Dia 02: Um plano para redenção
Raquel: Você já se sentiu como se seu passado te desqualificasse para servir ao Senhor? Nancy DeMoss Wolgemuth diz:
Nancy DeMoss Wolgemuth: Na verdade, Deus pode usar as coisas que você fez ou as coisas que foram feitas a você, sobre as quais você não tinha controle. Deus pode usar esses fracassos como meios de graça, como formas de te levar a Jesus e de te ajudar a apontar outros para Jesus.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
Todas nós já fizemos coisas das quais temos vergonha. Na verdade, muitas pessoas têm medo de que algo que esconderam por anos seja descoberto.
Deus já conhece seu passado, e isso não te desqualifica do Seu amor. Escute enquanto Nancy explica como Deus pode redimir nosso passado e até fazer algo bonito a partir …
Raquel: Você já se sentiu como se seu passado te desqualificasse para servir ao Senhor? Nancy DeMoss Wolgemuth diz:
Nancy DeMoss Wolgemuth: Na verdade, Deus pode usar as coisas que você fez ou as coisas que foram feitas a você, sobre as quais você não tinha controle. Deus pode usar esses fracassos como meios de graça, como formas de te levar a Jesus e de te ajudar a apontar outros para Jesus.
Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.
Todas nós já fizemos coisas das quais temos vergonha. Na verdade, muitas pessoas têm medo de que algo que esconderam por anos seja descoberto.
Deus já conhece seu passado, e isso não te desqualifica do Seu amor. Escute enquanto Nancy explica como Deus pode redimir nosso passado e até fazer algo bonito a partir dele. Este é o segundo episódio da série Rute: O poder transformador do amor redentor.
Nancy: Ao pensar sobre sua história, seu passado ou sua linhagem familiar, você já se perguntou se algumas coisas que aconteceram na sua vida ou no seu passado poderiam te desqualificar para ser realmente usada por Deus?
Eu sei que algumas de vocês já se sentiram assim, porque algumas de vocês me contaram isso enquanto conversávamos sobre suas histórias. Vocês se perguntam: "Como Deus pode pegar essa bagunça do meu passado, esse tipo de família em que cresci, e essas coisas que aconteceram na minha vida, na vida dos meus pais ou avós? Como Deus pode fazer algo valioso ou significativo a partir da minha história?"
Na verdade, todas nós provavelmente temos coisas no nosso passado—sejam nossas ou de membros da família—das quais não nos orgulhamos e que nos envergonhamos. Existe algo em todas as nossas linhagens familiares que não gostaríamos que os outros soubessem. Se fôssemos escrever um livro, uma autobiografia, não sei você, mas há algumas coisas que eu gostaria de deixar de fora ao contar sobre meu passado.
Não nos importamos que os outros saibam sobre coisas boas na nossa árvore genealógica, sobre pessoas famosas no nosso histórico; mas há coisas nas nossas famílias, nas nossas linhagens, que preferiríamos que os outros não soubessem.
O primeiro parágrafo do Novo Testamento, o Evangelho de Mateus, capítulo um, é a árvore genealógica de Jesus. É o histórico Dele, as pessoas que levaram Jesus a vir à Terra. Nesse parágrafo encontramos a única menção a Rute no Novo Testamento.
Esta semana, começamos um estudo na história de Rute, e antes de irmos para a história no Antigo Testamento, gostaria que olhemos no Novo Testamento e vejamos onde ela se encaixa na linhagem de Jesus.
Abra ou acesse a sua Bíblia em Mateus, capítulo um. Vamos ler o primeiro parágrafo. Essas partes das Escrituras são chamadas de genealogias. Às vezes somos tentadas a pular essas partes. Mas, na verdade, se pararmos e analisarmos um pouco, descobrimos que há muito significado e muito que pode nos encorajar na nossa caminhada com o Senhor ao olharmos para essas árvores genealógicas.
Mateus 1:1-16: “Um registro da genealogia de Jesus Cristo.” Aqui está a linhagem Dele, e talvez te surpreenda saber que há algumas coisas em Sua história familiar que você e eu talvez não tivéssemos incluído se estivéssemos contando nossa própria história.
“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.
Abraão gerou Isaque;
Isaque gerou Jacó; [cujo nome, aliás, significa enganador, o que já mostra que há algo um pouco suspeito no passado aqui]
Jacó gerou Judá e os seus irmãos;
Judá gerou Perez e Zera, cuja mãe foi Tamar;
Perez gerou Esrom;
Esrom gerou Arão;
Arão gerou Aminadabe;
Aminadabe gerou Naassom; [Você normalmente não lê essas partes, né?]
