Ep1: Curada e Liberta pela Palavra de Deus
Raquel Anderson: Pensamentos distorcidos e uma vida de promiscuidade levaram Laura Perry a um caminho cheio de dor, desilusão e confusão.
Laura Perry: Lembro que pensava "Nunca dá certo! Em meus relacionamentos nunca sou feliz porque eu deveria ser o homem! Se eu fosse o homem, eu ia poder mostrar direitinho como uma mulher gosta de ser tratada".
Uma vez que abracei essa ideia, foi como se uma luz tivesse se acendido dentro de mim. De repente, tudo o que eu pensava era: “Sim! Eu sou um homem que nasceu no corpo de uma mulher.”
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mentiras em que as Mulheres Acreditam e a Verdade que as Liberta.
Continuamos, neste mês de junho, nos concentrando em orar pelos nossos pródigos e trazendo a vocês histórias da incrível fidelidade de Deus ao restaurar pródigos por meio …
Raquel Anderson: Pensamentos distorcidos e uma vida de promiscuidade levaram Laura Perry a um caminho cheio de dor, desilusão e confusão.
Laura Perry: Lembro que pensava "Nunca dá certo! Em meus relacionamentos nunca sou feliz porque eu deveria ser o homem! Se eu fosse o homem, eu ia poder mostrar direitinho como uma mulher gosta de ser tratada".
Uma vez que abracei essa ideia, foi como se uma luz tivesse se acendido dentro de mim. De repente, tudo o que eu pensava era: “Sim! Eu sou um homem que nasceu no corpo de uma mulher.”
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mentiras em que as Mulheres Acreditam e a Verdade que as Liberta.
Continuamos, neste mês de junho, nos concentrando em orar pelos nossos pródigos e trazendo a vocês histórias da incrível fidelidade de Deus ao restaurar pródigos por meio do Seu poder e através da oração.
Com o testemunho de Laura, nosso desejo é trazer um lembrete da esperança do poder de Deus para trabalhar na vida das pessoas, e resgatá-las à sua verdadeira identidade em Cristo.
Ao longo desta série você ouvirá o testemunho de Laura Perry na voz de Susanna Deal; da mãe de Laura, Francine, na voz de Cintia Kuhn; além de ouvir Dannah Gresh na minha voz, Raquel Anderson; e Nancy DeMoss Wolgemuth na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Sim, o nome dela é Laura Perry. Eu sei que você vai se encantar com ela após ouvir toda sua história, assim como eu me encantei quando a ouvi em uma conferência e pensei: Precisamos tê-la neste programa para compartilhar sua incrível história com nossos ouvintes.
Hoje ouviremos o testemunho que ela compartilhou naquela noite e, durante os próximos episódios, vamos entender melhor sua história.
Também vamos conversar com a mãe dela, que a acompanhou durante essa longa jornada, e depois Dannah irá conversar com Laura para dar continuidade à história que vocês ouvirão hoje.
Dannah: Sim, é importante falarmos sobre a história da Laura porque um dos assuntos mais complexos que estamos enfrentando hoje em dia é a questão do transgenerismo.
Se esse é um termo novo para você, ou se você não tem certeza do que realmente significa, “transgênero” é a palavra usada para descrever alguém que acredita que sua identidade de gênero não é a mesma que seu sexo biológico.
Nancy: E, Dannah, você está certa, este assunto é extremamente complexo. Esse tema envolve muitas questões e de uma forma ou de outra, todas nós estamos tendo que lidar com isso. E se não for agora, será em breve, já que esse assunto se tornou uma grande parte da cultura atual.
E, de fato, se seus amigos não estão falando sobre isso, pode ter certeza que os amigos de seus filhos estão. Seus filhos certamente estão ouvindo sobre esse tema na escola.
Essa filosofia, esse modo de pensar, está sendo ensinado na pré-escola, no ensino fundamental, e não é apenas algo cultural, em algum lugar distante de nós.
Para muitas de nossas ouvintes, talvez para você, esse assunto seja extremamente pessoal, talvez você tenha um filho ou filha, um amigo no local de trabalho ou alguém com quem você cresceu, que acabou de anunciar que decidiu fazer a transição de gênero. Isso é mesmo possível? E como respondemos àqueles que estão presos a esse modo de pensar?
É algo com o qual temos que saber lidar e temos que ajudar nossos filhos a saberem como lidar com isso também.
Dannah: Sim, Nancy, e outra razão pela qual precisamos conversar sobre isso é porque há esperança!
O que você está prestes a ouvir é uma história poderosa de uma filha pródiga voltando para casa. Uma filha perdida, voltando aos braços do Pai.
