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Rendição: O coração controlado por Deus – Dia 05: Culto Racional

Publicadas: ago 26, 2024

Raquel: O que significa viver uma vida de entrega? Nancy DeMoss Wolgemuth nos fala sobre algumas pessoas ímpias que nos deixaram um exemplo de entrega total.

Nancy DeMoss Wolgemuth: No ano 1900, dezessete anos antes da Revolução Bolchevique, Lenin escreveu em um jornal do Partido Socialista: “Devemos treinar homens e mulheres que se dediquem à revolução não apenas em suas noites livres, mas durante toda a vida”.

Raquel: Como deveria ser a nossa entrega ao Rei do Universo e detentor de toda a verdade?

Nancy: Deus está chamando, para Sua “revolução”, em prol de Seu grande Reino, homens e mulheres que estejam dispostos a dedicar ao Seu Reino não apenas suas noites livres, não apenas as poucas horas que acham que podem dispor, mas toda a vida deles.

Isso é o que significa fazer parte do Reino de Deus, ser cidadão de Seu Reino, ser filho de Deus … significa que rendemos a Ele toda a nossa vida, não apenas parte dela, mas a totalidade. Queremos ver o Reino de Deus avançar nesta terra – e, a propósito, é para isso que estamos vivendo – para que a glória de Deus um dia cubra a terra como as águas cobrem o mar. Esse é o nosso propósito na vida, ver o Nome Dele reverenciado, ver o Seu Reino vir, ver a Sua vontade ser feita aqui na terra como é no céu. É para isso que vivemos!

Se quisermos fazer parte dessa “revolução”, precisamos ser homens e mulheres que dedicam ao Reino de Cristo não apenas suas noites livres, mas toda a nossa vida.

Raquel: Este é Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, na voz de Renata Santos.

Hoje é o último episódio da série chamada “Rendição: O Coração Controlado por Deus“.

Nancy: À medida que falamos sobre o sacrifício completo de nossas vidas a Deus, sobre nos oferecermos como sacrifício vivo, você alguma vez sentiu que Deus te pediu demais?  Eu tenho que dizer que eu já. Eu amo o Senhor, amo o Seu Reino, amo servi-Lo, mas sinceramente, há momentos em que sinto que algo que Deus está me pedindo é simplesmente demais!

Não é que Ele não seja digno, mas o que tendo a fazer é comparar o que Ele está pedindo a mim com o que parece que Ele está pedindo para outras pessoas fazerem. E há momentos em que questiono: “Senhor, o Senhor não poderia me deixar ter uma vida um pouco mais normal, mais comum? Eu sempre tenho que estar servindo, sempre dando, sempre sacrificando?”

Não tenho orgulho algum em te dizer que penso isso às vezes. Pode nem ser um grande sacrifício que Deus está pedindo. Às vezes, é apenas uma pequena coisa que me parece demais. Um exemplo disso é quando o Senhor me pede para investir financeiramente, como uma mulher solteira, na educação cristã das crianças de casais em ministério em tempo integral.

Às vezes, sinto: “Sabe, se Deus não me pedisse isso, eu poderia fazer tantas outras coisas com esse dinheiro.” E, naquele momento, eu sinto, embora eu não queira admitir, que é muito para Deus pedir de mim! Mas o Reino de Deus requer que estejamos considerando cada decisão e cada detalhe de nossas vidas ao que agrada a Deus, ao que avança Seus propósitos e Seu Reino.

Nesses momentos, quando sentimos que Deus está pedindo muito, nossas emoções às vezes clamam: “Já dei tanto! Não posso dar mais nada!” É quando precisamos fazer uma viagem até o Calvário e olhar nos olhos de um Salvador que deu tudo o que tinha para nos reconciliar com Ele – sem reter nada, sem limitações.

Por isso, o Apóstolo Paulo diz, como temos visto em Romanos 12:1, “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus” – diante das grandes, ilimitadas, infinitas, contínuas, diárias, misericórdias e compaixão de Deus – rogo-vos, façam um sacrifício! Pague o preço! Ofereçam os seus corpos – não apenas as suas noites livres, mas tudo o que são, tudo o que têm – como sacrifício vivo a Deus.

