icon-newsletter

Consciência limpa ep.2: lidando com as ofensas contra os outros – sua consciência está limpa?

Publicadas: out 03, 2022

Raquel Anderson: Rick Lawson estava sentado na igreja e ele ouviu um orador dar esta definição de uma consciência limpa:

Rick Lawson: “Podemos dizer que você tem a consciência limpa se, no caso de ter prejudicado alguém, mentido, roubado ou pecado contra a pessoa de alguma forma, você a procurou, se acertou com ela e buscou o perdão de Deus também.” E ele pediu que as pessoas que pudessem fazer essa afirmação levantassem as suas mãos.

Eu sabia que não poderia levantar minha mão. Na verdade, quase senti fisicamente como se alguém tivesse acabado de me dar um soco no estômago.

Raquel: Este é o Aviva nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth na voz de Renata Santos.

No episódio anterior Nancy falou sobre o que significa ter a consciência limpa perante Deus e os outros. Esse assunto pode levantar muitas questões. Você realmente tem feito tudo certo, mesmo as pequenas coisas? Ela continuará  a abordar esse tópico nesse episódio da série chamada Buscando a Deus: Experimentando a Alegria do Avivamento Pessoal.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Vamos falar sobre algumas questões relacionadas com uma consciência pura. Uma das primeiras perguntas que surge é: “Eu realmente tenho que ter uma consciência limpa em tudo, até com coisas tão pequenas que ninguém sabe? As pequenas coisas importam?

Eu já vivenciei isso e talvez você também tenha, que o inimigo pode levantar a menor das ofensas (e agora estou falando sobre uma ofensa real, não uma ofensa imaginária; mas uma ofensa verdadeira, algo de errado que você fez) e ele pode colocar o dedo na ferida só para te fazer sofrer sobre isso.

Porém, às vezes não é o inimigo e sim Deus, que ama você o suficiente para trazer a convicção de que você precisa lidar com uma determinada situação. Para que não haja nada entre a minha alma e o Salvador. É assim que eu quero viver.

Nós falamos sobre a consciência ser como o radar meteorológico da alma. Eu quero ter um radar limpo, céu de brigadeiro, saber que não há nada errado, nada, por menor que seja. Se Deus estiver trazendo algo à minha mente, se Deus estiver trazendo algo à sua mente, lide com isso. Limpe a sua consciência com relação ao problema.

E aí vem a pergunta: E se isso aconteceu há muito tempo? Aconteceu anos atrás. Por que “desenterrar os mortos” agora? Ao longo dos anos, eu ouvi muitas pessoas testemunharem sobre coisas que elas tinham feito 30, 40, 50 anos atrás e nunca contaram a ninguém, nunca haviam limpado as suas consciências com as pessoas envolvidas. Uma mulher mais velha que, décadas atrás, mesmo antes de ser legalizado, havia feito um aborto… Uma criança que havia roubado algo de uma loja de ferragens… Ofensas, pequenas ou grandes e essas pessoas cresceram, se tornaram adultas e continuaram a pensar nessas ofensas, mesmo anos depois.

Não importa quanto tempo faz, se você ainda se lembra dessa ofensa, então é recente o suficiente para que você tenha que lidar com ela. Não estou dizendo que você tente desenterrar tudo o que você consegue se lembrar do seu passado. Estou apenas dizendo que ore assim: “Senhor, sonda meu coração. Existe alguma coisa que eu não tenha tratado, qualquer ofensa contra o Senhor ou contra outros que eu precise acertar, mesmo que tenha sido há muito tempo?”

Lembro-me de estar em um culto, anos depois de eu sair da faculdade, e Deus começou a trazer à minha memória e a convencer meu coração sobre eu ter colado em uma prova na faculdade e sobre uma série de relatórios que tivemos que entregar sobre o número de horas de prática. Eu me formei em música e havia mentido em alguns desses relatórios.

Anos depois, Deus colocou isso em meu coração, me convenceu disso. Essa convicção não deveria ter levado tantos anos pra me alcançar e significa que eu não tinha uma consciência sensível como eu deveria ter naquela época. Mas anos depois eu tive que voltar àquela escola, procurar as pessoas envolvidas e dizer: “Eu pequei. Peço perdão a vocês.”

