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A Transformação de Jackie Hill Perry – Ep5: A verdade sobre sexualidade

Publicadas: jun 21, 2024

Raquel: Jackie Hill Perry diz: “Se Deus pôde te salvar, com certeza Ele pode salvar aqueles que você considera estarem além da Sua graça.”

Jackie Hill Perry: Eu acho que a gente precisa começar a ver que a conversão é um milagre, não importa com quem seja. É um milagre! Então, a gente tem que ter fé por essas pessoas. Acho que a gente tem que orar com uma fé louca e acreditar que Deus pode mudar almas – porque Ele disse que faria isso. Ele vai salvar pessoas.

Nancy DeMoss Wolgemuth: Sim!

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mentiras em Que as Mulheres Acreditam, na voz de Renata Santos.

Se você tem crianças pequenas em casa, saiba que este episódio inclui uma discussão sobre temas adultos. 

Ao longo desta semana, temos ouvido a poetisa da palavra falada, Jackie Hill Perry, conversando com nossa anfitriã, Nancy DeMoss Wolgemuth, sobre o poder transformador do evangelho em sua vida. Se você não ouviu a história de Jackie esta semana, visite os arquivos em www.avivanossoscoracoes.com 

Hoje, teremos a chance de ouvir alguns poemas de Jackie. Mas primeiro, aqui estão Nancy e Jackie, falando sobre alguns temas que estiveram nas notícias nos últimos anos.

Nancy: Estamos ouvindo ultimamente muitas notícias sobre crianças transgênero, crianças se identificando como algo diferente de seu sexo biológico. Quando você era uma menininha (e eu sei que houve muitos fatores que contribuíram para isso), você queria ser um menino, pensando talvez que deveria ter nascido um menino, agindo muitas vezes como um menino.

Agora você é mãe – você tem uma menininha – (na época Jackie tinha somente uma filha, mas agora já são quatro) e, se Deus quiser, ela vai crescer em um ambiente muito diferente do que você cresceu. Mas esses pais que ouvem seus filhos dizerem: “Eu não sinto que isso é quem eu realmente sou…” Eu sei que isso é muito complexo e estamos em um momento em que a cultura afirma que são as próprias crianças que devem tomar essas decisões.

O que você pensa sobre isso, e como você abordaria essa conversa toda?

Jackie: Eu acho que, como fundamento, as crianças e a sociedade têm que aprender que os sentimentos não ditam a realidade. Porque você sente XYZ, isso não significa necessariamente que você é XYZ. A gente tem que entender que Deus nos faz homem e mulher, e até mesmo nossos corpos são prova dessa verdade.

Sem querer ser condescendente, mas se seu filho pensa que é uma girafa, você o aconselharia e diria: “Querido, você não é uma girafa – por isso, por isso, por isso…” Mas agora, quando as crianças dizem que seus corpos são de um sexo diferente, a gente não as aconselha –  a gente só aceita.

Acho que a gente precisa voltar às raízes, que Deus criou o homem e a mulher, e que isso é bom! Ele é sábio em Sua criação. Acreditar o contrário disso é realmente dizer que Deus não sabe o que está fazendo.

Deus sabe o que está fazendo! Nossos corpos devem refletir a bondade dEle, a glória dEle, a sabedoria dEle e o evangelho dEle. 

E como pais, temos que ensinar nossos filhos, “Você precisa confiar na Palavra de Deus, e você precisa permitir que a realidade mostre a realidade, e não apenas seus sentimentos, sua mente.” 

Nossas mentes são confusas longe do evangelho, longe da verdade. Muitas vezes, a gente acredita em coisas que são por si mesmo falsas, e a gente precisa de Deus para nos ajudar a pensar direito.

Nancy: Isso é exatamente como você respondeu quando foi confrontada com a sua própria jornada. Você disse que houve um tempo em sua caminhada com Cristo em que você experimentou muita tentação para voltar ao lesbianismo.

Jackie: Sim.

Nancy: Mas você teve que aprender a aconselhar seu coração, aceitando que o que você sente não é tão verdadeiro quanto o que a Palavra de Deus diz.

Jackie: Sim. Eu senti Deus falar ao meu coração, porque eu ‘tava’ passando por isso. Eu ‘tava’ questionando: “Caramba, será que eu sou gay? Devo voltar para mulheres? Blá, blá, bla´, blá…” 

Deus me disse: “Jackie, você tem que acreditar que Minha Palavra é verdadeira, mesmo que contradiga o que você sente.”