Nancy: Sim, temos que interceder, clamar pelos nossos filhos, nossas crianças. Orar não apenas por aqueles cujos filhos ou amigos estão envolvidos em ideias e pensamentos assim, mas também por outros que estão afastados dos caminhos do Senhor.
Estamos ouvindo muito hoje nas mídias sociais sobre influenciadores que anunciaram que estão se “desconvertendo” da fé cristã; estão se afastando da fé.
Na verdade, ouvi recentemente um líder cristão falar que três de seus filhos adultos “saíram dos trilhos, espiritualmente” (foi o termo que ele usou). Isso é um desgosto para aquele pai, para aquela mãe, para o Senhor.
Então, sim, precisamos orar por esses filhos pródigos e acreditamos firmemente que Deus os trará para casa!
Dannah: Talvez haja um filho ou filha rebelde em sua família, ou talvez você tenha alguns amigos próximos que estão passando por isso. Você conhece o peso desse fardo, muitas vezes derramando lágrimas de tanta dor.
Glória a Deus porque você está conosco hoje aqui, no Aviva Nossos Corações, porque você será inundada com esperança! Acredito que Deus pode usar o testemunho da Laura para te encorajar e te encher de fé para esperar que Deus intervenha na vida dessa pessoa tão amada.
Nancy: Sim, Senhor, eu oro para que o Senhor faça exatamente isso hoje. Há alguém ouvindo: há uma mãe, uma avó, um pai, uma irmã, uma amiga, uma tia, uma professora, alguém que carrega um fardo em seu coração por uma pessoa querida, que não está andando com Cristo, que é um filho pródigo. Talvez seja alguém que esteja lutando com sua sexualidade e com identidade de gênero. Oh Senhor, eu oro para que o Senhor venha e ministre graça sob medida para aqueles que esperam e anseiam pela restauração de seus entes queridos.
Talvez tenhamos uma filha pródiga nos ouvindo hoje. De alguma forma o Senhor a direcionou a este programa, o Senhor sabe. Eu oro para que o Senhor traga para casa os rebeldes e restaure a esperança de muitos pelo poder do Seu Espírito Santo. Eu oro em nome de Jesus, amém.
Agora, vamos ouvir Laura Perry, quando ela compartilhou sua história na Igreja da Aliança de Cristo, em Charlotte, Carolina do Norte.
Laura: Quero compartilhar a minha história hoje, mas o que espero que você ouça não seja uma história de como eu me curei ou de como meus pais me consertaram.
Não! Foi o Senhor exclusivamente que me trouxe de volta, que me restaurou, que me curou, e esta é, na verdade, a história da redenção de Deus na minha vida.
Gosto de começar meu testemunho com uma história um pouco vergonhosa sobre mim, de quando eu era criança ainda.
Eu não era a típica "palhaça da turma"; nunca gostei da atenção em momento algum. Estávamos um dia ensaiando uma pequena peça na escolinha, baseada em músicas infantis.
Eu fui a última escolhida, então meu professor me designou o personagem Humpty Dumpty, que é um personagem em um poema infantil, em inglês, um ovo com pernas e braços que na canção popular cai de um muro.
Fiquei tão envergonhada, porque eles me colocaram com uma fantasia enorme e a encheram de jornal. Eu nem sequer tinha uma fala! Meu papel era sentar lá no muro e, no momento certo, eu tinha que cair do muro e “quebrar”!
Isso também tem sido uma analogia espiritual para mim ao longo da minha vida. Se você não conhece essa canção popular inglesa, ela diz assim:
“Humpty Dumpty sentou-se num muro,
Humpty Dumpty caiu no chão duro
Todos os cavalos e soldados do rei
não conseguiram colá-lo, eu sei.”
Isso é o que eu senti ao longo da minha vida. Mas a realidade que aprendi é que o "Rei" pode consertá-lo sim!
Ele juntou o que estava tão quebrado e tão despedaçado em minha vida que hoje eu me admiro com sua obra de arte! Agora, posso dizer a você que quando entrei nesse estilo de vida aos vinte e cinco anos, eu teria dito que nasci assim, que sempre fui assim e que nada havia contribuído para isso.
Nascemos com uma natureza pecaminosa. Nascemos com desejos que não são naturais. Ao mesmo tempo, aprendi que muitas vezes há coisas que contribuíram para esses sentimentos. Se você os percebe ou não, isso não os torna menos real só porque você não os entende.
Mas posso dizer que, na maioria das vezes, quando você abraça a ideologia de gênero, você tem que se convencer de que esta é a sua realidade.
Porque se isso é quem você é, e não o que você sente, então não é uma decisão, não é uma escolha. É algo que você tem que assumir como sua identidade e tomar os passos para ‘corrigir’ quem você é!
