
Dia 9: Vitória compartilhada: A tentação de Cristo
Raquel: Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Acho que a maioria de nós conhece As Crônicas de Nárnia de C. S. Lewis. Eu particularmente amo a história de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. Talvez você já tenha lido o livro ou assistido ao filme.
Você se lembra daquela cena em que Edmund entra em Nárnia através do guarda-roupa e acaba perdido e sozinho em uma floresta fria e nevada? De repente, ele ouve o som de sinos ao longe, e logo depois, ao virar uma esquina, aparece um trenó. E quem está em cima do trenó? A Feiticeira Branca. Ela para o trenó, se aproxima de Edmund, e enquanto conversam, ela se lembra de uma antiga profecia que diz que seu reinado e sua vida terminarão quando dois Filhos de Adão e duas Filhas de Eva se assentarem nos tronos de Cair Paravel.
Então, fingindo ser …
Raquel: Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Acho que a maioria de nós conhece As Crônicas de Nárnia de C. S. Lewis. Eu particularmente amo a história de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. Talvez você já tenha lido o livro ou assistido ao filme.
Você se lembra daquela cena em que Edmund entra em Nárnia através do guarda-roupa e acaba perdido e sozinho em uma floresta fria e nevada? De repente, ele ouve o som de sinos ao longe, e logo depois, ao virar uma esquina, aparece um trenó. E quem está em cima do trenó? A Feiticeira Branca. Ela para o trenó, se aproxima de Edmund, e enquanto conversam, ela se lembra de uma antiga profecia que diz que seu reinado e sua vida terminarão quando dois Filhos de Adão e duas Filhas de Eva se assentarem nos tronos de Cair Paravel.
Então, fingindo ser amigável, ela convida Edmund para subir em seu trenó e pergunta se ele gostaria de comer alguma coisa. Edmund pede manjar turco, que ela magicamente faz aparecer. O que Edmund não sabe é que o manjar está enfeitiçado, e quem o provar vai querer mais e mais. Não se contentará com apenas um pouquinho.
A Feiticeira promete dar mais doces para ele, se Edmund trouxer suas irmãs e irmão para a casa dela. Ela também oferece fazer dele um príncipe e diz que, um dia, quando ela não estiver mais lá, ele será o rei. Bem, o desejo de Edmund por poder e prazer o leva a ceder à tentação da feiticeira e, no final das contas, trair suas irmãs e irmão.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Incomparável: 50 Dias com Jesus, na voz de Renata Santos.
Estamos em um estudo profundo chamado "Incomparável", baseado no livro da Nancy, de mesmo nome, porém, infelizmente, ainda não traduzido em português.
O tema que a Nancy mencionou das Crônicas de Nárnia nos leva a uma discussão importante.
Nancy: Ao pensar nessa história, me vem à mente uma cena importante na vida do Senhor Jesus. A tentação de Cristo tem alguns paralelos com a tentação de Edmund pela feiticeira, mas, felizmente, a tentação de Cristo teve um desfecho muito diferente. Quero te convidar, se você está acompanhando com sua Bíblia, a abrir no Evangelho de Mateus, capítulo 4.
A tentação de Cristo é narrada nos três evangelhos chamados sinóticos—Mateus, Marcos e Lucas—e vamos pular entre eles um pouco nesta sessão, mas basicamente vamos seguir o relato de Mateus no capítulo 4. Começamos lendo no versículo 1:
“A seguir, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então o tentador, aproximando-se, disse a Jesus: — Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães.” (vv. 1-3).
Deixe-me parar aqui e fazer alguns comentários. “A seguir Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto”—a seguir. Quando lemos o relato de Marcos, diz “imediatamente”—a seguir. O que vem logo antes? Imediatamente depois de quê? A seguir—depois do quê?
