Dia 1: Seca e Afogando
Raquel Anderson: Quando você se sente desesperada ou sobrecarregada, talvez seja exatamente onde Deus quer te encontrar. Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Você só começará a compreender a plenitude do conhecimento de Deus quando estiver atravessando um deserto árido, cercada pelo desespero, sentindo-se como se estivesse afundando. É no auge dessas circunstâncias desesperadoras que você será impelida… No meio da tempestade, navegando em seu barquinho pelo mar revolto, você será conduzida ao único lugar onde reside a verdadeira esperança: em Deus.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora do devocional A sós com Deus, na voz de Renata Santos.
Durante todo o mês de setembro, abordaremos o tema sobre como enfrentar questões difíceis, como depressão, dúvidas e medo. O devocional “A sós com Deus” é um recurso excelente para acompanhar as suas meditações durante este mês e a …
Raquel Anderson: Quando você se sente desesperada ou sobrecarregada, talvez seja exatamente onde Deus quer te encontrar. Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.
Nancy DeMoss Wolgemuth: Você só começará a compreender a plenitude do conhecimento de Deus quando estiver atravessando um deserto árido, cercada pelo desespero, sentindo-se como se estivesse afundando. É no auge dessas circunstâncias desesperadoras que você será impelida… No meio da tempestade, navegando em seu barquinho pelo mar revolto, você será conduzida ao único lugar onde reside a verdadeira esperança: em Deus.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora do devocional A sós com Deus, na voz de Renata Santos.
Durante todo o mês de setembro, abordaremos o tema sobre como enfrentar questões difíceis, como depressão, dúvidas e medo. O devocional “A sós com Deus” é um recurso excelente para acompanhar as suas meditações durante este mês e a ajudará a cultivar um coração tranquilo e a encontrar novas fontes de bênçãos na presença do Senhor. Nossa oração é que o Senhor liberte cada alma que se sente aprisionada pelo medo, pela depressão e por dúvidas. Hoje iniciamos a série “Lidando com Depressão e Dúvidas”.
Nancy: Você já se viu em meio a um mar revolto, lutando para chegar à praia, mas as ondas incessantemente te engolem. Já sentiu como se na sua vida as forças das águas fossem tão intensas que você mal consegue se manter na superfície? Eu, Nancy, moro próximo do Lago Michigan, onde enfrentamos correntes subaquáticas poderosas e alguns dias de tempestade.
Anualmente, há fatalidades no Lago Michigan – pessoas que não conseguem resistir à tempestade, ao clima ou às ondas.
Em certos momentos da vida, é como se esse mar, lago ou oceano estivesse prestes a nos consumir por completo. Sou profundamente grata pelo fato de as Escrituras nos apresentarem histórias de indivíduos que compartilham desse sentimento de que a vida está prestes a nos engolir.
Eu converso com diversas mulheres, leio muitos e-mails, recebo uma grande quantidade de correspondências e mensagens de voz, e escuto histórias enquanto olho nos olhos delas, percebendo o peso que a vida impõe sobre elas. Talvez eu reconheça esse sentimento porque eu mesma estive nesse lugar tantas vezes, me sentindo… sobrecarregada. E não necessariamente são coisas ruins que estão acontecendo. Às vezes, é apenas o acúmulo de tudo que está ocorrendo na vida, e isso se torna simplesmente demais, deixando-me sobrecarregada.
Felizmente, as Escrituras nos oferecem insights sobre como atravessar essas fases da vida, como navegar pela tempestade e emergir do outro lado. Além disso, sou grata porque, ao relatar as histórias dos grandes homens e mulheres de Deus – aqueles que admiramos e respeitamos como heróis da nossa fé cristã – as Escrituras são genuínas conosco. Elas nos mostram que esses heróis da fé enfrentaram momentos de luta real, não os retratando como seres intocáveis, mas como pessoas de carne e osso.