Olhando para trás, (e espero que isso também seja um incentivo para os pais) quero deixar claro que tive um relacionamento difícil com minha mãe, mas não a culpo de forma alguma. Eu entendi que nenhum pai ou mãe podem ser perfeitos.
Na verdade, Deus foi o pai perfeito, e Seus filhos - Adão e Eva - se rebelaram no Jardim do Éden, no Paraíso, sem nenhum pecado ainda no mundo! Não havia guerras ou doenças e nenhuma dessas outras coisas que acontecem em um mundo caído, e mesmo assim eles se rebelaram contra o que Deus havia ordenado.
Mas, ao mesmo tempo, como já disse a alguns pais várias vezes, somos todos pecadores criando outros pecadores.
Todos nós temos nossos próprios problemas, todos nós temos nossos próprios traumas. Coitada da minha mãe! Ela vai compartilhar o testemunho dela, em que ela fala como se tornou uma espécie de "fariseia legalista".
Ela estava se esforçando tanto, com esforço próprio, para agradar a Deus, servindo em todos os ministérios que ela pudesse. Ela se imaginava, de certa forma, numa " esteira ergométrica" para Deus, correndo o mais rápido que pudesse, sem chegar a lugar nenhum.
Foi mais ou menos assim comigo. Ela estava sempre fazendo coisas para mim, mas nunca me querendo por perto. Então ela sempre dizia: “Vá embora! Saia de cima de mim; me deixe em paz!" Esse era o tratamento que eu recebia muitas vezes.
Eu era muito próxima do meu pai e do meu irmão e passava todo o meu tempo com eles. Isso começou a criar muita confusão em mim, quando criança. Eu penso nisso hoje e entendo que minha mãe me amava muito, muito mesmo, mas eu não conseguia entender isso na época.
E é aqui que o inimigo usa brechas em nossas vidas e sussurra mentiras em nossos ouvidos. Quando escolhemos acreditar em suas mentiras, é como se a vida passasse por um filtro.
Essas várias experiências que passei com ela iam se acumulando e dizendo: “Viu? Na verdade ela não te ama! “Veja, ela realmente gostaria que você fosse um menino”, porque ela era muito mais próxima do meu irmão, e havia vários motivos para isso.
Um era apenas personalidade, eu acho, mas também minha mãe havia tido abortos espontâneos de dois meninos entre meu irmão e eu. Acho que ela estava em luto por aqueles dois meninos e os desejava desesperadamente. Mas comecei a acreditar, quando era criança ainda, que minha mãe queria que eu tivesse sido um deles e não tivesse nascido menina.
E assim, eu comecei a assumir essa identidade. Eu fantasiava sobre isso e escrevia histórias sobre isso. Na infância, nunca tinha ouvido o termo "transgênero". Eu nem sabia que havia algo que eu pudesse fazer sobre isso. Este era apenas um mundo de fantasia em que eu vivia, mas com o passar dos anos tornou-se cada vez mais evidente.
Quando eu tinha quatorze anos, me disseram que eu tinha síndrome do ovário policístico, o que significava que eu tinha cistos nos dois ovários. Eu sentia dores constantes - dores muito, muito fortes. Além disso, me disseram que provavelmente eu nunca engravidaria.
Então fiquei com muita, muita raiva de Deus. Eu pensei: “Se Deus me fez assim, uma menina em vez de menino, só pra eu ser rejeitada pela minha mãe (porque era assim que eu via) e ainda com esse sistema reprodutor feminino, que eu nem queria ter e não vai me servir para nada além de dor, por que nem mesmo vou poder ter filhos. . . Se eu acreditar que Deus fez isso de propósito, então eu tenho que acreditar que Deus é realmente um idiota!
Eu comecei a ver Deus como esse ser cruel e distante que não se importava comigo. Ele estava meio que sentado em um trono e rindo. Esse é o tipo de imagem que eu tinha de Deus.
E então, quando eu tinha quinze anos, eu me afastei completamente da fé. Disse a Deus que não queria servir a Ele mais. Eu queria ser o oposto de uma cristã.
Eu não queria nenhum tipo de ligação com o cristianismo. Eu cresci ouvindo sobre Jesus a minha vida toda, mas nunca tinha realmente conhecido a Cristo.
Converso com tantas pessoas, muita gente mesmo, que fizeram uma profissão de fé quando criança, foram batizadas, mas nunca conheceram o Senhor de verdade, e esse, de fato, foi o meu caso.
Talvez algumas de vocês, que estão me ouvindo neste momento, estejam pensando a mesma coisa: “Sim, eu fiz a oração, fui batizada, mas nunca foi real”. Se você se encontra nessa situação, eu espero que você veja que há uma diferença entre acreditar intelectualmente e realmente colocar sua fé e confiança em Cristo.