Há muitas coisas nas Escrituras que não sentimos vontade de nos submeter. Se a gente seguisse nossos sentimentos, todo mundo iria direto para o inferno, porque nossos sentimentos não são a Palavra de Deus. A Palavra de Deus é a Palavra de Deus, e nossos sentimentos precisam se submeter a ela.

Cara, é preciso fé para acreditar nisso, porque a fé é baseada no fato de que Deus é bom; Seus mandamentos são bons; Ele é sábio. Então, minha submissão – embora não pareça boa – faz bem para mim.

A nossa cultura, sem dúvida, vai continuar a lutar contra isso, fazendo com que as pessoas sejam escravizadas aos seus pensamentos e desejos.

Nancy: E se Eva tivesse entendido o que você acabou de dizer, toda a história teria sido diferente!

Jackie: Sem dúvida! Se ela tivesse simplesmente confiado na Palavra de Deus: “Não coma isso! No dia em que você comer do fruto da árvore do bem e do mal, certamente morrerá.” Mas ela tipo, “Bom, parece bom para comer; parece desejável para dar sabedoria.” 

Não importa! O que Deus disse é o que Deus disse. Então… siga.

Nancy: Você lutou com toda essa área de libertação do pecado. Há algumas pessoas que argumentam que, se você foi liberta do pecado, você não experimenta mais tentação. Como você vê essa área de libertação do pecado… o que isso significa, como é isso na sua vida?

Jackie: Já ouvi algumas igrejas ensinarem isso, o que tem causado tanta desilusão nos cristãos. Quando suas tentações – ou sua carne – surgem, eles dizem: “Ah, acho que Deus realmente não me salvou.”

Cara, esse é um ensino tão falso, porque se as tentações definissem nossas caminhadas com Deus ou nossas identidades estaríamos todos perdidos! 

Se essa afirmativa fosse verdade, significaria que Jesus não era perfeito e sem pecado, porque as Escrituras dizem que até Ele foi tentado, assim como nós somos, mas sem pecado.

Então, a tentação não pode ser o que me identifica como cristã ou não cristã, mas sim, como eu respondo à tentação. A verdadeira libertação, na Escritura, é a mudança de um lugar para outro.

A libertação é, “Fui retirada do domínio do pecado para o domínio da justiça, então tenho liberdade do castigo e do poder [do pecado].” O castigo é o juízo e a ira – a justiça de Deus sobre mim.

Mas a liberdade é que Deus me mudou para um lugar onde agora tenho o poder pelo Seu Espírito de fugir da tentação. Eu não tinha esse poder antes de Cristo. Eu tentei. Eu tentei muito, e não funcionou, porque eu era pecadora. Eu precisava do Espírito Santo de Deus dentro de mim para fazer o que Ele me chamou para fazer – o que eu não posso fazer, longe do Seu poder.

A gente precisa ensinar a libertação dessa forma… A gente tem que ensinar o cristianismo como ele é, o que é uma tarefa muito difícil, mas uma tarefa que é capacitada pelo Espírito de Deus. 

No momento que afirmamos que o cristianismo diz, “Se você se afastar do pecado e se arrepender e Deus te libertar, você não será mais tentado”, a gente deixa as pessoas desanimadas e frustradas.

Ou, se a gente disser às pessoas que tudo vai ser um “mar de rosas” e vai ser o paraíso na terra, isso também não é real. A verdade é que vai ser difícil, mas vai ser difícil com alegria, porque temos Jesus. Essa é a verdade do evangelho, porque é isso que a Bíblia diz.

Nancy: Você acabou de ensinar o be-a-bá do Cristianismo em um parágrafo. Isso é poderoso; isso é ótimo, Jackie. 

A promessa não é que não haverá tentação, mas que Ele fornecerá um meio de escape.

Jackie: Sim. Porque temos um Grande Sumo Sacerdote que entende. Ele entende nossas fraquezas. Ele entende. Ele realmente entende. Ele é nosso Cordeiro e nosso Sacerdote e o Justificador. Ele é gracioso e misericordioso e vai nos ajudar, se simplesmente a gente acreditar nEle.

Acredite nEle, confie nEle, aguente firme! Sabe, às vezes você tem que suportar a tentação. Às vezes, Deus não vai simplesmente tirar isso da sua vida. Às vezes, Ele quer que você O veja trabalhando. 

