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Como ser Importante – Dia 2

Publicadas: Maio 28, 2024

Raquel Anderson: Uma querida ouvinte nos escreveu recentemente: 

“Gostaria de agradecer ao ministério que vem abençoando a minha vida e da minha família grandemente. 

Conheci o Aviva Nossos Corações quando vivia no México em 2013, ouvia os programas diários em espanhol. 

Já fiz vários estudos com livros da Nancy no grupo de mulheres da minha igreja no México e depois na Guatemala. 

Hoje vivemos em Porto Rico e fico muito agradecida com o Senhor por permitir que o Aviva Nossos Corações tenha agora na nossa língua portuguesa. Deus é bom e o plano Dele é perfeito.

Atualmente vivendo em Porto Rico, estou  junto com um grupo de brasileiras no Rio de Janeiro, via ZOOM, estudando o Livro Buscando a Deus. Maravilhoso o estudo.

Muito obrigada ao Aviva Nossos Corações…que Deus os abençoe grandemente e faça esse ministério crescer, mais e mais no Brasil.”

Nancy: Quando o Aviva Nossos Corações começou, acho que nenhuma de nós imaginávamos como Deus usaria a Internet para levar essa mensagem a mulheres em países ao redor do mundo que você e eu talvez nunca tenhamos a chance de visitar. 

Sempre me surpreende como Deus usa essas gravações que fazemos no nosso estúdio para abençoar mulheres como a nossa querida ouvinte. Você faz parte disso ao orar pelo Aviva Nossos Corações e ao contribuir financeiramente.

Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth pergunta: “Em sua casa, você está tentando competir com todos os outros, ou está assumindo o papel de serva?”

Nancy: Você faz uma lista de quanto você já fez em comparação com o quanto os outros já fizeram? Esse é o caminho da competição; esse é o caminho de querer ser a primeira. Ou seu objetivo é ultrapassar todos os outros na família, em serviço?

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.

Ontem, começamos a série chamada “Como ser mais importante“. Nancy está examinando três histórias sobre Jesus e Seus discípulos que definem verdadeira importância. 

Infelizmente, eu naturalmente me identifico com os discípulos ambiciosos e briguentos. O ensino de hoje nos incentivará a ser mais como Jesus, que se tornou servo de todos.

Nancy: Estamos fazendo uma série curta para examinar três passagens nas Escrituras que têm tocado meu coração e chamado minha atenção. São três incidentes na vida dos discípulos em que havia alguma disputa sobre quem era o melhor, quem era o maior, quem era o bambambã, quem era o primeiro entre eles.

A noção que eles tinham sobre ser alguém importante era tão diferente da ideia de Jesus. Vimos uma dessas passagens no último episódio, do Evangelho de Marcos, capítulo 9, onde os discípulos estavam disputando quem era o maior.

Jesus disse: “Querem saber quem é o maior? É aquele que está disposto a se colocar por último e que está disposto a ser servo de todos os outros. Essa pessoa é a maior no Reino dos Céus.”

 

Ao combinar humildade com uma atitude de servir, alcançamos uma verdadeira grandeza.

Os discípulos eram muito parecidos conosco, pois não costumavam “captar” as coisas na primeira vez. Eles tinham que ser lembrados muitas e muitas vezes. E nesse aspecto eles eram particularmente cabeças-duras. Infelizmente, acredito que também podemos ser muito cabeças-duras em relação a esse assunto.

É surpreendente para mim que essas discussões, essas três passagens que estamos examinando (vamos olhar a segunda hoje), todas ocorrem no contexto de Jesus dizendo a Seus discípulos: “Eu vou ser morto. Eu vou ser rejeitado, eu vou ser crucificado, e vou voltar à vida novamente”. 

Enquanto todas as preocupações sobre o plano cósmico de redenção giram em torno de Jesus, os discípulos agem como crianças. “Nada disso. Eu sou o melhor; eu sou o primeiro; eu sou o bambambã; eu sou o maior.” Você lê isso e pensa: “Como eles podem ser tão limitados?” 

Então eu olho para o meu próprio coração, meus próprios relacionamentos, minhas próprias conversas, e penso: “Ah! Como posso ser tão limitada?” 

Abra a sua Bíblia em Marcos, capítulo 10. Vamos para o segundo relato, e aqui temos Jesus prevendo Sua morte pela terceira vez. É importante ver o contexto em que surgiram os debates. 

