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A Beleza da Mansidão – Dia 05: Esteja revestido de mansidão

Publicadas: jul 26, 2024

Raquel Anderson: Quando você tem um espírito manso, isso se reflete em maneiras práticas. Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth com um exemplo.

Nancy DeMoss Wolgemuth: E-mail pode ser uma área onde frequentemente demonstramos falta de mansidão. Precisamos aprender a parar, esperar, pensar bem a respeito, antes de enviar uma mensagem. Devemos nos perguntar: “Será que é isso mesmo que Deus quer que eu diga?”

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Escolhendo o perdão, na voz de Renata Santos.

Você acha difícil ficar quieta, dar uma pausa, parar e ser capaz de não tentar se defender quando alguém está com raiva? Esses são sinais de mansidão que Deus pode desenvolver em sua vida.

Nancy: Depois de gravarmos o episódio de ontem, algumas das minhas amigas e eu saímos para jantar. Uma delas estava comigo durante a gravação e ela de repente disse: “Esses episódios sobre mansidão foram extremamente constrangedores.”

Olhei para ela e disse com toda a sinceridade: “Quais pontos específicos você achou constrangedores?”

Ela disse: “Cada palavra que saiu da sua boca! Todas aquelas listas de exemplos de maneiras como respondemos quando não somos mansas. Eu não acho que há uma circunstância em minha vida onde minha resposta inicial foi responder com mansidão.”

Esta é uma mulher que jamais me viria à mente se você me perguntasse sobre exemplos de falta de mansidão. Para mim ela parecia dominar essa qualidade. Mas Deus estava revelando a ela: “As respostas iniciais vindas do seu coração não exemplificam mansidão.”

Ela disse: “Seria útil se, ao voltar ao assunto, você deixasse claro que a mansidão não é algo que acontece da noite para o dia em seu coração, que há um processo de santificação. Pelo poder do Seu Espírito, Deus trabalha em nossas vidas, nos conformando e moldando ao Seu caráter.”

Portanto, é importante afirmar que há um processo envolvido. Eu vejo isso claramente em minha própria vida, e estou agradecida à minha amiga por me lembrar disso.

Tenho me referido várias vezes ao longo desta série a um livro de Matthew Henry, escrito há mais de trezentos anos, chamado A Busca pela Mansidão e Tranquilidade de Espírito.

A linguagem é um pouco antiquada ou arcaica. É por isso que, ao citá-lo ao longo desta série, estou tomando um pouco de liberdade, tentando tornar a linguagem mais contemporânea. 

Não é um livro longo, mas você não pode lê-lo rapidamente. As citações que destaquei continuam mexendo com minha vida. 

Na última sessão, falamos sobre como Matthew Henry diz que a mansidão nos permite governar e controlar nossa raiva quando somos provocadas, quando outros fazem coisas que nos irritam ou incomodam.

Anos atrás, ouvi uma ilustração sobre George Whitefield, um pregador de avivamento britânico do século XVIII, muito usado por Deus. Em um ponto de seu ministério, Whitefield recebeu uma carta maliciosa, acusando-o de má conduta.

A resposta de George Whitefield demonstrou um espírito de mansidão. Ele disse o seguinte:

“Eu agradeço de coração a sua carta. (Esta foi sua resposta) Quanto ao que você e meus outros inimigos estão dizendo a meu respeito, gostaria de te dizer que eu sei coisas muito piores sobre mim do que você.

Com amor em Cristo,

George Whitefield

Pensei, esse é um espírito de mansidão. Ele não tentou se defender. Ele não retaliou. Ele disse: “Olhe, se você soubesse tudo que passa dentro de mim, você teria escrito uma lista ainda maior.” Isso é um espírito de mansidão. A mansidão nos permite governar ou controlar nossa raiva quando somos provocadas.

Mas a mansidão, de acordo com Matthew Henry, também nos permite suportar pacientemente a raiva dos outros em relação a nós. É nisso que quero focar hoje – quando os outros estão com raiva de nós, como respondemos?

Matthew Henry sugeriu que existem duas respostas bíblicas. A primeira é que, às vezes, a resposta certa, a resposta mansa, é não dizer nada. Às vezes, a mansidão requer que fiquemos em silêncio. Provérbios 26:4 nos diz: “Não responda ao insensato com igual insensatez, do contrário você se igualará a ele.”