Nancy: Jackie, desde que ouvi falar de você, te conheço como uma poetisa. Você sempre fez isso? Quando isso começou? Como você começou a perceber que era algo em que era boa e gostava de fazer?

Jackie: Eu costumava pensar que poesia era pra gente esquisita, tipo aquelas pessoas com tambores tipo bongô, pandeiro e chapéus, tipo isso. Eu não comecei a escrever poesia até me tornar uma cristã. Eu estudava numa faculdade comunitária e ‘tava’ super entediada. Era uma escola terrível, porque eles não ensinavam nada.

Eu ‘tava’ na aula um dia e pensei: “Vou escrever um poema e ver o que acontece!” Escrevi, e coloquei no Facebook – isso foi em 2008 – e as pessoas curtiram. 

Então eu continuei escrevendo, e depois escrevi o poema “Minha Vida de Dominante”, que se tornou meio que viral… não viral, como milhões de pessoas, mas, tipo, muitas pessoas. 

Daí as pessoas começaram a me convidar pra falar nas igrejas. Mas o que aconteceu foi que eu tava recebendo mensagens de pessoas na minha caixa de entrada que ‘tavam’ entregando suas vidas ao Senhor depois de ouvir aquele poema!

Era tipo: “Cara, esses poemas estão alcançando pessoas que não vão à igreja, e depois começam a frequentar uma igreja, encontram comunhão e vivem suas vidas para a glória de Deus!” Então senti que precisava fazer isso como ministério.

Escrever poesia nem é algo que eu gosto muito. Acho que é algo com que Deus me deu de presente para glória dEle- escrever, comunicar, coisas assim. Foi assim que começou.

Nancy: Você gosta mais de escrever ou de recitar?

Jackie: Recitar! Eu não gosto de escrever; tipo, requer muito esforço.

Nancy: Eu vi você fazendo isso. Na verdade, passei um culto inteiro ouvindo essa poesia da palavra falada em uma conferência da “Legacy” em Chicago, e você estava lá. 

Fiquei tão impressionada. Eu sou uma palestrante pública há anos e anos. Eu memorizei muitas coisas. Mas estou pensando… primeiro, ser capaz de escrever esse tipo de coisa é incrível para mim, e depois ser capaz de se lembrar e recitar! 

Parece que é tudo muito rápido também. É uma habilidade incrível.

Jackie: É uma boa forma de arte. Quando você olha para o livro dos Salmos, Deus usa a criatividade para glória dEle. Ele é um Deus criativo. Se você olhar para os animais no oceano, você verá isso… as estrelas, o céu.

Eu acho que a poesia realmente foi usada por Deus para fazer muita coisa. Conheço tantas pessoas que deram suas vidas ao Senhor – não apenas por causa do meu poema, mas apenas por causa da poesia em geral. 

As mentes foram transformadas de um jeito incrível! Apenas ouvindo um poema, onde as Escrituras inspiraram o poema. Eles podem então voltar para as Escrituras e deixar que ela seja a autoridade final sobre como veem a vida.

Nancy: Um dos seus poemas mais conhecidos é chamado “Dangerously in Love” (Perigosamente Apaixonada). O que inspirou isso?

Jackie: Sim, eu tinha umas amigas – uma amiga em particular – que estavam se envolvendo em relacionamentos com uns caras que eu não acho que eram bons para elas. Eram caras da igreja, mas era tipo, “Eu não sei se ele pode te liderar. Eu não sei se ele pode ser o homem que Deus chamou os maridos para serem.”

Isso não quer dizer que todo mundo tem que ser essa pessoa ‘perfeita’, mas sei que elas estavam com os caras, apenas por estar com eles, em vez de amar a Jesus e estar satisfeitas nEle. Tipo isso, tendo sabedoria para estar em relacionamentos que fossem bons para elas. Então eu escrevi.

Estou cercada por mulheres, muitas vezes, que estão tão doidas pra casar, tão obcecadas por estar em um relacionamento, tão obcecadas por ter filhos, tipo assim, e é tipo, “Cara, se apaixone por Jesus, ame a Jesus, e Ele resolverá o resto.”

O casamento nem existe no céu, mas Deus está lá. Então a gente vai viver assim. A gente vai viver como se Deus realmente fosse tudo o que Ele diz que é. 