Eu nunca soube que Cristo era real, então nunca conheci Seu amor. Eu nunca havia conhecido Sua paz. Eu nunca soube como era vê-lo agir de verdade em minha vida.
Sério, é um milagre eu não ter ido parar em uma seita satânica. Acho que era para onde eu estava indo, mas pela graça e misericórdia do Senhor, isso não aconteceu.
Eu estava andando por um caminho bem sombrio. Marcava presença em várias festas, me envolvendo em situações promíscuas na tentativa de aliviar a dor que sentia através de conexões com outras pessoas. Eu costumava pensar: "Se eu conseguir despertar o interesse dos homens, talvez eu me sinta melhor". Na real, eu não tinha a menor atração por mulheres naquela fase.
E isso é uma coisa que nem todo mundo percebe, que nem todos os transgêneros são atraídos pelo mesmo sexo biológico; na verdade, uma grande porcentagem é atraída por seu sexo oposto natural, e eu também era. Eu não queria relacionamento com mulheres naquela época.
Mas, antes de seguir o caminho transgênero, eu estava me entregando à promiscuidade e estava completamente despedaçada. Eu decidi que faria tudo que os homens quisessem. Porém, quanto mais eu cedia, mais eles me tratavam como lixo.
Eu não compreendia o real valor que Deus atribui, especialmente a nós mulheres, mas também aos homens. O casamento é algo tão sagrado para Deus que precisa ser protegido. No entanto, eu estava me entregando de graça, sem pensar e sendo tratada como se fosse completamente descartável.
Depois de muitos de anos nessa vida, inclusive com vício em pornografia, uma batalha da qual eu nao conseguia me livrar, eu me vi me afundando nesse caminho terrível e sombrio. Depois de tantos relacionamentos ruins, eu tive um relacionamento péssimo.
Tínhamos planejado um final de semana romântico, mas eu ficava "pisando em ovos" com ele o tempo todo. Ele tinha um sério problema com álcool, e o final de semana todo foi um desastre!
Naquele momento, eu lembro de ter pensado: “Sabe, a razão pela qual esses relacionamentos nunca dão certo, a razão pela qual nunca sou feliz é porque eu deveria ser o homem! Se eu fosse o homem, mostraria a eles como uma mulher deve ser tratada!”
E isso de fato acontece no transgenerismo; nem sempre é o caso, há uma variedade de razões pelas quais as pessoas passam por esse processo. Mas posso dizer que um motivo é, na verdade, este: o desejo de ser algo que você quer para si mesma.
Eu queria desesperadamente que um homem me tratasse com amor e respeito e me desejasse de verdade. Mas porque eu não estava recebendo esse tipo de tratamento, decidi me tornar esse homem. Eu não tinha consciência disso na época, foi só algo que me ocorreu bem depois.
Mas, uma vez que abracei essa ideia e decidi que era isso que eu seria, foi como se uma chave tivesse sido virada. De repente, tudo o que pensava era: “Sim! Eu sou um homem nascido no corpo de uma mulher.” E eu realmente comprei toda essa mentira, o pacote completo!
Comecei a frequentar um grupo de apoio. A primeira vez que estive lá, eles me pediram que eu me apresentasse e em cinco minutos as pessoas estavam dizendo: “Oh, você é com certeza um transgênero!” Então a próxima preocupação que me veio foi que eu nunca me pareceria com um homem.
Nunca vou esquecer o líder do grupo (que também era trans, e que tinha interesse em que outras pessoas acreditassem que eram trans) disse: “Não se preocupe com isso! Em mais ou menos um ano, tomando hormônios, ninguém nem vai imaginar que você foi uma menina!
Isso é o que eu queria ouvir toda a minha vida, porque era doloroso ter nascido uma menina, e eu queria anular o meu passado feminino.
Na verdade, eu nem queria ser abertamente uma pessoa trans. Eu queria ser um homem e não queria que uma única alma no planeta Terra soubesse que eu havia nascido mulher.
Mas eu não conseguia escapar do fato de que minha família sabia. Eu exigia que eles me chamassem de Jake — esse passou a ser meu nome legal na época — ou Jacob, e exigia que usassem os pronomes masculinos e tudo mais. Eu gritava e berrava com eles, e tentava de tudo para tentar forçá-los a participar daquela farsa.
A ironia disso tudo, e um ponto que quero enfatizar muito hoje, todas nós sabemos disso, mas acho que esquecemos: O Diabo é um mentiroso. Ele contou tantas mentiras aos meus pais, e me usou para transmiti-las também. Mas, vou compartilhar apenas algumas das coisas que ele sussurrava em meus ouvidos.
