Papéis bíblicos na igreja

Raquel Anderson: Esta é Nancy DeMoss Wolgemuth.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Deus dá aos homens e creio que a Bíblia confirma isso, a responsabilidade primária no lar e na igreja de liderar e nutrir a família de Deus. Isso está relacionado com governança e ensino.

Essas são as duas responsabilidades principais dos pastores e anciãos do Novo Testamento, que vemos ao estudar a Bíblia. Portanto, conforme eu compreendo a Bíblia, eu creio que a posição de pastor ou de ancião dentro da igreja estão reservadas aos homens.

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth.

Estamos desenvolvendo uma série chamada Uma visão para a feminilidade bíblica, analisando como a feminilidade afeta um lar. Hoje nós iremos…

Nancy: nos aventurar em terreno perigoso.

Raquel: Aqui está Nancy na voz da Renata Santos.

Nancy: Vou ser bastante contracultural aqui no Aviva Nossos Corações. Algumas vezes eu digo às pessoas que não tenho medo de falar coisas que sei que vão contra a cultura, desde que tenha certeza de que isso é o que a Bíblia ensina e eu confie que isso é o que o Senhor quer que eu diga naquele momento.

Então, tenho pensado muito e buscado muito o Senhor nesta série. Acho que esse é um assunto que precisamos abordar e vou tentar abordá-lo nos próximos 20 minutos.

Deixe-me ler para vocês vários e-mails que recebi de ouvintes. Todos eles abordam a questão do papel das mulheres na igreja. Estamos falando de masculinidade e feminilidade bíblicas e dissemos que biblicamente existem distinções, embora homens e mulheres sejam iguais: igualmente criados à imagem de Deus, de igual valor e tenham igual mérito.

E, no entanto, existem diferenças entre homens e mulheres. Deus deu diferentes papéis e funções aos homens e às mulheres no lar e na igreja. Já abordamos a questão do lar e hoje queremos falar sobre a igreja.

Quero explicar o conceito lendo para vocês algumas coisas que os ouvintes escreveram para mim e também mostrando que essa é uma área em que há muita confusão e mal-entendido. Uma mulher me escreveu recentemente e disse: “Você acredita que a Bíblia permite que as mulheres deem uma aula juntamente com um homem na Escola Dominical? Estamos enfrentando esse problema em nossa igreja e estamos buscando conselhos bíblicos”.

Aqui está outro de uma mãe que me disse que seu filho de 15 anos frequenta uma escola cristã e, recentemente, surgiu uma pergunta em sua aula de estudo bíblico. A questão é: uma mulher deve ser pastora em uma igreja?

Ela disse em seu e-mail:

“Meu filho ficou surpreso e desanimado por ter sido o único entre 14 alunos que acredita que uma mulher pode ensinar, liderar e servir em várias áreas dentro de uma igreja, mas não deve ser a pastora de uma igreja. Ele pesquisou na Bíblia para embasar suas posições. (Que coisa bacana de se ouvir sobre um garoto de 15 anos pesquisar na Bíblia para descobrir o que é verdade, não é mesmo?)

Independentemente das referências que ele usou (referências das escrituras em sua sala de aula), o argumento que as pessoas usaram nessa discussão sempre terminava com “Por que não?”. Ele sabe que existem pastoras em algumas igrejas, mas ele acredita que isso não está de acordo com a Bíblia.”

Aqui está outro que chegou recentemente:

“Nossa igreja foi muito influenciada pelo ensino de um casal bem conhecido do ministério, que ensina que as mulheres devem servir de acordo com seus dons e, portanto, devem poder pregar. Nem nosso pastor principal, nosso pastor sênior,  nem sua esposa têm problemas com as mulheres que pregam, mesmo aos domingos.

Eu respeito o casal que os tem influenciado. Eles têm o coração voltado para compartilhar o evangelho em todo o mundo e são preletores muito eficazes. A esposa é considerada em nossa área como um modelo no ministério. Bem, nosso pastor e sua esposa querem convidar essa mulher para vir falar em nossa igreja. Qual deve ser o pensamento correto, em amor, sobre isso?”