Foi muito difícil. Até hoje meu coração acelera quando penso nisso. Mas nada se compara à liberdade, à alegria e à libertação de saber que a sua consciência está limpa.

Uma pergunta que acho que sempre nos fazemos é: E se a outra pessoa estava mais errada do que eu? Deixe-me dizer em primeiro lugar que, existe uma grande chance da outra pessoa estar pensando que você estava mais errada do que ela, sendo a natureza humana como é. Nós tendemos a projetar mais responsabilidade nos outros do que em nós mesmos.

Mas, vamos supor que a pessoa estivesse errada. Isso muitas vezes acontece em um casamento, em família, em um relacionamento próximo. Tendemos a querer pular no pescoço uns dos outros. Cometemos erros uns com os outros. Alguém diz palavras ásperas e a outra pessoa responde sem pensar. Quem começou? Na verdade, nada disso importa. Deus não está pedindo que você limpe a consciência da outra pessoa. Deus está pedindo que você limpe a sua consciência. Deixe que Deus seja o Espírito Santo na vida da outra pessoa.

Porém, não vá pensando: “Tudo bem, se eu der o primeiro passo, pedindo perdão ao meu marido e dizendo que eu estava errada, certamente ele vai cair de joelhos e implorar por meu perdão já que, na verdade, ele começou essa discussão”.

Não, isso não é humildade. Vá para a cruz. Deixe Deus lidar com seu marido, sua sogra ou quem quer que seja a pessoa. Quanto a você, limpe a sua consciência. 

E quanto aos pecados de natureza moral? Devem ser confessados? Você deve buscar a reconciliação se houve um relacionamento imoral? Esta é uma área digna de uma série de programas completos e talvez algum dia faremos isso. Mas devemos ter alguns cuidados aqui.

Se seu pecado moral aconteceu apenas em seus pensamentos e a outra pessoa não está ciente disso, não procure essa outra pessoa e diga: “Eu tive pensamentos lascivos em relação a você.” A pessoa não está ciente disso. Seu pecado foi contra Deus. Leve-o a Deus. Peça perdão a Ele.

Agora, se seu pecado moral aconteceu com seu comportamento, ações ou atitudes em relação alguém (um espírito paquerador ou vestindo-se de maneira a provocar desejos errados em um namorado, por exemplo) procure a pessoa envolvida. Não entre em detalhes morais ou imorais, mas trate a raiz do problema.

Diga: “Não agi com você de maneira apropriada para uma mulher.” Peça que Deus te ajude com palavras que expressem o cerne da questão, mas não diga coisas inapropriadas.

Se houve um relacionamento imoral (um caso de adultério, um relacionamento imoral em um namoro em seu passado) o objetivo não é reestabelecer a relação. E sim procurar a pessoa, se necessário ou apropriado, limpar a sua consciência e depois saber que essa pessoa nunca poderá te procurar para dizer: “Você pecou contra mim e você não fez a coisa certa.”

A propósito, se um marido ou uma mulher cometeu adultério contra seu parceiro, essa é uma ofensa que precisa ser esclarecida. Você precisa limpar a sua consciência com seu companheiro.

Mas pode ser que você precise de uma terceira pessoa piedosa, que possa intervir e ajudá-la a caminhar e passar por essas águas turbulentas, ajudá-la a passar por isso (um pastor ou um conselheiro bíblico piedoso). Mas, com relação a questões morais, você precisa ter certeza de que seu coração está limpo.

Você também pode estar se perguntando: E se, para limpar a minha consciência, isso me custar dinheiro? E se eu fiz algo que envolve roubo ou há um custo envolvido. Existem inúmeras passagens ao longo do Antigo e do Novo Testamento que falam sobre a importância de fazer uma restituição.

Êxodo 22:1 diz: “Se alguém furtar um boi ou uma ovelha e o matar ou vender, ele dará cinco bois por um boi, e quatro ovelhas por uma ovelha”.

