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Como ser Importante – Dia 1

Publicadas: Maio 27, 2024

Nancy DeMoss Wolgemuth: Caso você não tenha percebido, nossa cultura tem uma fascinação com a importância das pessoas. Na verdade, você pode olhar para algumas das principais revistas de notícias e as diferentes listas que são divulgadas, como:

  • Os 400 americanos mais ricos
  • As cem pessoas mais poderosas no esporte
  • As 50 mulheres mais poderosas nos negócios (a revista Fortune tem essa lista)
  • As 25 pessoas mais importantes no entretenimento
  • Os 25 evangélicos mais influentes (revista TIME) e todos os líderes evangélicos abrem isso rapidamente para ver se seus nomes estão na lista.
  • E então temos o Homem do Ano da revista TIME – reduzindo a lista para apenas um.
  • A revista TIME também publicou “As 100 pessoas mais importantes do século XX”.
  • E não poderia faltar a pessoa do século, designada pela revista TIME. Você sabe quem foi essa pessoa no século XX? Designaram Albert Einstein.

Nós temos uma preocupação com a importância, com o sucesso, com a vitória. Se questionarmos a maioria das pessoas sobre quem elas consideram as figuras mais importantes, dependerá, naturalmente, da área em questão. No entanto, a maioria classificaria suas respostas com base nas conquistas das pessoas, em seu perfil público, em sua influência, nos prêmios recebidos e em seus talentos naturais em determinado campo, seja esportivo, musical ou empresarial.

Temos uma cultura de “ascensão”, onde as pessoas querem ser importantes. Elas querem ser conhecidas. Elas querem estar nas listas dos “mais”. E quando chegamos às Escrituras, fala-se sobre importância e sucesso, mas vemos um conceito e uma imagem completamente diferentes do que significa ser importante.

Raquel Anderson: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos. 

Nancy: Ao me aprofundar nos evangelhos, tenho focado em três ocasiões que aconteceram com os discípulos nas semanas finais da vida de Jesus, pouco antes do término de Sua jornada terrena; e nessas três ocasiões há uma questão e um tema recorrentes que destacam sua importância.

E todos esses três eventos, que serão examinados nos próximos três episódios, ocorreram à luz da cruz. É importante ter isso em mente, pois a cruz lança sua sombra sobre esses encontros de Jesus com Seus discípulos, e ela molda nossa compreensão da importância desses eventos.

Em cada uma dessas ocasiões, você notará um contraste marcante entre a visão de importância dos discípulos e a de Jesus, e como eles viveram suas vidas à luz dessas perspectivas distintas. Não apenas suas concepções de importância divergem, mas também se reflete na forma como conduziram suas vidas. Você observará que a vida dos discípulos difere significativamente da de Jesus. Ele encarnou a verdadeira definição de importância.

Por favor abra sua Bíblia, se puder nos acompanhar, em Marcos capítulo 9, o evangelho de Marcos, capítulo 9, onde chegamos à primeira ocasião. E enquanto estiverem abrindo, permita-me ler para você um versículo do capítulo 8 do livro de Marcos, que nos dá um contexto para o que vamos ver no capítulo 9.

Em Marcos 8:31, Jesus dá a Seus discípulos a primeira previsāo direta de que Ele, como Salvador, seria rejeitado, crucificado e ressuscitaria. Marcos 8:31 diz assim:

“Então ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois ressuscitasse.”

Claro que para nós que temos acesso ao Novo Testamento completo, o que Jesus está falando é claro. Descobriremos que os discípulos, que estavam vivenciando tudo isso, não faziam a mínima ideia do que ele estava falando.

Quantas coisas isso pode significar? “O Filho do Homem deve sofrer, ser rejeitado, ser morto e depois de três dias ressuscitar.” Isso parece ser uma linguagem bastante clara. Bem, para os discípulos, parecia que ele estava falando uma língua desconhecida.

Mas o que Jesus estava tentando fazer era ensiná-los não apenas o que o plano de salvação envolveria, mas também incutir neles os princípios de Seu reino, que eles precisariam entender depois que Ele partisse. E um dos princípios básicos do reino de Deus é que a humilhação precede a exaltação.

