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O Céu Reina – Ep07: Quando você precisa ser resgatada (Daniel 6)

Publicadas: abr 09, 2024

Raquel: Você é uma pessoa que busca agradar aos outros? Nancy DeMoss Wolgemuth nos desafia a examinar onde está nossa confiança.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Se acreditarmos que pessoas e governos regem, se acreditarmos que eles são a força suprema, então estaremos sempre ajustando nosso comportamento para agradar essas pessoas. 

Mas se realmente acreditarmos que o céu reina, então estaremos livres do medo dos homens e poderemos obedecer ao nosso Deus, não importa o que as leis ou a cultura possam dizer. 

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de “O Céu Reina“, na voz de Renata Santos.

Pense em um momento em que tudo parecia estar indo contra você! Estou pensando que foi assim que eu me senti quando Deus colocou gêmeos de alto risco na barriga da minha nora. Nos disseram que havia 50% de chance de trazermos para casa dois bebês saudáveis. Parecia Davi contra Golias! Não gostamos quando isso acontece. Então meu filho e minha nora se encontraram com um médico da equipe que era cristão. Meu filho, Robby, disse a ele que estava se sentindo tão abalado pelas chances. Este médico sábio simplesmente disse: “Escolha uma porcentagem, talvez 100%, e então ore. Peça a Deus para fazer esse o seu número! Mas vocês têm que manter os olhos fitos nEle, não nas suas chances”.

Bom conselho, não acha? Hoje, exploraremos a história de Daniel, onde as chances não estavam muito a seu favor: Daniel na cova dos leões! Do ponto de vista lógico, o desfecho parecia sombrio, mas o Senhor interveio. Nancy vai nos levar de volta a essa história poderosa hoje, enquanto explora a confiança de Daniel no Senhor. Ela vai dar sequência à série chamada “O céu reina”. Vamos ouvir.

Nancy: Espero que você esteja acompanhando nosso estudo de Daniel, enquanto buscamos vislumbres de que O céu reina. 

Estamos estudando um capítulo por dia, então, se você puder ler o capítulo antes de o discutirmos, você se beneficiará ainda mais desta série.

Vamos fazer um rápido resumo. Vimos na semana passada em Daniel capítulo 2, que Nabucodonosor teve um sonho. Ele sonhou com uma grande estátua. 

Quando Daniel interpretou o sonho para o rei, ele revelou que o rei era a cabeça de ouro. A cabeça do Império Babilônico era a cabeça de ouro. 

Mas o fato de haver outros metais inferiores que eram as partes do corpo do restante da estátua, que eventualmente se desmoronou, era para dizer a ele que eventualmente o Império Babilônico que ele liderava seria derrubado. 

Ele seria sucedido por reinos e reis inferiores.

Portanto, à medida que o livro de Daniel se desenrola, vemos essa profecia se cumprindo. Vemos que a Palavra de Deus está se cumprindo. 

Ontem, estudamos o capítulo 5. Se você ler apenas os últimos 2 versículos de Daniel 5, versículo 30 e 31, verá o cumprimento da profecia: “Naquela mesma noite, Belsazar” que era o sucessor do rei Nabucodonosor, Belsazar, “rei dos caldeus” (um nome mais antigo para os babilônios), “foi morto” (como Deus disse que seria) “e Dario, o medo, apoderou-se do reino, com a idade de sessenta e dois anos.”

Com esse contexto em mente, avançaremos para o capítulo 6. 

Neste capítulo, deparamo-nos com um rei poderoso, o rei Dario. Ele está no controle absoluto, tomando decisões sobre contratações e demissões a seu bel-prazer. 

E quando alguém é demitido por ele, não se trata apenas da perda de um emprego; é uma questão de vida ou morte. Quero dizer, estar sob sua demissão é praticamente o fim. Esse rei emite decretos irrevogáveis – não sujeitos a alterações ou modificações.

Parece que, ao ler este capítulo, Dario e seus poderosos oficiais estão governando. Mas o que veremos é que todos os reis, todos os governantes, todas as leis e decretos estão sujeitos a Deus, à autoridade de Deus, ao governo de Deus. 

O céu reina. Vamos ver isso ao longo deste capítulo.

Ó Senhor, enquanto lemos, eu oro para que nos dê entendimento – olhos para ver, ouvidos para ouvir e corações para receber o que o seu Espírito tem a nos dizer hoje. 

Obrigada porque o céu realmente reina, e veremos isso neste capítulo. Oramos em nome de Jesus, amém.

