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Quem Precisa da Igreja? Dia 4: Conectando-se

Publicadas: abr 26, 2024

Raquel: Não seria triste se alguém te desse um presente super valioso, mas você nunca o abrisse? 

Nancy DeMoss Wolgemuth: Deus te deu um ou mais dons espirituais. Não é apenas um talento natural; não é apenas uma habilidade natural. É um dom espiritual que Deus te deu como parte do corpo de Cristo, e você precisa descobrir onde pode exercitar esse dom no contexto da sua igreja.

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.

Durante toda esta semana, Nancy tem nos mostrado a importância da igreja, como parte de uma série chamada “Quem Precisa da Igreja?”

Deixe-me resumir o que falamos até agora. Quando Deus te adotou em Sua família, você se tornou parte da Igreja. Veja bem, há a Igreja com “I” maiúsculo que é composta de todos os cristãos ao longo de toda a história e há também a igreja com “i” minúsculo, que é a sua igreja, seu grupo local de cristãos, a congregação com a qual você adora a Deus. 

De acordo com a Bíblia, você faz parte da Igreja universal com “I” maiúsculo, mas você também precisa fazer parte da igreja local com “i” minúsculo. Sua igreja não é perfeita e nunca será, mas ainda é importante que você se conecte. Se você perdeu algum dos episódios anteriores, visite o nosso site www.avivanossoscoracoes.com e lá terá acesso a todos os episódios desta semana.

Hoje, vamos voltar nosso coração para sugestões práticas de como se integrar à vida de sua igreja local. Aqui está Nancy.

Nancy: Eu vou começar com algo que parece super básico, mas que muitas pessoas estão perdendo hoje em dia, e isso é: esteja presente. Participe. Vá aos cultos. Participe fielmente. Talvez algumas pessoas levantem a seguinte questão: “Posso receber bons ensinamentos em muitos outros lugares, então por que ir? Estou apenas indo a um prédio. Estou ouvindo uma mensagem, talvez não tão boa quanto poderia ouvir online.”

Preste atenção! A Internet pode fornecer informações, mas não pode substituir a comunidade. Precisamos ouvir a Palavra juntos. Precisamos vivê-la juntos. Precisamos caminhar juntos em nossa fé. Você precisa daqueles em sua igreja. Eles precisam de você.

Frequentar a igreja de vez em quando é como um casamento ou uma família onde as pessoas nunca se veem. Elas não estão juntas. Elas nunca sentam para fazer refeições juntas. Estão dispersas. Que tipo de relacionamento você pode desenvolver como família se nunca estiverem juntos?

Não significa que você não faz parte da família, mas com certeza você não terá intimidade se não compartilhar tempo juntos.

Se você não estiver conectada a uma igreja local, se não estiver participando você corre o risco de ficar isolada, sozinha ou amarga. E eu diria, “Vá quando tiver vontade e vá quando não tiver.”

Me sinto extremamente abençoada por, durante toda a minha vida, sempre ter feito parte de uma igreja local que realmente ama a Cristo e honra a Sua Palavra. 

Nenhuma igreja local que eu participei foi perfeita, porque eu estava lá, entre outras razões. Mas todas são igrejas que honram a Deus e Sua Palavra. Sou muito grata por isso.

Vou te contar, minha carne sendo fraca do jeito que é: há muitas, muitas manhãs de domingo em que acordo e penso, “Ohhh, ir à igreja? Hoje de manhã? Nesse frio, nessa chuva? Estou tão cansada. Tive uma semana longa. Acabei de chegar de viagem.” Muitas vezes fiquei muito tentada, e confesso que às vezes acabei cedendo à tentação de só ficar em casa desta vez.

Porém, quando me levanto, me visto, vou à igreja, me coloco sob a autoridade da pregação da Palavra de Deus e me junto ao povo de Deus, mesmo quando fui sem muita vontade de ir, eu sempre fico feliz por ter ido, saio dizendo: “Sou tão grata pelo povo de Deus. Sou grata pela ministração da Palavra.” Eu ministro a Palavra aos outros, e preciso ir à igreja para ser uma adoradora, demonstrar arrependimento, para estar sob a pregação da Palavra de Deus. Vá quando tiver vontade; vá quando não tiver.

