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Quebrantamento: O coração que Deus aviva – Dia 05: Arrependimento radical

Publicadas: ago 19, 2024

Raquel: Em 1995, Nancy DeMoss Wolgemuth falou para a equipe da CRU em Ft. Collins, Colorado. Seu tema foi quebrantamento.

Gravação de Nancy DeMoss Wolgemuth em 1995: Quando pessoas orgulhosas confessam seus pecados, tendem a lidar de forma genérica, mas pessoas quebrantadas conseguem lidar sob a convicção do Espírito de Deus para reconhecer detalhes específicos.

Raquel: Enquanto Nancy falava, Deus estava tocando os corações daquela audiência. Aqui está Dave Warn.

Dave Warn: Quando Nancy terminou de falar, algo aconteceu naquele auditório que até hoje é difícil expressar em palavras.

Kathy Helvey: As pessoas começaram a chorar.

Raquel: Ouçam Kathy Helvey, que hoje está na glória com o Senhor.

Kathy: Pessoas começaram a sair de suas cadeiras e ajoelhar-se ao lado de outras. Algumas se abraçavam enquanto choravam juntas.

Dave: E havia uma sensação de que o Espírito Santo tinha descido sobre toda a multidão de uma vez.

Kathy: Pessoas estavam se levantando de suas cadeiras, atravessando o auditório e abraçando pessoas, acertando as contas com outras pessoas ali mesmo.

Dave: Havia uma sensação de convicção mais poderosa do que qualquer coisa que eu já tinha experimentado até aquele momento.

Kathy: E isso não durou vinte minutos, durou horas.

Fernando Ortega cantando:

Não passe ao largo de mim, ó gentil Salvador, 

Ouve meu humilde clamor; 
Enquanto a outros Tu chamas, 

Não passe ao largo de mim.

Raquel: Este é Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.

Fernando Ortega cantando:

https://www.youtube.com/watch?v=n88CLib1HNo 

Não passe ao largo de mim, ó gentil Salvador, Ouve meu humilde clamor; 
Enquanto a outros Tu chamas, Não passe ao largo de mim.

Raquel: Esta semana ouvimos a mensagem clássica de Nancy sobre quebrantamento. Ela levou essa mensagem há quase trinta anos.

Caso tenha perdido algum desses episódios, acesse nosso site avivanossoscoracoes.com e tenha acesso às mensagens anteriores. Entenda como é crucial que todo cristão conheça o conceito de quebrantamento.

Todas nós que ouvimos a mensagem completa esta semana precisamos responder com humildade e obediência. Ouviremos agora como alguns amigos que estiveram presentes responderam à aquela mensagem em 1995. Bob Lepine, coapresentador do podcast FamilyLife Today, foi um deles.

Bob Lepine: Quando você terminou a mensagem naquela segunda-feira de manhã, se me lembro corretamente, nós cantamos juntos.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Cantamos aquele antigo coro gospel,  “Não passe ao largo de mim, ó gentil Salvador, Ouve meu humilde clamor; Enquanto a outros Tu chamas, Não passe ao largo de mim.” E encorajamos as pessoas em um momento tranquilo a responder à convicção do Espírito de Deus, seja qual fosse a palavra que Ele estava trazendo para elas.

E deixe-me voltar atrás e dizer, acho que isso fazia parte da cena naquele momento: cerca de dez minutos antes de eu terminar de falar, vi pelo canto do olho dois homens descendo das arquibancadas, indo até a frente do auditório e transformando aquela plataforma em um altar, se ajoelhando ali.

Até hoje, não sei quem eram aqueles dois homens. Não sei por que vieram. Não sei o que Deus estava fazendo em seus corações. Não havia sido feito nenhum convite naquele momento, mas com humildade e quebrantamento, eles simplesmente se adiantaram e responderam à convicção de Deus sem nenhum estímulo humano. Acho que é uma ilustração de como Deus estava trabalhando nos corações das pessoas, de forma muito individual e pessoal.