Eu amei a forma com que ela formulou essa pergunta. Ela quer pensar corretamente – o que em sua mente é o pensando bíblico – e como ela deve fazer isso com amor?

Mais um. Nos últimos anos, conversamos todo mês de outubro sobre o mês de apreciação do pastor. A última vez que falamos sobre isso, uma ouvinte escreveu e disse:

“Eu ouvi hoje a programação do Mês de Apreciação do Pastor e ouvi muito sobre como os pastores e suas esposas devem ser apreciados.

Lembre-se de que existem muitas mulheres de clérigos conservadoras e comprometidas aqui nas trincheiras servindo as igrejas. Na verdade, eu sou uma delas. Eu sou pastora sênior de uma grande igreja em crescimento. Deus me chamou para o ministério pastoral, e Deus está abençoando meu ministério aqui. Eu, como meus colegas do sexo masculino, trabalho seis a sete dias por semana pastoreando um rebanho.

Seria bom, independentemente de sua teologia pessoal em relação à ordenação de mulheres, reconhecer aquelas entre nós que estão servindo ao nosso Senhor no ministério pastoral. E talvez os maridos das pastoras devam ser reconhecidos e apreciados também.”

Então, vemos pessoas com diferentes pontos de vista, fazendo perguntas diferentes relacionadas a toda essa questão do papel das mulheres na igreja. Agora, eu sei que este é um assunto estilo “batata quente”. Eu não sou ingênua com relação a isso. Eu sei que há muita discordância sobre essa questão hoje no mundo evangélico.

Algumas de vocês podem vir de tradições, em sua denominação ou no histórico da igreja, nas quais existe a prática de ter-se anciãs ou pastoras. Você pode não concordar com o que vou dizer e a posição que vou compartilhar, mas tenho que ser fiel ao que acredito que a Bíblia ensina. E eu só quero fazer um pedido a você: Vá você mesma à Palavra. Pesquise. Estude sobre isso. Eu não sou deus. Eu não sou inspirada. Eu sou apenas responsável por ensinar meu entendimento da Palavra de Deus.

Eu só peço que você considere em espírito de oração o que a bíblia tem a dizer sobre esse assunto. Agora, onde está a posição complementar que estamos falando nesta semana… E não se preocupe se você não conseguir soletrar ou não souber como pronunciar; isso não é importante. Eu quero que você entenda o conceito.

A posição sobre a qual estamos falando, que é a que eu acredito que a Bíblia ensina, é que Deus ordenou distinções nos papéis ou funções de homens e mulheres. Não igualdade, não superdotação, mas papéis ou distinções no lar e na igreja.

Acredito que Deus dá aos homens – e penso que a Bíblia confirma isso – a responsabilidade primária no lar e na igreja, de liderar e nutrir a família de Deus. Isso tem a ver com governança e ensino.

Essas são as duas responsabilidades principais dos pastores e anciãos no Novo Testamento, que vejo ao estudar a Bíblia. Eles têm outras responsabilidades, mas suas duas principais responsabilidades são governança e ensino. Portanto, do que eu compreendo da Bíblia, creio que a posição de pastor ou ancião dentro da igreja são reservadas aos homens.

Então, deixe-me fornecer um pequeno pano de fundo, porque eu acho que isso faz sentido biblicamente.

Primeiro de tudo, você não pode escapar do fato de que há um padrão consistente de liderança masculina em toda a Bíblia entre o povo de Deus, do Gênesis ao Apocalipse. Na comunidade da fé, repetidas vezes, vemos que a norma, o padrão consistente, é que Deus estabelece e designa homens para liderar o rebanho.

