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Habacuque – Passando do Medo para a Fé | Dia 6: Disciplina amorosa

Publicadas: set 16, 2024

Raquel Anderson: Às vezes o amor de Deus por nós traz dor. Nancy DeMoss Wolgemuth diz…

Nancy DeMoss Wolgemuth: Se você for filha de Deus, quando a disciplina de Deus entrar em sua vida, não será punitiva. Ele não pretende te destruir. Seu objetivo ao te disciplinar é te restaurar — disciplina restauradora, para nos tornar mais santas.

Raquel: Bem-vinda ao podcast Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Enfrentando Nossos Medos: Encontrando Sua Fidelidade, na voz de Renata Santos.

Quando coisas ruins acontecem na sua vida, você já se pegou pensando que Deus deve estar zangado, querendo te punir? Hoje, descobriremos se essa visão é precisa, enquanto Nancy continua a série chamada “Habacuque: Passando do medo para a fé”.

Nancy: Estamos lidando com algumas questões difíceis junto com Habacuque, o profeta do Antigo Testamento, que olhou ao seu redor e disse: “Deus, há tantas coisas acontecendo entre o teu povo que me preocupam muito. O que realmente me perturba”, Habacuque diz a Deus, “é que não parece que estás fazendo nada a respeito. Estou orando. Estou clamando a Ti, mas não pareces estar ativo. Parece que estás passivo.”

Deus disse: “Espere um minuto, Habacuque. Eu tenho ouvido. Na verdade, estou fazendo uma obra nos seus dias. Eu quero que você olhe. Eu quero que você veja. Abra os seus olhos, e você vai ver que estou trabalhando. Mas quando Eu te contar o que estou fazendo, você pode não acreditar.”

No último episódio, vimos a descrição que Deus fez dos babilônios (os babilônios são outro nome para os caldeus) — esse grupo feroz, terrorista, violento, cruel, que Deus disse estar levantando como resposta às orações de Habacuque. 

Deus diz que esses babilônios, esses caldeus, vão dominar o mundo. Eles vão dominar Judá e eles serão Seus instrumentos para disciplinar o Seu povo. Veja bem, essa não era a resposta que Habacuque esperava em suas orações!

No último episódio, uma amiga, Kendra, veio até mim e me lembrou que muitas pessoas têm medo de orar por medo de como Deus vai responder às suas orações. Kendra, porque você não compartilha o que me disse porque achei uma observação tão boa.

Kendra: Bem, apenas uma resposta que tantas pessoas disseram para mim: “Cuidado com o que você ora”. Minha resposta a isso é um sentimento de tristeza porque não precisamos ter cuidado com o que oramos. Deus tem um amor perfeito por nós. O amor perfeito expulsa todo o medo.

Não precisamos ter medo do que Deus vai fazer na vida das pessoas que amamos. Somos livres para orar para que Deus faça o que Ele precisa fazer. Ele pode levantar os babilônios na vida das pessoas que amamos, mas Ele tem um amor perfeito por nós. Ele é santo. Ele não vai fazer coisas com a mesma motivação que nós teríamos, então podemos confiar nele.

Nancy: Obrigada, Kendra. Acho que ela tocou num assunto que provavelmente toda mãe já sentiu. “Se eu orar para que a vontade de Deus seja feita na vida dos meus filhos, se eu orar para que meus filhos se arrependam e tenham fé ou por meu marido ou por alguém que eu amo, o que poderá acontecer? O que Deus poderia fazer?” Às vezes, temos esse medo, essa hesitação com Deus.

Vamos ver em Habacuque que a pessoa que acredita em Deus não precisa ter medo. Você não precisa recuar com medo se você confiar que Deus é bom, Deus é grande, Deus é soberano, Deus é sábio, e Deus ama sua família mais do que você poderia. Ele sabe exatamente do que eles precisam em suas vidas. Então, se forem os babilônios que Ele precisa usar para responder às suas orações, você não precisa ter medo disso.

Vamos ver que Habacuque treme. Não significa que será fácil, mas significa que seus pés estarão firmemente plantados. Você pode confiar no Senhor mesmo quando os babilônios estão sendo levantados.