Você pode se lembrar de momentos, como eu, em relacionamentos – talvez em seu casamento, com seus filhos, colegas de trabalho ou amigos – onde alguém expressa raiva ou frustração em relação a você. Sua reação natural é adotar o mesmo tom. Recentemente, durante uma reunião, alguém fez um comentário que me afetou. A pessoa estava tensa e intensa. Percebi que, em meu íntimo, eu estava respondendo com o mesmo tom, ficando também exaltada.

Lembra quando dissemos que mansidão não é ficar furiosa; não é ficar com raiva. Às vezes, a maneira de lidar com isso é simplesmente não dizer nada.

Lembra da passagem em Números, capítulo 12, onde Miriã e Arão falaram contra Moisés (o líder ordenado por Deus) por causa da mulher etíope com quem ele havia casado. Eles não gostavam da esposa dele. Eles não aprovaram a escolha de Moisés. Estavam chateados com isso.

Então disseram: “Será que o Senhor tem falado apenas por meio de Moisés? Também não tem ele falado por meio de nós?” (v. 2)

Vemos aqui Miriã e Arão, que deveriam ser os principais apoiadores de Moisés, aqueles que o defendem. No entanto, como o restante dos israelitas, eles estavam criticando, resmungando e reclamando. Estavam com raiva de Moisés e decidiram voltar-se contra ele, atacando-o. Criticaram Moisés, tanto para outras pessoas quanto diretamente a sua face.

O versículo 3 nos diz: “Ora, Moisés era um homem muito paciente [manso], mais do que qualquer outro que havia na terra.”

Então aqui está Miriã sendo hostil, com raiva, mas a mansidão é o que caracteriza Moisés em sua resposta. Você diz, como a mansidão foi demonstrada nisso? Bem, se você ler essa passagem em Números 12, você descobrirá que Moisés não disse nada. Ele não respondeu. Ele ficou em silêncio. Na verdade, a única coisa que Moisés diz naquela passagem é no final, onde ele ora por sua irmã quando Deus a atinge com lepra. Ele deixa Deus lidar com a situação. Ele não responde com raiva ao espírito crítico e raivoso dela. Ele não se defende. Ele não fala nada, exceto para orar por ela. Isso é uma ilustração poderosa de mansidão.

Não há maior exemplo de mansidão, silêncio e autocontrole, sob os ataques dos outros, do que temos em Jesus Cristo. 

Lembra da passagem em Isaías 53? Diz assim:

“Ele foi oprimido e afligido; e, contudo, não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca.” (v. 7)

Há um momento em que a mansidão nos direciona a ficar em silêncio, a não dizer nada. Veremos porém, nos episódios seguintes desta série, que há momentos em que a mansidão nos direciona a dizer algo. Há momentos em que o caminho da mansidão é simplesmente calar a boca, não dizer nada, ficar em silêncio, deixar Deus vir em nossa defesa e não nos defendermos.

Quanto a ficar em silêncio quando os outros estão com raiva de nós, Matthew Henry, diz o seguinte em seu livro A Busca pela Mansidão e Tranquilidade de Espírito:

“É melhor não dizer nada do que dizer algo provocador”

Quando nossos corações estão fervendo dentro de nós, é bom ficarmos em silêncio e guardar nossa paz. Aqueles que se sentem injustiçados pensam que podem ter permissão para falar, mas é melhor ficar em silêncio do que falar errado e criar futuro arrependimento.

Em outras palavras, é melhor não dizer nada do que dizer algo pelo qual você terá que voltar e pedir perdão a Deus e à pessoa para quem você o disse.

Matthew Henry disse:

“Muitas vezes, pioramos as coisas ao falar, mas raramente pioramos as coisas ao ficar em silêncio.”

Aqui está outra citação:

“Não há nada dito ou feito no calor da discussão que não possa ser dito ou feito melhor depois.”

Em outras palavras, se você for falar, não fale enquanto estiver com raiva. Aliás isso está relacionado com a disciplina de seus filhos. Você pode ter que dizer algo naquele momento porque a situação exige isso. Mas, se possível, é melhor não abrir a boca até que você possa lidar com sua própria raiva interna, porque as Escrituras dizem: “O castigo da sua arrogância será completo.” (Provérbios 22:8)

Uma verdade dita em um momento de raiva pode causar mais dano do que bem.