Você se lembra da história de Zaqueu em Lucas capítulo 19, versículo oito? Ao se arrepender, ele disse: “Senhor, se eu cometi injustiça, roubei ou traí alguém, eu vou devolver-lhes o que roubei.” (parafraseado).

Lembro-me de ouvir o testemunho de uma mulher quando estávamos em uma cruzada de avivamento no estado de Iowa. Ela havia colocado fogo em seu trailer até não restar nada dele, para receber o dinheiro do seguro. 

E ela teve que procurar a seguradora, confessar o que tinha feito, sabendo que as consequências poderiam ser enormes. Mas ela disse: “Eu preciso ter uma consciência limpa.”

Depois de vários anos uma mulher me procurou, ela era a filha daquela mulher. Ela me disse: “Eu era aquela garotinha, a filha daquela mulher que queimou seu trailer completamente. Eu cresci naquele lar onde minha mãe, por desespero, queimou aquele trailer.” Ela disse que viu sua mãe pagar essa dívida por muitos longos anos, após confessar o seu erro.

E agora aqui estava aquela filha que se tornou uma mulher adulta, amando ao Senhor, buscando ao Senhor. Sua mãe não tinha ideia de que tipo de impacto isso teria na vida da filha, de sua filhinha, ao ver sua mãe querer ter uma consciência limpa diante de Deus e de todas as pessoas. 

E isso leva a outra pergunta:  E se eu tiver infringido a lei? Posso ir para a cadeia. O que eu fiz é ilegal.

Lembro-me de ouvir o testemunho de um homem. Nós estávamos fazendo  outra cruzada de avivamento em Covington, Indiana e um homem que estava naquela igreja nos procurou e, na verdade, naquela época ele era um fugitivo da justiça no Canadá. Ele estava lá em Covington, Indiana e Deus começou a lidar com sua consciência. Ele disse: “Eu tenho que me acertar com Deus. Eu tenho que fazer o que é correto, seja qual for o custo”.

Ele se entregou às autoridades e realmente foi para a cadeia por, se não me falha a memória, vários anos. Há consequências para o pecado. E estar arrependido e limpar a nossa consciência não significa que não experimentamos mais essas consequências. Pode haver consequências. Você comete adultério; você vai ter consequências em seu casamento. E essas consequências podem não desaparecer, mas você ainda pode ter uma consciência limpa.

E se a pessoa não me perdoar? Às vezes isso acontece em relacionamentos com uma história de dificuldade na relação. Deixe-me sugerir algumas razões pelas quais a pessoa pode não estar disposta a perdoá-la.

  Primeiro, pode ser que ela não sinta que você está realmente arrependida. Ela ainda pode estar vendo em você um orgulho, culpa ou espírito defensivo. Portanto, certifique-se de que seu coração está com a postura correta.

  Ela pode precisar de tempo para processar, dependendo da natureza das ofensas. Provavelmente você levou algum tempo para chegar ao ponto de lidar com o problema. Dê tempo a Deus para trabalhar no coração da pessoa.

  Ela pode estar tendo dificuldades em equilibrar a culpa e a responsabilidade. Sabe como é, quando as duas pessoas estão erradas, elas podem aliviar seus sentimentos de culpa colocando a responsabilidade uma na outra, mas quando alguém vem e limpa a própria consciência, a outra pessoa não pode mais responsabilizá-la e agora a culpa fica com ela. Enfim, Deus pode trabalhar na consciência da outra pessoa enquanto ela tenta equilibrar a culpa e a responsabilidade.

Em última análise, se a pessoa te perdoa ou não, não é sua responsabilidade. Deixe isso nas mãos de Deus. Deus trabalhou em seu coração para te levar a esse ponto. Deixe Deus trabalhar no coração da outra pessoa e lembre-se de que você não merece ser perdoada.

O perdão não é um direito. Você merece o julgamento e a fúria de Deus. Ao pedir perdão, você não está dizendo: “Você me deve o perdão”, você está dizendo: “Você poderia ter misericórdia de mim como Deus teve misericórdia de mim?”

Daqui a pouco e no próximo episódio, vamos ouvir a história de um homem que colocou em prática este princípio da consciência limpa e finalmente viu a nação inteira lendo sua história na segunda página do jornal USA Today. Sei que você quer ouvir essa história.