Veja, existem algumas mulheres líderes na Bíblia e não vamos nos aprofundar em nenhum desses pontos. Eu quero focar em uma visão mais ampla. Existem algumas mulheres que são líderes, mas elas tendem a ser raras exceções. E você não encontrará nenhuma dessas líderes, tanto quanto eu sei, que ministraram o tipo de ensino que se espera que pastores e anciãos ministrem na igreja de Deus.

Então, essas mulheres que você pode escolher como exemplos isolados não são um padrão para a liderança da igreja no Novo Testamento. No Antigo Testamento, temos o sacerdócio e vemos que todos aqueles que foram designados para sacerdotes eram homens. No Novo Testamento, Jesus nomeou doze apóstolos. Eles eram todos homens.

Esse é o padrão de liderança masculina que você vê no Antigo e no Novo Testamento. E, na maioria das vezes, o padrão ao longo da história da igreja é que o ofício de pastor ou ancião é reservado aos homens.

Se você for para 1 Timóteo 3 ou Tito 1, encontrará nas duas passagens uma lista de qualificações para um ancião, um bispo ou um presbítero, dependendo da tradução que estiver usando. Uma das qualificações é que esse candidato deve ser marido de uma só esposa. É muito difícil que uma mulher tenha essa qualificação.

A Bíblia diz nessa lista que esse ancião ou bispo deve administrar bem a sua própria casa. Portanto, assume-se que os anciãos sejam homens. Eles têm a responsabilidade de liderar seus lares, serem maridos de uma só esposa.

Veremos um texto mais explícito relacionado diretamente à liderança dos homens na igreja – e eu quase hesito em trazê-lo à tona, porque não vamos ter tempo para fazer uma exegese dele ou entrar em grandes detalhes. Porém, eu só quero que você o leve ao pé da letra e, pelo menos, deixe que ele estimule seu pensamento se você vier de um cenário que vê isso de maneira diferente.

Este texto é encontrado em 1 Timóteo 2. O contexto está falando sobre diretrizes para a igreja reunida. Estamos falando da igreja local aqui. E nesse contexto, deixe-me ir direto ao cerne do assunto. Em 1 Timóteo 2:12, Paulo diz, “Não permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem. Esteja, porém, em silêncio”.

Em outra sessão, entraremos em maiores detalhes sobre o que “silêncio” significa aqui. Isso não significa que a mulher nunca deva falar, ok? Mas eu quero que você tenha uma visão geral aqui.

No versículo seguinte, ele nos fala de pelo menos uma razão para isso. Ele diz que essa maneira de pensar, essa abordagem, está fundamentada na forma com que Deus criou e projetou as coisas, voltando à criação: “Porque primeiro foi formado Adão, e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas sim a mulher que, tendo sido enganada, tornou-se transgressora” (versículos 13-14).

Veja, existem livros inteiros escritos apenas a respeito desses dois versículos – muitas páginas, muita tinta foi gasta falando sobre esses dois versículos. Eu não vou fazer isso aqui. Eu só quero que você veja o que Paulo diz sobre esse assunto de mulheres ensinando ou exercendo autoridade. Ele diz que elas não devem fazer isso na igreja local para ter autoridade sobre um homem.

Não há dúvida de que, quando você vê o restante da Bíblia, homens e mulheres receberam dons espirituais. Tanto homens quanto mulheres devem usar esses dons para ministrar, para servir no contexto de uma igreja local.

Esta passagem não está dizendo que as mulheres não podem servir na igreja local. Não é isso. Esta passagem não está dizendo que as mulheres não podem usar os dons que Deus deu a elas na igreja local. Os dons das mulheres são necessários. Eles devem ser totalmente utilizados e honrados nos ministérios da igreja.

Eu acho que uma das coisas que tem sido um erro por parte daqueles que assumem a posição complementar, em alguns casos, é que eles limitaram as mulheres a servir em ministérios nos quais a Bíblia não as limita. Creio que isso não se sustenta. Precisamos nos ater à Bíblia e colocar as restrições onde Deus o faz, mas não colocar restrições onde Ele não colocou ou onde não está claro.