E seguindo esse exemplo, depois que terminei de falar e começamos a cantar, as pessoas começaram lentamente, silenciosamente, sem nenhuma direção formal, a responder ao Senhor. Alguns começaram a ir até outras pessoas naquele auditório e a lidar com algumas questões de orgulho que haviam causado barreiras nos relacionamentos.

E o tempo todo a equipe, a liderança, estava sentada e dizendo: “Como devemos responder  a isso? O que Deus está querendo nos dizer?” Eles não queriam (acho que com muita sabedoria) encerrar o momento. Estavam sensíveis ao fato de que Deus estava se movendo, e queríamos que Ele tivesse liberdade para fazer isso.

Bob Lepine: As pessoas estavam vindo à frente não porque havia um apelo ou um convite para que viessem à frente, mas simplesmente porque queriam abordar as questões que o Senhor colocou em seus corações, e vir à frente parecia a maneira de fazer isso. À medida que o faziam, outros amigos vinham e se reuniam ao redor deles e oravam com eles. Houve choro nesses pequenos grupos.

À medida que a frente do auditório começava a encher, podíamos ver outros grupos se formando em todos os lugares, no chão e nas arquibancadas. Parecia que as pessoas, por conta própria, se reuniam em torno de irmãos e irmãs que diziam: “Quero me acertar com você”, ou “Quero me acertar com Deus”, ou “Quero me acertar comigo mesmo”.

Isso continuou durante o resto do dia e até a noite.

Nancy: Inicialmente, as pessoas estavam respondendo em silêncio sozinhas ou em pequenos grupos. Eu ouvi depois histórias de pais que foram buscar seus filhos nos programas infantis para buscar o perdão de seus filhos por maneiras como os haviam prejudicado.

Mas em certo momento, provavelmente dentro de uma hora após eu terminar de falar, os microfones foram abertos na frente. Alguns daqueles funcionários sentiram que havia coisas que precisavam compartilhar publicamente. 

Raquel: Tim S. era um dos membros da equipe.

Tim S.: Ao subir ao palco, a primeira coisa que acontecia era entrar na fila, o que acho que era a pior parte, porque é meio como se você estivesse prestes a saltar de paraquedas, mas você tem que esperar por um tempo e olhar para o chão lá de cima a 3.000 metros.

Talvez tenha demorado uns quinze ou vinte minutos até eu estar diante do microfone, então tive bastante tempo para ver quão grande era a multidão. Mas, claro, eu sabia que a audiência mais importante para o que eu estava prestes a dizer era Deus, aquele foi um momento de muito quebrantamento .

Raquel: Kathy Helvey foi uma grande amiga do Aviva Nossos Corações. Antes de falecer, ela havia compartilhado com nossa equipe sobre aquele dia no Colorado em 1995.

Kathy: Me lembro que o Dr. Henry Blackaby, conforme cada pessoa se levantava e compartilhava o que estava em seus corações, pedia que outras pessoas que as conheciam ou que estavam perto viessem para que, depois que elas compartilhassem, orassem por elas. E crescia o número de pessoas, talvez umas trinta ou quarenta, que iriam até o palco e cobririam essa pessoa em oração.

Tim: Enquanto eu estava passando pela confissão, eu não percebi, mas quase duas dúzias de membros da equipe que tinham ido para o lado do palco, prontos para me receber quando eu terminasse. Muitos deles eram aqueles que eu achava que não havia tratado com atitudes corretas. Houve abraços sinceros, e eles oraram por mim. Foi bom. Foi um momento muito memorável.

Kathy: Então a próxima pessoa começaria a compartilhar. Conforme o dia passava, havia filas de ambos os lados do palco, onde as pessoas estavam se alinhando para vir e compartilhar. E percebi que algumas pessoas sentiam que precisavam compartilhar publicamente. Era algo tão grande para elas, que isso fazia parte do que Deus estava fazendo.

Depois, havia outros de nós que não sentíamos que precisávamos subir e compartilhar. Mas era tão pessoal; estávamos nos vendo através dos olhos de Deus, talvez claramente pela primeira vez em nossa vida cristã. Quanto a mim, não consegui sair do meu lugar. Continuei chorando.