Todas nós podemos pensar em situações em que isso foi verdade. Melhor não ter dito do que ter dito impulsivamente ou com raiva. 

Aqui está outra citação tão poderosa. Ele disse:

“É melhor, pelo silêncio, ceder ao nosso irmão, que é, ou foi, ou pode ser, nosso amigo, do que, pela fala raivosa, ceder ao diabo, que tem sido, e é, e sempre será, nosso inimigo.”

Ao reagir, você está cedendo ao diabo. É melhor ceder ao seu irmão, que é seu amigo. Então, às vezes, a resposta certa e mansa à raiva dos outros é não dizer nada.

E, em outros momentos, a resposta correta é quando falamos, a mansidão nos orienta a dar uma resposta branda — às vezes a não dizer nada — mas se e quando falarmos, que nossa resposta seja branda.

Como já lhes disse, muitas vezes nas últimas semanas enquanto eu estava trabalhando nesta série, me vi sendo provocada. Não sei se estou apenas percebendo mais ou se está acontecendo mais, se Deus está criando circunstâncias para eu praticar o que estou pregando aqui.

Mas um dia específico enquanto eu estava trabalhando nesta série, recebi um e-mail de uma amiga que estava chateada, ela estava com raiva. O tom do e-mail — sabe como é? O e-mail pode ter um certo tom — o tom era acusatório. Realmente, na minha opinião, foi um ataque injusto. Foi como, “Gente! De onde veio isso?” Me pegou completamente desprevenida.

Mas eu estava estudando sobre esse assunto, e consegui refletir e medir minha resposta. Meu impulso natural, assim como o seu, se você for honesta, era de responder com um e-mail no mesmo tom. E como é rápido e fácil — fácil demais — pressionar “enviar”.

E-mail pode ser uma área onde frequentemente demonstramos falta de mansidão. Precisamos aprender a parar, esperar, pensar bem a respeito, antes de enviar. Devemos nos perguntar: “Será que é isso mesmo que Deus quer que eu diga?”

Meu impulso natural era me defender, contra-atacar, mostrar as deficiências dela. Mas a resposta mansa pedia para esperar. Não responda imediatamente. Deixe ela se acalmar. Acalme-se, garanta que não está respondendo com raiva. Descobri que quando finalmente respondi — e nesse caso esperei alguns dias… dadas as circunstâncias, aquilo era a coisa certa a fazer. 

Eu precisava esperar, deixar a poeira baixar. E quando eu respondo, tenho que garantir que não respondo da mesma maneira, que minha resposta seja branda.

Matthew Henry usa algumas metáforas que mostram o que acontece quando você libera palavras brandas em resposta à raiva. Ele diz que quando respondemos com uma resposta branda, isso joga água na situação. “Enquanto irritação e provocação só jogariam óleo sobre o fogo.”

Se você falar precipitadamente ou com raiva, isso só piora as coisas… Como despejar combustível sobre brasas, isso só faz a chama aumentar. Em vez disso, jogue água. Isso diminui o calor, a chama.

Ele usa outra metáfora. Ele diz: “Quando as ondas do mar batem em uma rocha, elas a atacam e fazem barulho.” Você pode ouvir aquelas ondas batendo nas rochas, fazendo um barulho muito alto. “Mas a areia macia recebe essas ondas calmamente, e as devolve sem danos.”

Você pode ver aquelas ondas chegando à costa, mas quando vai ao encontro de uma areia macia, não há nada contra o que bater. Então as ondas voltam. Esta é uma ilustração do que acontece quando respondemos com mansidão às pessoas irritadas.

Eclesiastes 10:4, “Se a ira de uma autoridade se levantar contra você, não abandone seu posto; a tranquilidade evita grandes erros.” Não se irrite.

Provérbios 25:15, “Com muita paciência pode-se convencer a autoridade, e a língua branda quebra até ossos,” palavras brandas, bondosas, pacientes.

E, é claro, nos referimos a Tiago 1 na série, “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se. Pois a ira do homem não produz a justiça de Deus.” (versos 19–20)

Em seu livro sobre mansidão e tranquilidade de espírito, Matthew Henry fala sobre evidências da falta de mansidão e como isso se manifesta nos relacionamentos cotidianos. Quero mencionar apenas três delas que nos ajudarão nessa área, a fim de que deixemos Deus examinar nossos próprios corações e nos mostrar — “Nós temos um espírito manso?” 