Algumas delas eram os próprios pensamentos de meus pais, seus próprios medos, coisas desse tipo. Eles estavam sempre me dizendo: “Você está com tanto ódio no seu coração!” Eu falava isso para eles também ou falava: “Vocês são pais horríveis!” “Que tipo de pais cristãos são vocês!?”
Eu vivi assim por quase nove anos, e a realidade é que o momento que eu mais me senti amada por meus pais durante todo o tempo que eu vivi com eles foi na noite em que eu me assumi para eles.
Não foram as vezes que eles fizeram um monte de coisas para mim. Nem quando eles compravam coisas para mim e gastavam muito dinheiro comigo, que provavelmente não deveriam, porque eu estava desperdiçando todo o meu dinheiro com todos esses procedimentos médicos.
Mas o momento em que realmente me senti mais amada por eles foi na noite em que me assumi para eles. E essa noite acabou em muitas lágrimas e eu explodindo e gritando. A realidade, porém, era que eu sabia que eles me amavam demais para aceitar as minhas exigências.
Eles choraram, imploraram, suplicaram. Eles disseram: “Vamos conseguir ajuda para você! Faremos qualquer coisa! Por favor, deixe-nos ajudá-la! Vamos começar um aconselhamento.
Eu não queria saber de nada disso. Me lembro de pensar: “Seria melhor se eles não me amassem tanto, porque assim eu seria livre pra fazer o que eu quisesse!”
Eu não queria ajuda, porque eu queria acreditar que essa era a resposta. Eu não queria ser mulher, porque ser mulher era doloroso.
Acabei meio que cortando eles da minha vida por um tempo. Mas tínhamos altos e baixos, às vezes eu ficava um tempão sem falar com eles e de repente eu voltava a entrar em contato com eles.
Eu tinha esse tipo de “termômetro da culpa”, como eu chamava. Eu perdia um aniversário; eu perdia uma data especial e então me sentia culpada o suficiente depois de um tempo para ligar para eles de novo, ou então saíamos para jantar de vez em quando.
Então o Senhor permitiu que houvesse esse contato, mas não era um bom relacionamento, e eu realmente não queria estar muito perto deles.
De certa maneira eu queria manter a paz, eu meio que ainda tinha alguma esperança de ter algum tipo de relacionamento com eles, mas naquele momento nosso relacionamento estava completamente destruído.
Então, eu estava meio que feliz e vivendo essa vida dupla. Quando eu estava perto de meus pais, eles não reconheciam a minha identidade masculina, mas todo mundo acreditava que eu realmente fosse um homem.
Cortei contato com todos os meus amigos antigos. Mudei de emprego. Conforme eu mergulhava na transição, mais eu assumia essa identidade masculina. Até que finalmente chegou o ponto no qual apenas minha parceira e minha família sabiam que eu era trans. Tomei hormônios por quase nove anos e mudei legalmente meu nome e gênero em meus documentos.
Em 2009, fui para São Francisco e fiz uma dupla mastectomia num procedimento ambulatorial. Nunca vou esquecer que o que parecia ser o auge da minha vida - este momento que eu desejei, por tantos anos, que finalmente me consolidaria como homem - foi na verdade um ponto de virada.
Em retrospectiva, agora sei que as pessoas estavam orando por mim, porque era como se tudo o que eu estivesse fazendo para me firmar nesse estilo de vida, o Senhor estava usando para me trazer de volta.
Uma tia me escreveu um e-mail dias antes da cirurgia. Ela me disse mais tarde que sabia que eu ficaria zangada com ela e que isso poderia prejudicar nosso relacionamento, mas ela se sentiu compelida pelo Senhor a escrever.
Ela disse mais ou menos isso: “Laura, por favor, não faça isso. Você é uma garota tão bonita! Você está sendo enganada pelo diabo: por favor, fuja disso!”
Fiquei com tanta raiva dela que não falei com ela por cerca de três anos, mas posso dizer que isso teve um efeito profundo em minha vida.
Enquanto eu estava deitada na mesa de operação e olhando para essas linhas roxas pontilhadas em todo o meu peito, onde o médico estava prestes a me abrir, pensei: E se ela estiver certa? E se eu realmente estiver nas mãos de Satanás? E se eu acordar no inferno?
Eu sabia que qualquer cirurgia tem um potencial de risco. Eu tinha uma amiga que era enfermeira e ela disse que a anestesia é na verdade um estado entre o coma e a morte. Ela me disse isso um pouco antes da minha cirurgia.
Comecei a chorar um pouco, não lágrimas visíveis, mas por dentro eu estava muito apavorada. Pela primeira vez em anos, comecei a orar.
Foi a primeira vez que reconheci a pessoa de Deus em muito tempo. Eu disse: “Deus, sei que essa não é a sua vontade, mas tenho que fazer isso. Esse é quem eu sou. Por favor, poupe minha vida.”