Portanto, os dons das mulheres são necessários; eles devem ser utilizados e honrados. Porém, alguns papéis no governo e no ensino na igreja estão limitados aos homens. Agora, eu sei que há pessoas nesta sala e muitas ouvindo esse programa que realmente lutam para aceitar isso. Elas pensam: “De qual planeta você é?”

Quero dizer honestamente que esse é um ensinamento bíblico que às vezes tem sido difícil para mim. Eu sou uma mulher solteira. Eu estou no ministério e amo ensinar a Palavra de Deus. Eu tenho dons de liderança. E houve momentos em que minhas emoções se eriçaram contra o que minha teologia me disse ser verdade, com base na Palavra de Deus.

Portanto, para mim não é algo que tenha sempre sido fácil de aceitar. O que eu tenho que fazer é obedecer. Preciso me curvar à autoridade das Escrituras e dizer: “Senhor, se houver alguma área em que Tu não queiras que eu Te sirva ou que use meus dons, Tu és Deus e eu não sou”. No fim das contas, para mim, tudo se resume a uma questão de rendição ao senhorio de Cristo e à autoridade das Escrituras.

Alguns poderiam dizer: “Ao assumir essa posição, você está abafando as mulheres. Você está negando a elas o direito de usar seus dons dados por Deus”. A propósito, se você nunca pensou sobre esse assunto, garanto que há muitas pessoas por aí pensando no que acabei de dizer.

Deixe-me ler para vocês, por exemplo, um e-mail que recebi de uma ouvinte. Ela diz assim:

“Pareceu-me, ao ouvir a sua transmissão, que você acredita que os homens são os anciãos e líderes da igreja. Gostaria de encorajá-la a levar essa questão perante o Senhor e perguntar a Ele o que Ele pensa sobre as mulheres e as habilidades de liderança.”

Agora, preste atenção em algumas coisas que ela diz que são verdades, algumas que são meia verdades e algumas que não são verdades bíblicas; está tudo misturado. Então, eu quero que você ouça e tente classificar cada uma das coisas. Ela disse:

“Essa posição que você assumiu, tem sido a forma usada para abafar o Espírito Santo e silenciar as mulheres. Que trágico. O Espírito Santo que habita em homens pastores é o mesmo Espírito que habita dentro de você e de mim.”

Isso é verdade? Isso é totalmente verdade.

“Somos igualmente criados à imagem de Deus.”

Isso é verdade? Totalmente.

“Ele nos criou. Nós somos iguais, assim como é a Trindade.”

Isso é verdade? Sim, há igualdade na Trindade, mas a implicação, então, é que não há diferenças em função ou papel.

“Não existe hierarquia com Deus.”

Isso é uma verdade bíblica? Não. Há todos os tipos de hierarquia estabelecidas por Deus, não em termos de igualdade, valor ou mérito, mas em termos de função.

“Os trabalhadores são poucos e a colheita está pronta.”

Isso é verdade? Totalmente.

“Por que os homens cristãos querem manter as mulheres fora do ministério?”

Bem, não sei o que os homens cristãos pensam, mas digo uma coisa: Deus não quer manter as mulheres fora do ministério. Deus quer que cada uma de nós esteja no ministério. Porém, Ele tem o direito de nos dizer em que tipo de ministério e em que contexto.

“Por que os homens cristãos querem manter as mulheres fora do ministério quando há um mundo terrivelmente faminto e desesperado esperando para ouvir as boas novas? Deus rompeu com todos os problemas de gênero, raça e escravidão quando sofreu e morreu. Ele demoliu a hierarquia, não a criou.”

Veja, há um monte de coisas que ela acabou de misturar aqui. E não estou tentando ser dura – só estou dizendo que gênero, raça e escravidão são assuntos diferentes. Nesse contexto, não estamos falando de raça e escravidão; estamos falando de gênero.

