Dia 02: Ciente da Sua Glória
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de “A sós com Deus”, na voz de Renata Santos.
Nancy está no segundo dia de uma série baseada no capítulo 2 de Lucas chamada “... lhes nasceu o Salvador.”
Nancy: Acho que provavelmente não há uma pessoa adulta ouvindo minha voz hoje que não tenha visto pelo menos partes do clássico animado cristão de 1965, “Um Natal de Charlie Brown”. Você conhece?
Naquele episódio Charlie Brown pergunta: “Não há ninguém que saiba o que o Natal realmente significa?”
E Linus responde: "Claro, Charlie Brown, eu posso te dizer o que o Natal realmente significa." E ele começa a recitar a história do Natal encontrada em Lucas 2, versículos 8–14.
Recentemente eu estava lendo um pouco sobre o que aconteceu nos bastidores para incluir essa leitura das Escrituras na produção original. As pessoas da indústria …
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de “A sós com Deus”, na voz de Renata Santos.
Nancy está no segundo dia de uma série baseada no capítulo 2 de Lucas chamada “... lhes nasceu o Salvador.”
Nancy: Acho que provavelmente não há uma pessoa adulta ouvindo minha voz hoje que não tenha visto pelo menos partes do clássico animado cristão de 1965, “Um Natal de Charlie Brown”. Você conhece?
Naquele episódio Charlie Brown pergunta: “Não há ninguém que saiba o que o Natal realmente significa?”
E Linus responde: "Claro, Charlie Brown, eu posso te dizer o que o Natal realmente significa." E ele começa a recitar a história do Natal encontrada em Lucas 2, versículos 8–14.
Recentemente eu estava lendo um pouco sobre o que aconteceu nos bastidores para incluir essa leitura das Escrituras na produção original. As pessoas da indústria não queriam aquela leitura das Escrituras, elas não achavam que seria bem aceito. Não achavam que o público gostaria. E agora, mais de cinquenta anos depois, ainda temos pessoas amando e ouvindo a história de Natal lida da Palavra de Deus. Sou tão grata por como um desenho infantil ajudou a espalhar a Palavra para as pessoas.
No último episódio, falamos sobre o início do capítulo 2 de Lucas… Se você tem sua Bíblia, vamos ler juntas
“Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do Império para recensear-se.”
Você se lembra que Octaviano, que mais tarde foi chamado de Augusto, assumiu o trono em 27 a.C., o primeiro imperador romano, o fundador do Império Romano e sobrinho-neto e filho adotivo de Júlio César.
Quando ele assumiu o trono, foi um período de grande agitação política e guerra civil após o assassinato de seu pai adotivo, Júlio César. Aqui está o que um comentarista e historiador daquela época tem a dizer:
Celebrado como um herói após os conflitos da guerra civil, Augusto era considerado a grande fonte de paz para Roma. [Agora, lembre-se disso, pois será importante para a parte da história que ouviremos hoje.]
Depois de derrotar os inimigos de Roma, ele foi celebrado como um grande salvador para o povo que provavelmente teria ficado desesperançado se a vitória não tivesse sido alcançada.
Os temas de liberdade, justiça, paz e salvação permeavam o reinado de Augusto. Sempre que os grandes feitos de Augusto eram proclamados, eles eram apresentados com um termo grego, “euangelio” que é traduzido como boas novas ou evangelho.
Reservamos, porém, esse termo para o evangelho de Jesus Cristo, mas antes do nascimento de Cristo, quando Augusto fazia grandes feitos, eles eram chamados de “euangelio” as boas novas, o evangelho de César Augusto.
Naquela época, saiu um decreto daquele César Augusto, o homem que era considerado o salvador, a fonte de paz para o mundo conhecido. Verso 3:
“Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. José também saiu da Galileia, da cidade de Nazaré, e foi para a Judeia, até a cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.
E aconteceu que, estando eles ali, chegou o tempo de ela ter a criança. Então Maria deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou o menino e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (versos 3–7)
A vida de Cristo aqui na Terra começou em uma manjedoura destinada a animais. E onde terminou? Em uma cruz destinada a criminosos. Vamos ver por que ambos foram verdadeiros e necessários.