Na Tradução na Linguagem de Hoje diz: “Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus.”  Essa palavra “verdadeira” é interessante. Ela vem de uma palavra grega da qual tiramos nossa palavra “lógico”. É racional, é lógico fazer esse sacrifício. Por quê? À luz da incrível compaixão e misericórdia que Deus demonstrou a nós – misericórdias passadas, misericórdias presentes e misericórdias futuras que aguardamos ansiosamente, porque Deus é um Deus misericordioso e nunca deixará de ser misericordioso e compassivo para conosco.

Então, diante das grandes misericórdias de Deus derramadas sobre nós, é completamente racional, lógico, que Ele possa pedir o que quiser de nós, e que devemos dizer “Sim, Senhor!”

De fato, este versículo aparece no final dos onze primeiros capítulos do livro de Romanos que foram uma exposição das misericórdias de Deus na salvação: como Ele nos pegou como pecadores caídos, depravados, alienados, distantes de Deus, distantes da esperança; e quando não tínhamos o coração para Deus, não tínhamos interesse em Deus, Deus conquistou nossos corações, nos atraiu para Si mesmo e abriu nossos corações para receber a Sua misericórdia. Ele deu Jesus Cristo por nós.

Diante de tudo o que aconteceu nos primeiros onze capítulos do livro de Romanos, Paulo diz que é absolutamente lógico, racional, que Deus diga: “Ofereça sua vida como sacrifício a mim”.

Estive com um casal não muito tempo atrás que estava tendo muita dificuldade com um sacrifício que sentiam que Deus estava pedindo para eles fazerem. Enquanto orávamos juntos, lembro-me do marido chorando, derramando seu coração ao Senhor e, quase difícil de entender, ele disse: “Oh Senhor, oh Jesus, à luz do que fizeste por nós na cruz, isso não é muito para pedires! E estamos dispostos a dizer ‘Sim, Senhor!”

Citei no última episódio de Helen Roseveare e deixe-me citar novamente uma parte de seu livro “Um sacrifício vivo”:

“Hoje, parece que nós, cristãos, preferimos falar de um nível de comprometimento, até onde estamos dispostos a nos envolver, em vez das profundezas do amor insondável de Deus nas quais desejamos nos imergir.

O abandono despreocupado do amor que marca os sacrifícios do Apóstolo Paulo, dos cristãos do segundo século, dos missionários do século XIX, esse abandono parece estar faltando hoje. Hoje, avaliamos o que podemos nos dar ao luxo de dar a Ele. Naqueles dias, eles sabiam que não podiam dar a Ele menos do que tudo!”

David Livingstone foi um missionário estadista do século XIX na África e é frequentemente apresentado como um exemplo de vida extraordinariamente sacrificial. Mas, do ponto de vista dele, o que ele fez não foi sacrifício algum quando visto à luz do que Cristo fez por nós.

Ele disse o seguinte:

“As pessoas falam do sacrifício que fiz ao passar tanto tempo da minha vida na África. Pode ser chamado de sacrifício algo que é simplesmente pago como uma pequena parte da grande dívida que temos para com o nosso Deus, que jamais poderemos pagar? Longe de mim tal palavra, tal visão e tal pensamento!

É enfaticamente nenhum sacrifício! Digo antes que é um privilégio! Ansiedade, doença, sofrimento ou perigo de vez em quando, com renúncia das conveniências comuns desta vida – eles nos fazem pausar e causam o espírito a vacilar e afundar. Mas que isso seja apenas por um momento! Todos esses são nada quando comparados com a glória que será revelada agora e para nós no futuro.

Nunca fiz um sacrifício. Não devemos falar sobre isso quando lembramos do grande sacrifício que Ele fez, que deixou o trono de Seu Pai nas alturas para se dar por nós.”

Deus pode nunca te chamar para um campo missionário estrangeiro, mas Ele pede que você entregue a sua vida e as suas circunstâncias, quaisquer que sejam, como um sacrifício vivo, uma oferta de aroma suave- significando a sua consagração e rendição total ao Salvador que deu Sua vida por você.

