Dia 3: Criando um Espaço Seguro para Seus Vizinhos
Raquel Anderson: Bem vinda ao terceiro episódio da série chamada “O evangelho e as chaves de casa”. Um lar cristão pode ser um hospital para corações partidos. Aqui está Rosaria Butterfield.
Rosaria Butterfield: Quando a família de Deus vive como a família de Deus, isso é um sinal visível para um mundo que observa se um lar cristão é o lugar mais seguro do mundo para trazer sua angústia, suas dores e suas crises.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de O céu reina, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth esteve conversando com a autora Rosaria Butterfield sobre como sua casa pode apontar para o evangelho. Elas gravaram esta entrevista na Conferência Nacional do Ministério Ligonier. Se você perdeu alguma das conversas de Nancy com Rosaria, pode acessar os episódios anteriores no nosso site ww.avivanossoscoracoes.com. Hoje, elas estão …
Raquel Anderson: Bem vinda ao terceiro episódio da série chamada “O evangelho e as chaves de casa”. Um lar cristão pode ser um hospital para corações partidos. Aqui está Rosaria Butterfield.
Rosaria Butterfield: Quando a família de Deus vive como a família de Deus, isso é um sinal visível para um mundo que observa se um lar cristão é o lugar mais seguro do mundo para trazer sua angústia, suas dores e suas crises.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de O céu reina, na voz de Renata Santos.
Nancy DeMoss Wolgemuth esteve conversando com a autora Rosaria Butterfield sobre como sua casa pode apontar para o evangelho. Elas gravaram esta entrevista na Conferência Nacional do Ministério Ligonier. Se você perdeu alguma das conversas de Nancy com Rosaria, pode acessar os episódios anteriores no nosso site ww.avivanossoscoracoes.com. Hoje, elas estão continuando sua conversa. Aqui está Nancy.
Nancy: Conforme conversamos sobre hospitalidade, abrir sua casa, lembro que tive a alegria de crescer em um lar onde a hospitalidade era um modo de vida – não exatamente como a sua. Confesso que não tínhamos uma mesa de piquenique em frente à nossa casa. Mas em nossa área afluente, uma rota principal, nos subúrbios de Filadélfia, nossa casa estava sempre aberta, e às vezes de maneira mais programada, mais formal.
Na verdade, há um homem que agora mora na casa onde moramos por anos – minha família se mudou daquela área e ele a comprou. Eu queria mostrar aquela casa ao Robert quando estávamos namorando, então encontramos o novo dono ligamos para ele e dissemos: “Podemos fazer uma visita?”
Ele tinha morado em outra casa em uma colina do outro lado da rua por anos e via pessoas sempre indo e vindo da nossa casa. Ele ouviu falar da lendária hospitalidade de meus pais e se perguntou por que nunca foi convidado. Eu não sei por que ele nunca foi convidado. Não foi intencional. Mas ele acabou comprando a casa.
Ele falou como que por anos pessoas tocavam a campainha ao longo dos anos e diziam: “Conhecemos a Deus nesta casa e queremos saber se podemos voltar e visitar.”
Rosaria: Oh, louvado seja Deus!
Nancy: Este homem não é um cristão.
Rosaria: Ótimo, ainda não!
Nancy: Ainda não. Mas então, não faz muito tempo, ele me mandou uma mensagem durante um evento importante que havia acontecido no meio cristão, e ele me mandou uma mensagem. Não o via há quatro anos. Ele disse: “Só quero que você saiba que estamos pensando em você nesta casa. Nos importamos com o que está acontecendo em seu mundo.”
Rosaria: Uau!
Nancy: Ele entrou em contato.
Rosaria: Isso é incrível.
Nancy: Mas isso aconteceu porque as pessoas haviam se aproximado dele em uma casa aberta ao evangelho. Então, isso faz parte do meu DNA. Robert diz que uma das primeiras coisas que notou quando entrou em minha casa, agora nossa casa, foi que havia um cadeirão para bebês na cozinha dessa mulher solteira de cinquenta e sete anos. Era porque sempre havia famílias morando lá, passando por lá.