Marcos 10, a partir do versículo 32,

“Eles estavam subindo para Jerusalém, e Jesus ia à frente. Os discípulos estavam admirados, enquanto os que o seguiam estavam com medo. 

Novamente ele chamou à parte os Doze e lhes disse o que haveria de lhe acontecer (agora esta é a terceira vez que ele declarou isso muito claramente)

“Estamos subindo para Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da lei. 

Eles o condenarão à morte e o entregarão aos gentios, que zombarão dele, cuspirão nele, o açoitarão e o matarão. Três dias depois ele ressuscitará”.” (vv. 32–34).

Bem claro, não é? Bem, para nós é, para eles não era. Olhe para o que segue, o próximo versículo, é como se não tivessem ouvido o que Jesus tinha acabado de dizer. 

Jesus acabou de dizer aos Seus discípulos: “Eu vou ser crucificado; eu vou morrer; eu vou ressuscitar” e os discípulos estão completamente alheios, indiferentes ao que está acontecendo na vida de Jesus. O que os preocupa são seus próprios interesses. Começando no versículo 35,

Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se dele e disseram: “Mestre, queremos que nos faças o que vamos te pedir.”

Você pensaria que a pergunta deles neste momento, depois de terem ouvido o discurso que ouviram, seria: “Senhor, o que podemos fazer por Ti?”

Mas não, eles não estão preocupados com o que podem fazer por Jesus, ou por qualquer outra pessoa. Eles querem que Jesus faça algo por eles. Versículo 36,

“Jesus disse-lhes: ‘O que vocês querem que eu lhes faça? Eles responderam: Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda.’

Jesus tinha decidido ir em direção a Jerusalém, onde a cruz o aguardava. Nada poderia impedi-Lo. Mas os discípulos querem contornar a cruz e encontrar um atalho para a glória. Quando chegarem lá, querem ter um lugar e uma posição privilegiada os esperando.

Se você olhar o relato de Mateus, que é um paralelo, você verá que foi a mãe deles quem fez o pedido. Deixe-me ler o que diz lá, Mateus 20, a partir do versículo 20,

“Então, aproximou-se de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu com seus filhos e, prostrando-se, fez-lhe um pedido. “O que você quer? “, perguntou ele. 

Ela respondeu: “Declara que no teu Reino estes meus dois filhos se assentarão um à tua direita e o outro à tua esquerda”.” (vv. 20–21)

Então, o que aconteceu? Os discípulos vieram ou a mãe veio? A resposta é: “Sim.”

Aparentemente, Tiago e João, que eram irmãos, usaram sua mãe para fazer o apelo em nome deles. Como Jesus responde a eles, sugere que eles tiveram a ideia em primeiro lugar. Então aqui está uma mãe bem intencionada, e ela está feliz em dar a eles um impulso, conseguir essa “honra” e essa “promoção”. 

Eu acredito que ao juntar esses relatos, toda a ideia foi instigada por Tiago e João, e eles estavam usando sua mãe como parte do processo. Veja bem, Tiago e João eram filhos de Zebedeu e eram dois dos três discípulos no círculo íntimo de Jesus… uma posição privilegiada. 

Sua mãe, Salomé, provavelmente era irmã de Maria de Nazaré, o que significa que Tiago e João eram primos de primeiro grau de Jesus. Então você pensaria que se alguém tivesse o “direito” de fazer um pedido especial, seriam eles. Eles faziam parte do círculo íntimo e eram parentes próximos de Jesus. 

Acredito que eles provavelmente estavam pensando: “Não há nada de errado ou inadequado neste pedido”. Na verdade, no capítulo anterior, apenas alguns dias antes, Jesus disse aos discípulos que eles se sentariam em tronos com Ele.

Mateus 19, versículo 28: 

“Jesus lhes disse: “Digo-lhes a verdade: Por ocasião da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do homem se assentar em seu trono glorioso, vocês que me seguiram também se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.” 

Portanto, não havia nada de errado em desejar o que Jesus disse que realmente aconteceria. 

O problema é que esses dois irmãos, Tiago e João, estavam buscando uma posição elevada acima dos outros. Eles queriam os melhores assentos da casa. 

Lemos sobre outros assim entre os fariseus em Mateus 23. Os escribas e os fariseus amavam o lugar de honra nos banquetes e os primeiros assentos na sinagoga. 