Deus rompeu com todas as questões de gênero quando morreu? Ele demoliu a hierarquia? Não. Vemos o ensino da hierarquia por toda a Bíblia.

“As mulheres de Deus não podem proclamar a Sua Palavra se forem silenciadas e mantidas fora das posições de liderança dentro da igreja.”

Mais uma vez, ela faz uma espécie de declaração mista. Existe liberdade para as mulheres de Deus proclamarem a Palavra de Deus? Com certeza. Muitas de vocês são mães. Você proclama a Palavra de Deus para seus filhos? Muitas de vocês estão orientando ou discipulando outras mulheres. Você proclama a Palavra de Deus? Sim.

Porém, há alguns papéis para os quais Deus disse: “Este é um papel destinado a homens”? A resposta é sim.

Algumas diriam: “Mas, fui chamada para ser pastora”. Uma mulher escreveu e disse: “Sou pastora associada de uma igreja. Parte do meu papel inclui pregar e ensinar onde há homens. Tudo o que posso dizer é que Deus me chamou para pastorear Seu povo, homem e mulher, há cerca de 36 anos. Há oito anos, Ele claramente me instruiu a levar isso adiante, buscando uma licença pastoral e, desde então fui ordenada”.

E então, ela continua falando sobre parte da oposição que recebeu, além de alguns que a apoiavam. Ela diz: “Resumindo, eu aprendi que quando Deus diz: “Vá”, é preciso ir, quer os outros se oponham ou não”.

Bem, acredito que quando Deus diz: “Vá”, é preciso ir. A questão é: Deus disse: “Vá”?

Aqui está mais um caso. Uma mulher escreveu para mim e disse: “Fiquei furiosa com a inferência de que Deus não tem o direito de chamar quem Ele escolhe, independente do sexo”.

Veja, Deus tem o direito de chamar quem Ele escolhe, independente do sexo. Porém, Deus deixou claro que alguns Ele chamou para essas posições de governança, nutrição e ensino na igreja local, e alguns Ele não chamou.

Ela continua e diz: “Inferir que apenas homens podem ser chamados para o ministério pastoral é usurpar o direito de Deus e dizer que qualquer mulher chamada deve negar o chamado e negar o direito de Deus de chamar quem Ele escolhe”.

Agora, deixe-me dizer que somente Deus pode conceder o chamado ao ministério, mas não temos o direito de interferir com Sua escolha e com Seu chamado. O chamado de Deus em sua vida ou na minha nunca será contrário à Palavra de Deus.

Então, não posso dizer que fui chamada para fazer isso; não posso dizer que fui chamada para fazer algo que não é bíblico. Posso me sentir chamada, mas tenho que voltar à Palavra de Deus e dizer: “Isso está de acordo com as Escrituras?”

Você precisa entender que essa posição não é mais a geralmente aceita ou assumida no mundo evangélico como era há séculos. Existem alguns teólogos muito brilhantes de ambos os lados dessa divisão. Porém, acredito sinceramente que é necessário reinterpretar o significado claro de muitos textos bíblicos para chegar à posição igualitária típica de hoje.

E espero que meu tom não pareça severo ou cruel. Eu vejo algumas pessoas que assumem posições igualitárias que são pessoas muito piedosas. Alguns deles são professores muito talentosos. Alguns deles são líderes muito talentosos.

Porém, devo dizer respeitosamente e graciosamente que não acredito que Deus conceda a liberdade para que as mulheres assumam esses papéis de pastoras e anciãs no contexto da igreja local.

Agora, com certeza, existem ambiguidades sobre como esses princípios bíblicos devem ser aplicados em determinadas situações. Há muitas coisas que a Bíblia não trata especificamente, que encontramos em nosso contexto de ministério moderno.

Então, temos que ter sabedoria. Precisamos de discernimento. E precisamos ser generosas umas com as outras, em alguns detalhes com os quais não concordamos, em algumas das aplicações disso. Mas, o fato de haver ambiguidades não invalida os princípios e verdades básicos que eu creio estarem claros na Bíblia.