Naassom gerou Salmom;
Salmom gerou Boaz, cuja mãe foi Raabe;
Boaz gerou Obede, cuja mãe foi Rute;
e Obede gerou Jessé;
Jessé gerou o rei Davi;
e o rei Davi gerou Salomão,
cuja mãe foi aquela que tinha sido mulher de Urias;”
Pule para o versículo 16. Há muitos outros nomes incluídos no parágrafo intermediário, mas quando chegamos ao final desta parte, o fim desta genealogia, e lemos... “E Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo.”
Jesus forma as duas extremidades dessa genealogia. É a história Dele que lemos no versículo 1, e, no versículo 16, lemos que Ele nasceu no final dessa linha de indivíduos.
Por que devemos nos preocupar em ler essa história, essa genealogia? Em primeiro lugar, ao lermos essa lista de nomes, muitos dos quais não conhecemos e alguns dos quais mal conseguimos pronunciar, somos lembradas de como os indivíduos são importantes para Deus. O nosso Deus se importa individualmente com os homens e as mulheres.
Esses nomes, que não significam muito para nós, foram preservados na Palavra de Deus e fazem parte do Seu plano, do Seu plano de redenção. Esses indivíduos importam para Deus, e isso me diz que meu nome importa para Deus, que seu nome importa para Deus, que Deus sabe exatamente onde nos encaixamos em Seu plano e propósitos eternos, e que nosso lugar é importante para Ele.
Em seguida, vemos nessa genealogia, nessa árvore genealógica, a importância para Deus não apenas dos indivíduos, mas também a importância das mulheres. Lembre-se de que essa genealogia foi escrita em uma cultura onde as mulheres eram consideradas seres inferiores, e era incomum naquela época que os nomes das mulheres fossem incluídos na genealogia, pois normalmente a linhagem familiar era seguida pelos homens.
Mas encontramos nesta história que Deus divinamente inspirou a inclusão de cinco mulheres nesse registro, e observe que tipo de mulheres eram. Quatro das cinco mulheres não eram israelitas. Elas eram gentias, o que é uma representação da graça de Deus. Isso realmente prenuncia o plano de Deus de trazer gentios para Sua família. Não apenas judeus, mas gentios deveriam ser incluídos na obra de Cristo.
E veja quem eram essas mulheres. No versículo 3, lemos sobre Tamar, que foi mãe de Perez e Zerá. Lembre-se de que Tamar, cuja história é contada no livro de Gênesis, era a nora cananeia de Judá.
Judá e Tamar tiveram um relacionamento incestuoso, e dessa união nasceram Perez e Zerá. Perez fazia parte da linhagem de Cristo. Deus pegou essa história horrível, aplicou Sua graça a ela e, a partir daquela linhagem familiar, veio o Messias.
Depois, lemos no versículo 5 sobre Raabe. Raabe, que também era cananeia, era uma prostituta. Ela era uma estrangeira. Sua vida era uma história de fracasso e desgraça, mas Deus a trouxe para Sua família. Deus a conduziu à fé e ao arrependimento e fez dessa mulher com um passado horrível parte da linhagem de Cristo.
Depois, no versículo 5, temos Rute, a terceira mulher dessa genealogia. Ela também era uma estrangeira, era moabita, uma raça desprezada. No entanto, Deus a trouxe para Sua família pela graça e disse: “Você fará parte do Meu plano. Você será parte da linhagem familiar, parte da árvore genealógica do Senhor Jesus.”
No versículo 6, lemos sobre Bate-Seba, que teve um relacionamento ilícito com o Rei Davi. Ela provavelmente também era uma estrangeira, uma mulher hitita, que não era originalmente da fé judaica. Mas Deus colocou Sua mão sobre essa mulher e disse: “Vou transformar essa história negativa, essa história pecaminosa, essa história desonrosa em uma história de graça.” Por meio dela veio o Messias, veio Cristo.
E, claro, temos a quinta mulher, Maria, que era uma mulher judia e tinha um coração puro. Mas lembre-se de que, naquela época, quando sua história era conhecida, sem dúvida havia aqueles que pensavam que ela não era pura, porque ficou grávida antes de se casar com José. Portanto, havia algumas questões de reputação, mas Deus escolheu incluir essa mulher, como parte de Sua graça, na linhagem de Cristo.