Verso 8: “Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam os seus rebanhos durante as vigílias da noite.” Esta é a Palavra do Senhor.
Vamos continuar com essa passagem, versículos 8 e os seguintes neste episódio, mas deixem-me começar bem aqui: “Havia, naquela mesma região, pastores.”
Na mesma região. Próximo a Belém, e o local tradicional do campo dos pastores fica a cerca de três quilômetros de Belém, apenas um pouco mais acima da estrada de onde Deus estava nascendo. Pense nisso.
Esses pastores estavam fazendo seu trabalho, cuidando de suas ovelhas. Embora fosse uma noite rotineira e normal para eles, outra noite de trabalho, um milagre estava acontecendo um pouco mais adiante—Emmanuel, Deus conosco, estava nascendo.
Isso me fez pensar que às vezes Deus está trabalhando e se manifestando perto de nós, mesmo quando estamos totalmente alheias e não esperamos nada. Lembre-se disso quando você sentir que sua vida é mundana e rotineira—dia após dia, você está fazendo a mesma coisa, o mesmo trabalho, a mesma tarefa, as mesmas responsabilidades. Lembre-se de que pode ser que um grande trabalho de Deus esteja acontecendo logo ali, e Ele pode te convidar a fazer parte disso.
“Havia, naquela mesma região, pastores.”
Falamos muito sobre César Augusto e como ele era visto como um deus, incrível e divino, o salvador e um homem de paz. Esses pastores eram um contraste agudo com César Augusto, assim como Maria e José.
Os pastores são anônimos. Não sabemos seus nomes. Eles não tinham poder, nem influência. Provavelmente eram pobres, sem educação formal e sem habilidades. Os pastores eram geralmente considerados os menores na hierarquia social.
E como os pastores tinham que ficar com as ovelhas durante o sábado, quando outras pessoas iam oferecer seus sacrifícios e obter perdão e purificação pelos seus pecados, eles não podiam fazer isso. Eles tinham que ficar com suas ovelhas. Não podiam celebrar o sábado com frequência. Portanto, eram considerados impuros cerimonialmente. E por isso, eram vistos como marginalizados de Israel. Quem gostaria de ser um pastor?
No entanto, na visão de Deus, ser um pastor é uma vocação nobre. Primeiro, Deus é descrito em todo o Antigo Testamento como um Pastor para Seu povo. E isso não era algo negativo. Muitos líderes e heróis do Antigo Testamento eram pastores. Para citar alguns: Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Davi. Estes foram grandes homens de Deus, e eram pastores.
O próprio Messias é descrito como um Pastor em Miquéias 5:2. E quando chegamos ao Novo Testamento, Jesus se descreve como “o Bom Pastor [que] dá a vida pelas ovelhas” (João 10:11).
Vemos esses pastores que eram um contraste com César Augusto. E é muito possível que fossem aqueles pastores marginalizados, mas também é possível, como tenho estudado, que eles fossem um tipo incomum de pastores.
Muitos comentaristas acreditam que eles poderiam ter sido pastores do templo, responsáveis por cuidar dos cordeiros destinados ao sacrifício.
Alfred Edersheim foi um estudioso da Bíblia. Ele era, na verdade, um judeu que se converteu ao cristianismo e é mais conhecido por seu livro, um recurso valioso, chamado “The Life and Times of Jesus the Messiah” (A Vida e os Tempos de Jesus, o Messias, em tradução livre - ainda nao disponível em português). Se você quiser ter uma ideia de como era a vida, como era a cultura, o que estava acontecendo naquela época, é um volume grande e espesso, mas vale a pena ter e usar quando você quiser entender “Quem eram esses pastores?” E pode ser que não sejam quem sempre pensamos que fossem.
Os judeus sabiam que o Messias nasceria em Belém. Isso era amplamente conhecido. Miquéias 5:2, que lemos no último episódio, diz: “De ti, ó Belém-Efrata, sairá aquele que será o Pastor do meu povo.” (paráfrase v. 2, 4)
Mas os judeus também acreditavam que a vinda do Messias e Seu reino seriam revelados a partir de um lugar chamado Migdal Eder. Essa é uma frase hebraica que significa “a torre do rebanho.”