Daniel 6, versículo 1 começa com: “Dario achou por bem [decidiu]”, logo de cara sabemos quem está no comando; o rei, certo?

Dario achou por bem nomear cento e vinte sátrapas para governarem todo o reino; e colocou três supervisores sobre eles, um dos quais era Daniel

 

Os sátrapas tinham que prestar contas a eles para que o rei não sofresse nenhuma perda. (Eles precisavam se certificar de que todos os impostos seriam pagos ao rei)

Ora, Daniel se destacou tanto entre os supervisores e os sátrapas por suas grandes qualidades (algumas traduções dizem “um espírito excelente”), que o rei planejava colocá-lo à frente do governo de todo o império.” (vv. 1:3)

Nesta altura da história, Daniel tem mais de oitenta anos. Ele bem poderia estar aposentado, mas continuou servindo a esses diferentes reis, servindo ao Senhor enquanto servia a esses reis. 

Até agora, ele havia servido diversos reis, múltiplas administrações por quase setenta anos. Seus dons dados por Deus, seu espírito excelente, o fizeram se destacar. Assim, chamou a atenção do rei e logo foi promovido. 

Daniel seria o segundo em comando, respondendo apenas ao rei. Vemos ao longo deste livro que Daniel é colocado por Deus em uma posição de grande responsabilidade e liderança.

Assim, como era de se esperar, os demais líderes ficaram com inveja. Recorda-se da história de José e seus irmãos? A inveja surgiu quando um deles era honrado, favorecido e tinha influência. 

Esses outros líderes começaram a posicionar-se, a manobrar, a conspirar para adquirir mais poder para si, o que implicava em tentar diminuir o poder de Daniel.

“Diante disso, os supervisores e os sátrapas procuraram motivos para acusar Daniel em sua administração governamental, mas nada conseguiram.” (v. 4)

Estavam determinados a derrubar esse homem, sem culpa própria. Portanto, Daniel vive em um ambiente hostil – hostil ao seu Deus, hostil à sua fé – assim como nós. 

Vivemos em um ambiente cada vez mais hostil ao nosso Deus e à nossa fé, e aos seguidores de Deus. Mas o versículo continua.

“Não puderam achar nele falta alguma, pois ele era fiel; não era desonesto nem negligente.” (v. 4)

Este era Daniel, um homem de integridade máxima. Seus opositores colocaram sua vida sob um microscópio. “Estamos certos de que vamos encontrar algo escondido, algo errado.” 

Mas eles não conseguiram encontrar uma única evidência para basear suas acusações ou incriminá-lo por qualquer má conduta ou inconsistência.

Você concorda que esse tipo de histórico é quase inexistente entre os servidores públicos? A mídia está constantemente buscando falhas em políticos, seja um escândalo financeiro, moral, hipocrisia, aceitação de subornos ou conflitos de interesse. 

Da mesma forma, tentaram encontrar algo semelhante em relação a Daniel, mas não conseguiram. Ao contrário da maioria dos políticos em nossa era, não havia nada que pudesse ser usado contra ele.

Enquanto medito sobre esta passagem, pergunto-me se isso poderia ser dito de mim? Poderia ser dito de nós? Não há nada que os inimigos de Deus possam encontrar para apoiar suas acusações contra nós ou nosso Deus?

Alguns dias atrás, quando estava meditando sobre isso, Robert e eu estávamos conversando sobre a possibilidade de ter uma assistente para ajudá-lo com sua caixa de entrada de e-mail. Eu disse: “Há algo lá que você não gostaria que outra pessoa visse?” 

Sem pensar em algo pecaminoso, mas algo mais confidencial. Ele disse assim, “Não estou preocupado com isso. Não tenho segredos.” Isso é um espírito à moda de Daniel. Isso é um testemunho à moda de Daniel.

Evidentemente, todas nós cometemos pecados, todas nós temos falhas que preferiríamos manter ocultas. 

No entanto, viver uma vida na qual ninguém, por mais que busque intensamente, consiga encontrar algo para nos acusar, é verdadeiramente notável.

(v. 5) “Finalmente esses homens disseram: ‘Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele.’” 

Eles achavam que poderiam encurralar Daniel entre ser leal ao seu Deus e ser leal ao rei e ao império.

(vv. 6–7)

“E assim os supervisores e os sátrapas, de comum acordo, foram falar com o rei: ‘Ó rei Dario, vive para sempre! 