Gostaria de focar um momento sobre o perigo de pular de igreja em igreja – pegar um pouco daqui e um pouco dali. Ir a esta igreja por este programa e a outra igreja por aquele programa. Ou mudar de igreja a cada dois anos. Muitas pessoas estão inquietas e descontentes. O que acontece quando você muda de igreja rapidamente assim, sem um sólido motivo bíblico… É muito parecido com trocar seu parceiro por um outro. Você leva seus problemas com você. O que geralmente acontece é que você troca um conjunto de problemas por outro.

Então, encontre um lugar onde Deus quer que você esteja. Conecte-se. A menos que Deus te conduza a sair por razões bíblicas, (e falaremos sobre isso antes do final desta série) permaneça lá. Esteja lá. Participe fielmente.

Muito bem, partindo do pressuposto que você já frequenta uma igreja, a minha pergunta é: “Como você vai à igreja?” Não vá apenas para sentar e assistir. Não vá apenas para estacionar seu corpo em um assento no domingo de manhã e ouvir o programa, assistir, deixar que todos no púlpito a entretenham, que o pregador seja um comunicador fascinante, cativante, que o momento de louvor seja um momento em que você realmente possa curtir, como ir a um show, e você simplesmente possa sentar e aproveitar.

Certamente, é crucial permitir que todas essas experiências nos envolvam e nos impregnem com a Palavra de Deus. No entanto, não vá apenas para observar passivamente. Vá para se encontrar com Deus na companhia do Seu povo. Vá esperando ouvir de Deus. E perceba que, ao ir, você não está apenas indo se encontrar com Deus – porque você pode fazer isso em seu quarto – mas o que você não pode fazer em seu quarto é se encontrar com Deus na companhia do povo Dele, na companhia do corpo de Cristo.

Não são apenas aqueles que estão reunidos em sua igreja grande ou pequena no domingo ou no sábado; são aqueles que estão reunidos ao redor do mundo inteiro que estão adorando o Senhor com você, unindo seus corações. Eu amo essa imagem de ter um dia separado para adorarmos ao Senhor como um corpo … 

Seja como for que você adore em sua igreja, imagine que durante todo o dia há igrejas em fusos horários diferentes ao redor do mundo que estão se encontrando em nome de Cristo, e você faz parte dessa grande união e comunhão dos santos. Então, vá se encontrar com Deus e vá se encontrar com o povo de Deus.

Vá para ser uma bênção. Vá à igreja para servir, para dar. Eu sei que alguém está pensando: “Mas eu não conheço as pessoas da minha igreja, e ninguém se aproxima de mim. A minha igreja é tão fria.” Bem, parece meio simples, mas gostaria de te desafiar a simplesmente se  aproximar de alguém e dizer “bom dia”. Conheça pessoas! Cumprimente pessoas. Dê o primeiro passo.

As pessoas pensam que sou extrovertida, mas na verdade sou bastante introvertida. É difícil para mim me aproximar de pessoas novas e me apresentar. Eu tenho que, bom, o Senhor tem que me ajudar, mas eu sei que é importante, então eu faço isso. Apresente-se, aprenda os nomes das pessoas. Várias vezes nas cartas de Paulo às igrejas do Novo Testamento, ele diz “Cumprimentem uns aos outros“. Isso poderia ser considerado um comando bíblico pelo menos sete vezes em suas cartas.

Romanos capítulo 16, no final do livro de Romanos, Paulo menciona as pessoas que ele quer cumprimentar lá. Ele diz: “Saúdem Priscila e Áqüila, meus colaboradores em Cristo Jesus. Saúdem meu amado irmão Epêneto, que foi o primeiro convertido a Cristo na província da Ásia. Saúdem Maria, que trabalhou arduamente por vocês. Saúdem Andrônico e Júnias, meus parentes que estiveram na prisão comigo.  Saúdem Amplíato, meu amado irmão no Senhor. Saúdem Urbano, nosso cooperador em Cristo, e meu amado irmão Estáquis.” (paráfrase dos versos 3-9) E assim por diante, e ele termina com esta palavra. Versículo 16: “Cumprimentem uns aos outros com amor cristão.” (versículo parafraseado).