E de onde vem essa ideia de que a vinda do Messias e Seu reino seriam anunciados a partir de Migdal Eder? Bem, eles obtêm essa ideia novamente da profecia de Miquéias—desta vez, no capítulo 4, verso 8. Deixe-me ler este verso para você e depois juntaremos tudo.
Diz: “A você, ó torre do rebanho (hebraico—Migdal Eder), monte da filha de Sião, a você virá, sim, virá o primeiro domínio, o reino da filha de Jerusalém.” (Miquéias 4:8)
Quando essas profecias foram dadas no Antigo Testamento, elas eram confusas. As pessoas que as ouviam, que as liam e até mesmo muitas vezes, os profetas, não podiam entender o que elas significavam. Estavam encobertas, não eram claras. Eram vistas de forma turva, fora de foco.
Mas à medida que a era do Novo Testamento surgiu, o foco de repente se afiou, e começamos a ver o que os profetas e os cristãos do Antigo Testamento haviam ansiado ver na realização de Cristo.
E assim, Edersheim, em seu livro “A Vida e os Tempos de Jesus, o Messias”, faz uma observação fascinante baseada nessa passagem. Ele diz:
Essa Migdal Eder, torre do rebanho, não era a torre de vigilância para os rebanhos comuns que pastavam nas terras áridas além de Belém, mas ficava perto da cidade de Belém, na estrada para Jerusalém.
Veja, o que era importante sobre Jerusalém? Era lá que as pessoas iam fazer sacrifícios, certo? Então, se vinham da área de Belém, poderiam parar e pegar cordeiros nessa estrada, ou eram cordeiros que estavam sendo preparados para serem levados a Jerusalém. Assim, esse campo onde esses cordeiros especiais eram criados era destinado ao sacrifício.
E Edersheim continua:
Uma passagem na Mishnah [que é a primeira versão escrita das tradições rabínicas judaicas] leva à conclusão de que os rebanhos que pastavam lá eram destinados a sacrifícios no templo.
Se for esse o caso, e não podemos saber isso com certeza, mas se for, como parece ser, então aqueles pastores, a quem o anjo apareceu naquela noite, teriam sido responsáveis por manter os cordeiros sem ferimentos, sem qualquer contaminação—porque a lei exigia o sacrifício de cordeiros puros. Esses cordeiros, ao longo de todo o Antigo Testamento, sempre tiveram o objetivo de simbolizar Jesus.
Que apropriado foi o anjo anunciar o nascimento do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” justamente àqueles que cuidavam dos animais destinados à Páscoa e outros sacrifícios. Não é demais?
Ali na sua torre de vigilância, a torre do rebanho, Migdal Eder, a você virá a antiga dominação, o reinado virá. A você virá a revelação, a primeira revelação de que o Rei de Israel nasceu.
E, de fato, 650 anos depois, Deus cumpriu Sua promessa na torre do rebanho, a torre de vigilância do rebanho. E,
“E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor.” (v. 9)
Sabemos que os anjos são mensageiros de Deus. E, ao narrarmos inúmeras vezes o primeiro Natal, lemos que um anjo foi enviado por Deus para entregar uma mensagem a alguém que faria parte da história do Natal, o nascimento de Cristo.
Quem foram alguns desses anjos enviados? A Zacarias, ao pai de João Batista, a José, a Maria. Gabriel foi enviado. Não sabemos o nome deste anjo, mas acho que era muito possível que ainda fosse Gabriel entregando essas mensagens sobre o nascimento de Cristo. Claro, isso não importa. Era “um anjo enviado por Deus.”
Quando você pensa que talvez Deus não se importe com o que está acontecendo em sua vida ou com você, lembre-se de que aqueles pastores comuns, sem escolaridade, provavelmente analfabetos, para eles Deus enviou um anjo, uma mensagem com boas novas. E Deus sabe como e quando enviar exatamente a notícia que você precisa ouvir.
Deus não faz acepção de pessoas. Ele não reservou essa notícia para César ou para a alta sociedade, a elite ou líderes religiosos. Não foi lá que o anjo e a glória do Senhor apareceram. Apareceram para trabalhadores comuns, simples, não educados. Você não precisa ser sofisticada para encontrar Deus, para conhecer Sua verdade.