Todos os supervisores reais, os prefeitos, os sátrapas, os conselheiros e os governadores concordaram em que o rei deve emitir um decreto ordenando que todo aquele que orar a qualquer deus ou a qualquer homem nos próximos trinta dias, exceto a ti, ó rei, seja atirado na cova dos leões.’ 

Aqui, eles se aproximam em conjunto. “Todos nós trocamos ideias; todos concordamos.” Não gostamos quando as pessoas vêm até nós dizendo: ‘Todos nós debatemos isso, e aqui está o consenso.’ Mas, na realidade, estavam apelando para o ego do rei. 

Queríamos enaltecer-te, Vossa Majestade. E, evidentemente, este rei tinha um ego que apreciava ser lisonjeado. Como vemos na sequência, versículo 8.

(vv 8–9) “Agora, ó rei, emite o decreto e assina-o para que não seja alterado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada. E o rei Dario assinou o decreto.” 

Veja bem, leis e decretos do Império Medo-Persa eram vinculativos. Isso ocorria porque as pessoas acreditavam que o rei representava os deuses. 

Portanto, tudo o que o rei dizia era infalível e os decretos reais nunca podiam ser apelados ou revogados. Agora as linhas estão traçadas, como muitas vezes acontece ao longo do livro de Daniel. 

Os adversários de Deus estão enfrentando o servo de Deus. Eles querem tentar forçá-lo a negar sua fé ou morrer. 

E esses funcionários tinham certeza de que, ao assinar este decreto, o rei estava assinando a sentença de morte de Daniel.

O decreto não poderia ser alterado, não poderia ser revogado. Mas o Céu reina, né? O Deus altíssimo está acima de todo rei, de todo decreto. Ele pode fazer o que quiser. Ele poderia e, com o tempo, anularia o decreto irrevogável do rei.

 (v. 10) “Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém e ali fez o que costumava fazer: três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus.”

Aqui está uma pergunta que eu postei quando meditava sobre esta passagem, e que me trouxe profunda convicção. A pergunta foi a seguinte: “Se a oração de repente se tornasse ilegal em nossa terra, quanto dos nossos hábitos teriam que mudar para que fôssemos consideradas culpada?” 

No caso de Daniel, a resposta foi: nadica de nada. Absolutamente nada.

Você vê a vida de oração de Daniel ao longo do livro de Daniel. Mas aqui vemos que a oração dele era proposital, intencional. 

Ele orou depois de ouvir sobre o decreto. Ele sabia o que estava fazendo; ele estava orando de propósito. Era uma oração privada; estava em sua casa. Ele não estava tentando ser visto ou impressionar os outros com sua vida de oração, e no entanto era uma oração audaciosa

Ele não tinha medo de que outros soubessem que ele estava orando, que outros o vissem orando. Ele não estava tentando esconder sua fé ou sua vida de oração.

Era uma oração direcionada. Ele se virava em direção a Jerusalém. Eu amo isso. Em todos esses anos desde que ele era um jovem adolescente e foi levado de sua terra natal, ele nunca esqueceu onde era sua verdadeira casa. 

Ele nunca esqueceu o Deus de seus pais. Ele orava voltado ao seu Deus, não aos deuses, não ao rei, mas ao seu Deus, o Deus. 

Era uma oração regulamentada, três vezes por dia. Daniel tinha ritmos regulares de oração. Não apenas em uma crise: “Aiaiai, é melhor eu orar!” Ele já estava orando; ele já tinha um ritmo de oração.

Era uma oração humilde. Ele se ajoelhava – postura de humildade. E tenha em mente, ele tinha mais de oitenta anos. Não sei se tem alguém nesta sala perto dos oitenta, mas estou na casa dos sessenta e acho cada vez mais difícil. 

Não é difícil ajoelhar, é mais difícil levantar. Mas três vezes por dia, aquele estadista idoso se ajoelhava para orar. Era uma oração suplicante. Veremos isso no versículo 11, ele não conseguia viver sem fazer pedidos ao seu Deus.

E eu amo o fato de que, além de fazer pedidos, ele agradecia a Deus, mesmo sabendo que sua vida estava em risco. 

Ele estava suplicando, ele estava orando, ele estava intercedendo, mas também estava agradecendo apesar de estar no meio daquela crise. 

A vida de oração de Daniel esclarece muito.

  • Esclarece muito sobre sua sabedoria, sobre seu espírito excelente, sobre sua capacidade de discernir o que Deus estava dizendo e fazendo em diferentes circunstâncias e fases.
  • Esclarece muito sobre sua capacidade de permanecer humilde diante do sucesso e das promoções.
  • Esclarece muito sobre o que o capacitou a permanecer firme sob pressão. 