Antes que Jesus pudesse ressuscitar como o Senhor majestoso e reinante, sentado no céu à direita do trono de Deus, primeiro Ele teria que sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes, pelos líderes religiosos, e ser morto. A humilhação precede a exaltação. Isso será importante neste pequeno estudo sobre importância, porque nossa tendência é querer a exaltação sem o que a precede.

Então, Jesus faz essa previsão em Marcos 8, a primeira de várias, uma predição direta de Sua rejeição, Sua crucificação e Sua ressurreição. E agora chegamos a Marcos capítulo 9

Começando no versículo 2, não vamos ler o trecho, mas nos versículos 2 a 13 vemos o que ocorre seis dias depois. Jesus leva Pedro, Tiago e João, o círculo interno de Seus discípulos, até um alto monte. É onde ocorre a Transfiguração.

Jesus é transfigurado diante deles. Suas roupas são brilhantes, brancas como a neve, e Moisés e Elias aparecem e conversam com Jesus. Uma nuvem vem e cobre a cena, e uma voz sai da nuvem. É a voz de Deus, dizendo: “Este é o meu Filho amado; ouçam-No!” (v. 7)

Este é um momento de exaltação na vida de Jesus. Ele é transfigurado diante dos olhos deles, e os discípulos veem isso com seus próprios olhos. “Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do homem tivesse ressuscitado dos mortos.” (v. 9)

Novamente aqui temos mais uma referência, embora um pouco menos direta, ao fato de que ele vai morrer e ressuscitar.

E depois chegamos ao versículo 31 do capítulo 9 de Marcos, onde quero começar. Mais uma vez Jesus prediz sua morte e ressurreição de forma direta, clara e simples. Versículo 31:

“porque estava ensinando os seus discípulos. E lhes dizia: ‘O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, e três dias depois ele ressuscitará.’”

Jesus está claramente falando sobre si mesmo. Ele é o Filho do Homem – o Filho de Deus, é claro, mas também o Filho do Homem – totalmente Deus e totalmente homem. Ele está dizendo: “Vocês precisam perceber que vou ser entregue a homens maus, e eles vão me matar. Mas depois de ser morto, eu vou voltar à vida novamente.”

À sombra dessa revelação – a segunda vez que Jesus a expressa muito, muito claramente – chegamos ao trecho que realmente quero que examinemos hoje, que é Marcos 9, a partir do versículo 33. Vemos um problema que surge entre os discípulos, e então vamos ver as percepções de Jesus e suas instruções aos discípulos em relação a esse problema.

“E chegaram a Cafarnaum. Quando ele estava em casa, perguntou-lhes: “O que vocês estavam discutindo no caminho?” Mas eles guardaram silêncio, porque no caminho haviam discutido sobre (o quê) quem era o maior.” (vv. 33-34)

Tenha em mente o que acaba de acontecer. Jesus tinha lhes dito claramente, pela segunda vez: “Vou morrer. Aquele a quem vocês amam e respeitam. Vocês acreditam que eu sou Deus e o Messias, descobriram que vou morrer. Vou ser crucificado. Vou ser rejeitado. Vou morrer.” E agora, logo após isso, eles estão tendo essa discussão sobre quem é o maior.

A palavra para “maior” é uma palavra relacionada a outra palavra grega. É a palavra megus. Mega, grande … quem é o mega? Quem é o maior? Quem é aquele que se destaca mais que os outros?

Quando Jesus pergunta a eles sobre o que estavam discutindo, obviamente já sabia… Na verdade, no relato paralelo em Lucas, capítulo 9, diz que Jesus conhecia o raciocínio de seus corações. Mas ele queria que admitissem seu pensamento e a discussão.

Quando ele pergunta a eles, eles ficaram em silêncio. Por quê? Porque estavam envergonhados. Eles ficaram sem jeito. Não queriam que ele soubesse sobre o que tinham acabado de falar.

Aliás, sobre o que vocês estavam falando ontem à noite? Lembrem-se de algumas de suas discussões recentes com seu parceiro, amigos, filhos, telefone ou no trabalho. Houve alguma briga? Alguma discussão? Eu sei que acontece – talvez não na noite passada.

A verdade é que Jesus sabe sobre o que estávamos falando, mesmo quando achamos que ele não pode ouvir. Ele sabe sobre o que falamos. As conversas que temos em segredo, que pensamos que ninguém sabe ou ouvirá, acabarão vindo à luz mais cedo ou mais tarde. Teremos que prestar contas das disputas que foram feitas nos bastidores, em segredo.

