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Enfrentando as dores de cabeça nas festas

Por Colleen Chao

Eu tinha trinta e um anos e era véspera de Natal quando tivemos “Aquela Conversa”. Todos pensavam que éramos a combinação perfeita e grande parte do meu coração já pertencia a ele. Portanto, embora eu estivesse com uma cara feliz, meu coração disparou quando ele me disse que deveríamos “ser apenas amigos”. Desejamos um feliz Natal um ao outro, ele saiu pela porta e eu desmoronei. Então, me recompus para me juntar à minha família na ceia de Natal, quando entes queridos anunciaram com alegria sua gravidez. Eu me alegrei enquanto sufocava soluços profundos.

 

A amargura da nossa alma.

Meus anos de solteira me proporcionaram muitos Natais como aquele, cheio de doces alegrias em meio à angústia silenciosa, amargura emaranhada na beleza. As coisas a respeito das festas que me encantavam também serviam para aumentar as minhas dores de cabeça: festas com todos formando casais, menos eu, música e filmes românticos de Natal e aqueles cartões de Natal cheios de fotos de amigos com suas famílias em crescimento. Tudo me lembrava do que eu não tinha, do que eu ansiava com todo o meu ser. Minha luta por contentamento e esperança era muito mais intensa durante aquelas semanas de festas.

Mas a dor não era privilégio meu. Outros também estavam sofrendo e esperando por melhores natais.

 

Deus nos ama demais para deixar que nos conformemos com amores menores.

Ao longo dos anos, chorei com amigos que sofreram a perda de um bebê recém-nascido, a morte repentina de um pai, um casamento desfeito, um útero estéril e dificuldades financeiras. Meu coração se condoeu por aqueles que não possuíam as necessidades básicas da vida: abrigo, comida e amor; bem como aqueles que sofreram dores “menores”: relacionamentos familiares tensos, a traição de um amigo próximo ou a solidão de viver longe de casa e de entes queridos.

E embora o casamento e a maternidade tenham sofrido muito com algumas amarguras das festas, meu marido e eu passamos por uma perda de emprego, inundações em casa, doenças debilitantes e outros tipos de estresse, ao mesmo tempo em que comemoramos “a estação mais maravilhosa de todas”.

Minha querida, você também passou por isso, não foi? Você se sentiu árida em meio às festas e provou a amargura da fartura.

As festas, especialmente o Natal ao que parece, representam tudo o que é generoso e bonito. Cantamos sobre a paz, o bem-estar e a esperança. Agradecemos e trocamos presentes. Acalentamos a ideia de um Papai Noel invisível cumprindo nossos desejos, de reuniões familiares festivas e de espumantes saboreados ouvindo canções natalinas ao fundo.

Mas sentimos a profunda disparidade entre este mundo caído em que vivemos e o mundo para o qual fomos feitos. Nossos corações anseiam por felicidade e paz completas, mas somos prejudicados por nossas fragilidades e necessidades.

 

O único que pode satisfazer as nossas almas.

E aí está o maior presente de todos: esta profunda disparidade nos traz de volta ao verdadeiro significado do Natal. Nossas dores de cabeça, nossas necessidades e até mesmo a desolação do mundo ao nosso redor, nos conduzem ao Único que pode saciar as nossas almas. E aquele anseio dentro de nós por algo mais, aquele descontentamento que se segue às festas e a abertura dos presentes, isso nos lembra do dom incomensurável que Deus nos deu ao enviar Seu Filho Jesus por nós…

Para viver conosco.
Para morrer por nós.
Para nos conceder as infinitas riquezas de Seu ser.

E, não somente, Ele nos deu Seu Filho, mas também constantemente usa esse quebrantamento e as dores de cabeça para o nosso bem, nosso infinito, perfeito e glorioso bem. Embora eu não conheça a plenitude desse bem até a eternidade, já o experimentei aqui de um milhão de maneiras. E saiba que sou muito grata por aqueles anos em que Deus não me deu o que eu tão desesperadamente queria. Como eu O louvo por aquela longa espera que me fez me apaixonar por Ele e por dizer “não” a todos os outros homens para que eu pudesse me casar com o melhor homem de todos, Edward Chao.

 

E saiba que sou muito grata por aqueles anos em que Deus não me deu o que eu tão desesperadamente queria.

Estas festas são para nós, minhas queridas, para os feridos, os destroçados e os necessitados. Nossa cultura é apaixonada por festas que são agitadas, caras, generosas e alegres. Mas Deus está sempre empenhado em fazer com que encontremos nosso maior bem Nele, mesmo quando isso exige que soframos, sintamos falta ou esperemos por um período de tempo excessivo. Deus nos ama demais para deixar que nos conformemos com amores menores.

Neste Natal, que as nossas dores silenciosas e anseios nos obriguem a adorar o Deus do universo, que veio em carne e sangue para que a nossa vida tivesse um sentido, para que conheçamos a esperança que não decepciona.

De que forma Deus mostrou a você Seu amor em meio a festas difíceis (passadas ou presentes)? E como você poderia estender a mão e cuidar de alguém que está sofrendo neste Natal?

(Referências Bíblicas: Hebreus 13:14-15, Romanos 8:32, 2 Coríntios 4:17, Romanos 5:5)

 

https://www.reviveourhearts.com/blog/when-the-holidays-are-hard/