
Dia 6: Crescimento constante: A adolescência de Cristo
Nancy DeMoss Wolgemuth: Nos últimos anos temos visto um fenômeno cultural que recebeu diferentes nomes, mas o termo que fica na minha cabeça é "adolescência prolongada".
O que quero dizer com isso? Já ouviram esse termo? É quando as pessoas simplesmente não amadurecem. Muitas pessoas têm falado sobre isso, tanto em ambientes seculares quanto cristãos. Al Mohler, por exemplo, que é o presidente do Seminário Teológico Batista do Sul em Louisville, Kentucky, falou sobre isso várias vezes. Ele diz o seguinte:
A transição para a vida adulta costumava ser um dos principais objetivos dos jovens. A vida adulta era vista como um status que valia a pena alcançar e era entendida como um conjunto de responsabilidades que valia a pena cumprir. Pelo menos, era assim que costumava ser. Agora, uma geração inteira parece estar presa no domínio da juventude eterna, relutante ou incapaz de crescer.
A preocupação com esse …
Nancy DeMoss Wolgemuth: Nos últimos anos temos visto um fenômeno cultural que recebeu diferentes nomes, mas o termo que fica na minha cabeça é "adolescência prolongada".
O que quero dizer com isso? Já ouviram esse termo? É quando as pessoas simplesmente não amadurecem. Muitas pessoas têm falado sobre isso, tanto em ambientes seculares quanto cristãos. Al Mohler, por exemplo, que é o presidente do Seminário Teológico Batista do Sul em Louisville, Kentucky, falou sobre isso várias vezes. Ele diz o seguinte:
A transição para a vida adulta costumava ser um dos principais objetivos dos jovens. A vida adulta era vista como um status que valia a pena alcançar e era entendida como um conjunto de responsabilidades que valia a pena cumprir. Pelo menos, era assim que costumava ser. Agora, uma geração inteira parece estar presa no domínio da juventude eterna, relutante ou incapaz de crescer.
A preocupação com esse fenômeno vem crescendo há algum tempo. Pais desta geração ficam perplexos quando seus filhos adultos não conseguem encontrar um emprego e parecem não ter pressa para se casar.
Embora a geração atual de jovens adultos inclua algumas exceções espetaculares que rapidamente assumiram responsabilidades adultas, a geração como um todo parece estar esperando por algo acontecer—mas quem sabe o quê é?
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Incomparável, na voz de Renata Santos.
Continuamos hoje com o 6o episódio da série "Incomparável", baseada no livro da Nancy, Incomparável: 50 Dias com Jesus. (Infelizmente ainda indisponível em português)
Hoje, vamos examinar a vida de Jesus. Ele fornece um bom exemplo em como interromper a tendência à adolescência prolongada.
Nancy: A revista New York Times publicou uma matéria de capa intitulada "O que há de errado com os jovens de 20 e poucos anos?" Vou ler um parágrafo desse artigo:
“Esse fenômeno está acontecendo em todos os lugares, em todos os tipos de famílias, jovens que estão demorando mais para atingir a vida adulta. É um desenvolvimento que precede as dificuldades econômicas atuais, e ninguém sabe ainda qual será o impacto—nas perspectivas dos jovens; nos pais dos quais muitos deles dependem; na sociedade, que se baseia na expectativa de uma progressão ordenada em que as crianças terminam a escola, amadurecem, começam carreiras, formam uma família e eventualmente se aposentam para viver de pensões sustentadas pela próxima leva de crianças que terminam a escola, amadurecem, começam carreiras, formam uma família e assim por diante.
O ciclo tradicional parece ter saído do curso, à medida que os jovens permanecem não ligados a parceiros românticos ou a lares permanentes, voltando à escola por falta de melhores opções, viajando, evitando compromissos... adiando o início da vida adulta.”
Ouvimos falar muito sobre isso hoje em dia. Jovens que não amadurecem. Na verdade, temos muitos adultos hoje que simplesmente não amadureceram.
Enquanto pensamos sobre essa questão da adolescência prolongada, pessoas que não amadurecem, vejo um contraste com Cristo—o Cristo incomparável que estamos considerando durante toda esta temporada de Quaresma, nas semanas que antecedem a Semana da Paixão de Cristo, a Sexta-feira Santa e a Páscoa.