Raquel: Vamos mergulhar de volta em Habacuque com Nancy em um momento aqui no Aviva Nossos Corações, mas quero mencionar algo aqui. Esse medo de se render à vontade do Senhor não é incomum. 

Isso foi o que motivou Nancy a escrever um livreto chamado Enfrentando Nossos Medos. O subtítulo é Encontrando Sua Fidelidade. Eu gostaria de fazer a seguinte pergunta: E se a chave para enfrentar seus medos for encontrada em uma simples palavra: Rendição? Nancy explora as implicações disso em seu livreto.

Gostaríamos de enviar a você o PDF do livreto Enfrentando Nossos Medos mediante uma doação de qualquer valor para o Aviva Nossos Corações. Essa é nossa forma de agradecer por sua doação. Agora, vamos continuar com Nancy.

Nancy: Neste ponto de nosso relato em Habacuque, no capítulo 1, o profeta está profundamente perturbado com a resposta de Deus. Deus disse: “Estou levantando os babilônios, aquela nação cruel e impetuosa”. Isso não era de forma alguma a resposta à oração que ele estava esperando nem desejando.

Para Habacuque, é incompreensível que Deus usaria pessoas tão perversas quanto os caldeus para lidar com o pecado entre o povo de Deus. Então, a resposta de Deus às perguntas de Habacuque na verdade levantou mais problemas do que resolveu.

Dissemos no início que Habacuque significa “lutador, aquele que luta”. Ele está lutando com essas perguntas, e está lutando com Deus tentando compreender na sabedoria insondável de Deus o que está acontecendo aqui e como Deus poderia fazer isso.

No versículo 12 de Habacuque, capítulo 1, Habacuque responde a Deus. Deus acabou de dizer: “Estou levantando os babilônios.” Habacuque diz no versículo 12: “Senhor, tu não és desde a eternidade?” 

Eu consigo imaginar que depois que Deus terminou toda essa descrição detalhada e extensa sobre como eram os caldeus, houve uma pausa significativa. É como se Habacuque ficasse sem fôlego. Então ele diz: “Senhor, tu não és desde a eternidade? Meu Deus, meu Santo, tu não morrerás.”

Então, o que Habacuque faz? Ele volta às coisas que ele sabe serem verdadeiras quando vê o seu mundo abalado, e Deus lhe dá esta resposta surpreendente. Deus havia dito: “Quando você vir isso, quando ouvir sobre este trabalho que estou fazendo, você não acreditará”. 

Habacuque deve ter pensado: “Certamente estou chocado, estou sem palavras aqui. Como pode ser possível que Deus levante esses terroristas para vir e dominar nossa nação?”

De repente, ele não está mais tão preocupado com o pecado de seu povo como estava. Agora ele está realmente preocupado com a devastação que vai acontecer a eles. 

E neste turbilhão de emoções, em meio a pensamentos tumultuados, Habacuque recorre às coisas que ele sabe serem verdadeiras.

Qual a certeza? Ok, em primeiro lugar, a certeza é o caráter de Deus. “Senhor, tu não és desde a eternidade? Meu Deus, meu Santo?” (v. 12). O que Habacuque está dizendo? “Deus, eu te conheço. Tu és eterno. Disso eu tenho certeza.”

  • Tu és imutável, é o que ele está afirmando.
  • Tu não mudas. Teu caráter não muda.
  • Tu és fiel. Tu cumpres Tuas promessas.

Então ele diz: “Tu és o Senhor.” Isso significa que o Senhor é soberano. Ele diz: “Tu és o meu Santo. Tu és fundamentalmente santo“. É como se ele estivesse se preparando, se aconselhando: “Isso é o que eu sei que é verdade sobre Deus”.

É muito importante, quando sua mente está agitada e você se sente confusa em meio aos acontecimentos, que você retorne às verdades que você já conhece. Uma delas é o caráter de Deus. O que você sabe sobre o caráter de Deus? Reafirme essas verdades. Comunique a Deus aquilo que você sabe.

Em seguida, lembre-se da aliança de Deus. Ele diz: “Tu és o meu Deus. Temos um relacionamento de aliança. Tu és um Deus que mantém a aliança. Manterás a Tua aliança com teu povo.” É por isso que ele diz: “Não morreremos”.