Ao olhar para essas mulheres, e também para as histórias de alguns dos homens dessa linha que não tinham vidas realmente puras — vemos Davi, que foi adúltero; Jacó, que foi um enganador; Judá, que teve esse relacionamento com sua nora; e depois vemos a vida dessas mulheres — percebo que Deus inclui pecadores e marginalizados em Seu plano.
Isso significa que, no plano de Deus, há espaço para mim. Isso significa que há espaço para você. Você pode dizer: “Mas você não conhece minha história. Você não sabe o que eu fiz. Você não sabe o que meus pais fizeram. Você não sabe que tipo de linhagem familiar eu tenho.”
Eu me lembro de uma mulher dizendo a mim, algumas semanas atrás... Começando com seu avô, havia várias gerações de imoralidade, horrível perversão. Ela estava dizendo: "Se você soubesse do meu passado, poderia pensar que não há lugar para mim no plano de Deus."
Bem, Deus conhece seu passado, e Deus conhecia essas mulheres. Ele conhecia esses homens, e Ele diz: “Há espaço para os pecadores. Há graça para que os pecadores sejam incluídos no Meu plano.”
É interessante que várias dessas mulheres tiveram falhas graves. Assim como os homens dessa linhagem familiar. Mas não há referência a essas falhas nesta genealogia.
É como se Deus apenas incluísse seus nomes, mas não se preocupasse em nos dizer, neste momento, "Aqui estão todas as coisas que essas pessoas fizeram que poderiam tê-las desqualificado." Elas foram incluídas pela graça, e quando a graça é aplicada, eu não carrego mais o peso do passado.
Estou livre da prisão, da vergonha e da culpa do passado, e isso tudo é por causa de uma Pessoa nessa árvore genealógica. Seu nome é Jesus. É ter Sua presença em sua vida, em sua árvore genealógica, em sua linhagem, que transforma desgraça em graça, que transforma cinzas em beleza.
A história é realmente a história d’Ele. É tudo sobre Ele. Não é sobre mim. É sobre onde Ele se encaixa aqui, e como resultado, isso se torna uma mensagem de esperança.
O passado pode parecer sem esperança, mas quando você inclui Jesus nisso, você tem uma história de esperança. Não importa qual seja o seu passado, não importa a bagagem que você carrega; não importa quais sejam suas falhas ou as falhas de seus pais ou avós, você pode fazer parte de uma nova linhagem familiar que leva as pessoas a Jesus. É por isso que esses nomes estão incluídos aqui. O propósito era o Messias, a vinda de Cristo ao mundo.
Penso em como Deus pegou meus pais, ambos com passados familiares não cristãos e ambos com coisas em suas linhagens que não agradavam ao Senhor, mas Deus resgatou meu pai. Deus resgatou minha mãe. Deus os uniu, aplicou Sua graça e os ajudou a iniciar uma nova linhagem familiar, e dessa linhagem, pessoas estão agora vindo a Jesus.
É isso que Deus quer fazer conosco, independentemente do nosso passado ou da nossa bagagem. Você sabe o que isso me diz? Isso diz que você e eu precisamos parar de usar nosso passado como desculpa para não sermos usadas por Deus. Precisamos parar de usar a família de onde viemos como desculpa para não termos uma caminhada frutífera com Deus.
Muitas mulheres que conheço hoje estão em um estado mental difícil, são disfuncionais, e a razão que elas dão é: “Você não conhece meus pais. Você não sabe o que meu pai fez. Você não sabe o que meu ex-marido fez. Você não sabe o que meus avós fizeram.”
Há essa sensação de vitimização: “Eu sou do jeito que sou e não posso fazer nada a respeito. Minha vida nunca terá real valor por causa do meu passado, de onde vim.”
Eu leio esse primeiro parágrafo no Evangelho de Mateus e sei que há esperança, que você pode ser livre do seu passado. A bagagem e as falhas do seu passado podem, na verdade, ser degraus para uma maior liberdade e frutificação na sua caminhada com Deus.
Deus pode, de fato, usar as coisas que você experimentou em seu passado — as coisas que você fez ou as coisas que foram feitas a você, sobre as quais você não teve controle — Deus pode realmente usar essas falhas como meios de graça, meios de te levar a Jesus e meios de ajudar você a apontar outros para Jesus.