Hoje vamos analisar “A adolescência de Cristo”. Vemos que, de todas as formas, Cristo é único. Ele é incomparável. Não há ninguém como Ele. Em meio a todos os problemas em nossas vidas e que nossa cultura enfrenta, Cristo se destaca. Ele é a perfeição. Ele não tem os problemas e fracassos que nós, como seres humanos, temos.
Deixe-me convidá-las a abrir suas Bíblias no Evangelho de Lucas, capítulo 2. Vamos analisar um incidente na juventude de Cristo, período que hoje chamamos de adolescência ou anos de adolescência, Jesus com doze anos. Muitas de nós somos bem familiarizadas com essa história, mas espero que possamos obter uma nova percepção hoje que nos lembre de quão verdadeiramente único Jesus realmente é.
Jesus está com doze anos. Ele está no final da sua infância e em transição para a vida adulta. Todo esse conceito de anos de adolescência é algo que a maioria das culturas em diferentes épocas do mundo não experimenta. É relativamente novo em nossa cultura e época.
Na época de Jesus, quando um jovem chegava aos doze ou treze anos, ele fazia a transição da infância para a vida adulta. Não havia esse período de limbo onde ele estava decidindo se era uma criança ou um adulto.
Enquanto Jesus estava na transição para a vida adulta, o encontramos visitando o templo em Jerusalém com Seus pais para a celebração da Páscoa. Vamos começar no versículo 41 do capítulo 2 de Lucas: “Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém, para a Festa da Páscoa. Quando ele atingiu os doze anos, foram a Jerusalém, segundo o costume da festa.”
Não sabemos se esta era a primeira vez que Jesus tinha ido a Jerusalém com Seus pais. É bem provável que Ele acompanhasse seus pais em anos anteriores, mas este ano especificamente era super significativo porque Jesus estava agora na idade em que os meninos judeus se tornam membros plenos da comunidade religiosa judaica. Durante esta época, de doze para treze anos de idade, os meninos são instruídos nos caminhos de Deus e na Palavra de Deus, e são recebidos no judaísmo como um “filho da Lei”.
Ao se tornar um “filho da Lei”, que hoje é celebrado como Bar Mitzvah, significa que um jovem judeu, agora um adulto, é responsável diante de Deus pelo próprio crescimento e desenvolvimento espiritual. Ele não é mais uma criança sob a liderança e proteção dos pais. Agora, está entrando na vida adulta e é responsável por obedecer a Deus.
Jesus, com essa idade, na qual se tornaria um membro pleno da comunidade religiosa judaica, foi com seus pais à Páscoa para adorar no templo. Versículo 43:
“Terminados os dias da festa, ao regressarem, o menino Jesus ficou em Jerusalém...”
Vemos aqui essa transição de infância para a vida adulta. Ele está exatamente nessa fase. Ele ficou para trás em Jerusalém, mas,
“...sem que os pais dele soubessem. Pensando, porém, que ele estava entre os companheiros de viagem, andaram um dia inteiro e, então, começaram a procurá-lo entre os parentes e os conhecidos. E, como não o encontraram, voltaram a Jerusalém à sua procura. Três dias depois, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas.” (versos 43–46)
Aqui temos uma visão de Jesus nessa fase que chamamos de adolescência, esse período de transição entre a infância e a vida adulta. Vemos Seu desejo pela verdade, esse desejo de conhecer. É uma inclinação do Seu coração para crescer espiritualmente, para crescer em sabedoria, para conhecer a Deus. Este era o seu maior desejo.
Ele ficou no templo conversando com os mestres, falando com os líderes porque era ali onde estava Seu coração, é no que Ele estava interessado. Ninguém disse a Ele: “Ok, é hora de se interessar por coisas espirituais.”
Esta era a inclinação de Seu coração. Esse é o tipo de coração que, aliás, desejamos que nossos filhos tenham, não é mesmo, à medida que passam da infância para a vida adulta.
Vemos Jesus com um espírito humilde, um espírito ensinável. Pense nisso: Ele era Aquele cuja Palavra estava sendo estudada. Ele era Aquele que havia criado aqueles mestres.
Provérbios diz: “o sábio ouve os conselhos” (veja 12:15). No episódio anterior, conversamos sobre como Jesus cresceu em sabedoria e força. É assim que se cresce em sabedoria—ouvindo, fazendo perguntas, aprendendo.