Bem, nós sabemos, e vimos isso na última sessão, que isso acontece logo após o batismo de Jesus. Ele tinha ido ao Rio Jordão para ser batizado por João. Ele teve aquela experiência incrível onde João apontou para Ele e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29). Depois, Jesus foi batizado por João, e ouve uma voz do céu que disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado.” (Mateus 3:17).
Foi uma experiência maravilhosa, um momento de grande êxtase espiritual. E a seguir, imediatamente, logo após essa experiência, logo após o batismo, vem essa experiência de tentação no deserto.
Há muito tempo, li um escritor que disse uma frase que nunca esqueci: “depois da bênção, vem a batalha.” Depois da bênção daquela experiência, veio a batalha. Não é assim, muitas vezes, na sua caminhada espiritual?
Temos uma grande experiência com Deus; ou uma grande vitória espiritual; ou temos um momento de profunda intimidade com Cristo; estamos no auge da sua caminhada espiritual com Cristo; e a seguir, no dia seguinte, ou na próxima hora, ou minutos depois, ou na próxima fase da nossa vida, nos encontramos no deserto, sendo tentadas, sendo atacadas por Satanás, em uma luta espiritual. Esta mudança pode acontecer tão rapidamente.
Deixe-me dizer, não devemos nos surpreender. Essas experiências acontecem, e precisamos estar preparadas para elas. Não é de espantar que o diabo esteja envolvido nesta tentação.
“Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo.” No relato de Marcos, o diabo é chamado de “Satanás,” o inimigo pessoal de Cristo, o inimigo implacável de Deus e de todos os seguidores de Cristo.
Veja, desde o Jardim do Éden, quando Satanás conseguiu fazer com que Adão e Eva se rebelassem contra a autoridade de Deus, ele foi permitido exercer certo controle sobre esta terra. Sem dúvida, ele estava ciente, embora não seja onisciente—ele não sabe tudo—mas ele estava ciente de que o Filho de Deus havia vindo à terra trinta anos antes, em carne humana, para redimir os homens caídos e reconciliá-los com Deus.
Acho que é bem provável que ele (Satanás) tenha ouvido os anjos cantando no céu à meia-noite para os pastores no campo naquela noite em que Jesus nasceu em Belém—“Glória a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens.” (Lucas 2:14) Aposto que Satanás ouviu isso. Eu suspeito que ele também tenha ouvido quando, no batismo de Jesus, o Pai afirmou o Filho dizendo: “Este é o meu filho amado.” Ele sabia o que estava acontecendo.
E ele sabia que seu domínio sobre os corações dos homens e os reinos deste mundo estava prestes a ser desafiado. Veja bem, se Jesus tivesse sucesso em Sua missão, Satanás sabia que seria derrotado. E Satanás se lembrava da maldição no Jardim do Éden, milhares de anos antes, quando Deus disse: “Este [a descendência da mulher] esmagará a tua cabeça.” ( Gênesis 3:15) Ele sabia que estava condenado.
Satanás se sentia ameaçado, e não podia simplesmente ficar de braços cruzados e deixar Jesus iniciar Seu ministério e atacar a fortaleza de Satanás sem tentar desafiá-lo. Não é surpresa que esse ataque tenha ocorrido. E para ser bem sincera, também não é surpresa quando ataques acontecem em nossas vidas.
Satanás sabe que, se você é uma seguidora de Cristo, ele está te perdendo e que você vai influenciar outras pessoas a seguir Cristo. Depois que você tem essas grandes percepções de quão maravilhoso Cristo é—talvez depois de um dia de gravação como este—não é surpresa que venham testes e tentações. Lembre-se de quem está por trás disso. Lembre-se de que ele é seu inimigo, e você não precisa ceder a ele. Vamos ver como Jesus lidou com o tentador.