Nos é relatado que Elias, um grande profeta de Deus, era humano como nós. Ele era uma pessoa concreta, de carne e osso. Precisou compreender o significado da oração em diferentes circunstâncias da vida e enfrentar situações em que, olhando ao redor, simplesmente não conseguia entender os planos de Deus. Mesmo assim, ele teve que confiar.
Santos – Isaías e Jeremias – que passaram por tempos de grande escuridão em sua cultura e em seus próprios corações e não conseguiam entender o que Deus estava fazendo. Jó – sofrimento incrível, excruciante.
Porém, no relato honesto dessas histórias, recebemos luz e esperança e compreensão sobre como podemos atravessar esses tempos sombrios e tempestuosos de nossas vidas.
Existe um trecho das Escrituras que tem sido uma fonte constante de encorajamento para mim e para inúmeras pessoas ao longo dos séculos na história da fé. Gostaria de convidá-la a explorá-lo comigo hoje. Está nos Salmos.
Os Salmos 42 e 43 provavelmente constituíam originalmente um único salmo. De fato, muitos dos manuscritos hebraicos mais antigos os tratam como um único salmo. Ao observar esses dois salmos, é evidente que eles se dividem em três estrofes, cada uma acompanhada por um coro ou refrão. O primeiro aparece no versículo 5 do Salmo 42.
Vou começar lendo o refrão. Normalmente, não começamos um salmo ou uma música pelo refrão, mas à medida que nos aprofundamos neste salmo, quero que comecemos lendo o refrão. Versículo 5 do Salmo 42:
“Por que você está assim tão triste [tão abatida], ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus.”
Então você chega ao versículo 11 do capítulo 42 – o último versículo deste capítulo – e vê o refrão repetido.
“Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus.”
Então, o último versículo – versículo 5 do capítulo 43 – repetindo mais uma vez:
“Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus.”
O que acontece nessas estrofes que leva o Salmista a orar esses refrões três vezes com palavras muito semelhantes?
Nos próximos dias, gostaria que nos dedicássemos à análise desses salmos. Primeiramente, examinaremos a situação em que o Salmista se encontrava. Em seguida, vamos explorar as circunstâncias que levaram a essa condição. Por que ele estava nessa situação? O que estava ocorrendo ao seu redor? Por fim, vamos refletir sobre as escolhas que ele fez ao enfrentar essas circunstâncias nessa condição.
Para descobrir a condição em que o Salmista se encontrava, seu estado emocional e mental quando escreveu esses salmos, há duas cenas que emergem neste trecho. Em vez de ler os salmos, quero destacar alguns versículos que nos ajudam a entender o que ele está pensando.
Duas cenas que surgem. A primeira você encontrará nos versículos 1 e 2 do Salmo 42, e a segunda você encontrará no versículo 7. Há duas palavras que eu associaria a essas imagens. A primeira é a palavra “seca”. A segunda é a palavra “afogamento”. Isso é o que o Salmista está sentindo nesse momento de sua vida. Primeiro, que é um tempo de seca. Em seguida, ele muda a cena e diz: “O que eu realmente sinto é que estou me afogando. Estou no Lago Michigan ou nesse mar revolto.”
Vamos olhar primeiro para a imagem da seca nos dois primeiros versículos. Aqui está um homem sedento. Ele está ansiando; ele está desesperado por Deus, e ele sente que está vivendo num deserto, como se não tivesse a plenitude que anseia em seu espírito. Então ele diz nos versículos 1 e 2:
“Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?”
Algumas versões podem traduzir essa última frase como “Quando irei e verei a face de Deus?” Ele está com sede. Ele está ansiando. Ele está desesperado. Ele percebe que a corça não pode viver sem água, e ele diz “nem minha alma pode viver sem Deus”. O que ele realmente anseia é comunhão com Deus.
Uma das maiores descobertas que você fará é que a sede interior que está em todos os nossos corações não é realmente uma sede por pessoas, coisas ou que a vida vá bem.
Pensamos que seria. Em última análise é uma sede por Deus. É um anseio por Deus. E é um anseio que não pode ser satisfeito sem Deus.