Deus honrou aquela oração. Eu estava tão animada quando acordei; fiquei tão aliviada! As pessoas agora vão me dizer que eu realmente nunca fui transgênero, porque elas não querem acreditar que alguém possa se libertar disso.
E eu fiquei tipo, “Vocês simplesmente não entendem. Eu realmente pensei que havia uma chance real de acordar no inferno, mas eu estava tão determinada em ser quem eu pensava que fosse, que estava disposta a apostar. Eu estava absolutamente convencida de que esta era a única opção que eu tinha.
Mas sabe como é, quando acordei, rapidamente esqueci de Deus e esqueci minha oração. Eu estava trilhando o meu próprio caminho, feliz da vida. Eu pensei que fosse cavalgar para o pôr do sol da liberdade eterna nesta nova identidade. Mas Deus não se esqueceu de mim e não se esqueceu da minha oração.
Algumas semanas depois, voltei ao trabalho. Minha chefe na época era lésbica. Ela era muito pró-LGBT. Foi ela quem me ajudou a planejar a viagem para São Francisco; e estava super animada com a minha decisão. Eu tinha sido premiada como ‘o funcionário do mês’ no mês anterior e ela me amava.
Mas algumas semanas após a cirurgia, ela veio pra mim um dia, me encarou e disse: “Olha! Não sei o que está acontecendo aqui, mas você está deprimido. Você está se lamentando; você não está trabalhando tanto; você está desmotivado. Não sei o que há de errado com você, mas quero o velho Jake de volta!
Fiquei pasma: “Do que você está falando? Estou mais feliz do que nunca na minha vida!” Resolvi ignorar e pensei: “Deixa pra lá, ainda estou me recuperando da cirurgia. Tá tudo bem.” Fui para casa tão brava naquela noite e pensei: O que será que ela está vendo em mim que eu mesma não vejo?
Essa é a realidade que vejo em tantas pessoas que vivem como transgênero: elas dizem a todos que estão felizes, mas a realidade é que estão muito deprimidas.
Comecei a perceber que, na verdade, estava muito deprimida. Eu vinha dizendo a mim mesma que não, mas percebi que minha cirurgia não tinha de fato me transformado em um homem.
Eu me senti tão idiota! Lembro-me de pensar: “Por que pensei que cortar partes do meu corpo faria de mim um homem?”
Lembro-me de olhar para minha certidão de nascimento e minha carteira de motorista que diziam que agora eu era homem. Mas eu sabia a verdade. Eu sabia que nada havia mudado, exceto que eu não tinha mais seios.
Então pensei: “Bem, talvez mais um ano de hormônios, talvez com o tempo isso se torne real, só preciso de um pouco mais de tempo.”
Então mais um ano de hormônios se passou, e eu ainda sentia o quanto tudo isso era falso. Nada daquilo estava resolvendo o meu problema.
A disforia de gênero não foi de fato a melhor resposta. Na verdade, foi pior em muitos aspectos, porque agora todo mundo acreditava que eu era um homem, mas eu sabia que estava vivendo uma mentira.
Por fim, pensei: “Bem, é porque tenho todos esses órgãos femininos, então, quando todos os órgãos femininos se forem, não terei mais os hormônios femininos, então finalmente serei um homem.”
Então, em 2012, removi todos os órgãos femininos, e mesmo assim não resolveu, e fiquei arrasada quando percebi que mais um procedimento não tinha me transformado em homem.
Comecei a me preparar então para a cirurgia final, que planejava fazer o tempo todo, o que eles chamam de “redesignação genital” – que na verdade deveria ser chamada de “mutilação genital”. Ninguém diz na verdade como essas cirurgias são horríveis e os danos que elas fazem com as pessoas e como elas mutilam as pessoas.
Essas cirurgias - eu não posso nem descrever, e não vou descrever aqui - mas posso dizer a você que isso não é algo que se deseje para o seu pior inimigo. Especialmente para as meninas, é muito artificial. Não só isso, elas geram sérias complicações.
Há uma garota que eu vi no youtube que fez trinta e uma cirurgias corretivas porque ficou muito ruim, e ela não é a única.
Além disso, disseram que havia uma possibilidade muito alta de perder toda a sensação sexual. Fiquei arrasada, tipo, “E agora?”
Ali estava eu, meio caminho andado. O que eu deveria fazer agora? Ninguém nunca me disse o que eu deveria esperar.
Eu nem tinha pensado no fato de que não seria capaz de gerar meus próprios filhos. Eu simplesmente não tinha pensado como isso funcionaria, biologicamente. Eu fiquei tão arrasada!
Lembro de me sentir como uma espécie de "aberração intermediária".