Eles queriam ser reconhecidos, queriam ser estimados, queriam ser valorizados acima dos outros. Eu acho que parte do problema com os discípulos, neste caso, é que eles estavam pensando em um reino temporal e político. 

Quando Jesus estava indo para Jerusalém, eles pensavam: “De fato, Ele fala essas coisas sobre morrer, mas na realidade, Ele é o Messias. Ele é o Rei. Ele vai vir e derrubar os romanos.” Era nisso que eles estavam pensando. 

Eles pensavam que quando Jesus chegasse a Jerusalém, Ele iria tomar o controle e os romanos seriam aniquilados, e Jesus estabeleceria Seu reino. 

Havia muitas passagens no Antigo Testamento sobre o estabelecimento do reino de Deus, mas as passagens que eles perderam eram aquelas que falavam sobre o que tinha que acontecer primeiro; humilhação antes da exaltação. 

Veja, Jesus não veio para estabelecer um reino temporal e físico nesta terra primeiro — um dia Ele o fará —, mas primeiro Ele veio para estabelecer um reino espiritual e eterno. 

Os discípulos, pensando que se tratava de um reino temporal e físico, que aconteceria em Jerusalém “aqui e agora”, queriam as posições número um e dois na administração de Jesus. Eles pensavam que agora era o momento de apresentar sua proposta. Sabe, aquele ditado “Deus ajuda quem cedo madruga”? 

Então, em vez de esperar a eleição ou a nomeação surgir, “Vamos direto ao que interessa e pedir essas posições agora.” Eles não perceberam o que era necessário para ser elevado a essas posições. Eles queriam um atalho. 

Queriam chegar lá apenas por decreto, com Jesus dizendo: “Ok, você será o número um, você será o número dois.” Então, competiram por destaque, poder, posição e influência. Queriam ser os maiores. Eles estavam procurando honra, controle, autoridade. 

Queriam estar no comando, receber reconhecimento, aprovação, admiração. Isso soa como algo com que alguém aqui já lutou alguma vez? Deixe-me levantar a mão. Com que frequência em meu coração estou buscando exatamente essas mesmas coisas. 

Todos esses desejos são impulsionados por motivos egoístas. Esse é o padrão do mundo. Isso é inerente à natureza humana. Buscamos essas coisas para nós mesmas, assim como fizeram os discípulos.

Desejamos isso também para aqueles que amamos, como demonstrou a mãe deles. Procuramos promover aqueles próximos a nós. As mães podem não buscar tanto isso para si mesmas, mas para seus filhos ou maridos.

O que acaba acontecendo é que manobramos, manipulamos, planejamos, competimos, nos esforçamos, pisamos nos outros se necessário, como uma forma de nos sobressairmos. 

Nos elevamos para que os outros sejam rebaixados. Vamos empurrar os outros para o lado. Geralmente, não fazemos isso fisicamente, embora seja muito fácil testemunhar uma cena assim com crianças no parquinho do seu bairro ou da escola. 

Nós, adultos, agimos assim de maneiras mais “maduras”. Com olhares, atitudes e palavras — manipulando os outros, se necessário, para chegar ao topo. 

Como Jesus responde a tudo isso? Ele diz no versículo 38 (voltando para Marcos, capítulo 10): “Vocês não sabem o que estão pedindo.” (Eles disseram: ‘Queremos a mão esquerda e a direita.’)

Jesus disse: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Podem vocês beber o cálice que eu irei beber ou serem batizados com o batismo com que estou prestes a ser batizado?”

E eles disseram a ele: “Podemos.” “E Jesus lhes disse: Vocês beberão o cálice que estou bebendo e serão batizados com o batismo com que estou sendo batizado.”

O que é toda essa conversa sobre cálice e batismo? O que isso significa?

Ele está simplesmente dizendo: “Há um cálice para beber e um batismo para suportar, e é o cálice e o batismo da tristeza e do sofrimento. É a cruz, e eu nunca serei exaltado até passar pela cruz.” 

Jesus sabia disso sobre Si mesmo, mas o que Ele está tentando dizer a eles é: “Vocês nunca serão elevados ao lugar onde Deus quer colocá-los até estarem dispostos a beber esse cálice e passar por esse batismo de tristeza e sofrimento… humilhação antes da exaltação.” 