Primeiramente, no que diz respeito àqueles que estão sob nossa responsabilidade – seja como pais, professores ou empregadores, com pessoas que reportam a nós, estão sob nossa liderança ou autoridade – se não cultivarmos a mansidão, é provável que reajamos rapidamente corrigindo-os e apontando falhas.

Podemos nos tornar mais conscientes das deficiências e falhas dos outros do que das evidências de graça em suas vidas. Isso resulta em as pessoas que estão sob nossa liderança sentirem que nunca podem nos agradar. Algumas de vocês podem ter filhos que se sentem assim. E, no ambiente de trabalho, algumas pessoas podem se sentir da mesma maneira.

Compare o que as Escrituras dizem sobre Deus, embora Ele seja perfeito, diz: “nem fica ressentido para sempre.” (Salmo 103:9)

Se não formos mansas, seremos rápidas em corrigir e achar falhas naqueles que estão sob nós. Matthew Henry diz que:

“Certamente, toda pequena falha não precisa ser censurada [ou apontada ou corrigida]. Deveria ser passada por cima, ou se o erro deve ser reprovado e corrigido, não pode ser feito sem raiva? Não precisa de barulho e clamor. Enquanto você governa sobre outros, aprenda a governar a si mesmo.”

Uma palavra para pais, professores, líderes:

A falta de mansidão se manifesta quando ficamos facilmente irritadas com aqueles que estão acima de nós e começamos a desabafar contra as autoridades, contra nossos líderes. Foi o que Miriã e Arão fizeram com Moisés. 

Eles estavam irritados. Eles desabafaram. Expressaram rapidamente sua hostilidade, sua discordância com Moisés.

Matthew Henry diz aqui,

“Se tudo não estiver de acordo com o jeito que pensam que deveria estar, eles ficam irritados e perturbados, e seus corações fervem, encontrando defeitos em tudo o que é dito ou feito para eles.

Um espírito tranquilo nos reconcilia com a situação em que estamos e com todas as dificuldades dela, e faz o melhor da situação, mesmo que com muitos inconvenientes.

A ausência de mansidão ou delicadeza nas pessoas as faz ficar impacientes com os fardos ou responsabilidades que lhes são atribuídos por Deus.”

Quando nos encontramos em circunstâncias em que estamos submetidos à autoridade, a ausência de mansidão nos levará a reações impulsivas, à irritação, ao invés de aceitar a situação e as circunstâncias.

Geralmente, a falta de mansidão nos torna contenciosas com nossos colegas. Matthew Henry afirma:

“É por falta de mansidão que somos tão impacientes com a contradição em nossas opiniões, em nossos desejos, em nossos planos.”

Tem que ser do nosso jeito, e ficamos impacientes se as coisas não acontecem do nosso jeito. Ele diz, “Temos a necessidade de dizer o que queremos, certo ou errado, e tudo tem que ser do nosso jeito.” Isso nos torna contenciosas e difíceis de conviver.

Há uma grande ilustração disso em Gênesis capítulo 13 na vida de Abraão (ele era chamado de Abrão neste momento). Você se lembra da história? Dizem as Escrituras: 

“Saiu, pois, Abrão do Egito e foi para o Neguebe, com sua mulher e com tudo o que possuía, e  foi com ele. Abrão tinha enriquecido muito, tanto em gado como em prata e ouro … Ló, que acompanhava Abrão, também possuía rebanhos e tendas. E não podiam morar os dois juntos na mesma região, porque possuíam tantos bens que a terra não podia sustentá-los. [a prosperidade criou tensão entre eles.] Por isso surgiu uma desavença entre os pastores dos rebanhos de Abrão e os de Ló.” 

Houve tensão. Houve disputa entre esses dois grupos de homens. Então, o que Abraão faz? Versículo 8:

“Então Abrão disse a Ló: “Não haja desavença entre mim e você.”

Ele diz: “Não estou arregaçando as mangas. Não estou colocando minhas luvas de boxe. Estou me afastando. Não vou me envolver nessa batalha. Não vou permitir que haja contenda.”