Só nesse trecho, Paulo cumprimenta vinte e seis pessoas pelo nome. Ele conhecia essas pessoas. Muitas delas inclusive ele não apenas dizia o nome, mas dizia algo sobre elas que sabia e apreciava sobre o serviço delas para Cristo.

Isso me diz muito sobre a importância dos relacionamentos no corpo de Cristo. Diz que as pessoas são importantes. Elas importam para Deus. Seus nomes são importantes. Eles precisam importar para nós. Você pode ter certeza de que todas essas pessoas – Andrônico, Amplíato, Urbano, Epêneto… pode ter certeza de que todas essas pessoas tinham necessidades espirituais. Todas elas tinham suas falhas, assim como nós. Não havia super santos naquela igreja em Roma, assim como não há na sua igreja ou na minha.

Mesmo ao escrever para a igreja de Corinto, cheia de conflitos, carnalidade e confusão doutrinária, Paulo diz no final de 2 Coríntios 13: “Saúdem uns aos outros com beijo santo.” (v. 12) Amem uns aos outros. Cumprimentem uns aos outros. 

Ele não diz desta igreja que tem problemas enormes, “Deixem a igreja ou vão procurar outra”. Ele desafia esses cristãos a lidarem uns com os outros e a lidarem com essas questões com amor e humildade genuínos.

Então, quando você for à igreja, não espere que as pessoas se aproximem de você e sejam amigáveis. Tome a iniciativa; aproxime-se; seja amigável com os outros. Mostre interesse por eles; mostre interesse por seus filhos. 

Procure por pessoas que estão lá sozinhas se você estiver sozinha e se sentindo solitária. Procure as mulheres solteiras ou mulheres casadas com maridos não cristãos que não vão à igreja com elas, procure as viúvas.

Provérbios 18 diz: “O homem que tem muitos amigos pode congratular-se.” (v. 24).

Dale Carnegie disse: “Você pode fazer mais amigos em dois meses se interessando por outras pessoas do que pode em dois anos tentando fazer com que outras pessoas se interessem por você.” Por isso, faça perguntas: “Como você está? Sério, como você está? Como posso orar por você?”

Na minha igreja, há uma irmã que se aproxima de mim sempre que nos vemos aos domingos e inevitavelmente, ela me diz, quase a primeira coisa que sai da boca dela: “Como posso orar por você?” E Cathy ora por mim. Ela mora meio longe, então não nos vemos, exceto aos domingos, mas ela ora por mim. “Como posso orar por você?” Ore pelas pessoas e ore com as pessoas, e faça isso na igreja.

Tenho certeza que a igreja começaria a se parecer muito menos com uma organização e muito mais com um organismo, como um corpo saudável em funcionamento, se simplesmente parássemos para orar uns pelos outros. Eu procuro oportunidades quando vou à igreja para que Deus coloque pessoas no meu caminho que precisam de uma palavra de encorajamento, que precisam de alguém para orar com elas. 

Seja intencional, aproxime-se de outras pessoas. Diga: “Como posso orar por você?”

Recentemente, tive a oportunidade em minha igreja de orar com uma mulher que tem uma condição física debilitante e crônica. Ela é uma mulher jovem, e essa situação coloca muita pressão em sua família. Paramos ali no saguão da igreja e oramos por ela.

Tive a chance não muito tempo atrás de orar com uma mãe gestante. Ela estava prestes a dar à luz, e ela já tinha vários outros filhos então ela estava exausta. Estava tendo dificuldades no final desta gravidez, e paramos ali no corredor da igreja e oramos para que a graça de Deus estivesse sobre ela e sobre seu bebê durante aquela semana.

Tive a chance há algumas semanas de orar com outra mãe exausta cujo marido está passando por uma crise de meia-idade, repensando sua carreira, e simplesmente paramos ali mesmo e oramos. Não foi muito tempo – apenas alguns  minutos.

Outra mulher me disse domingo: “Preciso falar com você. Podemos conversar?” Então eu liguei no domingo à tarde, e ela desabafou sobre seu filho que está fazendo escolhas erradas, e ela está com o coração pesado. E oramos juntas. 