Você poderia afirmar que dedicou a Cristo toda a sua vida, ou será que você está apenas dando a Ele suas noites livres? Ele não é digno de toda a nossa vida? Nas palavras do hino imortal de Isaac Watts:

Se o reino inteiro da natureza fosse meu,

Isso seria um presente muito pequeno.

Um amor tão surpreendente, tão Divino,

Exige minha vida, minha alma, tudo o que sou.

Pai, por favor, perdoe-me por todas as vezes que senti que estava fazendo um sacrifício que parecia grande demais. E, mesmo enquanto compartilho estas palavras, lembro-me do incrível sacrifício que fizeste por nós.

Senhor, Tu és digno – não apenas do que achamos que podemos nos dar ao luxo de dar – mas Tu és digno desse desprendimento sobre o qual lemos a respeito, da entrega de toda a nossa vida pelo bem do Senhor Jesus e do Teu grande reino. Amém.

Raquel: Nancy DeMoss Wolgemuth tem demonstrado como é uma vida de entrega ao Senhor. Para que você possa se aprofundar mais no tema da rendição, gostaríamos de enviar o PDF do livreto da Nancy  ‘Enfrentando Nossos Medos’, quando você fizer uma doação de qualquer quantia para o ministério Aviva Nossos Corações.

Para fazer sua doação, simplesmente acesse www.avivanossoscoracoes.com e clique na aba “doações” para informações bancárias e informações sobre o nosso Pix.  Após fazer sua doação, mande um email para contato@avivanossoscoracoes.com para que possamos enviar esse livreto para você.

Para encerrar nossa série sobre render-se, vamos ouvir uma poderosa história de vida que ilustra o que temos ouvido. Quando Aviva Nossos Corações foi ao ar pela primeira vez, Nancy entrevistou uma jovem que estava no processo de dizer “Sim, Senhor”. Ela estava no processo de se preparar para ir ao exterior para servir em um país em desenvolvimento.

Vamos escutar aquela conversa entre Nancy e Shannon Etter. Tenho certeza de que sua história irá encorajá-la a buscar o Senhor e receber tudo o que Ele tem para a sua vida e a se render ao Seu plano.

Nancy: Shannon, tenho aproveitado muito esta oportunidade nas últimas semanas para conhecê-la e ouvir um pouco mais sobre sua história – saber como Deus a conduziu nessa trajetória que agora a leva ao campo missionário! Conte-nos um pouco sobre como você veio a conhecer o Senhor.

Shannon: Bem, sou muito grata por ter nascido em uma família com pais que amavam o Senhor, que nos criaram no temor do Senhor e, realmente, desde a tenra idade começaram a nos ensinar a Palavra de Deus e a nos discipular nos caminhos do Senhor.

Eu especialmente penso na minha mãe, que foi muito diligente nisso diariamente. Ela nos ensinava a Palavra de Deus, memorizávamos versículos, e estávamos sempre envolvidos em aprender a orar quando eu era criança. Então, desde o início, fui criada nos caminhos do Senhor e sou grata por essa herança familiar.

Nancy: Então, você colocou a sua fé em Cristo. Foi quando você era criança?

Shannon: Foi. Eu realmente não me lembro exatamente de um dia ou hora específica, mas me lembro daqueles anos iniciais – eu tinha cerca de seis anos quando aceitei o Senhor. 

Não sabia muito naquela época, exceto que eu era pecadora e nunca poderia chegar a Deus por meio de minhas próprias boas obras. 

Eu tinha que ter um sacrifício perfeito, e Deus havia providenciado esse sacrifício perfeito em Seu Filho, Jesus Cristo; e eu deveria colocar minha completa confiança Nele para ser reconciliada com Deus. E isso era tudo o que eu entendia do cristianismo.