Ele assume o papel de pacificador. Ele assume a posição de mansidão. Ele diz:

“Não haja desavença entre mim e você, ou entre os seus pastores e meus; afinal, somos irmãos!” (v. 8)

Não é isso que deveríamos estar dizendo em nossos lares? Em nossas igrejas? Por que estamos nos separando? Por que estamos tendo essas disputas?

“Somos irmãos. Não vou permitir que haja desavença.” E ele coloca sua palavra em ação.

“Aí está a terra inteira diante de você. Vamos separar-nos! Se você for para a esquerda, irei para a direita; se for para a direita, irei para a esquerda.” (v. 9)

Que espírito de humildade. Que espírito de mansidão. “Olhe, há toda uma terra aqui. Você escolhe qual parte quer, e eu pegarei o que sobrar.” E sabemos que Ló escolheu a parte que parecia ser a melhor, porque Ló não tinha um espírito manso. Ló era um homem arrogante, orgulhoso.

E Abraão disse: “Certo. Eu pegarei o que sobrar.” Mas quem recebeu a bênção? Abraão recebeu as promessas de Deus, a terra de Deus, a linhagem de Deus trazendo o Messias por meio dele.

As Escrituras nos dizem em 1 Coríntios 6 que é terrível que cristãos vão ao tribunal uns contra os outros. E isso pode ser um tribunal de divórcio. Pode ser outros tipos de processos. 

Paulo diz: “Por que não preferem sofrer injustiça? Por que não preferem sofrer o prejuízo?” (versos 7–8). Por que você está indo ao tribunal? Por que estão discutindo uns com os outros perante a lei?

Estive falando com um casal que se envolveu em um negócio onde houve muitas promessas que não se concretizaram, não foram cumpridas. Tinham provas suficientes para um processo judicial, mas eles são cristãos.

Meu amigo disse que queria processar. Havia uma causa para ele processar, para conseguir o que lhe foi prometido. Mas a esposa do meu amigo disse sabiamente a ele: “Não me sinto bem com isso. Não é o caminho de Deus. Não é bíblico.” E o homem assumiu a posição de humildade, ouviu sua esposa — mais importante, ouviu o Senhor, e disse: “Você está certa. Não vamos processar.”

Ele perdeu uma tonelada de dinheiro que poderiam potencialmente ter recuperado nessa ação. Enquanto estavam me contando essa história, me falaram de um incidente que aconteceu dias depois, onde do nada outra pessoa veio até ele com outra proposta que, se der certo, poderia ser dez vezes mais lucrativa do que a que ele havia perdido. Pode ou não dar certo. Não seguimos o caminho da mansidão porque achamos que terá um grande benefício depois. Devemos seguir a mansidão porque é o certo a fazer.

Deus honra a mansidão. “Bem-aventurados os humildes.” Aqueles que escolhem o caminho mais elevado, que na verdade é o caminho mais baixo, o caminho da humildade, “pois eles receberão a terra por herança.” (Mateus 5:5)

Não muito tempo atrás uma mulher escreveu um comentário no blog sobre seu casamento difícil e contencioso. Outra ouvinte viu esse comentário e escreveu o seguinte, e acho que ilustra lindamente o poder da mansidão. 

Essa ouvinte disse, escrevendo para a ouvinte no casamento difícil: 

“Uma coisa que pode te ajudar, que pode ajudar a aplacar essa situação é simplesmente dizer ‘me desculpe’. Muitas vezes despejamos um monte de palavras junto com nosso pedido de desculpas, quando apenas um humilde pedido de desculpas, sem explicações, resolveria a situação. Com menos palavras e mais amor, encontre algo que você possa apreciar em seu marido e foque nisso. Ele está sofrendo, e essa pode ser a razão para seu gênio e as brigas.

Você não pode consertar tudo que está acontecendo com ele. Mas se você se recusar a brigar, ele terá que se acalmar eventualmente. 

Ofereça uma massagem no pescoço dele quando os ânimos não estiverem tão acalorados. Tente fazê-lo relaxar. 

Provavelmente ele está com medo de perder o controle. Mas ele precisa conhecer a paz. Ore por ele em seu coração enquanto tenta aliviar a tensão dele.”