Talvez você diga: “Não me sinto à vontade fazendo isso.” Bem, você sabe o quê? Você nunca se sentirá à vontade até que comece a fazer. Peça ao Senhor a coragem e proponha em seu coração em agir.

Você não precisa ser eloquente; você não precisa ser uma grande líder ou professora ou super santa. 

Apenas diga: “Posso orar por você?” Apresente uma pessoa diante do trono da graça.

Outras pessoas… quando você vai à igreja, abençoe. Abençoe as mães que têm muitas crianças penduradas nelas. Encoraje as mães. Diga a elas: “Sou tão grata pelo seu coração por sua família.” Observe seus filhos; abençoe seus filhos como Jesus fez. Eu tento, quando estou perto dos filhos de outras pessoas, apenas colocar minha mão no ombro daquela criança ou dar um abraço nas crianças e abençoá-las em nome de Jesus.

Sejam o corpo. Cumprimentem uns aos outros; encorajem uns aos outros; orem uns pelos outros; mostrem um interesse genuíno. 

Você consegue imaginar se todos fizessem isso, ou mesmo se algumas pessoas se comprometessem a dar o primeiro passo em nossas igrejas? Você diz: “Eu gostaria que tomassem a iniciativa comigo.” Tome você! Mesmo que você seja a única pessoa em sua igreja a ter essa iniciativa! Aproxime-se. Vá além da superfície.

Mesmo entre os cultos de fim de semana, defina uma meta de se conectar com pelo menos uma pessoa de sua igreja uma vez por semana durante a semana. Não há nada… Não quero ser dogmática sobre isso, mas é apenas uma meta simples – uma ligação telefônica ou um almoço juntos ou se reunir com seus filhos. Estabeleça uma meta de se conectar com alguém de sua igreja pelo menos uma vez durante a semana, para que estejam conectadas entre os fins de semana. Estamos ministrando uns aos outros.

Aí você diz: “Não consigo me aproximar de todos.” Deus não te chamou para se aproximar de todos. Apenas se aproxime das pessoas que Deus coloca em seu caminho, das pessoas que Deus coloca em seu corredor na igreja, das pessoas que Deus traz ao seu caminho. Esteja sensível; vá para ser uma bênção. E sabe de uma coisa? Quando você chegar em casa, vai dizer: “Fui abençoada. Deus me abençoou porque eu me aproximei e abençoei os outros.”

Enquanto eu trabalhava nesta série, estava conversando com alguns amigos queridos que amam o Senhor e amam o Seu reino. Estávamos falando sobre a igreja e acabamos tendo uma conversa muito honesta sobre alguns dos desafios da igreja.

Nós, que estávamos conversando, estávamos envolvidos em ministério cristão em tempo integral e ativos em nossas igrejas. 

Uma pessoa, um dos meus amigos, foi super honesto em certo ponto e disse algo assim. Ele disse: “Eu sei de todas essas coisas sobre a igreja ser uma família e nós sermos irmãos e irmãs, mas parece que às vezes os relacionamentos que temos na igreja são tão superficiais.” Ele disse: “Sinto que tenho mais relacionamento, mais relacionamento real, com meu vizinho não cristão.” Esse é um comentário realmente honesto sobre a igreja e sobre muitas de nossas igrejas.

Isso me dá ainda mais certeza de que não é o suficiente apenas irmos e sentarmos em um culto uma hora por semana, por mais importante que isso seja. Mas precisamos de mais do que isso para cultivar comunidade, para cultivar relacionamentos autênticos no corpo de Cristo em nossas igrejas locais. 

Então, gostaria de dar apenas algumas sugestões simples aqui sobre como se envolver na vida da igreja – não apenas estar lá para os cultos nos fins de semana, não apenas cumprimentar uns aos outros quando estiver lá, mas algumas sugestões que vão além.

Em primeiro lugar, eu diria que é importante se envolver em algum tipo de grupo pequeno onde você possa desenvolver relacionamentos mais próximos do que você pode com 300 ou 3.000 pessoas em seu culto de fim de semana. Talvez a sua igreja não seja estruturada com grupos pequenos propriamente ditos, mas talvez haja uma classe de escola dominical, ou um estudo bíblico, ou um grupo de oração ou um grupo de ministério. Você pode cantar no coral ou participar da equipe de louvor ou ensinar na classe de escola dominical onde há outros professores que oram juntos. Mas envolva-se em algum tipo de grupo menor onde você possa estabelecer relacionamentos mais próximos.

