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Maternidade Espiritual – Dia 1: Investindo na Próxima Geração

Publicadas: Maio 06, 2024

Raquel: Susan Hunt lembra quando chegou a uma nova igreja como esposa de pastor e imediatamente notou algo muito positivo naquela igreja.

Susan Hunt: Havia mulheres na casa dos sessenta, setenta e oitenta anos cujas vidas simplesmente cativaram meu coração. Eu observei elas me amarem e amarem as mulheres mais jovens que entravam na igreja. Elas não se sentiam ameaçadas pelas mulheres mais jovens. Ao mesmo tempo, estavam tão prontas para aprender a Palavra de Deus.

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de “Adornadas”, na voz de Renata Santos.

Nancy DeMoss Wolgemuth:  Se você tem acompanhado o “Aviva Nossos Corações” por algum tempo, é provável que já esteja familiarizada com o “Movimento Mulher Verdadeira”. Estamos promovendo esse conceito há mais de dez anos. No entanto, antes disso, uma defensora inicial dessa ideia foi Susan Hunt, autora do livro clássico intitulado “The True Woman”,  Mulher Verdadeira, em tradução livre – infelizmente não temos este recurso em português ainda.

Fico feliz em informar que este livro foi relançado recentemente nos Estados Unidos. Para comemorar esse lançamento e se preparar para o Dia das Mães, vamos ouvir uma conversa que eu gravei alguns anos atrás com Susan sobre maternidade espiritual.

Estou super grata por receber minha querida irmã, minha amiga mais velha, Susan Hunt.

Susan: Obrigada por me receber, Nancy. Eu estava ansiosa por esse momento com você.

Nancy: E nós temos uma longa história – somos amigas há anos e você tem sido uma grande incentivadora do “Aviva Nossos Corações” e do “Movimento Mulher Verdadeira”. Você tem sido alguém que tem me encorajado pessoalmente e uma grande amiga ao longo desses anos.

E quero aproveitar esta oportunidade para dizer: “Obrigada por investir na minha vida através de seus livros, seu ministério, e sua amizade.” 

Nos conhecemos há muitos anos, antes mesmo de começarmos o “Aviva Nossos Corações“, e você tem sido uma grande incentivadora e amiga, e eu só posso dizer: “Obrigada por fazer parte deste ministério e pela maneira como tem participado.”

Susan: Tem sido um privilégio assistir o Senhor trabalhar através de você, Nancy. Acho que já te disse isso antes, mas uma das coisas que amo é que eu te conhecia antes. Eu te conhecia antes de todas as outras mulheres no mundo te conhecerem.

Nancy: Isso mesmo. Há anos e anos.

Susan: E o que amo é que você nunca buscou os holofotes. O seu objetivo não era o microfone. Você estava apenas buscando servir a Jesus. E veja o que Ele fez em você e por meio de você. E eu louvo a Deus por isso.

Nancy: Ah, obrigada! E posso dizer que o que está em meu coração é um resultado de ter mulheres como você na minha vida que modelaram o que é ter uma caminhada humilde, cheia do Espírito, gentil, graciosa, compassiva com o Senhor e que tinham a mente voltada para o ministério, voltada para servir.

Você foi esposa de pastor por muitos anos. Ainda é esposa, mas seu marido foi pastor por muitos anos, e você o acompanhou servindo na igreja também. Você serviu a sua denominação como consultora para ministérios de mulheres. 

Você serviu o corpo de Cristo através de seus livros, através de seu ministério de ensino. Você foi para a República Dominicana e se envolveu no ministério lá, ensinando sobre a feminilidade bíblica antes mesmo do Movimento Mulher Verdadeira existir.

Temos muitas amigas em comum. Nossos caminhos se cruzaram muitas vezes. 

Não acredito que esta seja a primeira vez que finalmente estamos gravando uma conversa juntas no “Aviva Nossos Corações“; já estava passando da hora!

Eu te chamei de mulher mais velha. Você se importa?

Susan: De jeito nenhum! Sempre me surpreende o fato do Senhor ter me dado todos os anos que Ele me deu até agora. Tenho setenta e seis anos, e eu louvo ao Senhor por cada ano, cada ruga, cada experiência – tudo. É um sentimento maravilhoso.

Nancy: Bom, eu amo ouvir isso porque acho que muitas mulheres têm medo dessa fase da vida. Tenho quase vinte anos a menos que você, e amo ouvir as histórias das mulheres mais velhas, que estão passando por essa fase e, como Provérbios 31 diz, não têm medo do futuro. 