Era o hábito de se curvar diante do Deus dos céus e reconhecer sua necessidade de Deus, todos os dias e ao longo do dia. 

Essa vida de oração é o comportamento de alguém que acreditava que o céu realmente reina. 

  • Ele sabia que seu destino e sua vida estavam nas mãos de Deus, não dos reis, então ele orava. 
  • Ele sabia que Deus era mais poderoso do que qualquer rei, então ele orava ao seu Deus. 
  • Ele sabia que Deus ouvia e respondia à oração, então ele orava. 
  • Ele sabia que o lugar mais seguro em que poderia estar era na presença de Deus, então ele se ajoelhava e orava.

Se acreditarmos que pessoas e governos regem, se acreditarmos que eles são a força suprema, então estaremos sempre ajustando nosso comportamento para agradar essas pessoas. 

Mas se realmente acreditarmos que o céu reina, então estaremos livres do medo dos homens e poderemos obedecer ao nosso Deus, não importa o que as leis ou a cultura possam dizer. 

(v. 11)“Então aqueles homens foram investigar e encontraram Daniel orando, pedindo ajuda a Deus.”  

A oração era um modo de vida para Daniel. Era um modo de vida quando seu emprego no governo estava seguro, e era um modo de vida quando sua carreira e vida estavam ameaçadas. Isso não fazia diferença para um homem que orava. 

(vv. 12–13) “E foram logo falar com o rei acerca do decreto real: ‘Tu não publicaste um decreto ordenando que nestes trinta dias todo aquele que fizer algum pedido a qualquer deus ou a qualquer homem, exceto a ti, ó rei, será lançado na cova dos leões?

O rei respondeu: ‘O decreto está em vigor, conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada’. 

Então disseram ao rei: ‘Daniel, um dos exilados de Judá, não te dá ouvidos, ó rei, nem ao decreto que assinaste. Ele continua orando três vezes por dia.’” 

Eles estavam observando; as pessoas observam. Esse era o testemunho de Daniel. Ele orava três vezes por dia. Essa foi a pior acusação que poderiam fazer contra esse homem – ele orava três vezes por dia – o que, naquele momento, era ilegal.

(v. 14)

“Quando o rei ouviu isso, ficou muito contrariado e decidiu salvar Daniel. Até o pôr-do-sol, fez o possível para livrá-lo.” 

O rei odiava a ideia de jogar Daniel na cova dos leões. Daniel era um funcionário público confiável e eficaz que não tinha feito absolutamente nada de errado, mas o decreto não podia ser revogado. 

(v. 15)

“Mas os homens lhe disseram: ‘Lembra-te, ó rei, que, conforme a lei dos medos e dos persas, nenhum decreto ou edito do rei pode ser modificado.’” 

É uma lei; não pode mudar. Há momentos aqui na Terra em que parece que o céu não reina. Parece que leis ímpias reinam, que legisladores ímpios reinam, que um chefe ímpio reina. 

E nessas situações, às vezes parece que não há saída. É inalterável, é irrevogável, nunca mudará, é o que às vezes sentimos. Só está piorando, é o que às vezes sentimos. Não há saída.

“Então o rei deu ordens, e eles trouxeram Daniel e o jogaram na cova dos leões.” (v. 16

Sabemos que Deus poderia ter resgatado Daniel antes dele entrar na cova dos leões, mas, em Sua infinita sabedoria, Ele não escolheu fazê-lo dessa forma. O céu reina, e nos submetemos ao reinado do céu. 

(v. 16) Eles o lançaram na cova dos leões. “O rei, porém, disse a Daniel: ‘Que o seu Deus, a quem você serve continuamente, o livre!’” 

Este é o poder de um testemunho fiel, uma testemunha fiel, “teu Deus, a quem você continuamente serve.” O rei esperava que o Deus nos céus fizesse o que ele não podia fazer.

(v. 17)“Taparam a cova com uma pedra, e o rei a selou com o seu próprio anel-selo e com os anéis dos seus nobres, para que a situação de Daniel não se modificasse.”  

O destino de Daniel estava selado … ou assim parecia. 

“Tendo voltado ao palácio, o rei passou a noite sem comer e não aceitou nenhum divertimento em sua presença. Além disso, não conseguiu dormir.” (v. 18)

O rei voltou para o seu palácio e estava angustiado. Ele se importava com Daniel. Ele o admirava. Ele não conseguia comer nem dormir, e, a propósito, não há indicação de que o mesmo ocorrera com Daniel. 