Em outras palavras, ele diz: “Deus pode nos disciplinar. Pode nos corrigir, mas não vai nos destruir. Não haverá julgamento cataclísmico, julgamento final contra aqueles que são verdadeiramente Seu povo. Não morreremos, disso tenho certeza. Somos filhos da aliança, aqueles que cremos em Ti.”

Então ele recita o caráter de Deus, a aliança de Deus e depois as escolhas de Deus. No versículo 12, ele continua dizendo:

“Senhor, tu designaste essa nação [os babilônios] para executar juízo; ó Rocha, determinaste que ela nos aplicasse o castigo.”

Ele está processando em sua mente o que Deus acabou de lhe dizer. Ele está reconhecendo o que Deus acabou de lhe dizer.

“Ok, os babilônios são um instrumento nas mãos de Deus para castigar, disciplinar e reprovar o seu povo. Tu os designaste como juízo. Tu os estabeleceste como repreensão. Isso é obra de Deus.” 

É como se ele estivesse repetindo para Deus o que o Senhor mesmo acabou de dizer.

“Deixe-me ver se entendi direito, Deus. Estou concordando contigo. Estou reconhecendo que o que disseste é verdade, que a tua mão está nisso. Isso não é um acidente. Não estás dormindo. Não caíste do Teu trono. Não abdicaste o Teu domínio sobre este mundo. Tu os designaste.” Ele reconhece a soberania de Deus.

Ele reconhece a necessidade de repreensão ao povo de Deus, de castigo, de disciplina. Ele percebe que Deus não vai deixar o seu povo continuar em seu pecado indefinidamente. Não era com isso que Habacuque estava preocupado desde o início?

“Deus, como podes olhar para tudo isso e não fazer nada a respeito?”

Deus disse: “Estou fazendo algo a respeito”.

Habacuque diz: “Ah sim, eu vejo que o que estás fazendo é reprovar. Vais disciplinar. Vais castigar o teu povo.” 

Lembre-se, ao ler este trecho, e Habacuque está correto, a intenção de Deus é apenas disciplinar e castigar, não é demolir ou destruir seus filhos.

Se você for filha de Deus, quando a disciplina de Deus vem para a sua vida, não é punitiva. Ele não pretende te destruir. Seu objetivo ao te disciplinar é te restaurar – disciplina restaurativa, para nos tornar mais santas

É disso que Hebreus 12 fala – a disciplina, o castigo de Deus. Ele nos disciplina para que possamos participar da sua santidade.

Assim, Habacuque está se identificando com os propósitos de Deus aqui. “Senhor, tu os designaste como juízo. Tu os estabeleceste como repreensão, para disciplina. Não vamos morrer, mas tu vais nos disciplinar.”

Então, lembre-se de que Deus escolhe os meios e o método de disciplina que Ele sabe ser o melhor. Você precisa deixar essa escolha com Deus

Habacuque não teria escolhido que Deus usasse os babilônios para disciplinar os judeus. Ah, talvez para disciplinar todas as outras nações pagãs. “Senhor, eu sei que precisamos de disciplina, mas eu teria escolhido um instrumento diferente.”

Deus diz: “Deixe-me escolher o instrumento.”

Então Habacuque diz: “Ok, Deus, eu entendo. Eu sei que Tu és Deus, e sei que Tu não mudas. Eu sei que Tu manténs Tua aliança. Eu sei que Tu estás disciplinando Teu povo. 

Senhor, eu não entendo isso, mas eu acredito. Eu vejo que Tu ordenaste os caldeus como julgamento, e Tu os estabeleceste para repreensão. Isso não é um acidente. Não está fora de Teu controle”.

Mas ele ainda não entende. Não parece certo que um Deus santo e justo trabalhe dessa maneira. Então ele diz no versículo 13: “Vou me aprofundar mais no coração de Deus”.

Como dissemos nesta série, não está claro se ele estava fazendo essas perguntas com o punho cerrado ou com um coração aberto. 