Sua sede é por Deus – não por uma experiência religiosa, não por cultos de igreja, não por qualquer coisa que Deus possa fornecer, mas pelo próprio Deus. Ele não quer nada mais, nada menos. O Salmista está dizendo: “Não posso ser satisfeito com mais nada ou menos que Deus.”
A propósito, gostaria de ressaltar que esse tipo de sede é uma evidência de que você é filha de Deus! Ter um coração e uma fome por Deus é uma evidência de verdadeira conversão. Se você não tem nenhum anseio interno em seu espírito por Deus – nunca – é provável que você não tenha experimentado o novo nascimento. Se você não tem fome por Deus, sonde o seu coração e questione-se se realmente é filha de Deus. Entregue o seu coração por completo a Jesus.
O Salmista está dizendo que sem a presença de Deus, nossos corações ficam sedentos. Ficamos secas.
Então, essa é uma imagem que descreve a condição. Estou ansiando. Estou desesperada. Estou sedenta por Deus, e preciso Dele. Não posso continuar sem Ele.
Perceba que há outra imagem encontrada no versículo 7 do capítulo 42. Essa é a imagem do afogamento. Ele está se sentindo sobrecarregado. Ele diz no versículo 7:
“Abismo chama abismo ao rugir das tuas cachoeiras; todas as tuas ondas e vagalhões se abateram sobre mim.”
É como se o salmista estivesse no Lago Michigan ou no mar, e é em um mar tempestuoso, e ele está se sentindo sobrecarregado. Ele está se afogando. Há o ruído das suas cachoeiras, suas ondas e vagalhões que têm passado por cima de mim.
Ao analisar o versículo 7, vemos que as cachoeiras… Ele diz que há o ruído, o alto ruído das tuas cachoeiras. Acho que é uma imagem de – em um sentido literal – uma chuva torrencial vindo do céu. É como se o Salmista se visse nesse barquinho, talvez um pequeno barco a remo, neste mar onde os céus se abriram e há uma chuva intensa caindo. Ele está ficando encharcado, e isso faz com que seu barco balance muito.
Ele relata que não apenas a água está vindo de cima, mas que: “Todas as tuas ondas e marulhos têm passado por cima de mim.” É uma representação do próprio oceano. Está turbulento. Está agitado. A tempestade está violenta. Assim, ele se encontra neste pequeno barco, ou talvez até mesmo sem uma embarcação – simplesmente lá, nadando na água, enquanto a chuva torrencial cai. As ondas se erguem ao seu redor. Ele está imerso em uma tempestade.
Ele usa essa imagem para descrever esta fase de sua vida em que problemas e pressões estão vindo de todas as direções. Ele sente que está se afogando. Mal consegue respirar. Ele está apenas tentando manter a cabeça acima da água.
Você já esteve numa situação dessas? Talvez esteja passando por ela agora, e talvez você esteja pensando: “Não sei se vou conseguir.”
Houve temporadas da minha vida em que tive a sensação de estar nesse barquinho em um mar muito revolto sobrecarregada pela vida. Penso em um momento em que um amigo muito próximo, o fundador do nosso ministério foi morar com o Senhor em seu lar eterno aos quarenta anos, como resultado de um tumor cerebral. Eu havia caminhado com essa família, havia servido no ministério por muitos anos com essa família. Tínhamos passado por meses com doença que acabou tirando sua vida.
Bem cedo na manhã do dia em que finalmente ele faleceu, eu estava com alguns amigos (outros funcionários do nosso ministério). Lembro-me de que, enquanto estávamos voltando do hospital, sentamos no carro (finalmente paramos) e ficamos juntos no carro e apenas… Eu estava experimentando essas ondas de tristeza nos dominando. Ainda me lembro dos soluços. Soluços incontroláveis, aquela sensação de que as ondas da incerteza, que incluíam meses de espera, sem saber ao certo o que estava acontecendo.
Estávamos física e emocionalmente cansados, e eu tinha a sensação de que o mar estava entrando no meu barco e o estava tomando conta.