Mas enquanto isso (e a propósito, não deixe isso te assustar) saiba que quando você limpa a sua consciência não significa que vai acabar na segunda página de um jornal nacional. Mas ao se comprometer a limpar a sua consciência, você encontrará a tela do radar do seu coração limpa diante de Deus e dos homens.

Então eu quero desafiá-la, se você ainda não o fez, a fazer uma lista com os nomes das pessoas que Deus colocar em seu coração, com quem você está em falta, alguém do passado ou um relacionamento presente. 

Faça uma lista. 

Em seguida, comprometa-se a começar a limpar a sua consciência.

Procure cada um, um de cada vez.

Busque o perdão.

Depois, uma vez que você obteve uma consciência limpa e sua obediência está em dia, comece a prática de manter a consciência limpa ao longo da vida. Espero que, pelo resto de sua vida cristã, você nunca mais chegue a este ponto de ter uma longa lista de pessoas com as quais você precisa se acertar.

Quando você pecar contra alguém novamente, seu coração estará sensível e responsivo a Deus e Deus a convencerá a voltar atrás. Se isso acontecer com seu cônjuge, “não deixe o sol se pôr sobre sua ira.” Faça o que é certo. Humilha-se. Vá buscar o perdão. Seja com seu filho, sua filha, seus pais, seu chefe, o que for. Mantenha sua consciência limpa. Não há maior alegria. 

Raquel: Essa é Nancy DeMoss Wolgemuth explicando por que é importante manter a consciência limpa. Rick Lawson tem experimentado a alegria de limpar sua consciência. Ele está aqui para falar com Nancy sobre isso.

Uma consciência pesada: a história de Rick Lawson

Nancy: Rick, muito obrigada por se juntar a nós aqui no Aviva Nossos Corações.

Rick Lawson: O prazer é meu, Nancy.

Nancy: Rick, você é engenheiro elétrico e nós tivemos nosso primeiro contato através do Ministério Life Action, que é o ministério ao qual tenho servido. Foi durante uma Convenção do Ministério na cidade de Dallas, na Igreja Batista de Birchman. Conte-nos um pouco sobre o seu ponto de vista, como alguém que estava naquela igreja na época durante a Convenção. O que Deus fez naqueles dias e como Ele começou uma nova obra em seu coração naquele momento?

Rick: Quando o Ministério Life Action veio à nossa igreja durante o Outono de 1988, eu não estava realmente esperando que Deus fizesse alguma coisa em minha vida. Na verdade, eu estava focado em construir a minha carreira e tinha planos de mudar e progredir. Naquela época eu estava literalmente no processo de mudança de Fort Worth, Texas, para St. Louis, por conta de uma promoção. Eu era funcionário do Departamento de Defesa na época.

A programação do Life Action geralmente tinha duração de duas semanas e às vezes mais. Foi o tempo que levou para Deus realmente me “pegar pelo calcanhar”. Passei por toda a primeira semana do evento e lembro como Deus começou a trabalhar. Quando eu olho para trás agora, percebo que o Espírito Santo estava agindo, me preparando para o que Ele iria pedir.

Na verdade, foi no segundo domingo pela manhã. A mensagem que foi pregada naquela época foi sobre Naamã, sobre ele querer a cura de sua lepra e ter ido pedir isso a Eliseu. Eliseu lhe disse para mergulhar sete vezes no Rio Jordão. Isso foi uma luta para ele por causa de seu orgulho. Era um pedido muito simples, mas foi muito difícil fazer aquilo por conta de seu próprio coração.

Foi quando Deus começou realmente a lidar comigo e trazer convicção em meu coração sobre o orgulho que eu tinha em minha vida. Deixei o meu assento na igreja e fui para um lugar que havia sido reservado para a oração e depois que acabou, eu senti uma nova alegria em meu coração. Passei vários minutos clamando ao Senhor e confessando o orgulho que eu tinha em minha vida, falando sobre minha vida independente Dele e minha autossuficiência. Lembro-me de sair no domingo de manhã e mal pude esperar até a hora de voltar para a igreja naquela noite.