Quanto mais eu li e estudei o livro de Habacuque, mais eu realmente acho que foi com um coração sincero. Essa é minha sensação ao ler. 

Alguns comentaristas discordam de mim. Mas, independentemente disso, ele está dizendo no versículo 13: “[Senhor, me ajude a entender isso.] Teus olhos são tão puros, que não suportam ver o mal; não podes tolerar a maldade. [Isso é algo que sempre soube sobre Ti. Tu és santo.]” 

Habacuque tem uma forte e profunda certeza sobre a santidade de Deus.

É por isso, aliás, que acho que hoje em dia não lutamos com questões espirituais mais profundamente, porque temos tão pouco senso da santidade de Deus. 

O que acontece no mundo não nos incomoda muito porque estamos com os nossos corações endurecidos. Estamos acostumadas. 

Nossos olhos estão acostumados com a escuridão. Habacuque não tinha seus olhos acostumados com a escuridão. Ele sabia que Deus era santíssimo.

Teus olhos são tão puros, que não suportam ver o mal; não podes tolerar a maldade.” Nós lemos isso no Salmo 5, versos 4–5, onde o salmista diz:

“Tu não és um Deus que tenha prazer na injustiça; contigo o mal não pode habitar. Os arrogantes não são aceitos na tua presença; odeias todos os que praticam o mal.”

Então, Habacuque diz: “Deus, se tu és santo, isso me deixa perplexo. Isso não faz sentido.” 

Ele está procurando uma explicação lógica. Ele continua a dizer no versículo 13: “[Se Tu és tão santo,] por que [aqui está aquela pergunta novamente] por que toleras os perversos? Por que ficas calado enquanto os ímpios devoram os que são mais justos que eles?”

Ele começou dizendo: “Senhor, eu sei que meu povo não é justo. Eu sei que eles precisam mudar. Eu sei que eles precisam ser disciplinados, mas agora Tu dizes que o instrumento da Tua repreensão será esses babilônios ímpios, ímpios. 

Veja bem, Deus, nós somos ímpios, mas eles são ímpios, ímpios. Como Tu podes ficar passivo e em silêncio quando esses babilônios ímpios devoram aqueles que são mais justos do que eles”?

No início do livro, ele não os retrata como justos em suas queixas. No entanto, houve uma mudança gradual em sua percepção. 

De repente, os judeus pareciam ter uma imagem mais favorável em comparação com os babilônios, apesar de ainda estarem associados à destruição, violência e conflito – elementos que ele destacou no primeiro parágrafo. Agora, diante dos babilônios, os judeus parecem relativamente virtuosos.

O modo como Deus utiliza os babilônios para disciplinar os judeus parece contradizer o entendimento que Habacuque tem sobre o caráter e os métodos divinos. 

Neste ponto, surge a pergunta se não há um traço de autojustiça presente. E eu reconheço que isso é algo que pode surgir em nossos próprios corações. 

Visto que o profeta considera o povo de Judá mais justo do que os babilônios, isso sugere que ele não compreende completamente a seriedade com que Deus encara o pecado do Seu próprio povo.

Na verdade, o povo de Deus é ainda mais responsável porque tem a lei de Deus. Eles conhecem a Deus. Deus Se revelou a eles. 

Talvez Deus leve ainda mais a sério o pecado de Seu povo do que a reprovação e a maldade das nações pagãs.

Deus trata todo pecado com seriedade, porém, muitas vezes, temos a tendência de pensar: “Senhor, embora tenha minhas falhas, não sou tão mau quanto a pessoa que Tu estás permitindo que me maltrate.” 

Assim, encontramos o exemplo de uma esposa que, reconhecendo suas necessidades espirituais, anseia pelo cuidado de Deus, mas se surpreende quando Ele utiliza um marido menos piedoso como instrumento de sua santificação. “Ahhh Senhor, isso parece inadequado. Não parece justo.”

Isso vale para ambos os lados, aliás. 

Recebi um e-mail não muito tempo atrás de um marido — temos alguns homens que escrevem para nós no Aviva Nossos Corações — e ele estava suplicando que orássemos por seu casamento. Ele e sua esposa estavam separados, talvez até mesmo divorciados, não me lembro corretamente.