Diz que Jesus foi “tentado por Satanás—pelo diabo,” mas também diz no versículo 1 que Ele foi “levado pelo Espírito” ao deserto. Aqui está Jesus, o Filho amado de Deus, sendo levado ao deserto para ser tentado pelo diabo, e quem está O guiando até lá? O Espírito Santo. O fato de Ele ser o Filho de Deus, de ser totalmente obediente a Deus, de nunca ter pecado, não O isentou de ser testado. Não O isentou de enfrentar uma tentação muito, muito difícil.
Preciso dizer que essa tentação fazia parte do plano de Deus. Satanás colocou a tentação ali. Ele foi tentado pelo diabo. Deus não tenta ninguém, mas colocou Jesus em uma situação onde Ele seria tentado pelo diabo. Era necessário que Jesus enfrentasse essa tentação, que passasse por ela, que a suportasse e que a vencesse para poder nos representar como nosso Salvador.
Lembre-se disso. Quando você estiver sendo tentada, pode ser que o diabo esteja envolvido, mas lembre-se de que você pode estar sendo levada a esse lugar pelo Espírito Santo, e Aquele que te leva até lá vai te manter e te proteger nessa situação.
Pense no cenário dessa tentação. Jesus está em um deserto seco e árido. Ele não comeu nada por quarenta dias. O relato de Marcos nos diz que Ele estava cercado por feras. É interessante, há apenas essa pequena frase ali—“Estava com as feras...” (Marcos 1:13). Eu não gosto de feras—na verdade, nem gosto muito de animais domesticados!
Aquele era um lugar perigoso e árido, marcado por uma tentação longa e prolongada. Era desolado e isolado, sem companhia ou encorajamento humano. Durante todos esses quarenta dias, Jesus foi constantemente bombardeado pela tentação, enfrentando os ataques do diabo.
Compare esse cenário com aquele de milhares de anos antes, no Jardim do Éden, onde Adão e Eva foram tentados pelo diabo. Que tipo de ambiente eles tinham? Um ambiente perfeito, um ambiente ideal, um jardim exuberante, uma abundância de alimentos, a companhia de um cônjuge. Jesus não tinha nada disso, e ainda assim, no lugar da tentação, Ele conseguiu dizer “não” ao inimigo e “sim” a Deus.
É importante que mantenhamos em mente o contexto cósmico e o pano de fundo da tentação de Jesus no deserto. Satanás sempre quis se sentar no trono de Deus. Portanto essa luta pelo poder existe desde que Satanás tentou isso pela primeira vez e foi expulso do céu.
Satanás tenta, neste cenário no deserto, usurpar a autoridade de Cristo ao tentar enganá-Lo para que se submetesse à vontade dele—de Satanás. No entanto, Jesus não se submeteria a nenhuma autoridade que não fosse a do Pai, e Jesus vence Satanás invocando outra autoridade sobre ele, que é a autoridade da Palavra de Deus. Vamos ver isso quando lemos sobre a primeira tentação no versículo 3:
“Então o tentador, aproximando-se, disse a Jesus:
— Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu:
— Está escrito: "O ser humano não viverá só de pão,
mas de toda palavra que procede da boca de Deus."
(Mateus 4:3-4).
Qual era a tentação aqui? A tentação para Jesus era satisfazer Suas necessidades físicas e imediatas de forma independente de Deus. É a tentação de colocar as necessidades e desejos físicos e materiais acima dos espirituais, de viver para o temporário, o aqui e agora, em vez do eterno.
Essa é uma tentação que enfrentamos: satisfazer nossas necessidades à nossa maneira, em vez de esperar que Deus as satisfaça. Era uma tentação para Jesus satisfazer Suas necessidades do Seu jeito, em vez de fazer à maneira de Deus. Existem desejos sexuais; há a necessidade de companheirismo, necessidades materiais.
Temos muitas necessidades humanas, e essas necessidades não são erradas. Não é ruim satisfazê-las. A tentação é satisfazê-las do nosso jeito, em vez do jeito de Deus, tomar as rédeas em nossas mãos, resolver nossos problemas à nossa maneira e no nosso tempo, em vez de esperar que Deus supra nossas necessidades.