Rosaria: Certo.
Nancy: Quando falamos sobre o tema hospitalidade, sabemos que a cultura brasileira é uma cultura hospitaleira, que gosta de se reunir, mas quando falamos sobre abrir a sua casa para estranhos, pode ser algo assustador para algumas pessoas. Na verdade, algumas pessoas devem estar pensando…
Rosaria: Isso é loucura!
Nancy: Isso é loucura. Jamais faria isso, ou é muito perigoso.
Rosaria: Certo. É perigoso. Eu diria que quando falo sobre praticar uma hospitalidade radicalmente simples, há muitas maneiras de fazer isso. Não existe apenas uma maneira. Se sua casa ou sua situação de vida simplesmente não são propícias a isso, talvez seja uma razão, ou, talvez o marido e a mulher não estão no mesmo pensamento.
Bem, a hospitalidade nunca deve dividir você. Esposas precisam seguir seus maridos. Ore para que ele seja inspirado. Mas, enquanto isso, aposto que há alguma outra casa fazendo isso onde sua presença é necessária. Veja, uma casa de hospitalidade precisa de pessoas que têm recursos e disponibilidades.
Não é preciso ser um certo tipo de pessoa. Então, se sua casa não é o lar ideal, olhe ao seu redor. Há uma casa na sua igreja que é? Se envolva lá. Posso te garantir que eles precisam de ajuda.
Nancy: Eu fui beneficiada por pessoas que me ajudaram assim tantas vezes. Minha casa é propícia para receber muitas pessoas, mas nossas vidas e horários são tais que é um desafio constante. Há pessoas… Eu tenho provavelmente uma dúzia de amigas que conhecem minha cozinha tão bem ou melhor do que eu.
Rosaria: Certo. Perfeito.
Nancy: Elas aparecem. Elas ajudam. Nós temos muitas mãos para tornar esse trabalho mais fácil. Nós fazemos isso como família de Deus, como comunidade.
Rosaria: Sim. Absolutamente. Eu faço a educação domiciliar com meus filhos, e faço isso por uma série de razões. Mas uma delas é que aprecio a oportunidade de ensinar através de uma cosmovisão cristã em todas as disciplinas que estudamos. Há muitos desafios nesse processo. Seria enganoso dizer o contrário.
Mas quando você tem um lar hospitaleiro, muitas coisas estão acontecendo. Uma delas é que você tem muitos cristãos adultos que podem contribuir na vida de seus filhos, e isso é muito importante.
Nancy: Sim.
Rosaria: E você também tem incrédulos que seus filhos veem se convertendo. O evangelho se torna parte da vida, não é algo paralelo ou insignificante, mas vital e vibrante.
Nancy: E abrangente.
Rosaria: E abrangente. Às vezes, desconhecidos são perigosos, mas às vezes a família também é. Veja, o que é perigoso é o pecado. O pecado é perigoso. É realmente perigoso.
Nancy: E o pecado pode estar tão presente naquele lar muito conservador onde todas as regras estão estabelecidas e as crianças foram doutrinadas na fé.
Rosaria: Pode.
Nancy: Mas o pecado cresce no coração. Certo?
Rosaria: Ele cresce no coração.
Tivemos uma situação em nosso bairro. Tínhamos feito amizade com o homem do outro lado da rua. E tenho que confessar, ele não era o vizinho ideal, daqueles que pedimos em oração, mas era o vizinho que havíamos recebido. Os outros vizinhos falavam mal dele, ele não se encaixava no bairro. Não cuidava bem do exterior de sua propriedade e era muito difícil de conversar com ele. Falo sobre isso um pouco no livro. O nome dele é Hank, e ele se tornou um querido amigo e vizinho, embora lutasse com muitas coisas, incluindo transtorno de estresse pós-traumático e depressão.
E um dia acordamos com aquela fita de cena de crime cobrindo nosso bairro, e descobrimos que ele tinha um laboratório de metanfetamina no porão.
Nancy: A casa do outro lado da rua.