Eu comecei a entender que nunca seria homem, mas também eu não queria ser mulher.
Me lembro de pensar: “Bem, isso é tudo que eu posso ser.” Entrei em depressão. Acho que se não fosse pelo meu parceiro, eu teria me suicidado.
As pessoas tentam assustar os pais, dizendo: “Se você não deixar seu filho fazer a transição, ele cometerá suicídio”. Bem, estudos mostram que, na verdade, as taxas de suicídio são iguais - alguns estudos mostraram um pouco mais baixo, outros mostraram mais alto - mas, pelo menos, taxas muito altas de suicídio após cirurgias, porque as pessoas começam a perceber o engano que cometeram.
Há milhares de casos assim; eu não sou a única. Existem milhares e milhares que se arrependem de sua mudança de sexo.
Walt Heyer começou um site chamado, Sex Change Regret (arrependimento de mudança de sexo, em tradução livre).
Acho que foram mais de cem mil pessoas que acessaram seu site, milhares e milhares se arrependeram e essas histórias nunca são divulgadas na mídia.
Eu não sabia mais o que fazer. Bem, Deus estava trabalhando em meu coração ao longo dos anos, meio que me preparando para aceitar a ideia de um Deus, mas eu não queria ser uma cristã. Eu estava meio que aberta a isso, pelo menos um pouco.
Minha mãe, em determinado momento, me pediu para fazer um site para seu estudo bíblico. Eu quase não tinha contato com meus pais.
Como eu disse antes, esta não é a história de como minha mãe descobriu como “me consertar”. Na verdade, ela tentou me consertar durante toda a minha vida, e esta foi na verdade a primeira vez que ela não estava tentando me consertar!
A noite em que me assumi como transgênero foi quando a vida dela começou a mudar . Ela de fato entregou sua vida ao Senhor de uma nova maneira, permitindo que Ele trabalhasse em mim através dela.
Quando comecei a trabalhar no site, comecei a ler suas lições. E enquanto eu lia as lições, comecei a ver pela primeira vez em minha vida o coração e o caráter de Deus.
Comecei a ver algo que nunca tinha visto antes sobre Deus. Eu ligava pra minha mãe e fazia muitas perguntas. E conforme conversávamos, eu percebia que minha mãe havia mudado! Perguntei o que tinha acontecido e ela começou a me contar como havia sido transformada.
De fato, foi naquele momento que eu soube que o evangelho era verdadeiro. Eu sabia que Cristo estava vivo, porque pude ver o poder transformador em minha mãe. Fui para casa naquela noite e comecei a confessar meus pecados. Na verdade, eu não acreditava que Deus iria me salvar. Eu pensava: "Eu já fiz muita coisa ruim!"
Mas comecei a chorar e a orar — e nos dias seguintes continuei orando. Então o Senhor interveio em minha vida de maneira tão radical quando realmente coloquei minha fé e confiança Nele.
Falo um pouco mais a fundo sobre essa experiência no meu livro, From Transgender to Transformed (De Transgênero a Transformada).
Eu fui tão radicalmente transformada! Eu sabia que nunca mais seria a mesma! Meus desejos, tudo, começou a mudar em mim quando entreguei meu coração a Cristo. Ele me mudou tão completamente que eu sabia que havia me tornado uma pessoa totalmente nova!
Lembro-me de ter lido o versículo em 2 Coríntios 5:17, onde diz: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (NKJV). E eu sabia que agora eu era uma nova criatura!
Mas eu não sabia bem o que fazer sobre ser "trans". Eu dizia: “Tudo bem, Deus, reconheço que essa não era a Sua vontade, mas não sei o que fazer a respeito agora. Estou meio que sem opção agora. Já fiz essas cirurgias, sou legalmente homem. Eu tenho barba agora, sou conhecida como homem na sociedade."
Então continuei varrendo a condenação para debaixo do tapete. Eu meio que não estava querendo lidar com isso, mas Deus continuou atraindo meu coração.
E é engraçado; gostamos de escolher uma ou duas pequenas passagens bíblicas e distorcer as palavras. Mas preciso dizer que, quando o Espírito Santo se apoderou de mim, cada versículo da Bíblia começou a me constranger sobre como eu estava vivendo, porque a Bíblia inteira te confronta.
Romanos, capítulo 1, diz que você adorará o Criador ou adorará a criatura de alguma forma. Deus estava basicamente me perguntando: “Você vai se identificar como eu te criei ou como você quer se criar?” Fazer do meu jeito não tinha dado muito certo para mim.
Por cerca de dois meses, eu carreguei um fardo tão pesado que implorei ao Senhor de todo o coração para tirar minha vida. Eu simplesmente não via saída.