Raquel: Esse movimento do Espírito de Deus começou a se espalhar também para algumas das classes infantis. Renee Johnson foi para a conferência em Colorado esperando se divertir enquanto seus pais participavam do treinamento da equipe. Ela tinha doze anos na época.

Renee Johnson: De repente, esse avivamento chegou onde estávamos. Lembro-me de alguém subir ao palco e dizer: “Isso é o que está acontecendo com os adultos, e se alguém quiser subir e confessar seu pecado, por favor venha”. Foi super constrangedor por um bom tempo.

Finalmente, alguém subiu e Deus derramou Sua presença. Eu comecei a chorar, e mal podia esperar pela minha vez de falar, porque tinha partes de mim que queria que fossem preenchidas. Lembro-me de ter tido um verdadeiro encontro com o Senhor lá. E não apenas isso, mas senti que tinha meus colegas me cercaram, orando por mim, e senti claramente o amor de Deus e das outras pessoas. Foi o que vivenciei naquele dia.

Raquel: Aqui está Bob Helvey.

Bob Helvey: Houve algumas confissões bastante pesadas. Não eram apenas coisas do tipo “Estou bravo com essa pessoa. Eu não gosto dessa pessoa.” Houve algumas coisas muito devastadoras. 

Isso foi outra demonstração da realidade, da genuinidade do Espírito. Quem faria isso na frente de 4000 pessoas, a menos que fosse doido? Eles poderiam perder o emprego. Certamente poderiam perder a reputação.

Havia tanto que as pessoas estavam dispostas a arriscar naquele momento. A liderança teve que lidar com isso. Eles tiveram que decidir o que fariam com toda aquela informação. 

Tiveram que decidir se ali seria um lugar seguro, ou se seria um momento em que pessoas estavam dizendo adeus à Cruzada porque confessaram certas coisas.

Pelo que me lembro, a liderança tomou o caminho certo, do meu ponto de vista. Eles disseram: “Vamos fornecer a ajuda que você precisa para superar essa situação.”

Raquel: Aqui está Steve Douglass, presidente da CRU.

Steve Douglass: Lembro de encontrar uma mulher em um restaurante três ou quatro dias depois. Ela tinha confessado um tipo de pecado especialmente pesado. Lembro de não sentir a menor condenação por ela em meu coração. Essa é a mais pura verdade.

Eu sabia exatamente o que ela tinha confessado. Eu sabia, mas estava me alegrando com ela porque aquilo não tinha mais poder sobre ela. Esse é apenas um exemplo do que eu sentia que estava acontecendo em todo o grupo.

Conforme o pecado era confessado, ele era tratado. Nos aproximávamos das pessoas que estavam confessando. Dez, cinquenta, talvez até cem pessoas se reuniam em torno dela. Geralmente pessoas que a conheciam e oravam por ela.

Bob Helvey: A liderança da Cruzada Estudantil disponibilizou aquele palco para as pessoas falarem. Foi incrível.

Kathy: Tivemos um gostinho do céu na terra. Provamos um pouco disso naqueles poucos dias. Era um lugar seguro. Eu gostaria que fosse seguro em todos os outros lugares no cristianismo.

Raquel: Para Julie Denker, o momento de confissão continuou depois da reunião.

Julie: Lembro-me de voltar ao meu quarto, sentar no chão e orar sobre algumas das coisas que Deus estava me ensinando e o que Ele estava mostrando sobre meu próprio coração. Depois de buscar o perdão Dele em primeiro lugar, percebi que, especificamente, precisava ligar para o meu pai. Houve momentos em que eu não tinha mostrado respeito por ele e não tinha o honrado como meu pai, através das minhas palavras ou da minha atitude, e eu precisava pedir perdão.

Como eu disse, eu me lembro de estar sentada no chão no quarto do hotel quando ele atendeu o telefone. Eu pedi perdão, e ele ficou emocionado e me ofereceu perdão imediatamente. Eu tive a oportunidade então de contar a ele mais sobre o que Deus estava fazendo e a alegria que senti por ter um coração limpo.