Em seguida, vem a segunda tentação, no versículo 5:
"Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e disse: — Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui, porque está escrito: Aos seus anjos ele dará ordens a seu respeito. E eles o sustentarão nas suas mãos, para que você não tropece
em alguma pedra." (Mateus 4:5-6)
Satanás, em essência, está dizendo: “Você tem certeza de que Deus é confiável?” É uma tentação para exigir que Deus prove que Suas promessas são verdadeiras. Satanás até usa a Palavra de Deus nessa tentação. As duas frases que ele diz—“Aos seus anjos ele dará ordens a seu respeito. E eles o sustentarão nas suas mãos, para que você não tropece
em alguma pedra.”—são Escrituras. Ele está, na verdade, citando o Salmo 91:11-12.
Você consegue imaginar Satanás usando as Escrituras para nos tentar a pecar? É interessante que, ao citar o Salmo 91, ele não apenas o cita incorretamente—ele não cita com precisão—mas também deixa de fora o próximo versículo, o versículo 13 do Salmo 91, que diz: “Você pisará o leão e a cobra; com os pés esmagará o leãozinho e a serpente.” Essa passagem, o Salmo 91, na verdade, previa a derrota de Satanás—o esmagamento da serpente. Satanás não citou essa parte. Ele citou seletivamente.
Bem, Jesus sabe como usar as Escrituras para vencer Satanás, e Ele diz no versículo 7:
“Jesus respondeu: — Também está escrito: "Não ponha à prova o Senhor, seu Deus." O diabo ainda levou Jesus a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e disse: — Tudo isso lhe darei se, prostrado, você me adorar.” (Mateus 4:7-9)
Qual é essa terceira tentação? Satanás tenta receber para si a adoração que pertence a Deus. Ele mostra a Jesus os reinos temporais e os centros de poder deste mundo. Ele oferece a Jesus poder, controle, glória, e não é exatamente isso que ele oferece a nós em nossos lares e locais de trabalho? “Eu quero poder. Eu quero controle. Não preciso de todo o poder sobre o mundo—só poder sobre minha situaçãozinha agora.”
Ele oferece glória. “Eu quero ser vista, reconhecida, conhecida.” Ele oferece essas coisas em troca de—qual é o preço?—em troca de adoração, submissão, serviço.
Satanás está oferecendo a Cristo algo que Satanás sabia que, no final, pertencia a Cristo: a autoridade sobre todos os reinos deste mundo. Quem é o Rei e Governante supremo sobre todo o mundo? Cristo é. Mas Satanás ofereceu a Jesus um atalho que eliminaria a cruz. “Você pode ter essas coisas sem sofrer. Você pode ter tudo isso sem morrer.”
É uma tentação para obter o que Deus queria que Ele tivesse, por algum meio que não fosse o plano de Deus.
Bem, Jesus diz a ele no versículo 10:
“ Vá embora, Satanás, porque está escrito: "Adore o Senhor, seu Deus, e preste culto somente a ele." Com isto, o diabo deixou Jesus...” (Mateus 4:10-11)
Quando olhamos para o relato de Lucas, lembramos que essa não foi a única vez que Satanás tentou Jesus. Deixe-me apenas ler para você o que Lucas diz: “Tendo concluído todas as tentações, o diabo afastou-se de Jesus, até o momento oportuno.” (Lucas 4:13).
Ele voltaria a tentar Jesus, e ele voltará em sua vida até o dia em que ele for banido, quando seu poder for totalmente encerrado.
Voltando a Mateus 4, versículo 11, diz . . . Eu amo essa frase aqui: “E eis que vieram anjos e o serviram.” No momento certo, Deus enviou provisão sobrenatural para Seu Filho, e gostaria de te lembrar que Ele deseja enviar provisão para você—exatamente o que Ele sabe que você precisa e no momento em que Ele sabe que você precisa.