Se Ele quiser te trazer um marido, então você será capaz de amá-lo do jeito certo, não como um ídolo pelo qual você tem esperado. Então, isso é o que eu escrevi…

Gravação de Jackie recitando “Dangerously in Love”:

Me desculpe por ter dado

Aquilo que criaste 

para outra criatura,

Acreditando que fariam

Mais com isso

Do que Tu.

Me coloco diante de ti 

como alguém que já esteve

Cara a cara com a navalha afiada de Satanás

Rasgando a nós, mulheres.

Aquele que faz de tudo para distrair nosso

Olhar de fé do Amante de nossas Almas,

Ao ponto de preferirmos bajular do que

Conhecer o Juiz.

Me ponho diante de ti como alguém

Que se esforça para apresentar 

sua solidão como uma oferta

Àquele que cura os corações quebrados.

Creio que Ele fará 

Um Lázaro da minha dor…

Do meu passado, um milagre…

Rejeito tudo o que o mundo me ensinou

Sobre relacionamentos

Para acreditar de verdade que nada

É encontrado em homens,

Mas tudo só se encontra nEle.

Que esse ‘coração travesseiro’ 

Encontre conforto só em Jesus,

Sabendo que Ele me ama

Incondicionalmente

Eternamente

E Perfeitamente.

Então, mulheres, quando sua imaginação

Tentar lhes dizer que aquele cara

Será seu Herói,

Lembre-se de que

Jesus é o único Homem que pode te salvar!

Nancy: Robert e eu ficamos tão honrados que você e o Preston se juntaram a nós para o nosso casamento, e vocês estiveram conosco no jantar de ensaio na noite anterior. Não tivemos padrinhos, então tivemos apenas esse jantar para alguns de nossos amigos mais próximos.

Vocês dois se juntaram a nós naquela noite, e vocês apresentaram o poema chamado “The Fall” (A Queda), que vocês escreveram juntos. 

É tão poderoso! Vamos colocar esse poema em nosso site, na transcrição deste podcast, para que nossas ouvintes possam ler. O que os levou a escrever isso juntos?

Jackie: Eu tive a ideia desse poema quando a gente ainda era só amigos. Eu pensei sobre a ideia desse poema por volta de 2010, e a gente estava só “de boas”. Então, no começo, quando a gente começou a escrever, ficou estranho porque a gente era só amigos, mas tentando agir como um casal.

Nancy: Porque é a história de Adão e Eva, recontada.

Jackie: Sim, e eu pensei, “E se você interpretasse Adão e eu interpretasse Eva, e a gente falasse sobre a Queda?” Inicialmente, a gente tentou, mas depois deu uma pausa. A gente não voltou a tocar no assunto até depois da gente se casar.

Estando casados fez com que tivessemos uma intimidade com as palavras e o sentimento do poema que eu  acho que não teria sido sábio fazer como amigos. Além disso, a gente entendia melhor o que estava dizendo.

Eu tinha experimentado meu desejo sendo pelo meu marido de uma forma de querer controlar e dominar a ele, e ele experimentou querer me dominar em vez de me servir com uma liderança de servo. Acho que a gente viu o fruto de como o relacionamento deles causou estragos por causa do pecado deles – a passividade dele, a agressividade dela.

Nós vimos isso, então a gente pôde comunicar melhor a partir da experiência real, de verdade.

Nancy: Isso se tornou um pouco autobiográfico?

Jackie: Ah, sim. Eu entendo a Eva. Eu entendo ela perfeitamente!

Trecho de “A Queda” por Preston e Jackie Perry:

Preston (Adão):

Mulher! Você saiu do meu lado,

Criada para me apoiar como a lua afetada pela gravidade

Sopra o sopro rápido do cair da noite.

Mas quando o medo tomou meu coração

Quando Ele chamou meu nome no Jardim,

Você encolheu e escondeu seu corpo vergonhoso!

Ambos: Onde você estava?

Jackie (Eva):

Quando foi que o Príncipe da Noite 

encontrou o caminho até sua estrela?

Você o viu mentir!

E eu te vi sentado e imóvel 

como um homem num domingo de manhã 

Você nem consegue ver o pesadelo em que se tornou!

Preston:

Eu estava lá, parado à distância

Tendo uma conversa com meus ossos

Eu queria te parar, mas

Você deixou aquele réptil maligno com olhos,

Dançando devagar com o engano na língua,

Rápido como a brisa a te seduzir

Pensando que poderíamos ser mais sábios que

O Deus que trouxe as galáxias à existência.