Kathy: Começamos a conferência de manhã. Talvez por volta das 10:00 da manhã, Nancy começou a falar. Ficamos lá a manhã toda, a tarde toda e até tarde da noite chorando, acertando as coisas com o Senhor e com os outros.

Nancy: Lembro de ligar para o meu escritório e pedir oração e dizer: “Eu não sei o que está acontecendo aqui, mas Deus está fazendo algo. Por favor, orem para que Deus nos dê sabedoria, para que Deus dê à liderança deste ministério sabedoria para saber por quanto tempo permitir que isso continue, quando dizer que é hora de ir para casa à noite.” Foi lindo ver o ministério sensível à liderança de Deus e buscando seguir a instrução do Espírito.

Steve: Eu descobri que mal conseguia sair do auditório.

Não porque coisas maravilhosas e doces estavam sendo ditas ali enquanto a confissão acontecia; na verdade, foi muito difícil em muitos aspectos. Mas ao mesmo tempo, eu senti a presença do Espírito de Deus de verdade, e, não, não foi nenhum problema. Eu comecei a cancelar o que havia programado, uma sessão por vez no começo, e depois bloqueamos o restante do dia. Anoiteceu e as pessoas precisavam voltar para casa, mas sabíamos que  começaria tudo de novo pela manhã, e foi o que aconteceu.

Bob Helvey: Sim, as pessoas não queriam ir a lugar nenhum, não queriam sair do auditório. Elas não queriam sair pra comer. Não queriam conversar com ninguém a menos que sentissem que precisavam. 

Mas lembro que eu tinha que estar lá porque algo estava acontecendo em meu coração e nos corações de muitas pessoas. Todas essas coisas físicas e terrenas meio que desapareceram. 

As necessidades que geralmente temos, necessidades de conversar com amigos, até mesmo ir ao banheiro, todas meio que desapareceram à luz do que estava acontecendo.

Não era uma coisa de pressão. Não havia pressão sobre ninguém para fazer qualquer coisa. Eles podiam sair; eles podiam ir embora. 

Não era como se as pessoas estivessem observando ou você estivesse preso. Não senti absolutamente nenhuma pressão para me envolver no que estava acontecendo, mas eu tinha que estar envolvido.

Julie: Uma vez que você vê algo, isso faz você querer ver de novo. Uma coisa é ler sobre o avivamento em livros de anos passados, mas vê-lo acontecer na sua frente, faz você sentir um grande desejo de que ele continue na sua própria vida.

Dave: Meu amigo da equipe me disse: “Dave, o que você acha que vai ser o resultado a longo prazo de tudo isso?” E eu respondi imediatamente, dizendo: “Alegria.”

Steve: Bem, tenho absoluta certeza de que teve um impacto duradouro em todos nós que estávamos lá. Você não pode deixar de imaginar que se isso aconteceu na vida de milhares de pessoas, imagine como poderia impactar o restante do mundo.

Tim: Que impacto essa conferência teve nos últimos dez anos? Eu penso que Deus olha para nós, nos vê e nos declara justos, ao mesmo tempo em que ainda temos pés de barro e lutamos com tentação.

Kathy: Vejo isso como um exercício contínuo na minha vida. Menos e menos de mim, Senhor; menos e menos da minha natureza egoísta e centrada em mim mesmo, e mais e mais de Ti, mais e mais do Teu amor e da Tua falta de egoísmo e desinteresse. Isso é o que eu quero na minha vida. Quero que me quebres e me refaça. Isso é o que eu quero pelo resto da minha vida. Não quero perder isso. Quem não gostaria de ser uma pessoa quebrantada e ter todas essas qualidades?

Bob Helvey: Penso em todos os relacionamentos difíceis que tive desde então. Eu acho que por causa daquele momento, eu fui capaz de lidar com eles de maneira mais completa, mais resoluta e mais poderosa, e o resultado é tão favorável.