Hoje quero que olhemos para esses salmos e vejamos como Davi respondeu a esses sentimentos de seca e afogamento. Existem duas respostas naturais que vamos analisar hoje e depois nesta série, veremos as respostas sobrenaturais e as escolhas que Davi fez para responder de uma maneira divina. Mas houve duas respostas naturais que todas temos em temporadas de seca ou afogamento ou quando pensamos que estamos nos afogando. Essas respostas são naturais não apenas para o Salmista, mas para nós.
Primeiro, vemos que respondeu com depressão. Depressão. Sua alma ficou abatida. Vemos isso no versículo 5, no versículo 6, no versículo 11 e também no último versículo do capítulo 43, onde ele diz: “Minha alma está abatida.” Um comentário na minha Bíblia diz, “literalmente curvada”. Vemos um homem que tem o peso do mundo sobre os ombros – ou assim ele pensa.
Mas não são apenas os ombros dele. É uma coisa carregar um fardo pesado nas costas, outra coisa é sentir que sua alma está carregando um fardo que é simplesmente grande demais.
Uma das coisas mais comuns que percebo entre as mulheres hoje é que suas almas estão abatidas. Seu espírito está pesado. Elas estão curvadas. Estão sobrecarregadas.
Aqui está um homem desanimado. Ele está deprimido. E você vê nesses salmos vários sintomas de depressão. Ele está emocionalmente angustiado. Não consegue dormir à noite. Há uma perda de apetite. A nuvem simplesmente não se dissipa.
Algumas de vocês sabem exatamente como é. Você se identifica quando o Salmo diz no versículo 3:
“Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite.”
“Eu simplesmente não consigo parar de chorar. A vida está muito pesada; está me sobrecarregando.”
Ele está lamentando a perda de comunhão e intimidade com Deus. Há muitas coisas acontecendo em sua vida. Amanhã veremos algumas dessas coisas que estavam acontecendo em sua vida, mas, em última instância, o que ele realmente está sentindo falta, no fundo do coração, é de uma conexão com Deus, intimidade, comunhão com Deus. Há uma depressão.
Também há uma luta com as dúvidas. Essa é outra resposta natural para tempos de seca e quando sentimos que estamos nos afogando. E isso é duvidar – duvidar de nós mesmas, duvidar de Deus, duvidar dos outros, duvidar de tudo que, em algum momento, tínhamos tanta certeza.
Posso me lembrar depois de uma temporada de grande perda e tristeza na minha vida, houve um período em que sinceramente duvidei de quase tudo que cria com relação a minha fé desde pequena. De repente, parecia que tudo estava em jogo.
E o Salmista diz a si mesmo no versículo 5: “Por que você está abatida, ó minha alma?” Isso é a depressão. Então ele diz: “Por que você está perturbada dentro de mim?” Ele fala para sua alma, “Por que você está perturbada dentro de mim?” Essa é a dúvida. Essa palavra perturbada… Um comentarista diz que você poderia dizer que essa palavra é “tumultuada”.
Certamente não usaríamos essa palavra todo dia, mas você entende a ideia. “Por que você está tumultuada dentro de mim?” Isso retrata o balanço, a reviravolta desse mar tempestuoso e as ondas agitadas, não apenas fora de sua vida, mas ainda mais intensamente dentro do seu coração.
Você sabe do que estou falando quando falo sobre esse agitar do mar dentro do seu coração? Esse sentimento de estar perturbada? Essa sensação de que a tempestade não está apenas rugindo lá fora, mas está rugindo dentro do seu coração? Você começa a duvidar com essa montanha-russa de emoções em meio ao mar revolto. Seu coração está assolado por questionamentos, por dúvidas.
Entre esses dois salmos – Salmos 42 e 43 – há treze perguntas. Dez delas são a pergunta, “Por quê?” Ele se pergunta; ele pergunta a Deus. Por quê? Há muitas perguntas sem resposta em sua mente – coisas que não fazem sentido. Sabe por quê? Porque ele está nesse pequeno oceano nesse pequeno barco. Ele não consegue ver o quadro geral.