Rosaria: A casa do outro lado da rua. Éramos os únicos vizinhos mais próximos a ele. E esta é uma faca de dois gumes. Parece tão maravilhoso, é um clichê – “Oh, você come com pecadores, assim como Jesus.” Bem, deixe-me te dizer o que acontece quando você come com pecadores como Jesus: Seus vizinhos não ficam muito felizes com você, simplesmente não ficam. Foi um desastre.
A esta altura, quando isso foi descoberto, este homem tinha se tornado nosso amigo. Passeávamos com nossos cachorros juntos. Tínhamos algumas refeições juntos. Ele vinha para nossa casa nas festas. Ele morava sozinho. Era solitário. Éramos seus únicos amigos conhecidos. E foi extremamente difícil para nossos filhos.
Nancy: De que forma?
Rosaria: Bem, o Sr. Hank era nosso amigo, e ele era excêntrico.
Nancy: Ah, foi difícil quando o laboratório de metanfetamina veio à tona pela primeira vez.
Rosaria: Sim. E literalmente… Ver alguém totalmente drogado, sendo preso como se não fosse humano bem em frente à sua casa… Os vizinhos falavam dele como se ele não fosse uma pessoa. E meu filho, um menino de coração terno, disse: “Mamãe, é como se falassem do Sr. Hank como se ele não fosse humano.”
E foi nesse momento que percebi que não podia ajudar meu filho tanto quanto Christopher Yuan poderia. Meu filho o chama de tio Christopher.
Nancy: Ele é outro autor e amigo de sua família.
Rosaria: Oh, querido amigo da família e autor, mas ele entendia o lado do Hank, o que estava acontecendo. Ele foi capaz de encorajar meu filho de que Deus está em toda parte, e que a obra de Deus na vida do Hank não havia terminado, e ele falou sobre a importância de orar por ele e ficar firme. De uma maneira muito apropriada para a idade, Christopher Yuan compartilhou seu testemunho com meu filho – embora meu filho já conhecesse seu testemunho, nunca havia realmente compreendido.
Nancy: Certo.
Rosaria: Sabe, essas crianças criadas em lares cristãos, elas ouvem todas essas histórias, mas não têm pé nem cabeça até você literalmente ver seu vizinho drogado na sua frente e arrastado como um saco de farinha ou algo assim.
Então, mais uma vez, onde estaríamos sem um lar com a presença de muitas pessoas para investir na vida dos nossos filhos? O comentário famoso do meu filho ontem à noite foi: “Mãe, estou pensando em algo. Por que todas as pessoas legais e bacanas da nossa igreja são solteiras?” (risos) E eu te digo por quê. É porque eles têm mais dinheiro que eu e tempo para passar com vocês.
Mas fazemos tudo juntos. Então não é como se meus filhos vissem nossos amigos solteiros na igreja só no domingo, das 10 às 12. Nós viajamos juntos nas férias. Fazemos refeições juntos. Somos uma família.
Nancy: E os solteiros precisam disso, seus filhos precisam disso, e você precisa.
Rosaria: Eu preciso. Sim. Quando a família de Deus vive como a família de Deus, isso é um sinal visível para um mundo que observa se um lar cristão é o lugar mais seguro do mundo para trazer sua angústia, suas dores e suas crises. É isso que queremos para os nossos vizinhos.
Tivemos uma vizinha que esteve em um relacionamento lésbico por três décadas e esse relacionamento terminou, deixando um grande vazio e tristeza. Essa vizinha veio até nós. Kent ajudou essa vizinha a encontrar um novo lugar para morar. Por quê?
Não estamos na mesma página, mas somos vizinhos.
Queremos que as pessoas digam: “Essa é a casa para onde você pode ir aconteça o que acontecer. Os cristãos se importam com você. Os cristãos querem te fazer o bem tanto material quanto espiritualmente.”
Nancy: Sim.
Rosaria: E quando você faz isso, você tem licença para ministrar na vida de alguém. Veja, você não pode colocar a mão do sofredor na mão do Salvador sem se aproximar o suficiente para se machucar. E isso é verdade, é uma grande verdade.
