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Adornadas Ep. 42: A submissão requer uma disposição, um desejo de confiar em Deus!

Publicadas: jan 08, 2024

Raquel Anderson:  Estamos super animadas porque estamos agora disponibilizando os nossos podcast diariamente. 

Hoje, voltamos a estudar a nossa série “Adornadas”. Os livros da Nancy DeMoss Wolgemuth podem gerar fortes reações, não é mesmo?

Nancy DeMoss Wolgemuth: Há alguns anos, falei em uma conferência para líderes de ministérios de mulheres em um dos maiores seminários dos Estados Unidos. Após uma das sessões, fiquei até mais tarde para assinar alguns livros. Havia muitas mulheres na fila e uma delas se aproximou segurando um dos meus livros chamado Mentiras Em Que As Mulheres Acreditam, um dos primeiros livros que escrevi.

Ela segurou o livro bem alto e falou: “Eu odeio este livro!”

Raquel: Por que ela odiava o livro? Vamos falar sobre isso hoje. Este é o Aviva Nossos Corações, com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de Mulheres atraentes adornadas por Cristo, na voz de Renata Santos.

No episódio anterior, Nancy construiu uma base que nos ajuda a compreender o conceito Bíblico da submissão. É claro que ele não admite o abuso de mulheres. A submissão tem como premissa o conceito de que os maridos amem suas esposas como Cristo amou a igreja. Você pode ouvir o episódio anterior no avivanossoscoracoes.com. E agora, voltamos com a história da leitora frustrada que Nancy estava nos contando.

Nancy: Ela disse: “Eu odeio este livro!” E eu pensei: “Nossa, ela está muito brava”. Então, eu disse: “Me diga porque você odeia o livro?”

Ela respondeu: “Por causa desse assunto da submissão”.

Só pudemos conversar um pouco, porque havia outras mulheres na fila, mas ficou claro que ela nunca tinha ouvido falar desse conceito. E não só isso, ela não gostou nada quando aprendeu sobre ele. A ideia da submissão era algo totalmente repugnante para ela.

Depois que ela saiu, uma outra mulher disse praticamente a mesma coisa: “Eu nunca tinha ouvido falar desse conceito. Que coisa horrível!”

Se alguém não conhece os caminhos de Deus e como tudo se encaixa perfeitamente, essas reações são bastante naturais. Mas o mais chocante foi eu ouvir essas coisas em uma conferência para líderes de ministérios de mulheres, em um seminário. Fiquei surpresa por ver que havia mulheres naquele contexto que nunca tinham ouvido falar sobre submissão.

Mas quando você sai para o mundo… Uma mulher acabou de me contar durante o intervalo aqui o quão frequentemente na igreja você encontra pessoas para quem isso é algo novo. Elas não entendem. Ou isso não é novo para elas, mas elas são realmente resistentes à ideia.

Então, quando chegamos a essa frase que estamos analisando em Tito 2, eu meio que me preparo, como se estivesse colocando um cinto de segurança, porque nunca se sabe quem vai chegar jogando seu livro contra a parede ou até mesmo contra você.

 

Mas receber esse tipo de feedback e opinião ao longo dos anos tem me ajudado muito. E agora que eu escrevi o livro, Mulheres Atraentes Adornadas por Cristo, que tem um capítulo inteiro sobre as bênçãos inesperadas da submissão, a força e a beleza da submissão, eu vejo que eu escrevi este capítulo um pouco diferente do que teria escrito há 15 anos. E isso aconteceu porque eu ouvi algumas dessas mulheres, eu escutei seus argumentos e li mais sobre o assunto teologicamente. Tentei abordar este assunto de uma maneira mais útil à esta era.

 

Vamos ler a passagem que estamos estudando e depois falar um pouco mais sobre ela. Paulo diz em Tito 2:3-5:

“As mulheres mais velhas (devem) orientar as mulheres mais jovens a amarem seus maridos (a primeira e a última qualidades desta lista têm relação com o casamento) e seus filhos, a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus maridos, (amarem seus maridos, submissas aos seus maridos. E o que está em jogo?) a fim de que a palavra de Deus não seja difamada (ou blasfemada).”