Não há atalhos. Jesus não poderia tomar um atalho para o lugar exaltado que Ele desfruta hoje à direita do Pai. Ele teve que chegar lá por meio da cruz. Deus quer nos exaltar. Ele diz: “Humilhai-vos, e sereis exaltados por Deus.” 

Queremos o atalho. Queremos o caminho fácil. Queremos o caminho sem dor. Queremos chegar ao primeiro lugar de preeminência, à exaltação, à importância sem seguir o caminho humilde, o caminho dos humildes, dos mansos e da obediência. Jesus disse que não há atalhos. 

Isso é o que Ele quis dizer quando disse: “Vocês não sabem o que estão pedindo.” E os discípulos provavelmente foram rápidos demais em dizer: “Oh, sim, estamos dispostos a beber esse cálice e passar por esse batismo.” Onde estavam os discípulos não muito tempo depois quando tudo isso estava se tornando realidade e Jesus estava sendo capturado, julgado, condenado e crucificado?

Onde estavam eles? Prontos para beber aquele cálice, prontos para passar por aquele batismo? De jeito nenhum. Eles estavam fugindo. Estavam com medo. Estavam aterrorizados. 

Jesus conhecia os corações deles, algo que eles não sabiam. E Jesus disse: “Vocês terão que beber aquele cálice e passar por aquele batismo”, o que, no final das contas, eles fizeram.

No final das contas, eles sofreram pela causa do Salvador, e eles chegaram a perceber que Deus exalta aqueles que se humilham, que buscam o lugar mais baixo em vez do mais alto. Jesus deu essas palavras, essa resposta, a Tiago e João, mas então olhe para o versículo 41 de Marcos 10.

Quando os outros dez (os outros dez, que não estavam envolvidos nessa discussão) ouviram essas coisas, ficaram indignados com Tiago e João.” 

Por que você acha que reagiram dessa forma? Porque sentiam a mesma coisa! Eles queriam aquela posição número um e número dois. Era inveja. Eles estavam chateados porque Tiago e João chegaram a Jesus primeiro, pedindo um favor. “Queríamos ter chegado lá antes deles.”

Jesus conhecia os corações deles, conhecia o próprio interesse, a autopromoção, a ambição egoísta. Então, no versículo 42 de Marcos 10, Jesus os chama para si e diz:

“Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas.”

Esta palavra, “dominam”, é uma longa palavra grega. Significa “governar sobre as pessoas”, estar em seu lugar exaltado e governar sobre outras pessoas.

Assim eram construídos os governos daqueles dias. Havia as pessoas no topo, as autoridades, os governantes, e eles “dominavam” sobre as pessoas. Nos impérios grego e romano, o orgulho era considerado uma virtude, e a humildade era considerada uma fraqueza. Os escravos eram desprezados e os governantes eram venerados. É assim que funciona no reino do homem.

O reino deste mundo opera em um sistema de valores totalmente diferente do reino de Deus. Aquilo que é altamente valorizado pelo mundo não significa nada para Deus, e aquilo que é altamente estimado por Deus é desprezado pelo mundo.

Hoje, quais são algumas das virtudes supremas? Orgulho, controle, autoestima, e nossa visão comum de autoridade hoje significa que você tem mais direitos do que a outra pessoa. 

Você pode controlar a outra pessoa, você consegue o que quer se estiver no comando.

Jesus apresenta uma visão totalmente nova de autoridade, que é uma abordagem de servidão à autoridade. O objetivo não é conseguir o que você quer, não é estar certo, não é ter mais direitos, não é estar no controle. O objetivo da autoridade com base em servir é proteger aqueles sob sua autoridade, prover para o bem deles, fazer com que eles cresçam, fazer o que puder para servi-los.

Jesus diz no versículo 42: “Esse é o modo do mundo… o reino do homem, eles dominam, é assim que exercem autoridade” (parafraseado), mas no versículo 43 Ele diz: 

Não será assim entre vocês. Pelo contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo.”

Essa é a palavra “diákonos“, essa é a palavra que significa “um garçom, um assistente, alguém que recebe instruções de outros”.

“Se você quiser ser importante, você deve ser servo, e quem quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos.” 

Essa é a palavra grega “doulos“, o escravo, o escravo doméstico, a posição servil mais baixa e desprezada que poderia haver em todo o sistema econômico daquele tempo.