Pense no seu passado familiar. Pense em sua linhagem familiar, em algumas coisas das quais você tem vergonha. Por que você não diz agora mesmo: “Senhor, eu Te agradeço por que podes transformar cinzas em beleza, e confio que usará meu passado, minha linhagem familiar, de uma forma que será redentora e, em última análise, apontará as pessoas para Jesus.”
Raquel: Essa foi Nancy DeMoss Wolgemuth, trazendo uma boa dose de esperança para quem tem um passado imperfeito. E isso inclui todas nós, não é? Eu sei que sou uma delas.
Talvez você conheça alguém que precisa de uma dose de esperança. Por que não compartilhar o episódio de hoje com essa pessoa? Você pode encontrar tanto o áudio quanto a transcrição no nosso site avivanossoscoracoes.com.
Agora que Nancy deu essa base para o livro de Rute, estamos prontos para mergulhar na história de fato.
Nancy: Rute, capítulo um, versículo um:
“Nos dias em que os juízes julgavam, houve fome na terra de Israel. E um homem de Belém de Judá foi morar por algum tempo na terra de Moabe, com a sua mulher e os seus dois filhos. Este homem se chamava Elimeleque, e sua mulher se chamava Noemi. Os filhos se chamavam Malom e Quiliom. Eram efrateus, de Belém de Judá. Foram à terra de Moabe e ficaram ali.”
A primeira frase do primeiro versículo nos conta um pouco sobre o cenário em que essa história se desenrola. Diz que essa história aconteceu nos dias em que os juízes governavam.
Se você estiver com sua Bíblia aberta no livro de Rute, veja o que vem logo antes do livro de Rute… o livro dos Juízes, certo? Este livro aparece logo após o livro de Juízes e ocorre no mesmo período.
A história de Rute é realmente uma visão microcósmica da vida, focando em uma família específica durante o período dos juízes. À medida que você vai conhecendo essa história, você há de concordar comigo, que a história de Rute é como uma bela pérola branca contra um fundo muito escuro, porque os dias dos juízes foram as épocas sombrias da história de Israel.
Veja o último versículo do livro de Juízes. Juízes 21:25, o que ele nos diz que era verdade naqueles dias? "Não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais certo." Isso meio que resume do livro de Juízes. É o resumo dessa era em que o livro de Rute se passa.
Esse é um período de anarquia, apatia ou declínio moral e político. É uma era permissiva, uma era onde as pessoas viviam irresponsavelmente. Elas faziam o que parecia bom—sem considerar as leis de Deus e os caminhos de Deus.
Essa história ocorreu há 3.000 anos. Isso soa como uma descrição dos dias em que vivemos? As coisas realmente não mudaram muito. Esses foram dias em que os heróis da nação judaica eram os juízes, que frequentemente eram homens fisicamente fortes. Eles tinham destreza militar, mas eram moralmente fracos.
Pense em Sansão, por exemplo. Ele era um homem com muita força, mas moralmente fraco e corrupto. Isso descrevia o caráter de muitos que estavam em posição de liderança durante aqueles dias.
Se você voltar a Juízes 2, quero ler um parágrafo nesse capítulo que descreve como era durante os dias dos juízes. Juízes 2:7 diz: “O povo serviu o Senhor todos os dias de Josué e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram por muito tempo depois de Josué e que viram todas as grandes obras que o Senhor tinha feito por Israel.”
Esse foi o período em que os israelitas viram as obras de Deus. Eles viram Deus libertar o povo da escravidão no Egito. Eles viram a saída do Egito. Eles viram o poder de Deus levando-os pelo Mar Vermelho e pelo deserto. Eles viram o poder de Deus que os levou à Canaã e conquistou as nações estrangeiras lá. Eles viram Deus lhes dar a terra de Canaã.
Isso foi quando Josué e seus pares estavam vivendo. Enquanto aqueles homens de Deus viveram, o povo seguiu a Deus. Mas os versículos 10-13 nos dizem:
“Toda aquela geração também morreu e foi reunida aos seus pais. E, depois dela, se levantou uma nova geração, que não conhecia o Senhor, nem as obras que ele havia feito por Israel. Então os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, servindo os baalins. Deixaram o Senhor, Deus de seus pais, que os havia tirado da terra do Egito, e seguiram outros deuses, os deuses dos povos que havia ao redor deles, e os adoraram, e provocaram o Senhor à ira. Porque deixaram o Senhor e serviram Baal e Astarote.”