Tudo que ele vê são as ondas e a água entrando em seu barco. Ele não consegue ver o que Deus vê, e é assim que ele vai encorajar e aconselhar seu coração à medida que avançamos neste salmo – saindo de sua própria perspectiva e entrando um pouco na perspectiva de Deus.
Além dessa perspectiva que vem de Deus, ele está experimentando depressão e dúvidas. Claro, humanamente falando, esse homem tem boas razões para estar deprimido e duvidar. Há muitas coisas acontecendo ao seu redor que realmente são tempestuosas e preocupantes. Falando humanamente, algumas de vocês têm muitos motivos, seja agora ou no passado, para se sentir sobrecarregadas, deprimidas, para duvidar.
Vamos falar sobre quais são alguns desses motivos que surgem neste salmo. O primeiro é que ele se viu afastado do lugar de adoração e das pessoas de Deus. Ele está longe de onde estava acostumado a adorar e das pessoas com quem desfrutava comunhão no passado.
O Salmista (provavelmente Davi) está muito distante do lugar onde costumava ir para adorar a Deus: Jerusalém. Agora ele está vivendo, de acordo com o versículo 6, na parte norte da Palestina. Existem algumas referências. Ele diz: “Vou lembrar-me de ti desde a terra do Jordão, das alturas do Hermom, desde o monte Mizar.”
Esses são lugares que estão na parte norte da Palestina. E onde fica Jerusalém? Fica na parte sul da Palestina, certo? Por algum motivo, ele teve que sair e não é capaz de fazer a peregrinação à casa do Senhor. Ele foi obrigado a deixar o lugar onde estava acostumado a se encontrar com Deus, e não consegue estar com outros cristãos que adoram a Deus.
Se o Salmista era Davi, sabemos que isso poderia ter sido em uma temporada de sua vida em que foi expulso de sua casa, seja pelas perseguições do Rei Saul ou pela rebelião de seu filho Absalão, quando teve que deixar o palácio em Jerusalém. Como resultado, ele está separado da adoração. Ele foi banido da casa de Deus. Ele está sentindo falta da Arca da Aliança, do símbolo da presença de Deus.
Ele está lutando para manter um relacionamento íntimo com Deus quando não há meios visíveis de apoio. Como ter uma caminhada próxima com Deus quando ele está separado dos meios visíveis de comunhão e encorajamento que ele recebia espiritualmente ao estar na casa do Senhor no passado?
É como minha amiga missionária dizendo: “Estou aqui neste campo missionário. Sei que estou aqui porque Deus me colocou aqui, mas é solitário.” Essa garota vem de uma igreja evangélica forte onde há muita comunhão e ótimo ensino da Palavra, e agora ela está em um lugar onde tem muito pouco disso.
Estamos habituadas a ter nossa igreja, nossa comunhão, nossos pequenos grupos, e às vezes me questiono se realmente reconhecemos o valor do que possuímos – o privilégio que é para a maioria de nós ter ao nosso lado um suporte para nossa fé. Nos deparamos com momentos em que parte desse suporte não está mais disponível, e é nesses momentos que nossa fé é desafiada.
Talvez você trabalhe em um lugar que seja um ambiente ímpio; e quando está lá, sente-se totalmente separada de todos os meios de graça. Você pensa: Como posso permanecer conectada a Deus neste ambiente onde as pessoas xingam, onde há linguagem suja, onde não há temor do Senhor? É difícil.
Talvez você venha de uma família não cristã, e você vai para reuniões da família e se sente muito isolada. Você diz: “Como passo feriados com essa família que não tem conceito de coisas espirituais e ainda tento manter um relacionamento próximo com o Senhor?”
Talvez você esteja em uma temporada da vida em que está em casa com crianças pequenas e se sente isolada. Há dias em que você pensa: Se ao menos pudesse conversar com um adulto – apenas ter uma conversa significativa. Para você, há uma temporada da vida em que não há muito disso.