Mas lembro, quando criança, de ajoelhar ao lado da minha cama com minha mãe depois de assistir uma  cruzada do Billy Graham na televisão, e ela orou comigo para eu aceitar o Senhor. Antes desse momento, eu sempre me perguntava: “Será que realmente já aceitei o Senhor?” Mas depois desse momento, com minha mãe ajoelhada ao lado da minha cama, tive a certeza da salvação e nunca mais duvidei.

Nancy: E agora você está indo para o campo missionário para dar sua vida em serviço vocacional para o Senhor. Conta pra nós o que você fará no campo missionário.

Shannon: Certo. Há algumas maneiras de responder a isso. Vocacionalmente, sou enfermeira e tenho especialização em obstetrícia e ginecologia, então estou envolvida em trabalhar com mulheres. 

No campo missionário, esta será minha entrada neste país em particular na Ásia, o qual é um país de acesso restrito. A única maneira de eu conseguir morar lá é ter algum tipo de trabalho viável.

Então, vou exercer minha profissão como enfermeira na área de ginecologia e obstetrícia. Esse será meu trabalho. Mas estou indo para esse país em particular porque quero que homens e mulheres, especificamente mulheres e crianças lá, conheçam ao Senhor. 

Meu coração está voltado para discipular mulheres e crianças, e essa é realmente a razão pela qual estou indo para o campo missionário.

Nancy: Você sempre soube que queria ser missionária? Em que momento da sua vida você começou a sentir que este poderia ser o direcionamento de Deus para você?

Shannon: A semente para o trabalho missionário foi plantada quando eu era adolescente. Tínhamos um casal da nossa igreja que eram missionários na China. 

Eles tinham voltado por um curto período e vieram falar para o nosso grupo de jovens. Lembro-me dessa missionária em particular nos encorajando a começar a ler biografias de missionários. 

Ela nos incentivou a começar com “A Sombra do Onipotente“, o livro de Elisabeth Elliot que basicamente contém os diários de Jim Elliot e a história dele.

Então, comecei a ler sobre Jim Elliot. Não o conhecia e nunca havia ouvido falar de alguém como ele, cujo pulso literalmente era o Senhor. Isso foi tão envolvente para mim naqueles anos como adolescente, e comecei naquela época a consumir biografias de missionários e ler praticamente tudo o que Elisabeth Elliot escreveu.

Li sobre Hudson Taylor e William Carey e, finalmente, Amy Carmichael. E sua biografia foi extremamente impactante na minha vida. Eu pensei: “Isso é o que quero fazer com minha vida. Quero ter esse tipo de relacionamento de amor com o Senhor e, a partir disso, quero contar ao mundo sobre Ele.” 

Então, essa foi a semente para missões plantada em meu coração.

Nancy: Sabe, Shannon, isso é interessante, porque lembro-me de quando criança, um dos primeiros livros que li foi “O Sapateiro Que Deu a Bíblia à Índia“, que é uma versão infantil da história de William Carey, um dos primeiros missionários. Então, esses também tiveram um grande impacto na minha vida, no meu coração para o Senhor e meu coração para missões.

Acho que esta é uma área em que as mães podem grandemente influenciar seus filhos enquanto estão crescendo – garantir que eles tenham em mãos esse tipo de histórias, histórias de vida verdadeiras de homens e mulheres que Deus usou. E na minha vida, como aparentemente na sua também, isso teve o efeito de me dar um senso de paixão, sabendo o que significava amar o Senhor de todo o coração e ter a sensação de ser atraída a dar minha vida ao Senhor em serviço a Ele. Portanto, esta é uma coisa prática que os pais podem fazer ao criar seus filhos para ter um coração para Deus.

Muito bem, então você era uma adolescente, e estava lendo esses livros e eles estavam te inspirando. Você estava no ensino médio e depois na faculdade. Nessa época, você estava pensando: “Vou ser missionária. Vou me preparar para isso”?

Shannon: Sim, com certeza. Eu planejava fazer medicina e depois ir ao campo missionário como missionária médica. Só que, minha primeira experiência internacional ocorreu após o meu primeiro ano na faculdade, quando fui com um grupo da nossa igreja para Papua Nova Guiné.

Nancy: Que tipo de experiência foi essa para você?