Kathy: Desde então, tem sido um processo contínuo. Quando Nancy passou por toda a lista de pessoas orgulhosas e pessoas quebrantadas, todos nós queríamos uma cópia daquela lista. E recebemos. Lembro de sentar e marcar cada uma daqueles pontos pelos quais eu sabia tinha orgulho no meu coração, e pensei: “Estou colocando essa lista no final da minha Bíblia, e ninguém nunca vai vê-la além de mim. E até hoje está lá.”

Bob Lepine: Eu sei que, quando todos nós fomos embora para voltar ao nosso trabalho ou missões, você partiu para voltar a Michigan. Tenho certeza de que, na mente de todos, estava esse pensamento de lembrar de Pedro, Tiago e João no Monte da Transfiguração.

Nancy: Podemos ficar aqui?

Bob Lepine: Podemos armar uma tenda e ficar por aqui? Porém, o Senhor nos enviou de volta à batalha, e é inevitável pensar: “Será que tivemos apenas uma resposta emocional momentânea às coisas de Deus ou houve realmente um agir espiritual aqui?” Você estava se perguntando isso?

Nancy: Bem, eu não sei se eu me perguntava isso, porque eu sei que tudo o que Deus faz dura. Acho que isso foi confirmado no meu próprio coração à medida que ouvi histórias ao longo dos anos e algumas que estamos compartilhando até nesta série sobre os efeitos duradouros nos corações das pessoas. Eu já vivi tempo suficiente para saber que quando Deus faz a transformação, ela é duradoura.

Mas isso não significa que não haja uma batalha que segue. Há, e a santificação é um processo. Às vezes, são três passos à frente e dois passos para trás.

Não é possível viver no calor e na emoção daquele momento. É necessário descer do monte e entrar no vale. Para mim, isso foi muito pessoal, porque quando eu voltei para minha casa, estava voltando para um ministério on de eu não era uma heroína.

As pessoas simplesmente me conheciam pelo que eu realmente era, e eu não tinha mudado nada aos olhos delas. Eu estava vindo daquele evento onde tínhamos estado nos portais do céu, por uma semana, e eu estava cansada e vulnerável. Na época não percebi o que depois eu vim a entender. Há uma batalha depois da batalha.

Para mim, foi um alívio e eu já compartilhei isso no Aviva Nossos Corações antes, mas talvez as pessoas não soubessem o contexto. Eu moro em South Bend, Indiana, e alguns amigos vieram me encontrar no aeroporto. No caminho, eles me contaram algo que aconteceu na minha casa enquanto eu estava fora. Eles não achavam que seria um problema. Devo contar o que foi?

Bob Lepine: Sim.

Nancy: Foi algo tão bobo, quando lembro! Mas na verdade, alguém estava hospedado na minha casa (eu sabia que eles estavam hospedados lá), mas eles trouxeram o cachorro deles, o cachorro de estimação, para minha casa. Eu não sou uma pessoa que gosta de animais dentro de casa, e eu não sabia. Eu não esperava que aquele cachorro fosse com eles, e eu fiquei furiosa. Foi horrível; gente, foi horrível.

Bob Lepine: Você ficou com raiva?

Nancy: Eu fiquei realmente muito chateada. Eu não queria aquele cachorro na minha casa. Quando eu lembro daquela cena, estava tão fora de proporção em relação a todo o evento. Estava fora de proporção em relação às minhas respostas típicas. Eu tive uma atitude terrível.

Bob Lepine: Isso foi dentro de horas …

Nancy: Isso foi dentro de horas de ter estado naquele lugar onde Deus estava trabalhando e estávamos sendo quebrantados e humilhados diante dEle. De repente, me vi agindo na minha carne, na impureza no meu coração. Tenho certeza de que as pessoas que estavam comigo ficaram perplexas. Elas ouviram relatos durante toda a semana sobre o agir de Deus, e estavam pensando: “Como você explica isso?” E bem, deixe-me apenas dizer que Deus rapidamente, é claro, trouxe convicção ao meu coração sobre minha reação.