 

Quando olhamos para a “sujeição a seus maridos” (submissão no contexto do casamento), estou convencida de que muito da resistência a essa ideia vem de um entendimento errado de seu significado. Algumas pessoas simplesmente não querem entender, e não importa a explicação que você dê, elas não vão concordar.

Muitas jovens mulheres cresceram neste mundo com a maneira de pensar do mundo. Elas não sabem que há outras maneiras de pensar. Por isso, precisamos nos colocar ao seu lado de forma gentil, como mulheres mais velhas e sermos suas professoras, mentoras e treinadoras. Precisamos ajudá-las, incluindo as adolescentes, antes que elas desenvolvam um pensamento equivocado.  Ensiná-las a pensar sobre o caminho de Deus antes que elas comprem a mentalidade do mundo.

Para nós que somos mulheres mais velhas, é especialmente importante nos preparar para lidar com os conceitos errados que existem sobre este assunto e abraçar a nossa ordem de treinar as mulheres mais jovens para que sejam submissas a seus próprios maridos.

Então, neste episódio quero falar sobre algumas coisas básicas da submissão que precisamos entender. Vou fazer isto através de 9 breves afirmações sobre o que a submissão não é.

 

O que a Submissão não é:

1: A submissão de uma esposa não é para homens em geral.

Não se espera que uma esposa seja submissa a quaisquer homens em geral.

Ela não deve se submeter a “homens” em geral. Contudo, cada pessoa – homem, mulher, jovem, velho – está em relacionamentos que exigem submissão, seja aos pais, a um chefe, às autoridades civis, aos líderes espirituais na igreja. De acordo com Efésios 5:21, todos nós, como crentes, devemos ter uma atitude humilde e submissa uns para com os outros no corpo de Cristo.

Mas quando a Escritura instrui as esposas a se submeterem, aqui em Tito 2, é especificamente para serem submissas a – quem? – aos seus próprios maridos. Não sou chamada a ser submissa ao seu marido, exceto no sentido de que todos nós no corpo de Cristo devemos ter uma atitude humilde e submissa uns para com os outros. Mas sou chamada a ser submissa ao meu próprio marido de uma forma que não sou chamada a ser submissa aos homens em geral.

Acho que isso tem sido mal compreendido. Se deixarmos isso passar despercebido, vamos exagerar no assunto da submissão. Sou chamada a me submeter ao meu marido. Você é chamada a se submeter ao seu próprio marido. Quem são esses maridos? São aqueles que foram estabelecidos por Deus para servirem como cabeça de sua própria esposa – não a cabeça das mulheres em geral – e para amar suas esposas e dar suas vidas por suas esposas.

Portanto, a submissão da esposa não é para os homens em geral.

2: Submissão não significa que você é inferior ao seu marido ou vale menos que ele.

Parte do que vou dizer aqui, algumas de vocês já conhecem há anos e anos. Vocês poderiam ensinar isso. Na verdade, esse é o meu ponto. Vocês precisam ensinar isso. É isso que as mulheres mais velhas devem ensinar às mulheres mais jovens. Então, não digam: “Ah, eu já sei de tudo isso.” A questão é: Você sabe o suficiente para ensinar a uma garota de quatorze anos, ou a uma jovem de vinte e quatro anos, ou a uma mulher de trinta e quatro anos, para ajudá-las a entender isso?

Esta é uma afirmação importante: Submissão não significa que você é inferior ao seu marido, porque muitos livros sobre submissão bíblica hoje em dia, muitos posts de blog dizem que se você fala sobre submissão, isso é o mesmo que dizer que as mulheres são inferiores aos homens. Isso não é verdade. De forma nenhuma.