César estava alheio ao que estava acontecendo. Os líderes religiosos da época, os líderes religiosos judeus, não tinham ideia do que estava acontecendo. Herodes não tinha ideia do que estava acontecendo. Mas para aqueles pastores simples e humildes, cuidando de seu rebanho à noite, fazendo o turno da madrugada—uma noite rotineira — para esses pastores, Deus enviou um anjo.
Eu posso apenas imaginar Deus no céu enviando esse anjo. “Vá! Conte aos pastores.” Deus viu esses pastores. Deus se importava. Deus lhes enviou uma mensagem. E para eles, a glória do Senhor apareceu.
As Escrituras dizem: “E Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são, a fim de que ninguém se glorie na presença de Deus.” (1 Coríntios 1:28–29).
Quando você sabe que não merece as boas novas de Deus, você não se vangloria disso. Você não diz: “A glória é minha,” quando você sabe que a glória é toda de Deus.
Acho que esses pastores eram confiáveis, como veremos nesta passagem, para administrar a glória de Deus, e não sair em uma turnê de livro ou começar sua própria organização, contando como tiveram essa visão incrível—nada disso. Era tudo sobre Deus, do começo ao fim, e Sua glória.
E a glória do Senhor brilhou ao redor deles. (v. 9)
A glória do Senhor, ao longo das Escrituras, é a presença manifesta de Deus.
- Era uma luz brilhante que atravessava a escuridão da noite.
- Era milagrosa.
- Era espetacular.
- Era inefável.
- Era indescritível.
Não conseguimos imaginar isso, mas as Escrituras dizem em Coríntios que “a glória de Deus é mostrada em nossos corações para nos mostrar o rosto de Cristo.”
E ouça, quando a glória de Deus te mostra Jesus, não é menos um milagre, não menos sobrenatural, não menos maravilhoso do que quando a glória do Senhor atravessou aquele céu da meia-noite e fez sua presença manifesta, a presença manifesta de Deus conhecida para aqueles pastores que não esperavam nada assim naquela noite.
É interessante rastrear a glória do Senhor através das Escrituras. Ela apareceu primeiro para Adão e Eva no Jardim do Éden, mas quando pecaram, foram banidos do Jardim. Mas ao longo do Antigo Testamento, houve ocasiões em que Deus revelou vislumbres de Sua glória para Seu povo.
Você se lembra de que no deserto Deus guiava Seu povo por uma coluna de nuvem durante o dia e uma coluna de fogo durante a noite. Essa era a glória, a glória Shekinah de Deus, guiando Seu povo.
E você se lembra da dedicação do tabernáculo e mais tarde da dedicação do templo, quando a glória de Deus veio e se manifestou naquele lugar. Foi tão grande que os sacerdotes não conseguiam ficar em pé e executar seu trabalho.
É por isso que acho uma pena que nos acostumemos tanto com a história do Natal que não sentimos mais a glória. Não sentimos mais o temor. Não percebemos o quão incrível é, quão maravilhoso é, quão milagroso é. Não paramos e dizemos: “Não posso continuar fazendo o que estou fazendo, vivendo a vida como de costume, como se nada tivesse mudado—fazendo biscoitos, chocolate quente, comprando presentes e assinando cartões de Natal.” Faça todas essas coisas, mas não perca a glória, não perca a chance de ficar espantada como Deus apareceu e manifestou Sua glória.
Quando Deus apareceu no Antigo Testamento, foi algo maravilhoso. Mas lemos sobre como, no Antigo Testamento, o povo progressivamente se afastou de Deus. Eles se voltaram para outros deuses. Adoraram ídolos.
E, lemos em Ezequiel, começando do capítulo 9 ao 11, que “a glória de Deus se afastou do templo”—pouco a pouco. E sabe o que foi o mais triste? O povo nem percebeu. Eles nem notaram. Eles não se importavam. Eles haviam se acostumado tanto com a rotina sem a presença de Deus, com a igreja sem a presença de Deus, que não fazia diferença.
Continuaram fazendo exatamente o que faziam o tempo todo—esses sacrifícios vazios dia após dia, mas sem coração, sem vida, sem a presença de Deus.