Elas enfrentam essa nova fase com alegria. E você representa isso muito bem.

Susan: Bem, é muito emocionante. Acho que uma das coisas que amo tanto é ter uma nova perspectiva. Quanto mais velha você fica, vai percebendo as coisas de maneira muito diferente. Eu costumava ter um ritmo frenético. Mas agora, por necessidade, o corpo simplesmente não responde tão rápido; a mente não funciona tão rapidamente. Mas o que descobri é que este é um ritmo muito melhor. É muito mais reflexivo, e amo poder compartilhar essa perspectiva com as mulheres mais jovens na minha vida.

Nancy: Estou ansiosa por essa mudança de ritmo na minha vida!!

Susan: Eu sei que está.

Nancy: Obrigada por me ajudar a olhar para o futuro com esperança, Susan.

Ao ouvir você falar sobre uma nova perspectiva, o verso que me veio à mente foi Provérbios, capítulo 4, versículo 18. É o verso que costumo colocar em cartões de aniversário ou cumprimentos para as pessoas. 

É meu verso de aniversário favorito, mas se aplica a essa visão do envelhecimento. Diz assim: “A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até à plena claridade do dia.” (Prov. 4:18)

Nossa tendência é pensar que à medida que envelhecemos, vamos ficar mais apagadas, e algumas coisas realmente diminuem, se deterioram. Todas nós sentimos isso em nossos corpos. 

Mas no que diz respeito à alma, ao espírito, à consciência de Deus e à sabedoria, se fomos justificadas em Cristo, nossa vereda é como o amanhecer do dia, que brilha cada vez mais até o dia perfeito. 

E, é claro, é quando veremos Jesus e seremos como Ele. Abandonaremos esses corpos velhos e receberemos corpos novos, semelhantes a Cristo. E é isso que aguardamos ansiosamente.

É por isso que acho que o envelhecimento pode ser uma alegria e não algo a temer, não algo a ressentir ou tentar evitar, porque vai acontecer de qualquer maneira, certo?

Susan: Vai acontecer, queira ou não. E eu realmente acredito que, se nossa ênfase for no fato de que o nosso espírito pode ficar mais forte mesmo quando nosso corpo fica mais fraco, então esta é uma parte alegre da jornada. E eu tenho alguém em quem me espelhar, porque minha mãe tem noventa e nove anos.

Ela é minha vizinha e mora com uma cuidadora, então entro e saio da casa dela o dia todo, todos os dias, e posso ver como é a vida do ponto de vista de uma pessoa de noventa e nove anos. 

Minhas filhas e netas também estão por perto, e posso ver a vida do ponto de vista delas, e elas do nosso ponto de vista. É realmente um encontro intergeracional.

Nancy: E isso tem sido o coração da sua mensagem por todos esses anos – toda essa coisa que você chama de “maternidade espiritual”. 

Na verdade, você escreveu um livro sobre isso. Você escreveu um livro sobre isso há mais de vinte e cinco anos, e agora esse livro foi relançado com uma capa nova, uma edição nova, mas com o mesmo título, mesmo subtítulo.

O livro se chama “Spiritual Mothering” (Maternidade Espiritual, em tradução livre – infelizmente ainda não temos este recurso em português, mas falaremos sobre alguns pontos importantes deste livro)

O que é impressionante é que desde que eu te conheço, você tem defendido essa ideia de passar o bastão da fé de uma geração para a próxima. E aqui você está falando sobre isso no âmbito físico. Você é mãe e avó. Já é bisavó?

Susan: Ainda não.

Nancy: Mas aposto que você está ansiosa por isso.

Susan: Sim, não vejo a hora.

Nancy: Muito bem, então vamos falar sobre maternidade espiritual – o que é isso?

Susan: É muito parecido com a maternidade. É o cuidado por outras mulheres. Como Paulo escreve aos Tessalonicenses, é compartilhar o evangelho e nossas vidas com os outros.

A palavra “treinar” em Tito 2 é uma palavra que significa mais do que simplesmente transmitir informações. Também significa isso, mas inclui compartilhar nossas vidas, mostrar, modelar. 

É um ministério do tipo: “Mostre-me” . Então é caminhar ao lado de outras mulheres e viver a vida com elas.

É verdadeiramente o estilo de discipulado que Jesus praticou, pois Ele não apenas ensinou, mas compartilhou a vida ao lado de Seus discípulos. 