Eu me lembro do meu pai, que já está com o Senhor há muitos anos. Enquanto estávamos crescendo, lembro dele frequentemente nos falando sobre o livro de Provérbios e nos lembrando que apenas um tolo fala o tempo todo. Uma pessoa sábia ouve. Uma pessoa sábia é ensinável. Uma pessoa sábia faz perguntas. Uma pessoa sábia é um aprendiz. Não apenas durante a adolescência, mas é sempre sábio ouvir. É sempre sábio fazer perguntas. Não achar que sabemos tudo, mas sermos ensináveis, sermos humildes.
Vemos Jesus ensinar isso muito bem. Embora, como Deus, Ele fosse onisciente; como homem, Ele estava nos mostrando o que é ter um espírito humilde e ensinável e crescer em sabedoria.
O versículo 47 continua: “E todos os que ouviam o menino se admiravam muito da sua inteligência e das suas respostas.” Ele estava interagindo com aqueles líderes. Ele estava ouvindo; estava fazendo perguntas, e suas perguntas e depois seu diálogo com os líderes mostraram alguém com uma maturidade excepcional.
Claro, é fácil olhar para essa passagem e dizer: “Ele era Deus, por isso Ele tinha esses desejos.” Mas lembre-se, Ele não estava usando Sua divindade naquele momento. Ele estava vivendo, funcionando e crescendo como um homem, mostrando-nos como deveria ser para todas nós e como pode ser à medida que crescemos com o favor e a graça sobre nós. Como vimos no episódio anterior, essa era a realidade na vida de Jesus.
Deve haver uma maturidade e uma sabedoria aos doze, quinze, dezessete e vinte e sete anos. Claro, não podemos ter a sabedoria aos sete anos que você tem aos vinte e sete, mas deve haver uma maturidade e um crescimento nas coisas de Deus e a capacidade de dialogar sobre questões sérias e eternas de uma forma que faça sentido.
É isso que esses líderes estavam vendo em Jesus. Ele não possuía, como homem, todo o conhecimento naquele momento, mas demonstrava maturidade, uma inclinação e aptidão para a verdade, o que os deixou maravilhados.
De onde veio esse entendimento? Uma das coisas que me pergunto ao pensar em Jesus no templo nessa idade como um menino de doze anos—um menino do ensino fundamental 2, certo? Os alunos do ensino fundamental 2 não são conhecidos por extrema sabedoria, visão e maturidade. (risos) Quando pensamos nos anos do ensino fundamental, pensamos em bobagens. Pensamos em meninos dizendo coisas das quais se arrependerão anos depois. Mas aqui está Jesus modelando sabedoria. De onde vem esse entendimento?
Bem, uma pergunta que eu me faço é: Qual foi o papel de Sua mãe em ensiná-lo desde a infância até a juventude?
Sabemos que Maria conhecia a Palavra de Deus. Ela a amava. Em sua oração em Lucas capítulo 1, ela cita dezenas de Escrituras do Antigo Testamento em uma época em que a maioria das mulheres não era ensinada a ler ou escrever. Ela conhecia a Palavra de Deus através da repetição verbal e da transmissão oral da Palavra.
Ela deve ter falado essas Escrituras, esses louvores, essas orações, essas passagens das Escrituras do Antigo Testamento para Seu Filho enquanto Ele estava crescendo. Ela era uma mulher que ponderava os caminhos de Deus.
Você se lembra disso? Ela “guardava todas estas palavras, meditando-as no coração”, como vemos em Lucas 2:19.
- Ela era uma mulher que meditava
- Ela era que contemplava
- Ela não estava sempre falando.
- Ela sabia ouvir a voz de Deus.
- Ela sabia responder aos impulsos do Espírito de Deus em seu coração.
E que influência isso deve ter tido sobre o menino Jesus.
Você quer adolescentes sábios? Um grande passo para isso é ter mães sábias, pais sábios, mulheres que estão ouvindo o Senhor, pais que estão ouvindo o Senhor. Isso não significa que seus filhos nunca farão nada tolo, que eles nunca pecarão, ou que, se você for um pai sábio e temente a Deus, seus filhos serão sábios e piedosos.
Seus filhos não são Jesus. Você sabe disso, eu não preciso te dizer, mas eu acho que há uma correlação aqui de que a sabedoria dos pais ajuda a cultivar um ambiente em casa que é propenso a que as crianças cresçam e se tornem sábias.