A presença de Deus foi retirada de Seu povo. Eles foram enviados para o exílio para que aprendessem a rejeitar seus ídolos e voltassem para o único e verdadeiro Deus. E por centenas de anos a glória de Deus não foi vista aqui na terra até aquela noite, em uma planície da Judeia, para um grupo de pastores.
“A glória do Senhor brilhou ao redor deles.” A tão esperada glória, o retorno tão prometido da glória de Deus, o Deus da glória veio habitar com a humanidade, e Ele revelou Sua glória a um grupo de pastores na noite em que Seu Filho veio à terra. Seu Filho é o Deus da glória.
Bem, a resposta natural a essa poderosa manifestação da glória ofuscante de Deus foi: “ficaram tomados de grande temor.”
Claro que ficaram! Em toda a Bíblia, quando as pessoas viam o poder e a glória manifestos de Deus, ficavam aterrorizadas. Elas se prostravam. Sua pecaminosidade era exposta. Temos um Jesus sanitizado e diminuído que adoramos hoje. E em alguns casos, Ele não é realmente Jesus. Nós o distorcemos tanto, torcemos tanto quem Ele é. Perdemos tanto a visão de quem Ele é. O fizemos ser totalmente humano e não Deus.
Ele era plenamente humano, mas também era plenamente Deus. “E n'Ele habitava toda a plenitude da glória de Deus corporalmente.”
E assim, era correto que esses pastores, ao verem a glória de Deus, se prostrassem. E é certo que, quando adoramos a Deus, devemos ter um senso de reverência, assombro e admiração.
Verso 10:
“O anjo, porém, lhes disse: Não tenham medo! [Fácil para você dizer, não é? Não tenha medo!] Estou aqui para lhes trazer boas-novas de grande alegria, que será para todo o povo:”
Boas novas. Euangelion. Não as boas novas de César Augusto, mas as boas novas de grande alegria de Jesus Cristo.
Essa palavra boas novas, euangelion, é usada vinte e cinco vezes por Lucas no evangelho de Lucas e no livro de Atos. Ele é o homem que está sempre falando sobre as boas novas, as boas novas, as boas novas.
Acho que essa é uma lição para nós. É sobre isso que deveríamos estar falando hoje. Ao conversarmos com nossos amigos, nossos filhos, nossos familiares, nossos vizinhos, deveríamos estar falando sobre as boas novas de grande alegria.
Eu sou meio viciada em notícias. Eu acompanho muitas notícias; assisto a muitas notícias—meu marido e eu fazemos isso juntos. Conversamos sobre as notícias juntos. Mas a maior parte das notícias que vemos e ouvimos hoje não são boas notícias. Cerca de 90% delas são notícias ruins, pelo menos as que são reportadas.
Acho que os cristãos deveriam estar falando sobre as boas novas e não deixar que os apresentadores de TV seculares façam todo o trabalho de contar o que é notícia. Temos boas novas para compartilhar com nosso mundo no Natal e ao longo do ano.
Estas são boas novas, e o anúncio que o anjo foi enviado para fazer eram, de fato, boas novas! Era o antídoto para todo medo. Não precisamos mais temer estar diante de um Deus santo. Estas boas novas eram para contrabalançar todas as más notícias. A mensagem do anjo veio para um mundo que estava sob tirania e opressão, e o anjo disse: “Eu trago boas novas” no meio daquele Império Romano.
As pessoas daquela época careciam de alegria. Elas não tinham ouvido boas notícias há muito tempo.
Agora, o nascimento de todo bebê é uma boa notícia, motivo para uma celebração alegre e feliz. Mas essas boas novas trazem grande alegria a todos que as ouvirem, a todos que as receberem—grande alegria para contrabalançar a profunda desesperança que caracteriza grande parte do nosso mundo.
E essas notícias não eram apenas para aqueles pastores, não eram apenas para os judeus, não eram apenas para algumas poucas pessoas privilegiadas. Para quem era? “Será para todo o povo.” E isso, é claro, era o plano de Deus desde a eternidade passada.