Essa situação apenas expôs que, sem o Senhor, não há coisa boa em mim. Sou tão propensa e vulnerável a andar na carne quanto qualquer outra pessoa. E rapidamente tive que chegar ao ponto de dizer: “Eu tive uma reação terrível. Por favor, me perdoem.” E, é claro, eles demonstraram graça.

Mas foi um lembrete agudo e comovente para mim de que nunca posso me dar ao luxo de andar sem o controle do Espírito na minha vida, que estou sempre sujeita ao orgulho da minha carne, que a humildade e o quebrantamento, como eu acabara de dizer na conferência, não é uma experiência única. É um estilo de vida.

Aqui Deus estava me dando … e não quero culpar Deus por isso, mas eu fui provada e tive uma oportunidade. Eu tive um teste, e falhei. Tive então na sequência uma oportunidade de me humilhar e receber mais da graça de Deus. Tenho aprendido na prática que essa vida de quebrantamento é um estilo de vida. É um caminho; é uma escolha contínua. Não é apenas nos momentos do monte, mas quando desço para o vale também.

Bob Lepine: Você se encontrou pensando: “Será que realmente aconteceu algo?” enquanto você respondia na carne a essa pequena ofensa.

Nancy: Acho que parte do que o orgulho faz é nos chocar que poderíamos responder dessa maneira. E eu começo a acreditar que jamais faria algo assim. Eu sou uma mulher palestrante, espiritual. É o orgulho que me faz pensar que eu jamais poderia fazer isso.

A humildade diz: “É assim ou pior que eu seria o tempo todo, se não dependesse do Senhor.” A humildade é vir a reconhecer nossa queda, nossa humanidade, nossa fragilidade, nossa fraqueza, nossa completa falência espiritual, longe do poder do Espírito de Deus e de Sua graça em nossas vidas. Isso é verdade para mim tanto quanto para qualquer outra pessoa.

Bob Lepine: Nos dias e semanas que se seguiram, o que você estava ouvindo daqueles que estiveram naquelas reuniões? Você estava recebendo cartas? Estava recebendo relatórios das pessoas de que o trabalho que Deus havia começado, estava de fato dando frutos em suas vidas?

Nancy: Sabe, houve muito disso e, dentro de dias ou semanas, certamente meses, dezenas de milhares de cópias daquela fita (naquela época eles tinham fitas) circularam pelo país, circularam pelo mundo, eu descobri depois. As pessoas começaram a pedir imediatamente por cópias da “lista“.

Agora você precisa entender que a lista do contraste entre pessoas orgulhosas e pessoas quebrantadas que ouvimos na mensagem nos últimos dias, foi quase uma adição de última hora à mensagem. Quando chegou perto da hora de falar, eu pensei: Preciso de algumas dicas práticas que ajudem as pessoas a visualizarem o que vou falar.

Então, rabisquei com minha letra quase ilegível em uma folha de papel amarelo uma lista comparando pessoas orgulhosas versus pessoas quebrantadas. Do lado esquerdo da lista, as características da pessoa orgulhosa, era muito autobiográfico. Eu pensei: “Quais são as evidências? Como o orgulho se manifesta em minha vida?” Foi assim que eu criei a lista.

Então, depois, quando as pessoas estavam vindo e dizendo: “Onde conseguimos a lista? Onde conseguimos a lista?”, eu pensei: Se vocês pudessem vê-la, é quase indecifrável. Mas, é claro, depois digitamos e disponibilizamos. Mas, à medida que as pessoas estavam pedindo cópias dela, alguns veículos de mídia cristã pediram entrevistas. O que Deus fez? A rede de transmissão … Outros se envolveram nisso.

E de repente, eu, que tinha ministrado por anos na relativa obscuridade, e muito feliz na maior parte do tempo. De repente, estava recebendo convites que nunca tinha tido antes. Eu recebia cartas relatando testemunhos do que Deus havia feito, “Minha vida nunca mais será a mesma.” Pastores e líderes de igrejas estavam dizendo: “Deus usou essa mensagem em nossa igreja como continuação daquele dia.” Depois houve artigos escritos.