Você não precisa se envolver com um grupo que esteja necessariamente na mesma fase de vida. Na verdade, acho que essa troca é realmente valiosa. Uma das coisas que acho que não é sábio, na minha opinião, sobre a maneira como algumas igrejas são estruturadas hoje é que tudo gira em torno da mesma idade, da mesma fase de vida e do mesmo interesse.

Então, juntamos todos os casais jovens em uma sala, todos os solteiros em outra e todos os alunos do ensino médio em outra. Não estou dizendo que em alguns momentos essa estrutura não seja importante, mas precisamos de oportunidades para interagir com aqueles que estão em fases diferentes da vida. Preciso dos mais idosos em nossa igreja e eles precisam de mim. Preciso das crianças; preciso dos jovens. Preciso daqueles que são casados. Está tudo bem misturar pessoas solteiras e casadas no mesmo grupo. Está tudo bem ter uma faixa etária diferente. Podemos aprender e crescer juntos. Faz parte de ser uma família. Temos diferentes idades e estações de vida.

Às vezes, aquelas mães jovens… são aquelas às quais meu coração realmente se compadece. É uma fase da vida em que elas vão estar cansadas. Vai ser difícil. Essas mães jovens precisam de algumas mães mais experientes, cujos filhos já cresceram, para se aproximar e dizer: “Você vai conseguir. Está tudo bem. Isso também vai passar” – apenas para encorajá-las. 

Portanto, envolva-se em algum tipo de grupo pequeno.

Talvez vocês frequentem o que são chamadas “mega igrejas”, essas igrejas enormes que têm um monte de programas. Existem algumas vantagens nessas igrejas – existem alguns pontos fortes; existem algumas oportunidades que talvez não sejam possíveis em igrejas menores. Mas quero dizer a você, se você está em uma igreja muito grande, um dos perigos é que você pode simplesmente ficar invisível. Você pode se perder nas brechas e pode ir lá aos domingos e ninguém sabe quem você é ou se você está lá.

Estive em uma dessas igrejas recentemente. É uma igreja onde há um pastor que realmente ama o Senhor, prega a Palavra de Deus e tem um ministério ativo de grupos pequenos que eu acho que é tão importante. Mas sei que há algumas pessoas que só vão a aquela igreja aos domingos de manhã ou no sábado à noite.

Eu fiquei pensando: “Se uma dessas pessoas só participa de um culto por semana e não está envolvida em nenhum outro lugar naquela igreja, quem vai saber se essa pessoa está tendo um caso, se sua vida está desmoronando? Quem vai chegar e ajudá-la a crescer?” Você precisa se envolver em algum pequeno grupo com outros cristãos.

Isso não significa que você tenha que frequentar uma igreja pequena, a propósito, mesmo indo a uma igreja pequena, se não for intencional pode ainda não se envolver na vida das pessoas. Seja uma igreja grande ou pequena, você precisa garantir que haja uma rede menor de relacionamentos que você tenha estabelecido. Você precisa dessa comunidade, dessa conexão. Precisamos da obrigação, da responsabilidade, dos relacionamentos, da comunhão, do compromisso, da disciplina, da estrutura para o crescimento. Precisamos disso, e isso só é possível através de grupos menores.

Então, ao se envolver em sua igreja, peça ao Senhor para lhe mostrar onde você deve servir na vida dessa igreja. Deus lhe deu um ou mais dons espirituais. Isso não é apenas um talento natural; não é apenas uma habilidade natural. É um dom espiritual que Deus lhe deu como parte do corpo de Cristo, e você precisa descobrir onde pode exercer esse dom no contexto de sua igreja.

Fizemos recentemente uma pesquisa no nosso site sobre os sentimentos das pessoas em relação à igreja. Foi interessante ver quantas pessoas disseram algo do tipo: “Há tão poucas pessoas na igreja fazendo todo o trabalho, e aquelas poucas estão exaustas, e as que não estão envolvidas não estão recebendo a bênção.” É o princípio 80/20 — 80% do trabalho é feito por 20% das pessoas. Não deveria ser assim na igreja.