Ele os convidou a estar com Ele. E é isso que a maternidade espiritual representa. É dedicar-se à vida de outras mulheres de maneira acolhedora, compartilhando o evangelho e nossas próprias vidas com elas.

Nancy: Você fez isso. Você viveu isso. E eu gostaria muito que nossas ouvintes conhecessem um pouco da sua jornada, sobre como você passou a acreditar na maternidade espiritual.

Ao olhar para trás, além da sua própria mãe, sua mãe biológica, você consegue lembrar de alguém que foi uma mãe espiritual para você na sua juventude, onde você experimentou pela primeira vez esse tipo de relacionamento em sua própria vida?

Susan: Bom, acho que primeiro experimentei a beleza do conceito. Isso veio antes do relacionamento porque, quando me tornei coordenadora do ministério de mulheres em minha denominação, a Igreja Presbiteriana na América, isso foi no final dos anos 80, a ideia de mentoria não era uma ideia muito comum ainda. 

Não era uma palavra da moda de jeito nenhum. Na cultura da época, o individualismo e a independência eram muito prevalentes.

Eu estava desesperada para encontrar recursos para o ministério de mulheres, e não havia nenhum. Então comecei a ir às Escrituras e a pesquisar. E a única passagem das Escrituras que parecia relevante para o tópico naquele momento era Tito 2:3-5. Posso ler?

Nancy: Claro.

Susan: Diz assim:

“Semelhantemente, ensine as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem caluniadoras nem escravizadas a muito vinho, mas a serem capazes de ensinar o que é bom. 

Assim, poderão orientar as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus próprios maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada.”

Eu nem conseguia entender o que eu estava lendo. Eu não entendia o conceito. 

Mas havia uma parte desta passagem que me deixou totalmente surpresa, e era que, mesmo que eu não soubesse do que se tratava, eu sabia que tinha a ver com a Palavra de Deus não ser difamada. 

E então, se tinha a ver com a Palavra de Deus ser honrada, eu queria saber o que aquilo significava.

Comecei a pensar sobre isso e a orar sobre esse tema. Eu não conseguia encontrar muitos comentaristas falando sobre o assunto, mas estava orando. 

Então, meu marido foi chamado para ser o pastor de uma igreja com uma grande mistura de pessoas mais velhas e mais jovens. 

Eu tinha por volta de quarenta e nove ou cinquenta anos na época, e havia mulheres na casa dos sessenta, setenta e oitenta anos cujas vidas simplesmente cativaram meu coração. 

Eu observei elas me amarem e amarem as mulheres mais jovens que entravam na igreja. Elas não se sentiam ameaçadas pelas mulheres mais jovens. Ao mesmo tempo, estavam tão ansiosas para aprender a Palavra de Deus.

Então, quando meu marido me pediu para começar um estudo bíblico semanal, essas mulheres mais velhas apareceram.

Nancy: Isso te surpreendeu?

Susan: Sem dúvida! Eu não sabia o que fazer!

Nancy: Você ficou intimidada?

Susan: Me intimidou muito! Eu não sabia como fazer para ensiná-las e ensinar as mulheres mais jovens na casa dos vinte anos que estavam começando a frequentar a igreja.

Nancy: Então, você tinha uma classe intergeracional.

Susan: Sim, e enquanto eu estava quebrando minha cabeça, me ocorreu o seguinte: “Senhor, estás me dando a oportunidade de ver o que Tito 2:3-5 está falando, e agora eu só quero sentar, observar e ver. Será que isso realmente funciona?”

Eu realmente não conseguia entender essa passagem. Muitos relacionamentos que eu via entre mulheres mais velhas e mais jovens estavam cheios de tensão, ressentimento e incompreensão. Mesmo assim, começamos.

Nancy: Você não tinha um programa. Você não tinha uma fórmula. Você não tinha um currículo.

Susan: Não.

Nancy: Exceto o que está registrado em Tito 2.

Susan: Tito 2. Simplesmente isso. 

Então começamos a estudar as Escrituras, mas sempre com isso em mente, e eu sempre estava falando com elas sobre essa ideia e fazendo perguntas: Como você acha que isso poderia ser vivido?

E então, aos poucos eu começava a fazer coisas para ajudá-las a se conectar e se comunicar umas com as outras, realmente chegamos ao auge quando (não lembro exatamente qual livro da Bíblia estávamos estudando) chegamos a um trecho sobre casamento. 