Jackie:

Adão, eu pensei que ele fosse meu amigo

Me contando segredos que Deus prometeu de mindinho

Que as folhas não contariam!

Ele apontou para a árvore, e enquanto minha

Face em suas mentiras me levou a olhar

Eu vi a morte se tornar linda…

Preston:

Mas Deus é lindo!

Jackie:

Adão! Minha língua se tornou visão.

A fruta parecia boa demais para não provar…

Nancy: Você falou sobre memórias que você tem, quando criança, sobre qual era a sua percepção de como os cristãos viam os gays – como Deus via os gays. Como sua compreensão disso mudou?

Jackie: Cara, acho que quando ouvi sobre como os cristãos ou Deus viam os gays, senti que esse era o único problema que uma pessoa tinha. Tipo, “Você só precisa parar de ser gay, e Deus vai ficar de boas com você.”

Também não via que Deus estava realmente chamando as pessoas para Si mesmo. Eu não entendia que isso era o que o cristianismo era. Agora vejo que a atração pelo mesmo sexo é realmente uma folha em uma árvore cheia de pecados!

Você tem luxúria, orgulho, raiva, amargura e todo tipo de coisa! Deus não quer consertar apenas esse problema e depois deixar a outra metade de você sem Ele. Deus quer consertar o coração, e então, ao mudar o coração, essas folhas dão frutos – essas folhas demonstram frutificação – autocontrole e gentileza e paciência e bondade

Então, acho que eu iria preferir se pudesse ser apresentada de forma que a gente não visse isso como sendo um problema isolado do coração. Este é um problema do coração! Os corações das pessoas precisam estar tão apaixonados por Jesus, que se eles têm afetos desordenados, eles então vão amar mais a Deus, mais do que aos seus sentimentos.

Nancy: Às vezes, quando um pai ou membro da igreja ou amigo, ou qualquer pessoa, descobre que seu, filho, irmão, seja lá quem for, é gay, isso parece ser o foco principal do que precisa ser tratado e consertado.

Jackie: Sim. Eu tive alguém próximo de mim dizer que tinha alguém próximo a ele (acho que na família dele) que se assumiu lésbica. Ele estava tipo, “Eu não sei como falar com ela.”

Eu tava tipo, “Ela já foi santa alguma vez?”

Ele disse, “Não.”

Eu disse, “Então por que só agora você está falando com ela? Por que esta é a primeira conversa que você tem sobre ela precisar de Jesus?”

Ele disse, “Essa é uma boa pergunta.”

Nancy: O que diferencia esse pecado de todos os outros pecados?

Jackie: Sim – é como se ela não tivesse tido um estilo de vida consistente de rebelião contra Deus, mas agora que ela se assumiu como lésbica, agora você tem uma urgência em pregar o evangelho. 

E isso não é para dizer, “Sim, pregue o evangelho! Ótimo!” Isso não é para te condenar, mas é para dizer que claramente você não teve um espírito aflito quando viu ela mentindo ou viu ela não frequentando a igreja ou falhando em amar e em se submeter a uma comunidade de pessoas, não amando a Jesus e não buscando a Ele e não O querendo mais do que qualquer coisa.

Acho que a igreja, de certa forma, olhou para isso como, “Oh meu Deus, agora eles realmente estão a caminho do inferno!” 

Ao invés de dizer, “Não! Mesmo quando eles não estavam fazendo essas coisas sexuais perversas, eles estavam sem Jesus e a caminho do inferno.” Você entende o que estou dizendo?

Nancy: E isso também foi importante em seu próprio discipulado, porque as pessoas que estavam te discipulando não isolavam o pecado da homossexualidade.

Jackie: Elas com certeza não fizeram isso.

Nancy: Elas falavam com você de uma forma holística sobre uma variedade de pecados, começando com questões do coração que não necessariamente eram ações que precisavam ser tratadas.

Jackie: E a maneira como isso te humilha. Acho que quando você pensa que apenas um aspecto de você precisa mudar, você meio que se sente um pouco “justa”, porque é como se fosse, “Apenas uma parte de mim está bagunçada.”

Nancy: “E eu posso consertar isso.”

Jackie: Sim. Mas quando você vê que, “Não! Todo o meu ser precisa de Jesus!” Isso te humilha a ponto de você dizer, “Eu preciso de Deus, de verdade, para me tornar completa!” 