Nancy: Isso é um sinal de avivamento, não é?

Rick: (risos) Isso mesmo. Eu não queria ir para casa. Eu mal podia esperar para voltar.

Nancy: Nossa!

Rick: Então, voltamos e uma das senhoras encarregadas do berçário entrou e estava à procura de voluntários. Eles precisavam de ajuda no berçário e eu estava tentando me esquivar. Naquele tempo tínhamos três filhas pequenas. A mais velha tinha cinco anos. Então, algumas delas estavam no berçário. Nós geralmente servíamos no berçário, mas eu estava tentando me esconder.

Eles acabaram selecionando minha esposa Vickie para servir, então eu pude ficar no culto, o que me deixou super feliz.

Quando o culto começou, porém, a maneira que o missionário começou a mensagem foi a seguinte: “Antes de começarmos, vamos nos colocar em pé para orar e dizer: “Senhor, se escolher falar comigo esta noite, o que o Senhor disser, eu obedecerei.”

Lembro-me de fazer essa oração de todo o coração. A alegria daquela manhã ainda estava transbordando em minha alma e eu estava animado para fazer aquela oração e então comecei a prestar atenção com ansiedade para ver que nova verdade eu iria aprender.

Provavelmente uns cinco minutos após a mensagem ter começado, ela acabou sendo sobre ter uma consciência limpa tanto diante de Deus quanto diante dos homens. A seguinte definição foi dada:

“Podemos dizer que você tem a consciência limpa se, no caso de ter prejudicado alguém, mentido, roubado ou pecado contra a pessoa de alguma forma, você a procurou, se acertou com ela e buscou o perdão de Deus também.” 

E ele pediu que as pessoas que pudessem fazer essa afirmação levantassem as suas mãos. Como nossas cabeças estavam curvadas, eu sabia que não poderia levantar minha mão. Na verdade, quase senti fisicamente como se alguém tivesse acabado de me dar um soco no estômago porque o Senhor trouxe duas coisas instantaneamente à minha mente quando essa pergunta foi feita e eu pensei: “Eu poderia fazer isso?” Duas coisas me vieram imediatamente à mente:

  1. O meu certificado de segurança, que eu tinha como parte do meu trabalho.
  2. Eu havia roubado de vários negócios naquela área, e também quando eu estava na faculdade.

Especificamente, o que me veio à mente foi meu certificado de segurança. No questionário você tem que preencher sobre um monte de antecedentes, claro. Uma das coisas que eles perguntaram foi: “De alguma forma, você já fez uso de drogas ilegais?” Eu tinha feito enquanto estava na faculdade.

Mas eu sabia qual deveria ser a resposta certa. Fiquei com medo de dizer a verdade e não receber a minha certificação; dessa forma, eu iria perder o meu emprego. Então, fiz uma racionalização da situação. “Bom, eu não faço mais isso. Isso não vai fazer parte da minha vida, então vou dizer o que eles querem ouvir”.

O problema, a questão, com a qual Deus queria trabalhar era que eu estava pondo a minha confiança em uma certificação. Eu também tinha uma certificação especial de acesso com a Marinha para trabalhar no projeto no qual eu estava trabalhando. Então, todos os dias que eu ia trabalhar, era como se eu estivesse mentindo. Eu não era qualificado para estar lá. Eu não tinha dito a verdade.

Nancy: Aquele formulário que você preencheu há quanto tempo? 

Rick: Por volta de cinco anos antes.

Nancy: Então, na verdade você não havia pensado muito sobre a situação durante os últimos cinco anos?

Rick: De jeito nenhum.

Nancy: Até que o Senhor colocou o dedo na ferida.

Rick: Ah, isso mesmo. Dali em diante, não consegui parar de pensar naquilo.

Nancy: Isso se chama convicção do Espírito Santo.

Rick: Sim, isso mesmo. Na verdade, nem sei como eu estava conseguindo trabalhar porque literalmente, eu não conseguia tirar aquela situação da minha mente.

Continuei tentando fazer racionalizações, claro, depois que o culto terminou, me lembro que Vickie, minha esposa, tinha ido servir no berçário e ela tinha perdido a mensagem sobre consciência limpa. Então eu tive que ir para casa e contar tudo a ela, tintim por tintim, porque eu não poderia suportar aquilo sozinho.