Sabe, isso me levou a uma esfera de teste no meu próprio coração e na minha caminhada com o Senhor que eu nunca tinha passado antes. Acho que inicialmente não foi tão difícil, porque eu estava tão consciente de que tudo aquilo era de Deus. Mas ao longo dos meses, muito sutilmente, comecei a voltar a algo que havia sido uma batalha na minha vida anos antes. E é o amor pelos louvores dos homens. Um desejo por aprovação. Um desejo de ser elogiada e aplaudida.

Encontrei-me, não da noite para o dia, mas gradualmente realmente amando a atenção. Adorando os elogios e ficando descontente se alguém publicasse esta lista e ela não tivesse o meu nome. E esta é a lista sobre orgulho e quebrantamento! Quando me lembro daquele tempo, fico muito triste por ter desviado, de alguma forma, a glória que pertencia somente a Deus.

Comecei a perceber ao longo de meses que eu estava amando aquilo demais. Percebi que era uma luta da qual eu não podia me libertar. Confessei ao Senhor, como falei na mensagem. Sabe, sobre abrir o telhado e confessar a Deus? Mas depois percebi que essa era uma pedra de tropeço na minha vida, e eu estava sendo derrotada pela mesma coisa que havia desafiado os outros alguns meses atrás. Seguindo a minha própria mensagem, finalmente percebi que precisava abaixar os muros e compartilhar essa luta com outros cristãos a fim de que pudessem orar por mim, pudessem me manter em cheque. Eu precisava tomar os passos do quebrantamento e da humildade para ver Deus vencer essa batalha na minha vida.

Então escrevi uma carta para cerca de uma dúzia de amigos confiáveis que oravam e se preocupavam com a minha alma. Eram pessoas que me amavam e eu sabia que iriam orar por mim. Eu simplesmente confessei o que acabei de dizer. Dei a eles alguns dos exemplos sobre o orgulho em relação a essa mensagem de quebrantamento e como isso estava sufocando meu relacionamento com o Senhor.

Um daqueles homens para quem enviei essa carta, ele e sua esposa me escreveram dizendo o seguinte: “Deus colocou algo em nossos corações que gostaríamos de sugerir. E se você pegasse algumas dessas cartas, alguns desses artigos, algumas dessas lembranças …” E ele disse: “Você tem uma lareira? E se você pegasse algumas dessas coisas e, periodicamente, as queimasse? Achamos que isso realmente ajudaria você a lidar com esse problema fundamental em seu próprio coração. Corte o mal pela raíz.”

Bem, assim que li aquela carta, soube que Deus estava falando comigo sobre isso. Como Deus sabe de todas as coisas, duas semanas depois eu estava programada para estar em Colorado Springs, onde esse casal morava. Eu nunca tinha estado lá antes. Levei as cartas comigo … liguei para eles e disse: “Podemos marcar um encontro? Vocês tem uma lareira em sua casa?” E eles tinham.

Eu tinha em meus arquivos algumas pastas abarrotadas relacionadas ao encontro de treinamento da equipe da Cruzada Estudantil no estado do Colorado em 1995. Nem sequer voltei a olhar naqueles arquivos. Não era como se eu os estivesse abrindo e relendo, mas eu estava sempre colocando ou uma carta ou um  artigo, com um pensamento subconsciente de que se eu ficasse meio para baixo um dia, poderia voltar e reler algumas cartas ou artigos e ser encorajada por elas. Não há nada de errado em se encorajar com o que Deus fez, mas Deus colocou o dedo em meu coração e disse: “Quero que você pegue esses arquivos e quero que você se livre deles.”

Digo a você, Bob, eu estava envergonhada com aquela situação, mas houve uma luta que se seguiu em meu coração. Eu percebi que queria o que estava nesses arquivos. Eu queria esse louvor humano e, portanto, tive que me livrar dele. Eu sabia que, se Deus realmente fosse vencer essa batalha em minha vida, se eu fosse andar em liberdade, eu tinha que me livrar desse material. Mas eu não queria. Lutei com isso.