Os discípulos, diz o texto, discutiam entre si sobre quem era o maior. A palavra para discutir ou disputar usada aqui, dependendo da sua tradução, é uma palavra grega longa que nem vou tentar pronunciar, mas essencialmente significa “palavras que separam, palavras que se contradizem.”

Algumas pessoas tinham essa opinião e outras tinham aquela opinião. Um dizia o que pensava, e outro dizia o que pensava, e essas duas opiniões colidiam entre si. Isso já aconteceu na sua casa? Isso é o que é discutir. Isso é o que é disputar.

Isso me lembra, assim como todo esse trecho, daquele versículo em Provérbios, Provérbios 13:10, que diz: “O orgulho só gera discussões.” Sempre que você vê disputa, discussão, debate sobre um assunto em que as pessoas têm pontos de vista diferentes, e eles estão se chocando, pode ter certeza de que há orgulho envolvido.

Você diz: “Sim! Esse meu marido! Ele é realmente um homem orgulhoso.” Não, não é apenas o seu marido. É você. E não são apenas seus filhos. É você. Somos nós. Onde há contenda, podemos ter certeza de que há a presença de orgulho.

No relato paralelo em Mateus, capítulo 18, somos informadas de que os discípulos vieram a Jesus dizendo: “Quem é o maior no reino dos céus?” (v. 1). Então, isso não era apenas uma disputa sobre quem é a pessoa mais forte ou quem tem os maiores músculos ou quem é a pessoa mais inteligente. A pergunta era sobre quem é o maior no reino dos céus. Então, foi uma discussão espiritual, por assim dizer, discutindo sobre coisas espirituais. Eles queriam ser espiritualmente superiores.

Não sabemos o que causou aquela discussão. Pode ter sido provocada pela experiência no Monte da Transfiguração, que havia ocorrido imediatamente antes. 

Apenas três dos discípulos estavam lá, e Jesus disse a eles para não dizerem nada sobre o que tinham visto. Então, você pode imaginar, quando desceram: “Humm, eu tenho um segredo, mas não posso falar o que é.”

“O que aconteceu lá em cima? O que vocês fizeram?”

“Ahhh, foi realmente maravilhoso, mas não posso contar a vocês sobre isso.”

Ou seja, é como um pequeno clube secreto, aqueles que estavam mais próximos de Jesus. Eu não sei, posso estar inventando tudo isso. As Escrituras não nos dizem sobre o que eles conversaram, mas sabemos que, por qualquer motivo, havia esse ímpeto, esse debate entre os discípulos sobre quem seria o maior no reino de Deus.

É uma representação de um impulso inato que reside dentro de nós. É o impulso de ser honrado, valorizado, elevado e reconhecido. Esse impulso era tão poderoso nos corações desses discípulos que eles debateram intensamente sobre isso. Eles discutiram fervorosamente. 

Temos esse impulso de controle, o impulso de vencer a discussão, o impulso de ter a última palavra. Existem diferentes formas dessa discussão.

Tenho pensado muito sobre isso nas últimas semanas. A maioria das mulheres não fica por aí tendo discussões sobre quem é a maior – pelo menos não dessa forma. Mas existem variações dessa conversa, um modo de pensar e falar que “o meu jeito é o jeito certo.”

Enquanto eu me preparava para esse estudo, recebi e-mails de duas amigas praticamente ao mesmo tempo, ambas me contando a versão de uma conversa que acabaram de ter entre elas. Ambas estavam chateadas com a conversa, e ambas queriam que eu desse minha opinião e fosse a árbitra entre elas. Ambas estavam pressionando para que sua posição fosse declarada a correta. 

 

Ambas estavam convencidas de que estavam certas e que a outra estava errada. E nenhuma realmente buscava ver as coisas do ponto de vista da outra.

 

Foi uma ilustração perfeita do que eu estava estudando, lendo sobre o que os discípulos diziam: “Quem é o maior?”

Há aquele versículo em Provérbios 21 que nos diz “todos os caminhos do homem lhe parecem justo”, e não é verdade? Mas o final desse versículo diz: “mas o SENHOR pesa o coração” (v. 2). O Senhor sabe o que está por trás do que estamos dizendo.

Você pode ter uma discussão, e ambas podem estar totalmente erradas. 