Eu pensei: Como posso fazer esse tópico relevante às mulheres mais velhas uma vez que a maioria delas era viúva? Eu não tinha a mínima ideia de como lidar com isso.

E então pensei: Bem, vou ensinar o que está lá. Mas eu disse às mulheres o quanto eu estava desconfortável. Pedi às viúvas mais velhas: “Vocês podem nos ajudar? Vocês podem nos mostrar o que significa ser esposas piedosas? Vocês podem compartilhar suas memórias conosco?”

E eu soube que tínhamos acertado em cheio quando depois, uma das mulheres mais jovens disse: “Como posso ir para casa e reclamar de meias sujas no chão depois de ouvir essas mulheres compartilharem memórias tão preciosas de seus maridos e casamentos?”

Nancy: Que, naquele momento, dariam qualquer coisa para ter seus maridos de volta – com as meias sujas no chão e tudo mais.

Susan: Sim. É verdade. Nossa perspectiva mudou. Então eu comecei a ver o impacto que seria se as mulheres mais jovens pudessem ouvir a perspectiva de vida das mulheres mais velhas que tinham caminhado com o Senhor, que estavam caminhando com o Senhor, consumidas pelo desejo de honrá-Lo e glorificá-Lo. E foi simplesmente lindo, simplesmente lindo.

Nancy: Alguma dessas mulheres desempenhou um papel em sua vida, na maternidade espiritual? Você já experimentou isso pessoalmente?

Susan: Todas elas. Conforme se abriram e aprenderam que isso era o que Deus estava chamando-as a fazer. Lembre-se, Nancy, isso era totalmente novo para todas nós. Até então nada tinha sido falado sobre o assunto em nossa história como igreja.

À medida que entendemos o princípio bíblico, e ao analisarmos as Escrituras e começarmos a associá-lo ao princípio da aliança ao longo do Antigo Testamento, de uma geração contar à próxima geração as obras louváveis do Senhor, era como se soltasse os lábios dessas mulheres mais velhas, e soltasse os ouvidos das mulheres mais jovens

Estávamos ouvindo umas às outras e vendo a maneira como isso estava transformando nossas vidas e nossos relacionamentos, e cada uma daquelas mulheres teve um papel crucial em minha vida naquele momento – as mais jovens e as mais velhas.

Ao observar o desejo das mulheres mais jovens em aprender com as mulheres mais velhas, e ao ver o desejo das mulheres mais velhas em se derramar sobre nós, isso se tornou uma coisa maravilhosa de se experimentar.

Então, todas elas me impactaram. Ainda visito muitas delas que ainda estão vivas em casas de repouso, ou onde quer que estejam. E são simplesmente maravilhosas, queridas amigas, e elas continuam a me apontar para Jesus.

Nancy: Você consegue pensar em áreas específicas em que – naquela época quando você tinha cinquenta anos – naquela temporada da vida em que você viu algo nelas que você queria imitar ou que modelou Cristo para você? 

Existem áreas específicas em que elas tocaram em sua vida por meio de suas vidas?

Susan: Ah, sim. Uma coisa que me fascinou era que elas estavam sempre prontas, todo domingo. Elas estavam presentes em todas as atividades de nossa igreja. E eu sabia que elas oravam fielmente por tudo em nossas vidas como igreja.

Além de estarem lá todo domingo, estavam sempre tão bonitas. Elas se vestiam lindamente. Suas unhas estavam bem feitas. Elas simplesmente irradiavam uma aparência linda. 

Em todas as áreas, irradiavam algo para nós – a beleza do evangelho. Era esse adorno do evangelho. Eu fiquei fascinada com isso, porque essas mulheres não ficaram “relaxadas” em suas aparências. 

Elas estavam mostrando Cristo para quem estivesse por perto.

Até hoje lembro bem disso porque muitas vezes penso: “Ah, talvez eu vá dormir um pouco mais. Não tenho tanta energia hoje.” 

Mas então lembro daquelas mulheres, e como elas estavam sempre presentes, e ao fazer isso, me ensinaram a amar minha igreja. Elas me ensinaram a amar o Salvador da igreja e a estar lá como suporte para o pastor e para as outras pessoas na igreja.

Então, isso foi uma das coisas que elas me ensinaram. Outra coisa que me ensinaram é que, quando eu estava com elas, especialmente com as viúvas, elas sempre tinham coisas tão encorajadoras a dizer para mim sobre meu marido. 