Quando a gente comunica o evangelho de uma forma em que é apenas uma parte da pessoa que precisa de Jesus, e não a pessoa toda, é quando a magnitude do evangelho não é tão transmitida quanto deveria.

Nancy: Você falou sobre a loucura da nossa cultura – coisas que estamos vendo e experimentando, ouvindo hoje, que até dez ou quinze anos atrás seriam aceitáveis. Algumas dessas coisas serão realmente difíceis de lidar quanto ao modo como o evangelho as impacta.

Temos, por exemplo, pessoas fazendo mudanças cirúrgicas para supostamente mudarem de gênero. Acreditamos que o evangelho está disponível para eles, que a graça de Deus está disponível. Mas quando eles se arrependem e têm fé em Cristo, isso se torna uma “Caixa de Pandora” bem desafiadora: “O que fazer com isso? Dá pra voltar atrás?”

Não vamos tentar responder todas a essas perguntas no escopo de apenas alguns momentos aqui, mas queria apenas abordar quaisquer reflexões que você tenha sobre o poder do evangelho ser suficiente para lidar com essas questões conforme elas surgem.

Jackie: Sou lembrada das Escrituras, das histórias onde as pessoas tinham condições físicas ou problemas de saúde – como o homem com lepra em Mateus 8. Ele vai até Jesus, e ele se ajoelha, e diz, “Se quiseres, pode me tornar limpo.”

É apenas essa ideia de, “Cara, Deus pode fazer as pessoas inteiras, mesmo que fisicamente algo tenha mudado.” Então acho que para aqueles que estão em uma posição em que fizeram transição para transgênero, o evangelho não está além do alcance deles. De verdade, não está! Na moral, está ainda mais prontamente disponível, porque Deus é bom. Deus é gracioso. Ele nos criou para Si mesmo, para Sua glória.

Acho que nós, como cristãos, temos que estar dispostos a revelar isso e mostrar isso para as pessoas, e não as tratar  como leprosos, como “coisa estranha”, como um “outro”, mas as tratar como pessoas com a imagem de Deus, que elas são – com um nome.

Eu até fiz um “post” uma vez (era sobre homossexualidade). Eu disse, “Você não ministra para homossexuais. Você ministra para uma pessoa. São pessoas.”

Acho que é difícil. Alguém que sai desse mundo, vai ter muita bagagem com a qual vai ter que lutar. Vai haver muitas consequências, especialmente se fizeram mudanças físicas.

Nancy: Ou talvez tenham se usufruído da lei e se tornado um casal gay casado. Isso vai criar complicações nas implicações para as famílias. Mas acho que o que queremos ter cuidado é não ficar lamentando em desespero nem dizer que há toda uma classe de pessoas seculares, perdidas, pagãs que estão além do alcance do evangelho, ou que estão além do alcance da redenção. 

O Senhor tem maneiras de fazer todas as coisas novas, e isso não significa que podemos facilmente descobrir tudo o que isso envolve. Certamente vamos precisar de mais do que da nossa própria sabedoria!

Jackie: Com certeza. Embora eu possa não ter sido transexual, ou embora alguém que é uma dona de casa que cresceu em um lar cristão possa não ter se envolvido em todos os tipos de “pecados loucos”, a verdade é que nossos corações são duros sem Jesus! Todos nós somos “Lázaro”. Todos nós fomos ressuscitados dos mortos pelo poder de Jesus Cristo.

Nancy: Somos uma pessoa nova, uma nova criação!

Jackie: Se Deus pôde te salvar, alguém que estava cego para Sua verdade, com certeza Ele pode salvar outra pessoa! Acho que  a gente precisa começar a ver que a conversão é um milagre, não importa quem seja. É um milagre! 

Então, a gente precisa ter fé por essas pessoas. A gente precisa orar com uma fé louca e acreditar que Deus pode mudar almas. Isso é o que Ele disse que faria. Ele vai salvar pessoas.

Nancy: Então precisamos ministrar com esperança, fé e confiança em Deus. Na verdade, não é o nosso poder que muda as pessoas – nós ou qualquer outra pessoa. Amo isso, Jackie.

E, estamos ouvindo tantas coisas agora na cultura – questões que estão trazendo complexidades de pecado para o nosso espaço e para o nosso mundo. Não podemos enfiar a cabeça na areia e deixar o mundo lidar com seus problemas. Temos que lidar com essas coisas.