Shannon: Ah, bem, na Papua Nova Guiné, comecei a pensar: “Talvez eu tenha sido precipitada ao tomar essa decisão de ir para o campo missionário!” 

Estávamos vivendo na selva às margens do rio Sepik, em cabanas de bambu acima do chão, tomando banho em um pequeno riacho que descia da montanha, comendo peixe do rio, dormindo em redes para nos proteger dos mosquitos e usando banheiros externos.

E pensei: “Esse não é o sonho americano! Como americana, sei como a vida pode ser boa. Senhor, não sei se quero passar minha vida assim!”

Nancy: Então, você voltou dessa experiência pensando que talvez não quisesse passar o resto da vida acampando nessas condições primitivas?

Shannon: Exatamente! Eu pensei: “Senhor, talvez eu possa fazer missões a curto prazo. É isso que vou fazer!”

Nancy: Você havia conversado com seus pais sobre seu desejo de ser missionária? Como eles se sentiam em relação a tudo isso?

Shannon: Sim, eu tinha, durante meus anos de ensino médio e início da faculdade. 

Naquela época, eles me apoiaram muito, e acho que provavelmente pensaram: “Bem, tem muita água para rolar debaixo dessa ponte e as coisas podem mudar com o tempo.” Mas eles sempre me apoiaram, o tempo todo.

Nancy: O que é uma grande bênção, quando você pensa em quantos pais hoje desencorajam seus filhos a seguir completamente o Senhor. Somos ambas muito abençoadas por termos tido pais que disseram: “Sim, vamos sentir sua falta, mas queremos que você faça o que Deus a chamou para fazer.”

Shannon: Exatamente.

Nancy: Agora, como o Senhor a colocou de volta nos trilhos? Você teve essa experiência no exterior em Papua Nova Guiné e depois voltou dizendo: “Não tenho certeza se isso é para mim!” Como o Senhor a encorajou a continuar nessa direção?

Shannon: O Senhor foi muito paciente comigo, como Ele sempre é. Posso olhar para trás agora e, durante aqueles anos de faculdade, ver um ponto em comum. 

Diversos contatos com missionários, sermão após sermão com um tema sobre missões … missões sempre esteve presente durante os meus anos de faculdade.

Um dos pontos de transição ocorreu durante meu último ano na faculdade. Eu estava estudando na Europa, na Alemanha na época, frequentando uma igreja alemã, e fui convidada por uma amiga alemã que eu havia acabado de conhecer para almoçar com ela. 

Tínhamos mais ou menos a mesma idade – vinte e poucos anos na época.

Estávamos conversando sobre missões e ela compartilhou comigo que Deus a havia chamado para o campo missionário e que ela estaria partindo para o exterior no próximo ano para realizar o serviço missionário. 

E eu disse a ela: “Sim, eu também pensava em ir para o campo missionário.” E então compartilhei a experiência de Papua Nova Guiné com ela e contei como mudei de ideia.

E nunca vou esquecer, ela me olhou nos olhos e disse muito enfaticamente: “Shannon, suas razões para mudar de ideia – quando Deus começou a chamá-la para missões, quando era adolescente – não são razões piedosas. 

Você precisa se ajoelhar e pedir a Ele o que Ele quer fazer com sua vida. E então, quando Ele te responder você precisa pedir a Ele a graça para ser obediente a Ele, seja o que for que Ele pedir que você faça.”

E isso me abalou profundamente! Tínhamos acabado de nos conhecer e a coragem dela de falar a verdade na minha vida foi incrível. Lembro de pensar: “É melhor você ouvir isso!” 

Vejo que este foi o tocar do Espírito Santo e o encorajamento que eu precisava para começar a orar e abrir minha vida novamente ao Senhor, para ver o que Ele queria fazer comigo. Ele disse: “Você tem que fazer isso, Shannon!” E assim eu fiz.

Nancy: Parece que essa experiência realmente colocou tudo em perspectiva para você; que não se tratava do que seria confortável e conveniente, ou do seu gosto, mas sim da vontade de Deus e de sua obediência a essa vontade.