Nancy: E ainda assim tendemos a pensar, eu acho, mais do que qualquer cultura ou grupo na história do mundo já conseguiu, que nossos lares são nossos castelos. Fechamos a porta da garagem e trancamos as portas, e não há tanto esse senso de coração aberto, lar aberto, lar acolhedor que era mais característico das gerações anteriores.
Vivemos vidas isoladas. E estou pensando, quantas de nós têm 365 noites por ano, quartos extras, banheiros extras, espaço extra, espaço extra na mesa? Não temos inclinação alguma para dizer: “Venha. Você é bem-vindo(a). Venha se juntar a nós, e vamos viver a vida juntos.”
Rosaria: É verdade. E acho que parte disso é a estranheza de não saber por onde começar, e talvez até o medo de que estejamos nos impondo aos nossos vizinhos, o medo de estarmos dizendo: “Ei, somos cristãos. Somos melhores que vocês. Deixem-nos ajudar vocês.”
Portanto, se isso faz parte do problema, uma coisa que podemos fazer é ser criativa. Estou realmente empolgada com esse programa chamado “Família Segura”.
Nancy: Sim. Tenho amigos que estão envolvidos nisso.
Rosaria: É fenomenal. É um pouco como uma resposta cristã ao cuidado em lares temporários. Kent e eu somos pais adotivos licenciados há dez anos. Adotamos quatro crianças nesse período, incluindo duas que vieram para nós aos dezessete anos. Digo para as pessoas que adotei pessoas que são trinta centímetros mais altas do que eu. É verdade. Tudo bem que eu tenho só 1,58m, mas mesmo assim… (risos)
Então eu tenho uma alegria muito grande em entrar na vida de órfãos. Nós fomos adotados. Sabemos o que significa adoção. Não devemos ter medo. Mas o “Família Segura” organiza famílias que precisam de ajuda, e não há nada nelas que deva ser assustador. Veja, a pobreza não deveria ser assustadora.
Não estamos falando de famílias com dependência química. Isso pode ser assustador, e com razão.
Não são famílias onde houve um caso conhecido de abuso infantil. São famílias que vivem de salário em salário e cujo apartamento agora está inundado e elas estão desabrigadas, por exemplo.
Então o que você pode fazer é, se um grupo de pessoas na sua igreja — nem precisa ser um grupo inteiro —, digamos, duas famílias na sua igreja se associam ao “Família Segura”, você pode ajudar uma outra família a se manter unida durante uma crise. A expectativa é que você forneça um apoio cristão, que ajude financeiramente, que ajude os pais a se vestirem para uma entrevista de emprego. Ao mesmo tempo se dispor a cuidar de uma criança de três anos e tentar manter a família unida.
A ideia é que você esteja ministrando para a família inteira. A razão pela qual isso é tão importante é que, com muita frequência… Vamos dizer que você tem uma família deslocada por uma inundação. Você rapidamente pode ver aquilo como uma situação de cuidado em um lar temporário porque há uma criança de três anos que precisa de um lar. Mas tirar essa criança de um lugar seguro… Não há pecado na pobreza.
Então, remover essa criança das pessoas que a fazem se sentir segura, não é exatamente uma situação vantajosa para todos. Manter uma família unida, permitindo que você tenha impacto, ajude e compartilhe seus recursos. Conheço pessoas que fizeram amizades para a vida toda por meio do “Família Segura”.
E isso corta aquela grande barreira entre as classes sociais. É uma barreira. Você tende a viver em um bairro com pessoas que podem pagar o mesmo tipo de casa que você pode. Isso é normal. É difícil quebrar uma barreira de classe. O “Família Segura” permite que você faça isso.
Então pense de forma criativa sobre o seu lar, ou se envolva na casa de alguém que já está fazendo isso.
Nem sempre pudemos abrir o nosso lar. Que foi o que aconteceu quando tínhamos acabado de adotar um adolescente de um lar temporário. Não estávamos abrindo a porta aos vizinhos porque havia alguns problemas reais com os quais tínhamos que lidar.