Ele estava implorando a Deus para reconciliar seu casamento. Ele queria que soubéssemos que estava levando isso a sério. Então, ele nos enviou uma carta digitada de duas páginas listando, primeiro, segundo ele: 

“Meus pecados são…” Ele foi super honesto sobre suas falhas e defeitos naquele casamento. E depois ele disse: “Os pecados da minha esposa são…”

Enquanto eu olhava para a lista, e tenho certeza de que isso não foi intencional, mas ela tinha mais pecados do que ele. Os dela eram tão ruins quanto os dele e talvez um pouco piores. 

As esposas também fazem isso. Não estou apontando o dedo para aquele marido. Só estou dizendo que é nossa tendência dizer: “Ok, eu tenho problemas, mas minha parceira tem muito mais”!

Em sua carta ele dizia: “Quero ir à terapia. Minha esposa não quer. Estou disposto a lidar com nossos problemas. Minha esposa não está.” 

Era meio que essa comparação, e acho que vem de um coração genuíno, mas é meio que a maneira como pensamos. 

“Senhor, eu tenho problemas, mas como podes usar alguém que está pior do que eu como meio de lidar com minha vida?”

Refletindo sobre este e-mail, percebo que Deus trouxe uma espécie de “babilônia” (entre aspas) para a vida dele, ou seja, sua esposa. 

Naturalmente, se questionada, ela provavelmente destacaria: “Estes são meus poucos pecados, enquanto estes são os muitos dele”, evidenciando assim uma perspectiva subjetiva.

Mesmo que ele esteja totalmente correto em sua avaliação, Deus quer usar sua esposa, talvez mais pecadora do que ele, como um instrumento para levá-lo ao quebrantamento, humildade e arrependimento. 

Às vezes, parece tudo ao contrário, não é mesmo? Será que Deus trabalharia dessa maneira?

Então Habacuque diz a Deus no versículo 14: [Isso é difícil de entender.] “Tornaste os homens como peixes do mar, como animais, que não são governados por ninguém.” Aí você tem uma imagem de peixes indefesos nadando no mar.

Depois, nos versículos 15 e 16: “O inimigo [e ele está falando aqui do império babilônico]  puxa todos com anzóis, apanha-os em sua rede e os arrasta nela; então se alegra e exulta. E por essa razão ele oferece sacrifício à sua rede e queima incenso em sua honra, pois, graças à sua rede [esse é o império babilônico], vive em grande conforto e desfruta iguarias”.

Vemos aqui essas pessoas más que estão sendo usadas como instrumento de Deus para disciplinar o povo de Deus, e essas pessoas más estão saindo ilesas. Na verdade, estão ficando ricas no processo.

Nós somos como esses peixes nadando no oceano ou como pequenos insetos indefesos rastejando por aí, e aqui vem o rei dos babilônios. Ele joga o anzol, e ele nos puxa um por um. Estamos sendo abatidos, e ele está enriquecendo com essa brincadeira.

Na verdade, os babilônios adoravam a si mesmos por causa de sua prosperidade e de seu poder militar. Eles são autossuficientes. 

Eles pensam que não precisam de nada e nem de ninguém. Eles são ímpios. Habacuque está dizendo: “Deus, isso não faz sentido, por que usarias pessoas assim?”

Versículo 17: “ Mas, continuará ele [o império babilônico]  esvaziando a sua rede, destruindo sem misericórdia as nações?” 

Aí está aquela pergunta de “quanto tempo” novamente. “Senhor, isso vai continuar para sempre? Vai durar indefinidamente? Não tem fim?”

Você já se viu clamando no meio de seu casamento, ou de seus problemas com seus filhos, ou de sua situação no trabalho: “Senhor, isso não tem fim? Estou padecendo e meus inimigos estão prosperando. Estamos indo na direção errada. Quanto tempo isso vai durar?”

Ao protestar contra (o que parece para Habacuque ser) um ato injusto e incompreensível de Deus, o profeta corre o risco de esquecer o quão pecaminoso é o povo de Deus e o quanto merecem a disciplina de Deus porque eles não se sentem tão mal em comparação com os caldeus.