No sistema mundial, os governantes dominam aqueles sob sua autoridade, e os importantes exercem autoridade sobre os servooutros. No sistema de Deus, aquele que é importante é um servo, aquele que é o primeiro é aquele que está disposto a ser escravo de todos.

Isso é totalmente invertido da maneira como o mundo encara posição e importância. E então Jesus diz aquele grande versículo, versículo 45 de Marcos, capítulo 10: “Pois nem mesmo o Filho do Homem” o governante do universo, o Criador do universo, aquele que era igual a Deus…

“Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”

Ele é o Senhor do céu e da terra, Ele tinha o direito de exercer autoridade sobre cada ser humano na face da terra, mas Ele renunciou a esse direito e veio para nos servir. Ele abriu mão de tudo para suprir nossas necessidades.

Ele nos diz, enquanto você está no ministério servindo aos outros, seja como mãe, conselheira, discipuladora ou no local de trabalho, você não está neste emprego ou ministério pelo que pode obter dele, mas sim pelo que pode dar aos outros.

Preciso ser lembrada disso no contexto do ministério. Recebo muitos privilégios. Recebo muitos agradecimentos e apreciação, e algumas oportunidades de viagem – embora  melhor para mim é ficar em casa. Mas tenho que ser lembrada de que não estou nisso pelo que este ministério pode fazer por mim.

Por isso, aliás, é um grande privilégio para mim que eu não precise receber um salário do nosso ministério. Nem um centavo do que as pessoas doam para o Aviva Nossos Corações vai para o meu salário. É um privilégio que todos os royalties de todos os livros que escrevo possam ser doados de volta para o ministério. Eu não recebo nenhum desses pessoalmente.

Não estou me gabando disso. Estou dizendo que é um privilégio estar neste ministério e dizer: “Não estou nisso pelo que pode fazer por mim, mas estou nisso porque Deus me chamou para ser uma serva para você… uma serva para todas.” Esse é o chamado de Deus na minha vida, e é o lugar mais elevado, abençoado e privilegiado para se estar.

Então, temos, por um lado, o reino do homem, que promove ambição egoísta, busca própria, interesse próprio, autopromoção, e por outro lado temos o reino de Deus, que promove humildade e serviço.

Jesus disse: “Eu vim para mostrar a vocês o que significa ser importante no reino de Deus. Você realmente quer ser importante? Seja servo de todos.” 

Então, tornemos isso pessoal. No local de trabalho, qual é o seu objetivo? É seu objetivo ter sucesso e obter benefícios para si mesma a todo custo, ou é seu objetivo fazer a empresa ter sucesso, trabalhar bem em equipe? Você é uma serva no trabalho?

E em sua casa? Você registra quanto fez em comparação com o que os outros fizeram? Essa é a maneira de competir. Essa é a maneira de querer ser mais importante. Ou seu objetivo é superar todos os outros em sua família? Você fica aborrecida quando serve e não é reconhecida?

Acho que muitas de nós, como mulheres, experimentamos essa luta. A maioria de nós, no contexto de nossas casas ou locais de trabalho, está em uma posição onde serve muito. Mas é fácil ficar ressentida com o serviço. Eu mesma me pego, e tenho vergonha de dizer isso, mas há momentos no ministério em que fico ressentida com as demandas do estudo, as longas horas.

Não estou dizendo isso para que vocês sintam pena de mim, estou dizendo para que orem por mim, porque às vezes me pego apenas ressentindo aquilo que é necessário para cumprir o que Deus me chamou a fazer. Então, tenho que ser lembrada de que é uma honra incrível, um privilégio e um presente do Senhor passar essas horas no meu escritório estudando, no meu laptop, recebendo mensagens da Palavra de Deus para alimentar as mulheres que Deus me chamou para pastorear.

Isso é um privilégio! A propósito, eu sou muito mais ministrada do que qualquer pessoa que me ouve, mas tenho que colocar meu pensamento de volta nos trilhos. Tenho que me reorientar para pensar do jeito de Deus, ao invés do jeito que vem naturalmente.

Na igreja, Pedro diz aos líderes: “Não ajam como dominadores daqueles que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho” (ver 1 Pedro 5:3). E como mulheres, em nossos relacionamentos na igreja, nosso objetivo é servir ou ser servida?