De fato, Hebreus 1 nos diz que Deus envia anjos para ministrar aos cristãos. Eu nunca vi um. Não posso dizer exatamente quando eles estão em ação, mas sei que a Palavra de Deus diz que Seus anjos são servos ministradores enviados para nos ajudar.
Vou destacar alguns pontos de aplicação prática para nós:
Jesus enfrentou Satanás e foi tentado como homem. Ele não usou Seus poderes divinos como Deus para vencer a tentação. Se Ele tivesse feito isso, nós diríamos: “Claro que Ele pode vencer a tentação—Ele é Deus, mas eu não sou Deus.” Jesus venceu o inimigo como homem, como humano. Ele usou os mesmos recursos que estão disponíveis para você e para mim hoje. Quais foram esses recursos?
- O Espírito Santo, que o guiou até lá.
- A oração — lembre-se de que, no Seu batismo, vimos que Ele estava orando quando foi batizado — oração ao Seu Pai.
- A graça de Deus, que está disponível para quem se humilha e clama, reconhecendo que precisa de Deus.
- A Palavra de Deus — que é a Espada do Espírito, a arma contra o inimigo. Esses eram versículos que Ele havia aprendido quando criança e, ao crescer, Ele meditou neles e os aplicou exatamente no momento em que mais precisou — assim como fazemos quando enfrentamos tentações.
Jesus enfrentou a tentação como homem, usando os mesmos recursos que estão disponíveis para nós.
Em segundo lugar: Uma vez que Jesus passou por esse teste no deserto, Ele é capaz de nos ajudar quando somos tentadas. Quando somos provadas, quando somos atacadas pelo maligno, Ele é capaz de vir em nosso auxílio.
Vou ler para você alguns versículos do livro de Hebreus. Estou lendo vários trechos dos capítulos 2 e 4 de Hebreus, mas vou juntá-los. Eles são tão ricos, tão preciosos. Que promessas maravilhosas!
Hebreus nos diz:
“Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, quando foi tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.”
(Hebreus 2:18)
“Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas; pelo contrário, ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.” (Hebreus 4:15)
Ele é o Cristo incomparável. Ele foi tentado, mas sem pecado.
Veja o versículo 16 de Hebreus 4:
“Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno.”
Você percebe que a palavra "ajuda" [ou socorrer] aparece duas vezes nesses versículos? "Ele é capaz de ajudar aqueles que estão sendo tentados." "Ele nos dará graça para nos ajudar em nossos momentos de necessidade."
Eu pesquisei essa palavra no grego original. É uma palavra usada para descrever uma corda ou corrente que é usada para segurar um barco, um navio que está se despedaçando. Esse é o processo de prender um navio. É como se algo fosse enrolado ao redor do navio para segurá-lo.
É a mesma palavra usada em Atos capítulo 27, quando o apóstolo Paulo estava em um barco a caminho de Roma e uma grande tempestade surgiu, e o barco estava prestes a naufragar. Diz que usaram de todos os meios para reforçar o navio com cabos de segurança" (versículo 17). Essa palavra "reforçar" é a mesma palavra "ajuda". "Ele é capaz de ajudar aqueles que estão sendo tentados."
Eu aprendi a amar essa imagem porque, quando nosso "barquinho" está sendo sacudido pela tempestade, e sentimos que estamos em perigo de desmoronar ao sermos atacadas pelo maligno, ao sermos tentadas e provadas, Jesus é quem nos segura, quem nos apoia, quem nos sustenta. Ele pode fazer isso, Ele pode nos ajudar, Ele pode nos manter firmes, porque Ele sabe o que é ser tentado e provado, sem nunca ter cedido à tentação.