Romanos 12 diz que “Temos dons diferentes, de acordo com a graça que nos foi dada.” (v. 6) Esses são dons dados por Deus para a edificação do corpo. Paulo diz:

“Se alguém tem o dom de profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.” (versos 6–8)

Não acredito que essa seja uma lista exaustiva dos dons espirituais. Acho que é sugestiva. Existem outros. Descubra como Deus a dotou e a equipou, e então procure áreas em sua igreja local onde você pode se envolver. Se você não souber, pergunte ao seu pastor. Pergunte a um membro da equipe da igreja. Pergunte ao líder do seu grupo pequeno para orar por você. Não se apresse na primeira oportunidade. Não diga sim a tudo que aparecer. A intenção de Deus não é que você ocupe todos os cargos que precisam ser preenchidos na igreja. Isso é como as pessoas acabam sobrecarregadas, exaustas, estão cansadas da igreja porque dizem sim a tudo, mas não era isso que Deus realmente queria que elas fizessem.

Conheci alguém recentemente que era nova na região e ela disse: “Estou orando agora e pedindo a Deus para me mostrar onde Ele quer que eu me envolva na vida de nossa comunidade.” Quando você usa seus dons em sua igreja, é quando você experimenta a diferença entre ir à igreja e ser a Igreja. Você se torna uma parte ativa desse corpo.

Então, ao ir à igreja, coloque você e sua família sob a autoridade espiritual, a direção espiritual, a proteção espiritual dos líderes espirituais de sua igreja: o pastor, os presbíteros, os diáconos, não importa qual seja o título, mas existem líderes espirituais e você, como indivíduo e sua família, precisa estar sob a proteção e cobertura espiritual da liderança de sua igreja.

Você diz: “Por que você destaca isso?” Eu direi por quê. No Aviva Nossos Corações, recebemos muitos, muitos pedidos desesperados de ajuda. Muitos têm a ver com casamentos difíceis, ou outras situações da vida extremamente difíceis. As pessoas não sabem o que fazer; suas vidas estão um caos. Eles nos enviam e-mails ou nos escrevem e dizem: “Você pode me ajudar, por favor?”

Obviamente, oramos por essas pessoas; enviamos algumas palavras de encorajamento, talvez algum recurso que pensamos que será uma bênção para elas. Mas o que tentamos dizer a essas pessoas é que procurem uma igreja local. Procure o pastor; procure os presbíteros. Algumas mulheres estão em situações de casamento muito difíceis e o que me preocupa em alguns casos, ao ler as cartas delas, é que não parece haver nenhuma conexão com um corpo local. E eu digo: “Onde está sua igreja? Onde está seu pastor? Onde estão os presbíteros de sua igreja?”

Não estou culpando o pastor, a igreja ou os presbíteros. Estou dizendo que muitas pessoas não conectaram suas vidas à vida de uma igreja local. Então, quando surge uma crise, elas não têm nenhum apoio. 

Elas estão escrevendo para uma pessoa desconhecida em Aviva Nossos Corações e desabafando. Ficamos felizes em poder ajudar de alguma forma, mas não podemos fazer por você o que deveria estar acontecendo no contexto de sua igreja local.

As pessoas me disseram: “A liderança em minha igreja não faz nada.” Eu digo: “Vá até eles mesmo assim.” Se as pessoas começarem a ir até os líderes e pedirem para que cumpram as áreas pelas quais são responsáveis, isso pode motivá-los a se aprofundar na Palavra de Deus e aprender como cumprir essa responsabilidade.

Então, permita-me lembrar que temos a responsabilidade de apoiar financeiramente o ministério da igreja. Você precisa contribuir financeiramente para a sua igreja local. Há pelo menos duas razões para isso. Uma é que, de acordo com as Escrituras, você tem a responsabilidade bíblica de garantir que aqueles que ministram a Palavra de Deus a você tenham suas necessidades materiais e financeiras atendidas.

Seu pastor e a família dele não deveriam estar se esforçando para sobreviver. Eles não precisam ser as pessoas mais ricas da igreja. Muitos pastores que conheço são servos humildes que trabalham arduamente, por longas horas, por uma remuneração não muito significativa. Mas você precisa garantir que suas necessidades sejam atendidas.