Nancy: Sim.
Rosaria: Quando minha mãe, que era descrente quase a vida toda, até dois dias antes de falecer, graças ao Senhor. Mas quando minha mãe vivia conosco, especialmente quando estava morrendo, não estávamos convidando vinte pessoas para o jantar. Isso seria insensível, ridículo.
Seu lar tem o mesmo fluxo que o seu coração.
Nancy: São fases da vida.
Rosaria: É uma fase da vida. Acho que o ponto não é que cada lar esteja fazendo isso. O ponto é: se nenhum lar está fazendo isso na sua igreja, o que isso significa?
Nancy: Bem, e também, em uma fase diferente, você estava demonstrando hospitalidade de formas diferentes.
Rosaria: Sim, exatamente.
Nancy: Por um período de tempo, você estava com sua mãe, que precisava de cuidados, morando com vocês.
Rosaria: Sim.
Nancy: Você tinha essas crianças adotivas, esses adolescentes recém-adotados, que também precisavam de cuidados.
Rosaria: Certo.
Nancy: Isso é hospitalidade. Era exercida de uma forma diferente naquela época.
Rosaria: Sim, é diferente. Exatamente. Mas quando as pessoas têm medo… Acho que às vezes fazemos isso: “Adoraríamos convidar nossos vizinhos, mas não sabemos o que vai sair da boca deles.” E é verdade. Você não sabe.
Nancy: Ou, “Como vamos ter uma conversa se as vidas e os mundos deles são tão diferentes?”
Rosaria: Certo.
Nancy: Você falou em um programa anterior nesta semana sobre as perguntas filosóficas e teológicas que surgem. Você era professora universitária, seu marido é pastor, mas consigo imaginar algumas pessoas pensando ou dizendo: “Eu não saberia o que fazer se surgissem essas questões sobre sofrimento e dificuldade, e por que coisas difíceis acontecem com as pessoas.”
Rosaria: Certo. Bem, o que eu diria sobre isso é: se você simplesmente compartilhar o que aprendeu em sua devoção matinal, você abençoaria este mundo mais do que qualquer conversa filosófica que eu pudesse ter com alguém sobre qualquer coisa.
Se alguém disser: “Não sei por que o mal existe no mundo.” Você pode dizer, “Os mistérios de Deus são algumas das coisas mais difíceis para mim também, mas em minha devoção matinal hoje, eu estava aprendendo como Deus responde com abundância, e porque sirvo a um Deus que é real e está aqui e ressuscitou, vou orar por você.”
Você não pode viver a caminhada cristã por outra pessoa. Você não deveria. Você também não deve roubar a glória de Deus proclamando que tem todas as respostas. Mas se simplesmente os direcionar para o que aprendeu naquela semana no sermão, o que Deus ensinou a você em Sua Palavra, o que ouviu em um programa de rádio cristão que realmente mudou sua forma de pensar sobre algo — isso vai ser impactante.
E sabe por que seu vizinho está indo até você? Seu vizinho não está indo até você porque quer uma aula de filosofia. Seu vizinho vai até você porque você é uma pessoa segura. Você se tornou segura. E provavelmente mostrou que é um ser humano também, com problemas, perguntas e sonhos não realizados.
Nancy: E acredito que o mais difícil para as pessoas, por mais endurecidas que pareçam, é reagir negativamente à preocupação e ao interesse genuíno.
Rosaria: Sim, exatamente.
Nancy: Robert e eu percebemos diversas vezes, com pessoas de todos os tipos de origens e que nem estão próximas de encontrar fé, que quando dizemos apenas, “Podemos orar por você sobre isso?” Nunca alguém recusou.
Rosaria: Certo. Acho que eles veem isso como interesse genuíno.
Nancy: Já vimos pessoas chorarem, como uma garçonete em um restaurante, porque o mundo dela estava desmoronando, e alguém apenas se importou o suficiente para perceber isso.
Rosaria: Certo — alguém parou para olhá-la nos olhos.
Nancy: Ela deixou de ser invisível. Ela é uma pessoa real com necessidades reais. Simplesmente diga, “Como podemos orar por você?”