Pode ser devido a uma doença física. Talvez você tenha tido uma temporada de hospitalização ou esteja restrita ao lar. Talvez não haja muitos meios de apoio espiritual disponíveis para você naquele momento.
Você pode ser nova nesta área, como eu era não faz muito tempo. Me peguei muitas vezes me sentindo abandonada. Eu sabia que Deus havia me colocado aqui. Deus permitiu que eu rapidamente me conectasse a uma igreja que tem sido uma bênção. Mas houve momentos em que eu simplesmente senti que não conhecia ninguém. Naquela época me senti sozinha. Ainda não havia me conectado e estabelecido relacionamentos.
Você já passou por isso? Quem está lá para apoiar minha fé? Quem está aqui para me encorajar em minha caminhada com o Senhor? Talvez você esteja no mesmo lugar há muito tempo, mas alguns dos amigos que você buscava para encorajamento espiritual mudaram, ou morreram e não há essa comunhão próxima que você tinha antes.
Matthew Henry diz que,
Às vezes, Deus nos ensina eficazmente a conhecer o valor das misericórdias pela falta delas, e ele aguça nosso apetite pelos meios de graça ao nos cortar desses meios. Tendemos a detestar esse maná quando temos muito dele, o que será muito precioso para nós se um dia conhecermos sua escassez.
Sabe de uma coisa? É na verdade uma misericórdia divina – talvez uma misericórdia severa – ele nos permitir entrar em tempos em que somos removidas dos meios visíveis de apoio à nossa fé porque, mais uma vez, esse pode ser o momento e o lugar onde descobrimos a proximidade e a presença e a realidade de nosso Pai celestial de uma maneira que não percebíamos quando tínhamos tantos outros suportes e muletas ao nosso redor.
Então, se você se encontra nesse tipo de situação, sentindo-se sozinha, que não há meios de apoio para sua fé, ou não tanto quanto gostaria, saiba que Deus quer fazer uma obra de graça em seu coração. Novamente, voltamos ao refrão desta passagem.
“Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus.”
Vamos orar. Obrigada, muito obrigada, Pai, por nos amar o suficiente para nos empurrar para fora de nossos ninhos confortáveis; por às vezes nos lançar nesses mares revoltos, e nos colocar em um lugar onde estamos mais conscientes de quão vazias estamos sem Ti e de quão grande é nossa necessidade de Ti.
Senhor, só quero te agradecer por cada fase da minha vida – quando me senti angustiada, deprimida, em dúvida, como se estivesse me afogando… olho para trás aos mais de cinquenta anos caminhando contigo em algumas dessas fases e posso ver que em todas elas o Senhor revelou Seu coração, Seus caminhos e Sua pessoa a mim de uma maneira preciosa, vivificante e transformadora.
Então, por que eu temo? Por que temo estar no mar, me sentindo tão sozinha às vezes? Oh Senhor, a proximidade de Deus é o meu maior bem. Agradecemos porque Tua presença é muito real – mesmo quando todos os outros meios visíveis de apoio são retirados. Tu és Deus. Tu estás perto. Então esperamos em Ti. Pela fé, diremos que Te louvaremos, pois Tu és o nosso Salvador, e o nosso Deus. Oramos em nome de Jesus, amém.
Raquel: Acho que todas passam por momentos assim – quando nos sentimos sozinhas e deprimidas. Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos encorajado usando os Salmos 42 e 43, ajudando-nos a saber como lidar com esses momentos. Esta série é chamada “Lidando com Depressão e Dúvidas”.
Esses Salmos comparam as temporadas difíceis da vida a um mar revolto. Quando me sinto assim, preciso de um lembrete para confiar no Senhor, esperar Nele e ficar em paz. Memorizar e meditar nas Escrituras é uma excelente maneira de deixar a verdade penetrar profundamente em seu coração.
Você já sentiu que Deus estava longe? Nancy ajudará você a entender um pouco do que estava acontecendo durante esses momentos e ajudará você a saber como lidar com eles no futuro.
Aguardamos você amanhã aqui, no Aviva Nossos Corações.