Eu me via em uma espécie de poço profundo e escuro do qual não conseguia sair. Eu conseguia ver o topo, mas não tinha como chegar lá.
Eu estava arrasada e disse: “Senhor, não tenho saída!” Isso me lembrou de Mateus capítulo 16:24-26 que diz:
“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a sua vida por minha causa, achá-la-á. Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua própria alma? ou que dará o homem em troca da sua alma?”
Eu sabia que o Senhor estava me pedindo para me afastar de tudo e eu não sabia o que fazer. Eu via minha vida como um monte de cinzas de destruição. Eu dizia: “Senhor, se Tu podes fazer alguma coisa com a minha vida, ela é Tua, faça o que quiseres de mim”.
Então tive uma visão bem clara de Jesus de joelhos. Ele estendeu a mão para o buraco em que eu estava e me perguntou: “Você confia em mim?”
E eu disse: “Oh, Senhor... OK." Então eu literalmente me afastei de tudo! Me afastei de todo aquele estilo de vida, me afastei de tudo que conheci por quase uma década - minha parceira, meu trabalho, aquela identidade - e me afastei para seguir Jesus Cristo.
No começo, me sentia como se estivesse morrendo. Eu sofri e sofri e sofri. Foi mais difícil do que qualquer coisa que eu já tivesse feito na minha vida.
Mas quando o Senhor começou a me curar e a me libertar e a me mostrar quem eu realmente era, Ele começou a fazer uma grande obra em mim! Comecei a ficar tão livre! E lembro-me de pensar: Nunca pensei que isso fosse possível!
Eu não podia prever a liberdade que o Senhor me daria. Estou aqui hoje e não tenho vontade de voltar!
Ele me curou completamente e me libertou, e isso aconteceu por meio da obra de Jesus Cristo, pois Ele me discipulou e me ensinou pela Sua Palavra.
Eu quero encorajar qualquer um que esteja lutando. Romanos 12:1–2 diz: “Rogo-vos, pois, irmãos... para apresentar seus corpos como um sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus, que é o seu culto racional... e sejam transformados pela renovação da sua mente...”
O Salmo 107:20 é o versículo da minha vida; diz assim: “Ele enviou sua palavra, e os curou, e os livrou de suas destruições”.
Foi a Palavra de Deus que me curou e me libertou, e posso dizer a você que a liberdade realmente é possível se você se render totalmente a Jesus Cristo e à Sua Palavra.
Nem todos os sentimentos desaparecem completamente, às vezes leva anos. Mas posso dizer que há verdadeira liberdade em Cristo! Obrigada a todos, obrigada por terem vindo e me escutado.
Nancy: Uau! Lembro-me de ter ficado profundamente emocionada na primeira vez que ouvi essa história! Que testemunho incrível da obra de cura e libertação de Deus na vida da Laura Perry. Vamos ouvir mais sobre a história da Laura ao longo desse mês aqui no Aviva Nossos Corações.
É lindo ver, agora que a Laura já passou por essa jornada, como o Senhor a está equipando e capacitando para ajudar outras pessoas enquanto elas pensam sobre esse mesmo assunto.
E eu gostaria de enfatizar que não são apenas as pessoas que estão lidando com questões de transgenerismo em suas próprias famílias que precisam ouvir esta história.
Todas nós precisamos nos familiarizar com esse assunto e entender como a graça de Deus e o conhecimento da verdade de Deus podem ser aplicados a essas questões tão importantes que estão afetando a todas nós de uma forma ou de outra.
Este é um ministério sobre feminilidade bíblica, e queremos ajudar e equipar as mulheres para entender o que é o bom design de Deus, o que isso significa e como podemos experimentá-lo. Também li o livro de Laura Perry, e é uma excelente ferramenta para nos familiarizarmos com esse assunto e entender melhor essa batalha.
Dannah: Recomendamos o livro de Laura Perry, "Transgender to Transformed", para os ouvintes que gostariam de ler em inglês ou espanhol. Infelizmente, este título ainda não foi publicado em português.
Juntem-se a nós no próximo episódio quando conversaremos com a mãe de Laura, Francine Perry, aqui no Aviva Nossos Corações.
Ela compartilhará o que estava pensando e sentindo quando Laura anunciou que estava fazendo a transição para se tornar “Jake”, e você descobrirá como o Senhor estava trabalhando no coração de Francine durante aquele longo período de nove anos.
Queremos também encorajar nossas ouvintes a participarem do desafio "30 Dias de Oração por um Filho Pródigo". Saiba mais sobre isso em nosso site: www.avivanossoscoraçoes.com/desafios/ e experimente a liberdade que só o Senhor pode dar aos corações angustiados e desesperados de pais, mães e amigos de pessoas que estão andando longe do Senhor.
O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth chama mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.