E qual era a notícia? A maior notícia já anunciada! Lucas 2:11:
“é que hoje, na cidade de Davi [Belém], lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto servirá a vocês de sinal: vocês encontrarão uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura.” (versos 11–12)
E assim, Deus apareceu, fora do caminho turístico, em uma pequena vila insignificante—não no centro de influência econômica, acadêmica ou política. Não era Washington, D.C., Nova York, Los Angeles, São Francisco, São Paulo. Era Belém. Mas foi onde Deus apareceu.
Não é fascinante que o plano de Deus para revelar essa notícia revolucionária fosse tão diferente de como fazemos relações públicas hoje? Ou seja, se um bebê assim tivesse nascido hoje, teríamos todos os tipos de estratégias de marketing e promoção. Seria o maior impacto. Mas Deus fez diferente.
Ele enviou Seu Filho como um bebê, um humano, envolto em panos como outros recém-nascidos seriam, deitado em uma manjedoura—o que ajudou a identificar esse bebê que era plenamente humano, mas também plenamente Deus, o Deus-homem.
“... e lhes nasceu o Salvador.” Esse é o coração da mensagem de Natal. Não é apenas um bebê. É o Salvador que nasceu para nós—“o Salvador que é Cristo, o Senhor.”
No grego original, esses artigos não estão presentes. Lê-se simplesmente Salvador. Cristo. Senhor. “Hoje nasceu para vocês Salvador. Cristo. Senhor.”
Esse não era o nome dado a Ele—Jesus. Esse seria o nome que lhe dariam. Mas esses eram três títulos:
- Ele era Salvador—“nascido para salvar Seu povo dos seus pecados.”
- Ele era Cristo—a equivalência do Novo Testamento ao Messias do Antigo Testamento, o Ungido, o Messias prometido.
- Ele era Senhor—um título de divindade. Ele é Deus, manifestado na carne.
O nascimento de Jesus Cristo, Salvador, Senhor, é uma boa notícia de grande alegria que eclipsa e ofusca qualquer outra coisa que possa estar acontecendo em nosso mundo ou em sua vida nesta temporada.
Gostaria de encerrar com este breve parágrafo de Charles Spurgeon que, em uma mensagem de 1871 baseada nesta passagem, compartilhou sobre a alegria com os seus ouvintes. Ele disse:
“Deixe-me perguntar: Seus pecados foram perdoados por causa de Seu nome? A cabeça da serpente foi esmagada em sua alma? A semente da mulher reina em poder santificador sobre sua natureza? Oh, então, você tem a alegria que é para todo o povo na sua forma mais verdadeira. E, caro irmão, cara irmã, quanto mais você se submeter a Cristo, o Senhor, quanto mais completamente você conhecê-Lo e for semelhante a Ele, mais plena será a sua felicidade.”
Portanto, ao entramos nesta temporada de Natal—algumas de nós com lágrimas nos olhos, por estar enfrentando situações difíceis com nossos familiares ou amigos, devemos sempre lembrar que o nascimento de Cristo é a boa notícia que traz grande alegria para todo o povo.
No meio das nossas lágrimas, lutas, tensões e estresses, das coisas sobre as quais não temos controle, das coisas que partem nossos corações, lembre-se de que Deus enviou a esse mundo sombrio e desolado uma boa notícia de grande alegria, “Hoje lhes nasceu o Salvador. Cristo. Senhor.”
Alegrem-se nesta véspera de Natal! Esta é a alegria! Estas são as boas novas, de fato! Amém.
Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos ajudado a recapturar a maravilha do Natal.
É fácil perder esse senso de espanto quando a vida fica agitada, e Nancy tem nos ajudado a focar no que realmente importa, levando-nos à Palavra de Deus. Você encontrará os episódios de ontem e o de hoje, e também a transcrição dos podcasts no nosso site avivanossoscoracoes.com.
Na verdade, não deixe de dar uma olhadinha em todas as séries anteriores, lá você vai encontrar uma verdadeira fonte de recursos.
Amanhã falaremos sobre os anjos que visitaram os pastores em Belém. Eles mantiveram o foco da sua mensagem exatamente onde deveria estar: “Jesus, o Salvador do Mundo”. Nancy explicará mais amanhã. Aguardamos você aqui, no Aviva Nossos Corações. Feliz véspera de Natal!
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.