Maria, porém, não pode levar todo o crédito, nem ela gostaria de levar o crédito pela forma que Ele buscou essa sabedoria e entendimento. Acima de tudo, sabemos que foi o impacto do Espírito de Deus dando-lhe essa sabedoria.
Lemos em Isaías capítulo 11, versículo 2, uma passagem profética sobre o Messias. É uma passagem que acho que nos dá uma visão sobre Jesus no templo aos doze anos. Diz:
“Repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor..”
De onde vem a sabedoria? Segundo Provérbios capítulo 1, “O temor do Senhor é o princípio do saber.” (v. 7) Assim, o Espírito Santo estava trabalhando na vida de Jesus. Pai, Filho e Espírito Santo são um, mas são distintos. Humanamente falando, não podemos entender exatamente como isso funciona, mas pela fé aceitamos que é verdade. E sabemos que o Espírito Santo estava concedendo favor e graça ao menino Jesus.
Quando o Espírito do Senhor repousa sobre nós, quando o Espírito do Senhor repousa sobre nossos filhos e netos, há sabedoria e entendimento, conselho e fortaleza, conhecimento e o temor do Senhor.
Versículo 48: “Logo que os pais o viram, ficaram maravilhados. E a sua mãe lhe disse: ”Filho, por que você fez isso conosco? Seu pai e eu estávamos aflitos à sua procura. Ele respondeu...” Estas são as primeiras palavras registradas dos lábios de Jesus que temos nas Escrituras.
“Ele respondeu: — Por que me procuravam? Não sabiam que eu tinha de estar na casa de meu Pai?” ou, como algumas traduções dizem, “Devo estar tratando dos negócios de Meu Pai.” (versos 48–49)
É como se Jesus estivesse dizendo: “Vocês não sabiam que eu estaria no templo? É lá que eu me encaixo. É lá que eu pertenço. É lá que está meu coração. É lá onde quero estar, perto das coisas de Deus.”
Sou muito grata por ter tido pais que realmente nos incentivaram nas coisas de Deus, que nos ensinaram a querer estar perto das coisas de Deus. Mas também sou muito grata pelo Espírito Santo de Deus, que, desde que eu era uma criança pequena, me deu um coração para estar envolvida em assuntos espirituais.
Eu não posso levar crédito por isso. Eu daria muito crédito aos meus pais, mas meus pais não aceitariam o crédito. Eles diriam: “Isso é obra da graça de Deus.”
Meus pais costumavam me dizer que eu queria estar em qualquer lugar onde houvesse uma reunião do evangelho acontecendo. Se havia um culto na prisão ou uma reunião de diáconos—sempre que havia algo acontecendo onde haveria conversa espiritual, eu queria participar.
Eu não posso levar crédito por isso, porque meu coração era tão corrompido, caído e pecaminoso quanto o de qualquer outra criança. Mas o Espírito Santo estava atraindo meu coração. Ele estava me dando fome e sede. Peça a Deus para fazer isso por seus filhos.
Não espere que o Espírito de Deus dê aos seus filhos um desejo maior pelas coisas de Deus do que você tem. Se o que os pais amam são os filmes, livros, revistas, amigos e atividades sociais e seculares—se é isso que vocês amam e com o que preenchem suas vidas, então não se surpreendam quando seus filhos não estiverem implorando por um alimento espiritual em suas vidas.
Muitas vezes, o igual gera o igual. É o trabalho de pais piedosos; é o trabalho do Espírito de Deus.
Quando Jesus disse: “Não sabiam que eu tinha de estar na casa de Meu Pai, ou tratando dos negócios de Meu Pai?” Ele estava claramente consciente, nessa altura, de que era o Filho de Deus. Quando essa consciência veio para Ele como homem, não sabemos, mas sabemos que aos doze anos Ele já sabia.
Novamente, seus filhos não são Jesus, mas quero dizer que o Espírito de Deus pode dar aos seus filhos uma seriedade em relação ao relacionamento com Ele em uma idade muito mais jovem do que a maioria dos pais percebe. E isso é algo que podemos acreditar, orar e pedir a Deus que assim seja.
Mesmo sendo tão jovem, lembrem-se que estamos falando de um aluno do ensino fundamental aqui, Jesus estava vivendo o que lemos profeticamente no Salmo 69, versículo 9: “Pois o zelo da Tua casa me consumiu.”