Elas me contavam como ele havia ministrado a elas. Elas me contavam sobre suas visitas a elas. Essas mulheres me ajudaram a sempre ver o meu marido com um olhar muito positivo, a ver as coisas boas.

Nancy: Renovando a sua perspectiva sobre ele.

Susan: Sim. Então, aprendi a ver essas coisas. Elas me contavam como haviam sido abençoadas com seus sermões, o que haviam aprendido com suas lições, seus estudos bíblicos. E isso foi, novamente, uma lição forte para mim.

Agora, tento fazer isso. Tento contar às mulheres mais jovens as coisas positivas que vejo em seus maridos, a maneira como vi seus maridos ministrarem a uma criança na igreja, ou qualquer coisa assim. Simplesmente passo para elas coisas positivas sobre seus maridos.

Nancy: E isso realmente ensina uma das partes do currículo aqui em Tito 2: “Ensine as mulheres mais jovens a amarem seus maridos”.

É estranho pensar que seja necessário ensinar isso, mas há coisas que vemos em nossos maridos que não são amáveis, e é quando precisamos desse encorajamento gracioso e lembrete para ver nosso cônjuge através dos olhos do amor, através do amor de Deus. 

E isso é o que aquelas mulheres te modelaram e o que você está modelando agora às mulheres mais jovens. Você me encorajou como mulher casada agora a amar meu marido.

Esse tipo de ensinamento geralmente não é passado em uma palestra com “PowerPoint”, ou perguntas com lacunas a serem preenchidas. Você é uma professora maravilhosa, uma professora dotada da Palavra de Deus, mas grande parte do que você está falando sobre maternidade espiritual não é formal. Não é estruturado. É a “vida na vida”, como você acabou de descrever.

Susan: É relacional. É mostrar Jesus, mostrar a vida de Jesus às outras mulheres e ajudá-las a ver a vida do ponto de vista do amor soberano de Deus e nosso propósito de glorificá-Lo. 

Assim, as jovens mães começam a ver isso, que cuidar de seus filhos não é colocar suas vidas em pausa. Trocar as fraldas, seja o que for, essa é a missão delas. Essa é a vocação delas. E esse é o momento da vida no qual elas devem glorificar a Deus.

Aquelas mulheres mais velhas também me ajudaram a ver o potencial em meus filhos e não apenas os aspectos negativos e a ter esperança por eles, que na época, já eram jovens adultos. Essas mulheres continuavam me dando esperança por meus filhos.

Nancy: O que na verdade é outra parte do currículo, “Ensine-as a amar seus filhos”. A gostar de seus filhos.

Acho que, quando você está no meio de uma certa temporada da vida e está cercada pela pressão, pelas demandas e pelas tarefas, é fácil perder a perspectiva. 

É por isso que, quer você seja solteira ou casada, tenha filhos ou não, em todas as temporadas da vida, é sempre mais fácil focar nas dificuldades.

E é aí que é útil ter alguém ao nosso redor que tem a maturidade, a perspectiva de estar um pouco mais à frente na caminhada, que pode nos ajudar a alargar nossa visão e ver que essa fase tem significado, que tem propósito, que isso tem valor, que não é tempo perdido. 

E dizemos: “Sim! Como eu não vi isso?” Elas nos encorajam, afirmam, nos abençoam nessa temporada.

Jantei ontem à noite com três sobrinhos e sobrinhas meus e seus respectivos cônjuges – um deles se casando em apenas algumas semanas – que privilégio estar com aqueles jovens casais, e poder incentivá-los, abençoar aquele casal jovem, orar para que o casamento deles mostre a beleza de Cristo. 

Ninguém disse depois: “Obrigada por nos ensinar como amar nossos maridos”, porque acho que não havia consciência de que isso estava acontecendo. Não foi consciente da minha parte. Provavelmente não foi conscientemente recebido do lado deles. 

Mas são nesses momentos que conceitos são ensinados.

Estávamos sentados ao redor de uma mesa de jantar, conversando, onde, da minha perspectiva como mulher mais velha, estou abençoando, incentivando, ministrando em suas vidas. 

Uma delas já é mãe e tem dois meninos pequenos e ativos. Ela estava cansada porque essa fase da vida é muito cansativa. É um privilégio ser capaz de abençoá-la como mãe nessa temporada.

É disso que se trata a maternidade espiritual. Eu não entrei lá com um plano de aula. Eu não entrei lá com uma palestra preparada ou intencionalmente mentoreando. Isso é mais “captado” do que ensinado. Você não acha?