Não precisamos apenas garantir que suas necessidades sejam atendidas, mas no Novo Testamento temos esse maravilhoso modelo em que os cristãos traziam seus recursos para os apóstolos. Lemos isso em Atos 4:32-37. Os apóstolos distribuíam esses recursos, esses fundos, para aqueles que tinham necessidade. Veja, eu nem sempre sei quem realmente tem uma necessidade na igreja, ou quem está sofrendo, ou se  alguém perdeu o emprego, ou se há uma viúva com uma renda limitada que teve uma grande despesa.

Mas é responsabilidade da liderança da igreja saber disso, estar conectado às ovelhas desse rebanho. Assim, ao dar para o ministério da igreja local, aqueles responsáveis pela liderança da igreja estão distribuindo esses fundos para pessoas com necessidades e para a obra de Deus naquela comunidade e através de esforços missionários ao redor do mundo.

Agradeço ao Senhor pelas pessoas que apoiam financeiramente o ministério do Aviva Nossos Corações, que apoiam outros ministérios paralelos que existem para servir o povo de Deus. Mas gostaria de deixar bem claro que você não deveria estar ofertando ao Aviva Nossos Corações se não estiver dizimando primeiro na sua igreja local. 

Sabe, o grande benefício que vejo à medida que dou para o ministério da minha igreja local e, em seguida, dou para outros ministérios, é que quanto mais eu dou, mais Deus me capacita a dar.

Se nós apenas dizimarmos de acordo com a maneira de Deus, dando o mínimo dos 10%, que eu acredito ser o ponto de partida para a doação cristã, veríamos que as necessidades da igreja seriam atendidas, as necessidades dos ministérios seriam atendidas, as necessidades individuais dos cristãos seriam atendidas, como resultado da nossa fidelidade. Parte de nos doarmos é dar nossos recursos financeiros e materiais para ministrar às vidas dos outros.

Portanto, envolva-se na vida de sua igreja local. Não seja apenas uma ocupadora de espaço, um espectadora, alguém na arquibancada. Entre em campo; envolva-se no jogo. Participe do que está acontecendo. 

Não vá à igreja e fique lá com os braços cruzados dizendo: “Agora me ministrem. Agora me entretenham. Agora me façam sentir bem.” Isso é egoísta. Envolva-se.

Se disponha, dê seu coração, dê seus esforços, dê seu tempo, dê suas orações, dê seus recursos. Conecte-se; envolva sua vida. Não fique sentada lá criticando todos que não estão fazendo o que deveriam fazer. Faça o que Deus quer que você faça, e você será abençoada, e Sua igreja também será abençoada.

Raquel: Essas são apenas algumas sugestões práticas da apresentadora do Aviva Nossos Corações, Nancy DeMoss Wolgemuth. Ser ativa na igreja é uma grande maneira de focar em nossos relacionamentos horizontais. Durante essa série, estamos incentivando você a estudar mais cuidadosamente as Escrituras sobre esse tópico. Para ajudar você a fazer isso, nossa equipe criou um excelente recurso chamado Vamos à igreja” – Um guia para ajudá-la a aproveitar o máximo possível o que a igreja tem a oferecer e como encorajar o pastor ou líder de sua igreja. Enviaremos esse PDF para você como forma de agradecimento, quando você fizer uma doação de qualquer valor ao Aviva Nossos Corações esta semana.

Como Nancy acabou de mencionar, a prioridade em relação à doação precisa ser sua igreja local. Não queremos fazer nada que tire sua contribuição para apoiar sua congregação. Porém, se Deus a levar a doar além de sua oferta regular, se Ele a levar a apoiar o ministério Aviva Nossos Corações, então visite o nosso site www.avivanossoscoracoes.com e clique na aba doações. Depois nos envie um e-mail para contato@avivanossoscoracoes.com confirmando sua doação e solicite uma cópia do recurso “Vamos à igreja”.

Na segunda-feira falaremos sobre “Quando é certo sair de uma igreja e encontrar outra?” encerrando esta série.

Eu sou a Raquel Anderson, e aguardo você na segunda-feira, aqui no Aviva Nossos Corações. Tenha um final de semana abençoado.

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.