Isso é uma referência aos deuses cananeus. Canaã, como você sabe, tinha uma economia agrícola, e para que o povo fosse próspero, duas coisas tinham que ser férteis: a terra, para que pudessem ter colheitas, e suas esposas, para que pudessem ter trabalhadores para cultivar as colheitas.
O deus principal dos cananeus se chamava Baal. Essa palavra significa senhor ou proprietário, e os cananeus acreditavam que Baal, um falso deus, possuía a terra e que ele controlava a fertilidade. Aserá, mencionada neste parágrafo, era considerada a parceira feminina de Baal.
Os cananeus acreditavam que a fertilidade da terra e de suas mulheres era devida à atividade sexual entre os deuses. É uma religião muito perversa e, para que os deuses fizessem no céu o que queriam que fosse feito na terra, as pessoas realmente, para lembrar os deuses, iam a lugares que eram colinas, que eram chamados de altos lugares, e realizavam nessas colinas os atos sexuais que queriam que os deuses realizassem no céu para tornar a terra e as mulheres férteis.
Com o tempo, os judeus assimilaram essa cultura cananeia e começaram a praticar esses aspectos de adoração pagã. A passagem em Juízes continua a nos contar, nos versículos 14-15:
“A ira do Senhor se acendeu contra Israel e ele os entregou nas mãos de ladrões que os despojavam do que possuíam. Ele os entregou nas mãos dos seus inimigos ao redor; e não puderam mais resistir a eles. Por onde quer que fossem, a mão do Senhor estava contra eles para seu mal, como o Senhor lhes tinha dito e como lhes havia jurado. E estavam em grande aperto!”
Esta é uma imagem, um lembrete, de que quando abandonamos Deus, quando uma cultura vai pelo seu próprio caminho, Deus trará consequências. O objetivo das consequências é sempre nos restaurar a um lugar de adoração e obediência ao verdadeiro e vivo Deus.
Deus não está tentando exterminar o Seu povo. Deus está disciplinando-os. Ele está corrigindo-os para o bem deles, para que voltem a ser Seus verdadeiros seguidores. Os versículos 16-18 dizem:
“Então o Senhor suscitou juízes, que os livraram das mãos dos que os atacavam e roubavam. Mas eles não obedeceram aos seus juízes; pelo contrário, se prostituíram com outros deuses e os adoraram. Depressa se desviaram do caminho por onde andaram seus pais na obediência aos mandamentos do Senhor; e não fizeram como eles.
Quando o Senhor lhes suscitava juízes, o Senhor estava com o juiz e os livrava das mãos dos seus inimigos, todos os dias daquele juiz; porque o Senhor se compadecia deles ante os seus gemidos, por causa dos que os afligiam e oprimiam.”
Vemos os ciclos que ocorriam no livro de Juízes. Deus os libertava. O povo obedecia a Deus por um tempo e depois, mais uma vez, caíam em um período de declínio espiritual, desobediência e idolatria. O versículo 19 diz:
“Mas, quando o juiz morria, eles voltavam a viver como antes e se tornavam piores do que os seus pais, seguindo outros deuses, servindo-os e adorando-os. Não abandonavam nenhuma das suas práticas, nem a sua obstinação.”
Rute 1:1 nos diz que essa história acontece naqueles dias—nos dias em que os juízes viviam. É isso que Israel estava passando, e quando leio sobre aqueles dias, sou lembrada do que vemos quando pegamos nosso jornal, quando ligamos a televisão e vemos o que está acontecendo em nossa cultura, o que está acontecendo em nosso mundo.
Conversei na semana passada com uma mulher que me contou que ela é a única cristã em sua família extremamente secular, mundana e pagã. Ela me disse que, quando vai a reuniões familiares, tem que ouvir todo tipo de palavrão, linguagem sexual explícita, histórias e piadas de mau gosto e conversas liberais.
Ela diz: “Como posso funcionar em um ambiente desse tipo? Eles são minha família. Eu apenas me afasto? Digo a eles que o que estão dizendo está errado? Como interajo com essa cultura?”
Infelizmente, esses tipos de situações não ocorrem apenas lá fora no mundo, mas hoje estamos vendo que situações desse tipo estão ocorrendo entre o povo de Deus. Não eram apenas os cananeus nos dias de Rute que adoravam deuses falsos e eram imorais e perversos. Eram os judeus. Era o povo de Deus.
E hoje vemos que não são apenas aqueles que não professam conhecer Cristo; é dentro das quatro paredes de nossas igrejas onde encontramos pessoas vivendo de maneiras tão semelhantes ao mundo. Os dias em que os juízes viveram foram dias muito semelhantes aos nossos.