Havia Nele essa chama, essa paixão e desejo pela casa de Deus, pelas coisas de Deus. Ele percebeu, a essa altura, que Sua verdadeira casa não era onde Ele havia crescido fisicamente em Nazaré, mas no templo onde Seu Pai celestial vivia.
“Eu devo estar na casa de Meu Pai. Eu devo estar tratando dos negócios de Meu Pai.” Vemos aqui que Jesus tem um senso de responsabilidade e obrigação para com Seu Pai, aos doze anos. “Eu devo. Fui chamado para isso. Estou separado para isso. É uma obrigação. A prioridade da Minha vida é servir Meu Pai celestial, estou a serviço do Meu Pai.”
Aqui está Jesus que cresceu na carpintaria de Seu pai terreno, mas Ele está dizendo: “Meu Pai celestial tem um negócio, e eu sou chamado para fazer parte desse negócio. É nisso que eu tenho que estar servindo.”
Notem a palavra "devo". É interessante rastrear esta palavra nos evangelhos, principalmente no evangelho de Lucas, onde estamos lendo agora. Quando procuramos a palavra "devo" em um comentário [também traduzido como é necessário ou preciso], vemos essa compulsão divina na vida de Jesus.
Vou ler alguns desses versículos:
Lucas 4, versículo 43: “Jesus, porém, lhes disse:
“É necessário que eu anuncie o evangelho do Reino de Deus também nas outras cidades, pois é para isso que fui enviado.”
Lucas 9, versículo 22: “É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, seja morto e, no terceiro dia, ressuscite.”
Havia um senso de compulsão sobre Sua vinda a esta terra, não apenas para viver, mas para morrer pelos pecados do mundo.
Lucas 13, versículo 33: “Porém, preciso caminhar hoje, amanhã e depois, porque não se espera que um profeta morra fora de Jerusalém.”
Jesus disse isso enquanto se dirigia para Jerusalém sabendo que seria crucificado lá, ainda assim Ele disse: “Eu devo ir para Jerusalém.”
Lucas 19, versículo 5: “Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse: — Zaqueu, desça depressa, porque hoje preciso ficar na sua casa.”
Ele tinha um senso de chamado e missão e obrigação sobre ministrar àqueles que o Senhor colocava em Seu caminho.
E, Lucas 24, versículo 44: “...era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito a respeito de mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.”
O que me leva a perguntar: “Meu coração, o seu coração, é que devemos fazer a vontade de nosso Pai?” “É meu desejo, é seu desejo, é nosso desejo fazer a vontade de nosso Pai?” Não no sentido de que temos que fazer isso e estamos fazendo isso com relutância. Mas no sentido de que estamos sob uma compulsão divina, e nos deleitamos em cumprir Seu chamado e Sua vontade em nossas vidas.
Estou decidida a fazer o que Deus me enviou a fazer, o que Ele me chamou a fazer? Ou considero isso algo opcional? Discuto com o Senhor: “Eu não quero fazer isso.”
Eu estou apenas te dizendo, infelizmente eu sei muito sobre discutir com o Senhor, sobre coisas que sinto que Ele me chamou para fazer, mas que às vezes são difíceis. Às vezes eu preferiria não obedecer. Alguns aspectos do meu trabalho são terrivelmente entediantes, e eu preferiria não fazer algumas coisas. Alguns aspectos do seu trabalho são terrivelmente entediantes.
Se você é mãe, você tem alguns aspectos do seu chamado que são realmente difíceis. Se você está servindo ao Senhor em um ambiente de trabalho secular, ou está em uma instituição acadêmica secular e tentando ser uma luz lá...
Há momentos difíceis em todos os chamados da vida. Mas há esse entendimento: “Eu devo estar na casa de Meu Pai; eu devo estar tratando dos negócios de Meu Pai.”
Será que eu estou realmente decidida a fazer o que Deus me chamou para fazer, ou eu reluto? Considero opcional, algo que posso escolher fazer se eu quiser, mas que posso também dizer “não” se achar difícil ou se não estiver a fim? Seguir o Salvador envolve essa sensação de urgência divina: “Eu devo estar a serviço do Meu Pai.”