Percebe o caminho da mansidão aqui? E ela continua:

“Houve momentos no passado em que eu lutei e quis deixar meu marido de todas as maneiras, e ele também queria o divórcio. Mas uma vez que comecei a sentar e ouvir (ou não ouvir, se soubesse que não era verdade vindo dele), sem retrucar, a situação se acalmou rapidamente. Ninguém quer ficar gritando sozinho. Foi necessário se distanciar um pouco, mas o resultado foi que não houveram brigas. Eu realmente acredito que na maioria dos casos o ciclo pode ser quebrado por um parceiro.”

Isso é o que Abraão fez com Ló. Ele quebrou o ciclo ao dizer: 

“Olha, não vamos brigar por causa disso. Você pega o que quiser.” Ela continua, dizendo:

“Em oração, ouça as necessidades dele e faça o que você puder. Nosso casamento é completamente diferente agora há mais de um ano. Mas isso foi depois de dezesseis anos de brigas. Claro, eu achava que estava tão certa em muitas circunstâncias, mas tive que crescer e ver que existe um caminho melhor. Foi necessário muita oração, humildade e a leitura de livros e artigos que me mostraram que eu estava errada em como estava lidando com as coisas. Valeu muito a pena.

Não há como se tornar como Cristo sem sofrimento. Atos 14:22 diz: “É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus.” Muitos exemplos poderiam ser dados, tanto na Bíblia quanto em biografias de homens e mulheres de Deus. Deus refina suas jóias por meio do fogo das provações e do sofrimento. Eu costumava recuar diante da ideia de sofrimento. Agora estou começando a ver a beleza dessa ferramenta do Senhor para nos aperfeiçoar como nada mais pode fazer.

Através de sofrimentos e pessoas difíceis, meu coração melhorou pela Sua graça. Há uma beleza resultante do fogo que nada mais pode produzir. Estou orando por você. Espero que isso ajude.”

Estas são boas palavras. São palavras sábias. Seja revestida de humildade. Seja revestida de mansidão. Isso às vezes envolverá fogo, sofrimento, dificuldade, pessoas difíceis. Mas é o caminho de Deus para nos formar e moldar, trazendo ouro de nós para que Deus possa ser glorificado por meio de nossas vidas.

Raquel: Se todas nós crescermos em mansidão, você consegue imaginar a alegria que traria às crianças e aos cônjuges em todos os lares? Nancy DeMoss Wolgemuth está no meio de uma série chamada, “A Beleza da Mansidão“.

Muitos lares serão transformados à medida que as mulheres aprendem a mansidão de espírito, e eu sei que muitas de nossas postagens nas redes sociais também serão afetadas.

 

Eu acho que a mansidão é provavelmente a irmã mais velha da bondade. Ou talvez sejam a mesma coisa! Você precisa crescer na área da bondade? O livreto chamado “Uma Bondade Mais Profunda” contém uma lista de 100 tipos de bondade. Quer ouvir alguns?

Ok, na categoria “Você pode ser um instrumento de graça para sua família”, aqui está um. Número 15: Pergunte a um membro da família se ele ou ela precisa de alguma roupa passada a ferro, ou se você pode lavar, secar e guardar uma leva de roupa deles. O número 70 na lista está sob “Você pode ser um instrumento de graça para sua igreja”. Diz: Organize um grupo para fazer trabalho de jardinagem para membros idosos ou deficientes. Prático, não é?

Gostaríamos de te enviar o livreto “Uma Bondade Mais Profunda” como forma de agradecimento quando você fizer uma doação de qualquer valor em apoio ao Aviva Nossos Corações. Somos um ministério mantido por ouvintes, então dependemos de amigas como você para continuar trazendo mulheres ao redor do mundo a mensagem de liberdade, plenitude e abundância em Cristo. 

Envie o comprovante de doação para o e-mail contato@avivanossoscoracoes.com e solicite a sua cópia deste livreto. Para fazer uma doação, visite o nosso site www.avivanossoscoracoes.com e clique na aba “doação”.

É possível confrontar alguém e ser manso ao mesmo tempo? Nancy discutirá sobre isso na continuação da série “A beleza da mansidão”. 

Aguardamos você na segunda-feira, aqui no Aviva Nossos Corações. Tenha um final de semana abençoado.

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.

 

Clique aqui para o original em inglês.