Isso não significa que as mulheres não têm dons de ensino e liderança. Muitas delas tem. Algumas de vocês têm esse tipo de dom. Tudo o que isso significa é que nossos dons como mulheres – e também os homens – sempre devem ser usados de acordo com as diretrizes e os limites da Bíblia.

Isso não significa que os homens são necessariamente melhores professores ou líderes que as mulheres. Existem algumas professoras que são naturalmente muito melhores professoras do que alguns homens que são professores. Existem algumas mulheres que são naturalmente líderes muito melhores do que alguns homens. Esse não é o problema.

Então, alguns diriam: “E as professoras talentosas? Elas devem ter o direito de usar seus dons na igreja local?” Bem, deixe-me dizer duas coisas. Antes de tudo, elas são totalmente livres e responsáveis por usar seus dons no contexto da igreja local. A Bíblia fala sobre mulheres mais velhas ensinando mulheres mais jovens. Essa é uma responsabilidade que temos.

Existem muitos, muitos, muitos meios e oportunidades e caminhos de ministério abertos hoje a homens e mulheres. Não faltam oportunidades para as professoras e líderes talentosas servirem ao Senhor.

Mas dizer: “Não temos o direito de exercer esse dom?” A resposta é: o ministério não é um direito. O ministério é um privilégio. Existem inúmeros contextos nos quais sou biblicamente livre para utilizar os dons que Deus me deu para servir aos outros.

E quero fazer esta pergunta, porque é uma pergunta que o Espírito Santo fez ao meu coração. Nos poucos contextos em que Deus diz: “Aí não”, se eu me irritar e me sentir contrariada por isso, o que isso diz sobre meu coração e meus motivos? O que isso diz, talvez, sobre o motivo de eu estar no ministério?

É como quando você diz a uma criança: “Você pode fazer todas essas coisas, mas não pode fazer uma única coisa”. Qual é a única coisa que a criança quer fazer? A única coisa para a qual você disse não. Para Adão e Eva – Deus disse: “Você pode comer de todas as árvores, de todos os frutos de todas as árvores deste jardim, exceto aquela”. Então, o que eles quiseram? Aquilo que não poderiam ter.

Você sabe o que significa isso? Em última análise, pelo menos em meu coração, quando estou irritada com essa questão, tudo se resume a uma questão de rebelião. Eu quero ser livre para fazer o que eu quero fazer.

Agora, não estou dizendo que todo mundo que discorda de mim sobre esse assunto é uma pessoa rebelde. Por favor, não assuma que estou dizendo isso. Estou apenas dizendo precisamos examinar nossos corações e dizer: “Com o que estou realmente incomodada?”

E, finalmente – sabe de uma coisa? – isso não é uma questão de opinião. Não é uma questão de debate, embora os teólogos debatam a esse respeito. Podemos não entender completamente por que Deus a fez dessa maneira, e não precisamos.

Tudo se resume a isso: Deus tem o direito de dizer como deseja que Sua igreja seja administrada? E tudo se resume à confiança de que os caminhos de Deus são bons, que os caminhos de Deus são corretos e que os caminhos de Deus trazem bênção.

Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem descrito as bênçãos dos papéis bíblicos na igreja. Quando as mulheres abraçam o papel de Deus para mulheres e os homens abraçam o papel de Deus para os homens, o corpo de Cristo funciona da maneira que deveria e Deus é glorificado.

Nos seus primeiros dias no ministério, Nancy nem sempre considerava papéis distintos no ministério uma coisa boa. Este foi um processo para ela, e provavelmente é um processo para você.

Durante nossa série de rádio atual, Nancy falou sobre papéis em casa e na igreja. E na sociedade em geral? Existe uma maneira distintamente feminina de abordar o trabalho e toda a vida? Nancy abordará isso no próximo episódio. Espero que você possa nos acompanhar no Aviva Nossos Corações.

Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth faz parte do ministério Life Action.

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