Shannon, acho que esse é o cerne da questão para todos nós, sejam mulheres, homens, casados, solteiros, com filhos, sem filhos, missionários, aqui no nosso país. Seja qual for o chamado de Deus, é descobrir “Qual é a vontade de Deus para minha vida?” Como você disse, isso envolve entrar na Palavra, se prostrar diante do Senhor e dizer: “Senhor, para que o Senhor me fez? Para que o Senhor me chamou?”

E então, apenas acenar com a bandeira branca da rendição e dizer: “Sim, Senhor! Tu és o Senhor. Faça como quiseres.” E isso pode significar, para você, que você parta para o campo missionário.

Houve um tempo em que, quando criança, eu pensei que talvez essa fosse a direção que o Senhor me direcionaria. Mas descobri que a vontade de Deus não é realmente tanto um lugar ou um emprego, mas sim um coração, um estilo de vida; é uma caminhada dizendo “Sim, Senhor!”

Então, para algumas pessoas, isso significa ser mãe de três crianças pequenas e se dedicar ao cuidado e à educação dessas crianças e a tudo o que isso envolve. Pode significar – durante uma temporada da vida – ser estudante e se render à vontade de Deus em tudo o que está envolvido em ser estudante.

Para alguns, pode significar estar envolvido em uma área profissional ou carreira. Mas seja o que Deus está nos dizendo, em todos os nossos papéis como mulher, esposa, mãe, filha, amiga, como mulher de Deus, significa dizer: “Senhor, eu aceito a Tua vontade para a minha vida. E não vou determinar essa vontade com base em se eu gosto ou não, ou se parece bom ou não, ou se for fácil ou não.”

Uma das declarações que Deus usou muito em minha vida veio de um grande estadista missionário, David Livingstone, que orou esta oração: “Senhor, envia-me a qualquer lugar, apenas vá comigo. Coloque qualquer fardo sobre mim, apenas me sustente. E corte todas as amarras, exceto aquela que me liga ao Teu serviço e ao Teu coração.”

E esta deve ser a nossa oração: “Senhor, faça a Tua vontade com a minha vida. Seja o que for, eu aceito.” E este é, de fato, o caminho para verdadeira alegria, realização e frutificação.

Shannon: Todas nós conhecemos muito bem Mateus 28.18-20, a Grande Comissão. Mas o que muitas vezes falhamos em perceber é que isso foi um comando de Cristo. 

Isso não foi uma sugestão. Não foi “faça isso ou aquilo, à sua escolha”. Ele disse: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações.”

Quando reconhecemos que este é um mandamento de Deus para todos nós como corpo de Cristo, temos que reconhecer que temos que agir em relação a esse mandamento. 

Pode ser que Deus não chame todas nós para ir. Temos que ter pessoas que enviem aqueles que vão.

A coisa mais importante que temos que reconhecer é que temos uma parte a desempenhar no cumprimento da Grande Comissão. 

Então, o que tive que perguntar foi: “Senhor, que parte Tu tens para mim?” Para mim, a resposta veio: “Shannon, você deve ser uma das que vão”. Essa não é a resposta que virá para todos.

Mas o desafio aqui é fazer essa pergunta e, quando você a fizer, ter ouvidos abertos, olhos abertos, mãos abertas e dizer: “Senhor, seja o que for que Tu queiras que eu faça para a Tua glória na minha vida, para o Teu Reino, estou disposta.”

Raquel: Ouvimos Nancy DeMoss Wolgemuth conversando com Shannon Etter sobre render-se completamente ao Senhor. Elas gravaram essa entrevista em 2001 e, desde então, Shannon se casou com um jovem temente a Deus e eles ainda estão servindo juntos e criando sua família no campo missionário.

Nancy DeMoss Wolgemuth estudou três atributos fundamentais sobre o tipo de coração que Deus usa. Já abordamos dois desses atributos – Quebrantamento e Rendiçāo. Na próxima semana, vamos abordar o terceiro. Nancy falará sobre a Santidade. Esperamos por você na semana que vem aqui no Aviva Nossos Corações.

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.