John Milton, foi um poeta inglês do século XVII, mais conhecido por seu poema épico "Paraíso Perdido". Esse poema conta a história da queda de Adão e Eva no Jardim do Éden. Há uma obra menos conhecida de John Milton, uma sequência, chamada "Paraíso Reconquistado". Esta é a história da tentação de Jesus no deserto. Ela mostra como Jesus desfez o trabalho de Satanás ao passar na prova que Adão e Eva falharam.
O paraíso foi perdido porque Adão e Eva cederam à tentação. Eles se rebelaram contra Deus, e assim a humanidade caiu, e o pecado entrou no mundo, junto com a morte eterna e a separação de Deus. Esse é o paraíso perdido.
Mas o paraíso foi reconquistado porque Cristo resistiu e venceu o tentador. Ele se recusou a ceder sequer um milímetro de terreno a Satanás. Ele se submeteu a Deus e, como resultado, elevou a humanidade caída e nos deu a vida eterna e a reconciliação com Deus.
No filme "A Paixão de Cristo", o filme começa com uma cena intensa no Jardim do Getsêmani. Essa cena toma algumas liberdades com o relato bíblico, mas dá o que eu acho ser uma imagem precisa do drama cósmico que estava acontecendo tanto na tentação do deserto três anos antes, quanto agora, quando Jesus estava prestes a entregar Sua vida pelo pecado do mundo no Jardim do Getsêmani.
Naquela cena de "A Paixão de Cristo", enquanto Jesus derrama Sua alma em oração ao Pai no Jardim, Ele é tentado e provado por uma personificação de Satanás. Satanás O tenta a duvidar de Deus, a segurar Sua vida, e, à medida que a tensão aumenta, uma serpente rasteja em direção a Jesus, que está deitado prostrado no chão, clamando a Deus. No final da cena angustiante, Jesus se levanta determinado a fazer a vontade do Pai e, então, Ele esmaga a serpente sob Seus pés — uma referência, é claro, à profecia em Gênesis capítulo 3 sobre o Messias prometido, onde se diz que "este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar." (ver v. 15).
Quando Jesus se recusou a ceder à tentação de Satanás no deserto e, novamente, no Jardim do Getsêmani, Ele declarou a todos os poderes no céu e no inferno de que Ele era o Senhor Soberano, e Ele não se curvaria a Satanás.
Lá no deserto e novamente no Jardim do Getsêmani, Cristo deu a Satanás um golpe atrás do outro — cada vez prenunciando aquele golpe final e fatal na cruz e o banimento definitivo de Satanás no final dos tempos.
Como diz Milton, "Ao vencer a tentação, Jesus reconquistou o Paraíso perdido." Não é maravilhoso? Porque Ele venceu a tentação, nós também podemos vencer a tentação. Por causa de Sua vitória sobre o tentador, um dia estaremos livres do tentador e de todas as tentações.
Como Paulo diz em Romanos 16, versículo 20: “E o Deus da paz, em breve, esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês. A graça de nosso Senhor Jesus esteja com vocês.”
Amém? (O público responde: Amém!) Amém.
Raquel: Quando Jesus enfrentou a tentação no deserto, havia muito em jogo. Nancy DeMoss Wolgemuth nos apresentou um quadro da batalha do nosso Salvador contra o mal enquanto jejuava por quarenta dias. Essa mensagem faz parte de uma série chamada "Incomparável: A Pessoa de Cristo."
Vimos através desta exposição uma lista prática de como podemos resistir a tentação usando a Palavra de Deus. Aqui na transcrição do áudio, deixamos o link de cada passagem bíblica para que você possa estudar esse tema e ir a fundo com mais tempo. Você pode acessar a transcrição dos podcasts no nosso site, avivanossoscoracoes.com
Será que Jesus é verdadeiramente Deus? Isso faz diferença?
Nancy DeMoss Wolgemuth diz que, se Jesus não fosse plenamente Deus, nossa fé seria em vão. Descubra por que, amanhã no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.
Clique aqui para o original em inglês.