Jesus entraria neste mundo para cuidar desse problema como nosso Salvador e Messias? Através do ventre de uma mulher . . . outra mulher, Maria, que — ao contrário de Eva, que disse: “Eu farei do meu jeito!” — diz, “Deus, faça do Seu jeito”.
Eva diz, “eu estou no controle!” Mas Maria diz, em vez disso (estamos falando de Maria de Nazaré), “Deus, eu me rendo ao Senhor.” E Deus coloca dentro dela a vida de Seu Filho, Jesus Cristo, prometido aqui no capítulo 3 de Gênesis, para nos redimir e resgatar da maldição da Queda, daquele impulso de controle. Ele diz, “Estou aqui para controlar. Eu te amo! Estou aqui para consertar o que está quebrado, para curar, para redimir, para fazer novas todas as coisas.” Ele reverteu a maldição em nossos corações e em nossos relacionamentos. É isso que Ele veio fazer, é isso que Ele quer fazer, é isso que Ele promete fazer!
Isso me diz que há esperança e ajuda para loucos por controle e confusos.
Shannon: Sim, certamente. Jesus veio para reverter essa maldição, para nos guiar em uma nova direção. Então, se olharmos para o jardim e como a maldição foi colocada em jogo no jardim — e queremos a reversão disso — um bom lugar para procurar é em outro jardim. . . o Jardim do Getsêmani.
Jesus é a imagem definitiva da rendição, certo? Ele estava de frente para a cruz; Ele sabia que estava chegando. Ele estava dizendo a todos: “É bem do outro lado”. Ele poderia ter evitado; sabemos que Ele poderia ter escapado. Ele poderia ter chamado anjos para resgatá-lo.
No entanto, ao enfrentar a cruz, Ele disse, “Não seja feita a minha vontade, mas a tua. Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua”. (veja em Lucas 22:42)
Nancy: O que é exatamente o que Adão e Eva deveriam ter dito, no capítulo 3 de Gênesis, mas não o fizeram. Então aqui vem Jesus, o Segundo Adão, o Adão Perfeito, Aquele que obedeceu perfeitamente à vontade do Pai. Ele não é apenas um modelo para nós de obediência e rendição, mas Aquele que veio para nos salvar de nossa desobediência e viver dentro de nós por Seu Espírito Santo, para que possamos ser rendidas.
Shannon: Eu amo que Ele foi o primeiro neste processo de rendição. Quando me vejo me rendendo, imagino mãos levantadas, adorando serenamente, uma linda música tocando. Eu não imagino a batalha corajosa.
Acho que Jesus lá de joelhos, é muito uma imagem de rendição — curvado, fatigado, neste processo pedregoso de suor escorrendo como sangue. O estresse e a agonia de enfrentar a cruz e, ainda assim, dizer, “Não a minha vontade, mas a tua seja feita”.
E Ele nos convida a esta liberdade da maldição, esta liberdade. Não é um caminho fácil e em declive. É uma batalha pedregosa, difícil de lutar contra meu próprio desejo de controle. Mas também está dizendo, “Pouco a pouco. . . seguindo Jesus . . . passo a passo. Gálatas diz, “Andar no Espírito.” É uma palavra passo a passo, “Não seja feita a minha vontade, mas a Sua; não a minha vontade, mas a Sua seja feita. . .”
Isso é o que nos transforma. Isso é o que nos muda de mulheres controladoras para mulheres de Jesus, quando seguimos a Jesus dessa maneira.
Raquel: Essa é Shannon Popkin. Ela conversou com Nancy DeMoss Wolgemuth sobre como abrir mão de controlar nossos casamentos e relacionamentos e confiar em Deus completamente.
Esperamos que essa série tenha te abençoado e provocado mudanças de como você reage às situações da vida dividindo-as em duas categorias: aquelas que podemos controlar e aquelas que não podemos controlar.
Gostaríamos de ouvir o seu testemunho. Compartilhe conosco como esses podcasts têm impactado você e os seus relacionamentos. Mande-nos o seu testemunho através do nosso site www.avivanossoscoracoes.com/contato/ ou pelo email: contato@avivanossoscoracoes.com
Estamos super animadas para a próxima série. O Aviva Nossos Corações convida você a explorar as riquezas de Tito capítulo 2 em uma série chamada “Adornadas – O Belo Design de Deus para as Mulheres.”
Até a próxima semana no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth faz parte do Ministério Life Action.
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