Era o rei quem estava preocupado. 

Sem dúvida, Daniel orou naquela cova dos leões, como estava acostumado a fazer.

Fico pensando se talvez uma de suas orações tenha sido aquela oração no Salmo 22, posteriormente atribuída como uma oração profética ao Messias. No Salmo 22:21-22, diz: 

“Salva-me da boca dos leões… E tu me respondeste.

Proclamarei o teu nome a meus irmãos; na assembléia te louvarei.” 

Será que ele orou com essa intercessão, suplicando a Deus e louvando enquanto estava lá naquela cova? 

 (vv. 19–20) “Logo ao alvorecer, o rei se levantou e correu para a cova dos leões. Quando ia se aproximando da cova, chamou Daniel com voz que revelava aflição: ‘Daniel, servo do Deus vivo, será que o seu Deus, a quem você serve continuamente, pôde livrá-lo dos leões?’” 

Será que o rei achava que era possível? Será que ele presumiu que Daniel estava morto? Será que ele pensou que talvez Daniel tivesse sobrevivido?

(vv. 21-22) Daniel respondeu: “Ó rei, vive para sempre! O meu Deus enviou o seu anjo, que fechou a boca dos leões. Eles não me fizeram mal algum, pois fui considerado inocente à vista de Deus. Também contra ti não cometi mal algum, ó rei”. 

Deus vindicou seu servo; Deus resgatou seu servo. Deus enviou um anjo. Muitas vezes nas Escrituras isso acontece. 

Aprendemos em Hebreus capítulo 1 que os anjos são espíritos ministradores enviados por Deus para servir àqueles que herdariam a salvação. 

Isso é o que os anjos fazem: eles são mensageiros de Deus, são Seus embaixadores, eles vêm para resgatar. O Salmo 34:7 diz: 

“O anjo do Senhor é sentinela ao redor daqueles que o temem, e os livra.”

Esse anjo pode ter sido um dos servos criados por Deus, ou pode ter sido, como pensamos que provavelmente foi o caso nos capítulos anteriores, na fornalha ardente, uma aparição pré-encarnada do próprio Cristo. 

Uma coisa sabemos com certeza, Deus estava com Daniel, assim como estava com Sadraque, Mesaque e Abednego na fornalha ardente. 

Emanuel, Deus conosco, no palácio do rei, na fornalha ardente, na cova dos leões. 

(v. 23) “O rei muito se alegrou e ordenou que tirassem Daniel da cova. Quando o tiraram da cova, viram que não havia nele nenhum ferimento, pois ele tinha confiado … 

O rei ficou muito feliz e deu ordens para tirar Daniel da cova. Quando Daniel foi trazido da cova, ele foi encontrado ileso, pois confiou… 

A palavra “confiou” é uma palavra similar a nossa palavra “amém”. É confiança, é segurança, é certeza. “Ele tinha confiado no seu Deus.”

Compreenda que, por vezes, a evidência mais impactante da realidade e do poder de Deus é quando enfrentamos aflições e provações, e os outros nos observam confiar em nosso Deus, sem sermos consumidos ou derrotados pela adversidade. 

É um testemunho mais vigoroso do que evitar a cova desde o início. Enquanto você enfrenta a cova, confie em Deus, independentemente do desfecho.

(v. 24) “E, por ordem do rei, os homens que tinham acusado Daniel foram atirados na cova dos leões, junto com as suas mulheres e os seus filhos. E, antes de chegarem ao fundo, os leões os atacaram e despedaçaram todos os seus ossos.” 

Esse detalhe foi acrescentado caso tenhamos pensado que talvez, quando Daniel estava na cova, os leões estivessem com sono, não estivessem com fome ou não fossem poderosos. Está claro que Deus resgatou Seu servo e enviou julgamento sobre seus inimigos. 

O Salmo 34:19-21 diz: “O justo passa por muitas adversidades, mas o Senhor o livra de todas; protege todos os seus ossos; nenhum deles será quebrado. A desgraça matará os ímpios; os que odeiam o justo serão condenados.” 

Talvez nunca presenciaremos o julgamento de Deus e não oramos por julgamento, oramos por misericórdia. 

Oramos para que os pecadores e malfeitores se arrependam para que possam ser redimidos. Mas aqueles que são impenitentes e não redimidos e não estão dispostos a se curvar diante de Cristo serão julgados. 