Você vai à igreja pelo que ela pode fazer por você e pelo que você pode tirar dela e como ela a abençoará – como eu mesma às vezes faço? Se você vai à igreja por esse motivo, vai tender a criticar a música se ela não a abençoar, a pregação se não for do estilo que você prefere. Você se tornará descontente e causadora de divisão se não for à igreja como uma serva, para dizer: “Como posso abençoar?”

Eu me alegro tanto – e tenho emoções mistas sobre isso, porque parte de mim gostaria apenas de ir à igreja e não ter que ficar em exposição, ministrando para outras pessoas. 

Às vezes, penso: “Apenas me deixe ir à igreja e ser uma pessoa privada.” Mas quando vou à igreja, com a seguinte mentalidade no caminho, “Senhor, a quem posso servir e abençoar hoje”, percebo que, invariavelmente, semana após semana, as pessoas vêm e se sentam ao meu lado, vêm até mim no corredor, entre os cultos ou depois do culto, e compartilham seus corações, e tenho tantas oportunidades incríveis de ser uma serva.

Eu saio abençoada. Eu recebo muito mais do que se tivesse ido buscar uma bênção. Eu recebo a bênção – quero que vocês entendam isso – mas recebo a bênção colocando-me na posição de abençoar e servir aos outros.

Então, o que significa ser uma serva, servir aos outros? Significa estar mais preocupada em atender às necessidades da outra pessoa do que em atender às suas próprias necessidades. Significa estar centrada nos outros, não focada em si mesma.

Há tantas vezes em que chego em um grupo de pessoas – e todos nós passamos por isso- Temos nossos próprios problemas, nossas próprias necessidades, nossos próprios fardos e preocupações, e apenas queremos que alguém nos abrace, nos ame e nos ministre. Isso aconteceu comigo na igreja no último domingo. É uma grande bênção e Deus frequentemente nos concede isso. Então, quando entro naquela sala de pessoas eu digo: “Como posso arregaçar as mangas e servir… como posso dar?”

Eu peço ao Senhor para me tornar atenta, sintonizada às necessidades dos outros, e Ele faz isso. Ao dar aos outros, Deus enche o meu cálice. Ele supre as minhas necessidades. Ele me abençoa de maneiras tão doces. Então, ser um servo é estar atento às necessidades dos outros, aos interesses deles, às preocupações deles.

A propósito, não há lugar mais importante para fazer isso do que no contexto de nossas próprias casas. É lá que tendemos a querer ser servidas, compreendidas, apreciadas, valorizadas. E Jesus disse: “Essa é a maneira do mundo. Abra mão, abra mão.”

“Porque o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mt. 20:28)

Ó, Senhor, como oramos para que nos dê esse coração humilde e servil de Jesus, que recebeu as crianças, que assumiu a posição mais baixa, que foi para a cruz e deu e deu e deu e deu para que pudéssemos ser exaltadas. 

Senhor, que possamos manifestar esse coração para nossas famílias, em nossas igrejas, em nossos locais de trabalho, onde quer que nos tenha colocado. Permita-nos revelar e mostrar aos outros o coração humilde e servil do Senhor Jesus, em cujo nome oramos, amém.

Raquel: Essa foi Nancy DeMoss Wolgemuth, na série chamada “Como ser mais importante“. Você será confrontada com a definição de importância do mundo durante todo o dia de hoje. Mas Deus nos chama para uma definição totalmente diferente – o tipo de importância que realmente dura e satisfaz. 

Sou muito grata pela Palavra de Deus, que pode nos ajudar a conhecer a verdade sobre questões práticas como essa. E sou grata pela maneira como Nancy expõe essa verdade. Se você perdeu o primeiro episódio desta série, pode ouvi-la ou ler a transcrição no nosso site www.avivanossoscoracoes.com.

Lembrando que a partir da semana que vem lançaremos um desafio de 30 dias de oração pelos filhos pródigos. Não deixe de participar deste desafio. Clique no link no final desta transcrição para ingressar no grupo do WhatsApp da ANC e receber um conteúdo guiado para te inspirar a orar por essa pessoa.

WhatsApp: Desafio de 30 dias de oração pelos filhos pródigos

Imagine um grupo de crianças de nove anos em uma sala com o homem mais forte do mundo. Os meninos começariam a discutir sobre quem pode levantar mais peso? Nancy discutirá essa situação absurda amanhã. 

Aguardo você aqui, no Aviva Nossos Corações.

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.