Você pode estar certa em relação ao seu ponto de vista, mas quando o Senhor pesa o coração ou o espírito, como algumas traduções dizem, Ele avalia com base no que está dentro de nós e no que nos leva a defender nossa posição da maneira como fazemos.

Egoísmo, orgulho e ambição egocêntrica estão invariavelmente por trás desses tipos de disputas. Quando temos essas coisas em nossos corações, essa ambição egoísta, esse egocentrismo, esse orgulho, invariavelmente se manifestam em argumentos, contendas, brigas, relacionamentos tensos ou quebrados.

O capítulo 3 de Tiago nos diz “… se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem disso, nem neguem a verdade. Esse tipo de “sabedoria” não vem dos céus, mas é terrena; não é espiritual, mas é demoníaca.” (Tg. 3:14-15) Isso vem do inferno. É isso que Tiago está dizendo – esse debate, essa contenda.

Ele diz: “Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males.” (v. 16)

E ele continua. Ele não para por aí. No capítulo 4 de Tiago, a partir do versículo 1, ele diz: “De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês?” O que causa isso entre seus filhos? O que causa isso em um casamento, no trabalho, na igreja? “Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam.” (Tg. 4:1-2)

Você pode não matar literalmente ou fisicamente, mas você matará em seu coração, com seus pensamentos ou com suas palavras. Você pode assassinar o caráter de alguém, difamar sua reputação porque você quis as coisas do seu jeito e não conseguiu, então você mata para conseguir.

Quando há lutas e brigas, geralmente é porque queríamos algo que não conseguimos. Queríamos respeito. Queríamos apreciação. Queríamos ser valorizadas. Queríamos estar certas. Não conseguimos, então continuamos pressionando com essa briga.

Esse era o problema entre os discípulos. Eles estavam discutindo sobre si mesmos: quem é o maior no reino? Quem é o maior do ponto de vista de Deus? Eles queriam ser espiritualmente importantes no reino de Deus.

E então chegamos à percepção e à instrução que nosso Senhor dá aos discípulos sobre esse assunto. Marcos, capítulo 9, versículo 35:

“Ele sentou e chamou os doze. E ele disse a eles: ‘Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos.’” (v. 35)

Observe que Jesus não disse aos discípulos que era errado quererem ser importantes. O problema era que eles tinham uma concepção distorcida e deturpada do que fazia alguém importante. E assim, Jesus responde à pergunta deles: “Quem é o maior?” Era isso que eles estavam discutindo.

Jesus diz: “Vocês querem saber quem é o maior? Eu vou dizer quem é o maior. A pessoa que é a maior é aquela que se coloca por último e que serve a todos os outros.”

Aqui está a fórmula: Humildade mais serviço é igual à verdadeira importância, o verdadeiro valor. A pessoa que se coloca por último de todos e a pessoa que serve a todos os outros. Humildade mais serviço é igual a verdadeira importância.

E este é um tema que você vê por todas as Escrituras.

Lucas 14:11: “Pois todo o que se exalta será humilhado, e o que se humilha será exaltado.”

Provérbios 29:23: “ O orgulho do homem o humilha, mas o de espírito humilde obtém honra.”

Para ilustrar ainda mais Seu ponto, Jesus segue dando uma lição objetiva, como frequentemente fazia. Ele declara o seguinte princípio: “Se alguém quiser ser o primeiro, deve ser o último de todos e servo de todos.”

E então, Marcos 9 versículos 36-37,

“E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles. Pegando-a nos braços, disse-lhes: ‘Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo; e quem me recebe, não está apenas me recebendo, mas também àquele que me enviou.’”

Jesus ensina que para ser importante, é necessário servir a todos. Ele amplia o conceito de “todos”. Aqui está um exemplo concreto, onde Ele seleciona uma criança – alguém incapaz de retribuir. A criança não possui capacidade para retribuir. Elas são necessitadas, dependentes e frequentemente são vistas como insignificantes. Jesus declara que para ser importante, é crucial acolher o menor entre eles.

O sinal de verdadeira importância é ter um coração para aqueles que os outros consideram humildes, fracos ou indefesos. Isso é tão contrário à nossa cultura, que recebe as crianças relutantemente, quando as recebe, uma cultura que as recebe desde que elas não interfiram em nossos planos, nossos objetivos, nossos desígnios. E Jesus diz que uma pessoa verdadeiramente importante, uma cultura verdadeiramente importante será uma pessoa ou cultura que recebe as crianças.