Então agora, por exemplo, existe a pressão em algumas frentes para ver toda a questão dos banheiros e vestiários e a confusão de gênero. É fácil nos debatermos e nos desesperar, amaldiçoar a escuridão – querendo nos livrar de um monte de “pecadores”. O que está em seu coração sobre como precisamos estar pensando e respondendo “em tempos como estes”?

Jackie: Uma coisa que ajuda é lembrar a oração de Jesus ao Pai. Ele orou, “Não os tire do mundo, mas guarde-os, guarde-os por Sua Palavra.” A gente está aqui por uma razão. Deus poderia ter nos salvado e nos levado direto para o céu com Ele, e ficaria tudo bem.

Mas a gente precisa estar na escuridão para poder ser uma luz. Fico feliz com o fato de Deus permitir que eu esteja aqui – e que permite que os cristãos permaneçam aqui – para Sua glória, para que as pessoas O vejam e O conheçam.

A gente não pode fugir de onde somos chamados. A gente precisa de discernimento, de uma sabedoria louca. Como cristãos, o coração precisa ver, “Deus me tem aqui por uma razão! Como posso exaltar Seu Nome e Sua glória?”

Além disso, honestamente, não quero que muitos cristãos – especialmente professores – não quero que eles fujam dos lugares onde trabalham, porque acho que o inimigo meio que leva vantagem se ele puder remover os cristãos que têm o poder do Seu Espírito e a Palavra de Deus desses lugares escuros.

Se não estivermos lá, quem vai mudar os sistemas? É a gente que muda os sistemas. A gente muda os problemas sistêmicos e demoníacos que estão acontecendo.

Nancy: Quando ouço uma história como a sua, Jackie, penso sobre minha própria vida. Fui salva quando criança, então tenho um testemunho muito diferente, mas vejo o poder transformador e a graça de Deus! 

E digo, “Não há nada difícil demais para Deus!” Você foi essa criança, jovem, sem pai, molestada, filha de uma mãe solteira, confusa sobre se é menino ou menina, se envolvendo em comportamentos pecaminosos (de coração e ação). 

No entanto, Deus te chama, te traz de volta à razão, te mostra Sua graça, te mostra teu pecado, te mostra a santidade dEle, abre teu coração para dizer “sim” ao evangelho. Você acaba se casando com um homem que ama a Deus. Vocês se amam. Vocês estão criando filhos para temer, amar e honrar o Senhor. Quem poderia ter escrito esse roteiro?

Jackie: [risos] Deus!

Nancy: Somente Deus, e Deus ainda está fazendo isso! Não vamos perder a esperança no poder dEle para fazer o impossível, e para ser glorificado. 

Deus foi glorificado através de Faraó, quando Faraó resistiu aos caminhos de Deus e resistiu ao povo de Deus. Mas no final, até essa história mostra Deus como grande e poderoso. Ele está fazendo isso hoje, nada menos que isso.

Raquel: Essa foi Nancy DeMoss Wolgemuth, conversando com a poetisa da palavra falada, Jackie Hill Perry. Jackie também escreveu um livro, compartilhando um pouco mais sobre a sua história. O livro chama-se “Garota gay, bom Deus – a história de quem eu era e de quem Ele sempre foi” disponível no nosso site. Jackie é poetisa, palestrante e artista. Você pode encontrá-la no X (antigo Twitter) @JackieHillPerry e também no Instagram .

E assim encerramos essa série com a querida Jackie Hill Perry. Caso você tenha perdido algum episódio dessa semana, poderá acessá-los em nosso site. O áudio e as transcrições estão disponíveis em www.avivanossoscoracoes.com na aba podcasts.

Para receber esses podcasts diariamente no seu WhatsApp, clique no link aqui na transcrição para juntar-se ao nosso grupo ou no ícone “WhatsApp” no nosso site.

Você diria que sua vida espiritual é mais como um gêiser ou uma poça de lama? Sua caminhada com Deus ficou estagnada ou você está transbordando, animada para compartilhar sua fé em Deus com os outros? 

Na próxima semana, iniciaremos uma nova série, chamada “Quando o Avivamento chega”. Vamos iniciar um movimento de avivamento em nossas vidas, nossas famílias, nossas igrejas, nossas cidades e nossa nação! Oremos para que o Senhor, rasgue os céus; abra-os; deixe-nos vê-Lo; visite-nos com Sua presença. 

Tenham todas um excelente final de semana e até segunda!

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.