Aqueles que haviam planejado a queda de Daniel acabaram sendo enredados na própria cilada que prepararam para ele. 

Lembre-se, no tempo de Deus, aqueles que depositam confiança no Senhor serão preservados de qualquer dano irreparável. 

Isso não implica que não enfrentaremos alguns contratempos ao longo do caminho. Também não significa que não passaremos por desafios nesta vida terrena, mas seremos protegidos de todo mal.

(vv. 25–27)“Então o rei Dario escreveu aos homens de todas as nações, povos e línguas de toda a terra: “Paz e prosperidade! 

Estou editando um decreto para que em todos os domínios do império os homens temam e reverenciem o Deus de Daniel. 

“Pois ele é o Deus vivo 

e permanece para sempre; 

o seu reino não será destruído, 

o seu domínio jamais acabará.

Ele livra e salva; 

faz sinais e maravilhas 

nos céus e na terra. 

Ele livrou Daniel 

do poder dos leões”. 

A experiência de Daniel forçou o rei a reconhecer que o céu reina. E lembre-se de que Daniel não sabia o final da história, até o final da história. Nós sabemos o final da história, então parece apenas um conto para crianças. 

Mas não, é um conto para adultos que não conhecem o final da história e precisam ser lembrados de que o céu reina. O reino de Deus é supremo, é eterno. Ele é misericordioso e bondoso, e tem o poder de resgatar e livrar todos aqueles que confiam nele. 

(v. 28) “Assim Daniel prosperou durante os reinados de Dario e de Ciro, o persa.” 

Ele sobreviveu a esse rei e ainda serviu sob outro rei. Você pode confiar em Deus para escrever a sua história, e pode ter certeza de que, no final, Ele irá corrigir a sua história. 

A curto prazo, a sabedoria de Daniel, seu espírito, sua confiabilidade, sua vida exemplar o tornaram alvo do inimigo. 

Por um tempo, não parecia que sua vida santa e obediente estava valendo a pena. Ele enfrentou consequências graves por se recusar a obedecer ao decreto do rei. 

O comprometimento de Daniel era muito mais profundo. Seu conhecimento de quem Deus é, seu conhecimento da lealdade que devemos a Deus e a história que Deus está escrevendo neste mundo, tudo isso lhe deu a coragem de resistir ao ataque à sua fé. 

Ele estava disposto a abrir mão de tudo para honrar a Deus. E, a longo prazo, ele seria honrado por Deus. 

Aqueles que tentaram arruiná-lo e destruí-lo seriam destruídos. Essa história se repetiu inúmeras vezes ao longo das Escrituras e ao longo da história humana. 

Essa história está levando à consumação final do plano de Deus e à coroação do Rei Jesus. Portanto, aguarde no Senhor. 

No tempo certo, Ele agirá. Ele corrigirá todos os erros, e aqueles que colocarem sua esperança nele reinarão com Ele para sempre.

Este mundo não é amigo da graça, então paremos de esperar que seja. O objetivo deste mundo é derrubar o Deus Altíssimo. Portanto, os servos de Deus enfrentarão oposição. 

Seremos acusados maliciosamente como Daniel e seus amigos foram, mas no meio de tudo isso, nossa fidelidade a Deus, nossas orações, nossa coragem, nossa fé, nossa perseverança, nossa disposição até mesmo de sofrer, tudo isso oferece uma oportunidade para o poder de Deus ser exibido, colocado em destaque. 

E lembre-se, mesmo que você esteja passando por dificuldades mas permanece no caminho de Deus, em Seu tempo, Ele resgatará e livrará todos aqueles que confiam nele. O céu reina. 

Raquel: Você confia no Senhor para ser o seu Resgatador? Nancy DeMoss Wolgemuth tem nos encorajado, por meio da história de Daniel na cova dos leões, a confiar em Deus em todos os momentos. Na maioria das vezes, isso é mais fácil de dizer do que fazer, certo? Você consegue se lembrar de um momento em que precisou confiar no Senhor com fé?

Todas nós precisamos de lembretes como a história de Daniel – de sua fé e de como Deus o livrou – para manter nossos olhos focados na soberania e poder de Deus. 

As Escrituras nos dizem que o Senhor dá e tira. Nancy vai nos mostrar como podemos colocar nossa confiança em Seu poder amanhã, na continuação da série “O céu reina“. 

Raquel: Aguardamos você aqui amanhã no Aviva Nossos Corações.

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.