Susan: Acho, acho sim. E às vezes é sem palavras. Acho que, ao observar aquelas mulheres viúvas honrarem a memória de seus maridos, comecei a aprender a importância de outras mulheres me observarem honrar meu marido na maneira como falo com ele, na maneira como falo sobre ele, na maneira como nos divertimos juntos. 

São os detalhes, as pequenas coisas.

Eu percebia que as mulheres mais jovens estavam assistindo, e percebo cada vez mais à medida que o tempo passa que elas anseiam ver um marido e uma esposa que se respeitam e são gentis um com o outro, que se divertem juntos. 

E isso as ensina. A maneira como vivemos nossas vidas juntos as ensina.

Nancy: E estamos ensinando o que é bom ou ensinando o que não é bom. Estamos sempre ensinando algo. 

Portanto, não foram apenas aquelas mulheres bonitas em sua igreja ensinando o que é bom, mas você provavelmente esteve ao redor de algumas mulheres que tinham um espírito crítico, tóxico, e que, pela maneira como falavam com o marido ou sobre o marido ou os filhos, faziam o casamento parecer um fardo em vez de uma bênção. 

Então, elas também ensinam.

Acho que o que tem sido desafiador para mim é perceber que, agora como uma mulher mais velha, estou ensinando o tempo todo. 

Estou ensinando mesmo quando não penso que estou ensinando pelo meu espírito e, como você diz, nem sempre pelas palavras, mas como respondo à vida, como respondo à pressão, como respondo aos desafios.

Minha primeira reação… estou pensando em uma outra noite, quando o alarme de incêndio disparou em nosso quarto de hotel às 4 da manhã por cerca de vinte minutos. 

Acordei, é claro, rapidamente. Saímos rapidamente do quarto, Robert e eu, e eu disse: “Ah, que alegria!” 

Essas foram as primeiras palavras que saíram da minha boca, mas depois eu fiquei rindo disso, pensando: Não seria uma reação – legítima – maravilhosa para se ter por toda a vida? – “considere tudo motivo de grande alegria”. (Tiago 1.2)

Estamos ensinando sempre que reagimos, quando somos pegas de surpresa, quando somos surpreendidas. 

Eu não queria ser acordada às 4 da manhã, eu te garanto. Meu marido se levanta às 4 da manhã, mas eu normalmente não. 

Então, quando ficamos decepcionadas, quando as coisas não acontecem como gostaríamos, a forma como respondemos, a forma como reagimos sob pressão, é o que estará sendo ensinado àquelas pessoas ao nosso redor, que nos observam.

E é por isso que esse modelo de Tito 2 nos chama para “ensinar o que é bom” em como vivemos e como respondemos.

Susan: Sim. Todas essas coisas são muito importantes. É apenas Cristo vivendo Sua vida por meio de nós.

Nancy: Sim.

Susan: Para que eu diminua e que Ele cresça. E essa é minha oração diária, “Senhor, que eu diminua e que Cristo apareça, para que Ele seja visto em minhas atitudes, palavras e tudo mais.” Então, assim seja.

Nancy: Vamos continuar essa conversa com Susan amanhã, e eu sei que você quer ouvir mais, seja você uma mulher mais velha ou mais jovem. 

Eu sou uma mulher mais jovem na vida da Susan e estou amando cada palavra. Eu sei que há mulheres mais jovens na minha vida e na sua também. 

Qualquer que seja a sua idade cronológica, há mulheres te observando em busca de sabedoria, discernimento, encorajamento, ajuda, graça, e é a vida de Cristo em nós, fluindo por meio de nós que pode fazer toda a diferença.

Portanto, certifique-se de se juntar a nós amanhã, ao continuarmos essa conversa com Susan Hunt sobre maternidade espiritual.

Susan Hunt tem sido uma grande inspiração para mim ao longo dos anos. No Aviva Nossos Corações, quando falamos sobre o Movimento Mulher Verdadeira, em certo sentido, estamos realmente pegando o bastão de Susan e de outras de sua geração e continuando a correr. 

Conversamos hoje com Susan sobre investir na próxima geração – ela chama isso de Maternidade Espiritual.

Raquel: Obrigada, Nancy. 

Como é o mentoreamento na vida real? Susan nos mostrará amanhã com um exemplo de como ela orientou seus netos. Junte-se a nós amanhã aqui, no Aviva Nossos Corações.

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.