E não é apenas receber as crianças, acolhê-las como Jesus fez, mas Jesus continua dizendo que você precisa se tornar como as crianças. Na verdade, no relato paralelo em Mateus, capítulo 18, diz: “Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus.” (versos 3–4)

Por que Jesus usa crianças, nos ensinando a recebê-las, a ser como elas? Por que Ele usa isso como uma imagem de humildade e serviço?

Um comentarista explicou dessa forma:

“Uma criança não tem influência alguma. Uma criança não pode promover a carreira de um homem, nem aumentar o prestígio de um homem. Uma criança não pode nos dar coisas; muito pelo contrário. Uma criança precisa de coisas. É preciso fazer coisas por ela. Então, Jesus está dizendo: “Se um homem recebe os pobres, as pessoas comuns, as pessoas que não têm influência, riqueza ou poder, as pessoas que precisam de coisas feitas por elas, então ele está me recebendo. E mais do que isso, está recebendo a Deus.” (William Barclay)

O que nos impede de nos tornarmos como crianças em sua humildade, necessidade e dependência, e o que nos impede de receber crianças ou outros que são menores? Bem, é o oposto da humildade, é o orgulho.

Deixe-me ler para você o que um comentarista antigo diz sobre o orgulho. É muito bom. Ele diz:

O orgulho é um dos pecados mais comuns que assolam a natureza humana… Todos nós naturalmente pensamos muito melhor de nós mesmos do que deveríamos. Todos nós naturalmente imaginamos que merecemos algo muito melhor do que temos. É um pecado antigo. Começou no jardim do Éden, quando Adão e Eva acharam que não haviam recebido tudo que mereciam.

É um pecado sutil. Ele reina em muitos corações sem ser detectado e até pode vestir a roupagem da humildade. É um pecado que mais arruína a alma… Vamos vigiar contra o orgulho e ficar alertas. “De todas as vestimentas, nenhuma é tão graciosa, nenhuma veste tão bem, e nenhuma é tão rara quanto a verdadeira humildade.” (J. C. Ryle)

Perceba que a ideia de importância do mundo é estar no comando, estar no topo, ser admirado, ser respeitado, ser honrado, ter os outros notando você, ter os outros esperando por você. O mundo mede a importância por posição, cargo e riqueza. Ser aplaudido pelos homens é considerado importante aos olhos do mundo. A importância é medida pela quantidade de pessoas que trabalham para você e pela quantidade de influência que você tem.

Mas Jesus diz: “Não. Isso não é importância de jeito nenhum. A verdadeira importância é ocupar o lugar mais baixo, se doar em favor dos outros, dar quando você sente vontade de receber, ser aplaudido por Deus mesmo que ninguém jamais veja ou reconheça o que você faz. 

A verdadeira importância não é medida pela quantidade de pessoas que lhe servem, mas pela quantidade de pessoas a quem você serve e pela quantidade de si mesma que você dá.”

Ao expor essa revelação, essa conversa que Jesus teve com os discípulos, a questão era quem é o maior, e Jesus diz: “Deixe-me dizer como ser verdadeiramente importante: é se humilhar e ser um servo.” E a criança é a lição objetiva.

Você acredita que logo após isso, mais especificamente em Marcos 10:13, os discípulos erram feio. Vejam o trecho:

“Alguns traziam crianças a Jesus [as pessoas trouxeram, os pais trouxeram, a multidão trouxe] para que ele tocasse nelas, mas os discípulos os repreendiam.”  Me diga se isso não é inimaginável à luz do que Jesus tinha acabado de dizer?

E texto continua: “Quando Jesus viu isso, ficou indignado e lhes disse: ‘Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas. Digo-lhes a verdade: Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele’. Em seguida, tomou as crianças nos braços, impôs-lhes as mãos e as abençoou.” (vv. 13–16).

Então, os discípulos repreendiam aqueles que traziam as crianças, e Jesus repreendeu os discípulos e recebeu as crianças porque Jesus era verdadeiramente importante. Ele era humilde e recebia os pequeninos.

Conquistas impressionantes e reputação, essas coisas não são necessárias para entrar no reino de Deus ou ser importante no reino de Deus. O que é necessário é humildade e um coração de serva. E assim vemos no Senhor Jesus um modelo do que Ele acabara de falar.