Bem, Deus me levou a um lugar de quebrantamento renovado. Levei essas pastas abarrotadas comigo e realmente li partes importantes delas porque queria sentir o machado indo à raiz do orgulho. Eu queria ser lembrada do que estava me livrando. Levei então a pasta para a casa de Dick e Dee Eastman em Colorado Springs e oramos e lemos a Escritura e estabelecemos um marco ali. Eles acenderam a lareira deles, e, aos poucos, joguei o conteúdo das pastas naquela lareira.

Sabe, naquele momento, não posso dizer que houve uma grande sensação avassaladora de que Deus havia me libertado, mas nos próximos dias, semanas e meses, fui percebendo que Deus havia feito a obra.

Não estou dizendo que todos precisam fazer isso. Cada um de nós temos questões nos nossos corações que precisam ser tratadas de formas diferentes. Mas eu sei que o quebrantamento exige que eu esteja disposta a dizer sim a Deus, a estar disposta a negar minha carne e a cortar pela raiz toda forma de orgulho no meu coração.

Também não posso dizer que nunca mais lutei com o orgulho desde aquele dia. Eu luto todos os dias da minha vida. E houve outros momentos na minha vida em que o Senhor me levou a tomar algumas outras medidas práticas. Sempre que Deus me faz perceber esse orgulho, esse amor aos louvores, esse desejo de aprovação está encontrando espaço na minha vida, tenho buscado rapidamente abrir o telhado, baixar as paredes e dizer: “Senhor, o que posso fazer? Que passo posso dar para expressar quebrantamento e humildade e permitir que o Senhor derrame Sua graça na minha vida?”, que é exatamente o que Ele faz sempre que nos humilhamos.

Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth relata essa história no final de seu livro, “Quebrantar-se completamente diante de Deus”. Uma ouvinte chamada Julie escreveu o seguinte ao terminar de ler o livro:

 Nancy:

 “Acabei de terminar seu livro sobre quebrantamento . Devo dizer que a melhor parte do livro todo foi seu testemunho no final.”

 Enquanto lia este livro, Julie estava vendo Deus abençoar seu ministério e ela disse: “Eu luto com algumas dessas mesmas tentações. É uma oportunidade para mim, morrer para o orgulho e tudo o que o acompanha.”

 Todas nós lutamos contra o orgulho, não importa o que façamos ou como Deus esteja nos usando. Isso significa que precisamos desenvolver uma caminhada de humildade e quebrantamento diante do Senhor. Quero encorajar você não apenas a ouvir esta mensagem, mas a ler o livro “Quebrantar-se completamente diante de Deus”. Você pode adquiri-lo no nosso site www.avivanossoscoracoes.com

Raquel: 

Algumas pessoas que ouviram essa mensagem há quase trinta anos mencionaram uma lista – a lista que faz o contraste entre as Pessoas Orgulhosas e as Pessoa Quebrantadas. Você pode ler a lista completa no livreto escrito por  Nancy DeMoss Wolgemuth chamado “A Beleza de um Coração Quebrantado”. E gostaríamos de enviá-lo por email como forma de agradecimento quando você apoia o Aviva Nossos Corações, com uma oferta de qualquer valor esta semana. Hoje é o último dia para participar, não perca a oportunidade de ser abençoada por esse recurso. 

Para fazer sua doação, acesse www.avivanossoscoracoes.com e clique na aba “Doações” para informações bancárias e sobre o nosso Pix.  Após fazer sua doação, mande um email para contato@avivanossoscoracoes.com e nos informe sobre sua doação para que possamos enviar esse livreto para você.

Depois que Nancy se aprofundou no tema do Quebrantamento, ela mergulhou no tópico de Rendição. E essa será a nossa próxima série na semana que vem: ‘Rendição: O Coração Controlado por Deus’. Junte-se a nós na segunda-feira. Esperamos por você aqui no Aviva Nossos Corações.

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.