Rosaria: Certo. Isso desarma a pessoa.
Nancy: E abre portas incríveis para a amizade e depois para o evangelho.
Rosaria: Isso mesmo. Eu acho que, quando vivemos como membros do pacto de uma igreja que crê na Bíblia… Isso é importante porque o individualismo é o cerne do ateísmo. Você sabia disso, não é? O individualismo — o “eu encontro significado em mim mesmo. Eu encontro propósito na minha autonomia” — esse é o cerne do ateísmo.
Se as pessoas veem a família de Deus vivendo como a família de Deus, isso diz algo. E o que diz é: “Se eu estiver em apuros, poderia pedir ajuda a eles porque eles não seriam condescendentes sobre isso, porque olhe para eles, olhe para esses cristãos — todos eles precisam uns dos outros. Eles são o grupo de pessoas mais necessitado que já vi na vida. Eles realmente precisam uns dos outros.”
Mas acho que é aí que é crucial. Não sei se já falamos sobre isso, Nancy, mas é o versículo que está no meu coração e esteve no meu coração por anos. É Marcos capítulo 10, versículos 28 a 30. Quando Pedro de repente percebe que perdeu tudo por causa de Jesus e Pedro começou a dizer a Jesus: “Veja? Nós deixamos tudo e te seguimos.” E Jesus disse:
“Digo-lhes a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, ou campos, por causa de mim e do evangelho, deixará de receber cem vezes mais já no tempo presente casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, e com eles perseguição; e, na era futura, a vida eterna.”
Esse cem vezes mais significa que Jesus ressuscitou. Jesus é real. Eu entrego minha vida a Ele. Perco tudo, mas tenho uma família de Deus. Eu sei onde vou morar. Eu sei onde vou jantar. Eu sei que está tudo bem dizer que não consigo passar pelo período natalino sem morar aqui. Eu sei que não temos espaço. Eu sei que vamos fazer espaço. Eu sei que será bem aconchegante.
E sei que vou superar isso porque esse cem vezes mais é uma promessa. É uma promessa bem aqui no evangelho de Marcos. Não vai cair do céu. Isso não é uma promessa espiritual. Isso não é Efésios — estou dando a você todos os dons espirituais. É…
Nancy: … carne e sangue.
Rosaria: É carne e sangue. Aqui está um sanduíche. Aqui está um cachorro para passear. Aqui está uma conexão significativa. Aqui está a promessa de que você é um irmão no Senhor, o que significa que, enquanto pode lutar e combater contra todo tipo de pecado neste mundo, você não precisa fazer isso sozinho.
Nancy: Sim.
Rosaria: A Bíblia registra apenas dois exemplos de isolamento que consigo ver. Um é o mártir e o outro é o prisioneiro político. Bem, a menos que seja chamado para um ou ambos, não há razão para viver de forma isolada.
Nancy: E, ao contrário, o Salmo 68:6 diz que Deus coloca os solitários em famílias.
Rosaria: Oh, quanto precisei disso!
Nancy: Isso é realmente uma forma radical de pensar e viver — abrir nossos corações, abrir nossos lares, tornar-nos parte de uma comunidade de fé que está fazendo isso tanto para os cristãos quanto para os não cristãos. É radical, mas também deve ser ordinário, um modo de vida para nós. E vamos continuar essa conversa amanhã com Rosaria Butterfield.
Raquel: Essa é a Nancy DeMoss Wolgemuth. Se você apreciou esta conversa com Rosaria Butterfield hoje, achamos que você irá gostar do livro de Rosaria. Chama-se “O evangelho e as chaves de casa“. Clique no link aqui na transcrição ou acesse o nosso site para encomendar a sua cópia ainda hoje.
Rosaria: Este é o mundo que a Bíblia imagina para nós. É o mundo pelo qual Jesus ora para que criemos em Seu nome.
Raquel: Ouviremos a parte final da conversa de Rosaria com Nancy no programa de amanhã. Aguardamos você aqui no Aviva Nossos Corações.
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.