O problema é que Habacuque está vendo apenas do seu próprio ponto de vista. Se ele pudesse ver do ponto de vista de Deus, ele veria o que dissemos há alguns momentos, que o povo de Deus é ainda mais responsável. 

Aos olhos de Deus, a condição deles é tão séria quanto a dos caldeus.

É tão fácil para nós desculpar nosso próprio comportamento, não é mesmo? A gente diz: “Mas, Senhor, meu marido cometeu adultério. Meu pecado é orgulho.” 

As Escrituras dizem que Deus repele os orgulhosos. Deus odeia o orgulho. É citado como um dos piores pecados. Adultério não está nessa lista em Provérbios capítulo 6, mas o orgulho está.

Então tendemos a nos comparar com aqueles que são piores como uma forma de escapar de nossa própria responsabilidade e protestar, dizendo: “Senhor, não parece certo que usarias essas pessoas más, quando estou apenas… apenas sendo orgulhosa.” 

Deus quer que vejamos que esse orgulho ou qualquer que seja o problema em nossas vidas é um grande problema e precisa ser tratado. Deus sabe qual instrumento será necessário para lidar com isso.

É nesse ponto que algumas pessoas ficam amargas com Deus. Elas cortam Deus de suas vidas. “Pra mim chega! Se é assim que Deus vai ser, se é assim que Ele vai agir, se é esse o tipo de instrumento que Ele vai usar, eu não quero mais saber de Deus.”

Ou elas continuam agindo como se estivessem lidando com Deus, mas apenas por fora. “Sim, vou continuar indo à igreja. Vou continuar trabalhando duro. Vou continuar no meu cristianismo, mas não vou me envolver com um Deus que age assim.” 

Esse é o caminho que muitas pessoas escolhem. Elas recuam em vez de avançar pela fé.

Habacuque se encontra aqui em uma encruzilhada. Ele pode escolher o medo e a raiva, ou pode escolher a fé, a esperança e a rendição. 

Habacuque vê que essa situação incompreensível realmente é uma oportunidade para conhecer melhor a Deus. Então, ele diz pela fé: “Vou prosseguir. Não entendo isso, mas vou permanecer engajado com Deus”.

E porque ele faz isso, temos o capítulo três de Habacuque. 

Sinta-se à vontade para ler o final do capítulo e ver o desfecho dessa história e a alegria incrível que irrompe no coração de Habacuque. 

Sabe por quê? Porque ele estava disposto a passar pelo processo, a permanecer engajado com Deus, não ficar amargurado, mas dizer: “Vou avançar em fé mesmo quando não consigo entender.”

Senhor, rogo que nos ajude a avançar em direção ao conhecimento de Ti, a contemplar Tua face, a explorar Teus caminhos e a sondar Teu coração. 

Que possamos permitir que Tu atues em nossas vidas, independentemente das circunstâncias, da aparência ou do custo. Faça conforme a Tua vontade, Senhor. Oro em nome de Jesus, amém.

Dannah: Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos ajudado a compreender alguns trechos difíceis de Habacuque. Como ela acabou de dizer, veremos a alegria irromper no coração de Habacuque. Se você precisa que a alegria irrompa em sua vida, fique conosco enquanto seguimos a jornada dele do medo para a fé.

Eu mencionei antes o livreto de Nancy, Enfrentando Nossos Medos. Ele é uma ótima ferramenta para nos ajudar a encarar nossos medos de frente e perceber a fidelidade de Deus, e isso tem tudo a ver com um coração rendido ao Senhor, assim como Habacuque fez. Enviaremos uma cópia de Enfrentando Nossos Medos como agradecimento quando você fizer uma doação de qualquer valor. Para fazer uma doação, visite www.avivanossoscoracoes.com . Depois, envie um email para contato@avivanossoscoracoes.com solicitando a cópia do livreto Enfrentando nossos medos.

Nos dias de Habacuque, os soldados ficavam num posto de sentinela para ficar de olho se o inimigo estivesse se aproximando. Descubra por que um profeta subiu num desses postos e por que você também deveria fazer isso. Nancy falará sobre isso amanhã no Aviva Nossos Corações.

Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.