Oh Senhor, como é constrangedor quando pensamos em nossos esforços e exibições, tentando estar no topo, e tudo em nossa cultura nos leva nessa direção.

Obrigada por sua contracultura, o reino de Deus, que é baseado em uma maneira completamente diferente de pensar. Pois a sua ideia de importância é que quem é importante deve ser o último de todos e o servo de todos. Então, Senhor, dê-nos o coração de Jesus, que amava as crianças, que amava os pequeninos, que acolhia pecadores, que ia a lugares onde as pessoas religiosas nunca pensariam em ir por amor, graça, misericórdia e humildade e um coração de servo.

Senhor, dê-nos esse coração, e que não lutemos para ser a maior, mas lutemos para ser a menor, a última e a serva de todos, enquanto imitamos nosso Mestre, o Senhor Jesus, em nome Dele oramos, amém.

Raquel: Em um mundo obcecado por popularidade e sucesso, o evangelho nos convida a redefinir o que significa ser importante.

Uma ouvinte escreveu para o Aviva Nossos Corações há pouco tempo lidando com essa mesma pergunta. Ela está fazendo algo importante para o reino de Deus—investindo em seus próprios filhos. Mas nem todos ao seu redor veem isso como algo importante. Veja o que ela escreveu:

“Eu moro na Irlanda do Norte. Gostaria de agradecer a Nancy pela série sobre Tito 2. Perdi vários programas na semana passada e ouvi todos os podcasts hoje.

Depois de terminar de ouvir o episódio de sexta-feira, eu tinha lágrimas nos olhos e senti que devia escrever para dizer o quanto esses programas têm sido um encorajamento para mim.

Sou mãe de três filhos com cinco anos ou menos. Sou aquela mulher sobre a qual Nancy falou—aquela que deseja mais do que qualquer coisa ser uma esposa e mãe piedosa, para dedicar meus melhores esforços à minha casa e família. No entanto, as pessoas me tratam como se eu fosse estúpida. 

Apesar de ter um diploma universitário, as pessoas frequentemente me tratam como se eu não tivesse cérebro ou insinuam que escolhi a opção fácil ficando em casa com meus filhos.

MUITO OBRIGADA, Nancy, por afirmar que o que faço dia após dia importa e terá consequências eternas. Obrigada por me lembrar que não importa o que os outros pensam, desde que eu esteja andando no Espírito e seguindo a liderança Dele. 

Obrigada por suas palavras de encorajamento que encorajaram meu coração hoje quando eu estava cansada de andar por esse caminho contracultural. Que Deus a abençoe e a seu ministério.”

Nancy: Obrigada, Senhor, pelo coração precioso desta mulher. Estou tão agradecida pela forma como ela está sendo usada de maneira significativa, bem ali em sua própria casa, ao investir na vida de seus filhos — na próxima geração. Essa mãe está mostrando o que significa viver a beleza do evangelho.

Sou muito grata por cada ouvinte que ajuda o Aviva Nossos Corações a chegar até Deborah, na Irlanda do Norte. Seu apoio em oração e financeiro torna possível encorajar não apenas esta mulher, mas milhares e milhares de outras como ela.

Há tantas mulheres como Deborah ao redor do mundo que precisam de encorajamento bíblico, e oramos para que o Senhor ajude o Aviva Nossos Corações a continuar sendo eficaz em suprir essas necessidades. Obrigada por ajudar a tornar tudo isso possível.

Bem, parece que todos querem medir sua influência hoje pelo número de amigos nas redes sociais ou o tráfego em seus blogs, etc., mas Jesus te convida a abraçar um tipo diferente de influência. Saiba mais sobre isso amanhã no Aviva Nossos Corações.

Raquel: Todas nós conhecemos alguém que se afastou dos caminhos de Deus, um “filho pródigo”. Pode ser nosso próprio filho, filha, um parente ou um amigo. No início de junho, começaremos o desafio de 30 dias de oração pelos filhos pródigos. Não deixe de participar deste desafio. Clique no link no final desta transcrição para ingressar no grupo do WhatsApp do Aviva Nossos Corações e receber um conteúdo guiado para te inspirar a orar por essa pessoa.

WhatsApp: Desafio de 30 dias de oração pelos filhos pródigos

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.