Estava conversando com um casal outro dia, e eles estavam compartilhando sua preocupação e frustração. Estão criando meninos adolescentes. Eles disseram: "Em nossa igreja, em nosso grupo de jovens, estamos ouvindo líderes, líderes espirituais, promovendo filmes classificados como R (restrito)."
Ela disse: "Nós não permitimos isso com nossos filhos. Mas essas coisas estão sendo promovidas algumas vezes até mesmo do púlpito. Como podemos ajudar nossos filhos a viver vidas que agradam a Deus quando até na igreja somos incentivados a fazer coisas que sabemos que são contrárias aos caminhos de Deus?"
Recebo cartas; recebo ligações; recebo mensagens de mulheres compartilhando comigo situações em suas igrejas locais com aqueles que estão em estudos bíblicos, com aqueles que são considerados cristãos piedosos e maduros, mas que estão rindo sobre material sexual explícito e filmes, sobre coisas que são mundanas, pecaminosas e não sagradas; e elas dizem: “Como funcionamos em um ambiente desse tipo?”
Bem, à medida que desvendamos a história de Rute ao longo desses próximos dias, veremos que há uma maneira de realmente vivermos vidas puras e piedosas, vidas que influenciam o mundo ao nosso redor, mesmo que o mundo e a igreja ao nosso redor possam ser ímpios.
O que vemos na história de Rute é a realidade da presença de Deus mesmo em meio a um mundo muito corrupto—que Deus não adormeceu. Ele não está ausente. Ele está muito presente. Ele está muito vivo e Ele está muito ativo, e temos no livro de Rute um chamado para ser diferentes, para ir contra a corrente.
Essa é a história de Rute. Nos dias em que os juízes viveram, havia essa mulher que não sabia viver de outra maneira a não ser confiar em Deus, obedecer a Deus, viver uma vida pura, mesmo que quase ninguém ao seu redor o fizesse.
Ela disse: “Vou confiar em Deus. Vou andar com Deus, mesmo em meio a esta cultura.” Não estou dizendo que é fácil, mas esta história me dá confiança de que é possível andar com Deus no seu local de trabalho, na sua família, no seu mundo, na sua igreja, mesmo que ninguém mais o faça.
É possível andar com Deus; e nosso chamado, na verdade, é ser luzes brilhantes na escuridão da cultura ao nosso redor, para fazer a diferença nesses tempos sombrios.
O versículo que me vem à mente é Filipenses 2:15, onde Paulo diz que nosso objetivo é que sejamos “irrepreensíveis e puros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta”.
Veja, Paulo não está dizendo: “Saia e não tenha contato com o mundo.” Ele está dizendo que vocês devem viver bem no mundo, e em meio a essa geração perversa e corrupta, vocês devem ser filhas de Deus, irrepreensíveis, sinceras, sem culpa, brilhando como luzes no mundo.
É possível. Isso pode ser feito. E o propósito e o coração de Deus para nossas vidas como mulheres—embora possamos estar muito isoladas, embora possamos estar muito sozinhas nas convicções que temos sobre seguir a Palavra e os caminhos de Deus—o coração de Deus é que nossas vidas criem uma luz, criem uma fragrância que atraia as pessoas à verdade, que atraia as pessoas ao Messias, assim como a vida de Rute fez nos dias dos juízes.
Raquel: O livro de Rute ajudará você a reconhecer maneiras pelas quais sua vida pode glorificar a Deus. Nancy DeMoss Wolgemuth está em uma série chamada, Rute: O poder transformador do amor redentor. Esperamos que você aproveite muito a história de Rute enquanto lê conosco e ouve o restante da série.
Outra maneira de se aprofundar ainda mais no livro de Rute é por meio do livro de estudo de Rute do Aviva Nossos Corações. Chama-se Rute - experimentando uma vida restaurada. Ao longo de seis sessões, você obterá insights adicionais sobre a vida de Rute, Boaz e Noemi. Você pode usar este recurso para seu próprio estudo ou com outras mulheres em sua igreja, seu pequeno grupo ou em casa.
Às vezes, um atalho não economiza tempo. Descubra a diferença entre fazer as coisas rapidamente e fazê-las bem, quando voltarmos a falar sobre o livro de Rute. Aguardamos você amanhã no Aviva Nossos Corações. Não perca!
O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.