Nancy: Você contou a ela do que Deus estava te convencendo?

Rick: Sim, contei. Me lembro dela colocar a mão na boca e dizer algo como “Senhor Amado”, com relação a isso.

Então comecei a compartilhar com ela o que o Senhor havia colocado em meu coração. Como você pode imaginar, ela ficou um pouco ansiosa e até com medo. Eu disse: “Não paro de pensar na minha certificação”.

Nancy: Então ela teve medo da dimensão da situação ou do que poderia acontecer se você colocasse tudo em pratos limpos.

Rick: Isso mesmo. Porque no formulário de certificação, que é um formulário do governo, na parte inferior diz: “Qualquer declaração falsa é passível de punição máxima de dez anos de prisão e uma multa de no máximo US$ 10.000”.

Nancy: Meu Deus! Então havia muito em jogo.

Rick: Sim. Ela realmente passou por um processo. Assim como eu, ela estava passando por uma luta para não me pressionar a fazer isso ou aquilo.

Na verdade, ela se encontrou com a professora da Escola Dominical de Mulheres, elas tinham um bom relacionamento e eram muito próximas e minha esposa compartilhou com ela o que estava acontecendo e sobre a luta que estávamos passando. Depois que ela ouviu o que estava acontecendo, ela disse: “Vickie, Deus está pronto para responder a oração se você simplesmente sair do caminho e deixá-Lo lidar com seu marido”.

Nancy: Uma atitude como essa exigiu muita fé da parte de Vickie, confiança de que Deus sabia o que Ele estava fazendo.

Rick: Sim. Durante a conferência, as pessoas davam testemunhos de como elas limparam as suas consciências de uma forma ou de outra, falando de atitudes individuais como ter que devolver dinheiro para alguém, esse tipo de coisa. Mas ninguém, pelo menos até aquele momento, havia encarado uma consequência do tipo ir para a cadeia. Se eu fosse para a cadeia, não havia mais como sustentar a minha família.

Mas a passagem das Escrituras que Deus continuou usando, que Ele   continuou me trazendo à mente, estava em Marcos capítulo 10, versículos 17-22, sobre o jovem rico e como ele veio a Jesus e lhe perguntou o que ele deveria fazer para ser salvo. Estudando de forma teórica em um contexto de Escola Dominical, você olha para isso e diz: “Ei, esse cara está falando com Jesus. Ele diz: ‘O que devo fazer para ser salvo?’ Jesus pede que ele faça algo. ‘Vá, venda tudo o que você tem e depois venha e me siga'”.

Na verdade, quando Jesus fez isso, a Bíblia diz que Jesus olhou para ele e o amou e depois disse essas coisas. Mas o jovem rico foi embora triste porque tinha muitas riquezas. A Bíblia não nos diz se ele teve outra oportunidade de seguir a Jesus novamente.

Era nisso que eu pensava naquela noite quando fui dormir. Senti como se Deus estivesse me pedindo para ser obediente e abrir mão de tudo, minha carreira, minha posição, meu status. Ele estava me perguntando se eu estava disposto a perder tudo por Ele.

Raquel: Na próxima semana ouviremos o resto da história de Rick e sua conversa com Nancy DeMoss Wolgemuth sobre a alegria e sobre o processo um tanto assustador e difícil de ter a consciência limpa. A entrevista de hoje faz parte de uma série chamada Buscando a Deus e a cada semana ela tem se tornado mais profunda, significativa e desafiadora.

Buscando a Deus é uma série sobre as características do avivamento. Ter a consciência limpa é uma delas, juntamente com a honestidade, a pureza, a obediência e a santidade. Todas nós precisamos nos lembrar desses tópicos e esta série será útil sempre que você voltar a ela.

No próximo encontro, saiba sobre o momento em que Rick Lawson entregou a papelada, admitindo que havia contado uma grande mentira. Te esperamos de volta no Aviva Nossos Corações.

Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth faz parte do Ministério Life Action.

Clique aqui para ouvir no original em inglês.