Eu amo ensinar a Palavra de Deus, mas há aspectos que são difíceis. Como a uma da manhã, quando estou tentando concluir esta sessão e fixar tudo na minha cabeça, cansada e pensando que não vou dormir muito. Sinto que “Deus me separou e me chamou para isso, e é um privilégio.” É uma obrigação, mas também um privilégio.
Bem, no versículo 50 de Lucas capítulo 2:
“Não compreenderam, porém, as palavras que lhes disse. E voltou com eles para Nazaré e era submisso a eles. E a mãe dele guardava todas estas coisas no coração.” (versos 50–51)
Jesus expressou Sua submissão ao Pai celestial sendo submisso aos Seus pais terrenos. Seguir a Cristo não nos isenta das responsabilidades—em nossos lares, com nossas famílias, com nossos relacionamentos. O que deve acontecer é que isso nos torna melhores membros da família e melhores amigos.
Seguir a Cristo e obedecê-Lo no contexto da vida real não são objetivos conflitantes. Tipo, “Não posso ser espiritual porque tenho que preparar o café da manhã para minha família.” Não! Ser espiritual pode significar preparar o café da manhã para sua família—vivendo o chamado de Deus em sua vida. É assim que agradamos e servimos ao Senhor.
Conforme Jesus crescia de menino para homem, Ele mostrou respeito e obediência tanto ao Pai celestial quanto aos pais terrenos.
Chegamos ao versículo 52. Eu amo este versículo. Ele diz: “E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.”
Voltando agora ao versículo 40, diz que “o menino crescia.” Porém, no original, é usado uma palavra diferente para crescer. A ideia era “Jesus aumentava.” Durante os primeiros doze anos, Ele cresceu. Nos dezoito anos seguintes, dos doze aos trinta, Jesus aumentou. Algumas traduções dizem “Ele avançou.”
Essa palavra, segundo um comentarista, tem a mesma ideia de pioneiros cortando árvores no caminho à frente deles, abrindo um caminho na selva. Ao cortar as árvores, eles avançam pela selva. Significa avançar, desbravar, abrir caminho. A palavra “aumentar” significa ser intencional sobre o seu crescimento.
Nos primeiros doze anos, a criança cresceu. Ele simplesmente cresceu, mas nos dezoito anos seguintes, Ele avançou. Ele aumentou. A ideia é de atividade intensa, ser intencional em vez de desenvolvimento passivo.
E que palavra quando pensamos sobre essa história de adolescência prolongada, percebendo que o desejo de Deus é que cresçamos da infância para a idade adulta não só fisicamente, mas emocionalmente, espiritualmente, psicologicamente e intelectualmente. Durante a adolescência, idealmente, fazemos isso sendo intencionais sobre o crescimento.
Isso é algo para desafiar seus filhos, para mostrar a eles que esses anos de adolescência não são anos para passar o tempo só brincando ou jogando vídeo game.
Crianças que fazem isso durante a adolescência provavelmente continuarão assim na casa dos vinte e trinta anos. E então, quando se casarem, o parceiro pode questionar: “Por que você nunca cresceu?”
Vemos em Cristo um padrão de crescimento, avanço, aumento—não ser estático, não estagnado, não estacionado em um lugar, mas crescendo, avançando, sendo intencional sobre o crescimento espiritual.
Isso me faz lembrar daquele versículo maravilhoso em Provérbios 4:18: “Mas a vereda dos justos é como a luz do alvorecer, que vai brilhando mais e mais até ser dia claro.” —crescendo, aumentando, avançando, amadurecendo em santidade, sabedoria, temor do Senhor; tornando-se adultos mais jovens e depois mais velhos jovens adultos e depois adultos maduros que amam o Senhor apaixonadamente, que O temem, que O servem, que O seguem com todo o coração.
Raquel: Essa foi Nancy DeMoss Wolgemuth, compartilhando insights sobre a infância de Cristo e oferecendo um olhar diferente para pais e avós. Esta mensagem faz parte da série "Incomparável." Se você perdeu algum episódio anterior, pode acessá-los no nosso site avivanossoscoracoes.com.
Bem, por anos Jesus trabalhou como um artesão. Ele era um trabalhador braçal. Sua vida mostra que o trabalho duro pode ser santificado quando feito para a glória de Deus. Nancy discutirá isso em breve, quando "Incomparável" continuar. Junte-se a nós amanhã no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.