As Escrituras são claras em afirmar que homens e mulheres foram criados à imagem de Deus.

  • Eles têm valor e dignidade iguais.
  • Eles têm igual acesso ao Pai por meio de Jesus Cristo.
  • Eles são igualmente co-herdeiros com Cristo.
  • Eles compartilham o Espírito Santo da mesma maneira.
  • Homens e mulheres são igualmente redimidos e batizados em Cristo.
  • Eles recebem seus dons espirituais da mesma forma.
  • Eles são amados por Deus da mesma forma.
  • Eles são igualmente valorizados por Deus.

E todas essas coisas não são incompatíveis com dizer que há diferenças e distinções, criadas por Deus, nas funções e deveres do marido e de sua esposa. Entenderam?

Assim, falar que há essas diferenças não é falar que uma mulher é inferior ao seu marido ou menos digna do que ele.

3: As Escrituras não te obrigam, como esposa, a uma vida de conformidade forçada obediência ou submissão forçada.

Escute isso: Em nenhum lugar da Escritura os maridos são instruídos a dizer: “Faça sua esposa se submeter.” A submissão deve ser uma resposta voluntária de amor e obediência a Deus por parte da esposa. Nenhum marido deveria forçar sua esposa a se submeter a ele por meio de coerção ou manipulação.

Portanto, se você ouvir homens dizendo: “Eu sou o chefe; você é a esposa. Submeta-se.” Esse não é o paradigma ou plano de Deus para a submissão.

“Esposas, submetam-se.” Isso é algo que alegremente entregamos ao Senhor e aos nossos maridos. Isso não a submete a uma vida de conformidade forçada.

4: Submissão não significa subserviência servil e humilhação.

Você não é a empregada do seu marido. Você não é a funcionária dele. Você não é a filha dele. Você não é uma cidadã de segunda classe que se curva aos pés de seu superior. Em vez disso, a submissão é uma resposta alegre, de coração contente, inteligente e amorosa à posição de cabeça espiritual que Deus ordenou para o seu marido — quer ele reconheça ou não, quer ele entenda ou não.

É algo que entregamos alegremente ao Senhor e ao nosso marido, como parte dessa grande imagem de redenção que estamos pintando.

A liderança que estamos falando não significa que um marido tem autoridade absoluta sobre sua esposa. Os maridos não são a autoridade suprema sobre suas esposas — Deus é. Os maridos receberam autoridade delegada por Deus, e eles prestarão contas a Ele por exercerem essa autoridade de maneira humilde, sacrificial e amorosa.

5: Submissão não significa obediência sem opinião e sem questionamento.

Não significa que o seu marido tem todas as ideias, todos os pensamentos, e você nunca dá um pio, que você nunca emite um som, não fala nada, nunca dá uma opinião. Não é isso que submissão significa. Um homem que lidera o seu lar desta maneira é um tolo. Este não é o jeito de Deus. Você é a auxiliadora de seu marido. Isto significa que ele precisa de você, da sua opinião expressada de um jeito humilde e gentil (e esperamos que ele esteja liderando e pastoreando esse casamento de um jeito humilde e gentil também).

Sou muito grata por ter um marido que valoriza a minha opinião e que pede a minha opinião sobre tudo. Mas eu também percebo que a minha forma de expressar a minha opinião o torna mais ou menos inclinado a considerá-la. Ele demonstra graça, mesmo quando eu não demonstro, porém eu não fico testando a paciência dele. Eu quero dar minha opinião de tal maneira que ele a escute — não apenas despejando tudo o que eu penso, não apenas esvaziando todo o meu “grande tesouro de sabedoria”.

Por exemplo: Um momento em que eu não devo despejar todas as minhas opiniões e a minha sabedoria no meu marido é quando estamos deitados na cama, ele está pegando no sono e mal consegue manter os olhos abertos. Seria um péssimo momento. Se eu realmente precisar falar algo neste momento, deve ser algo que não pode esperar até a manhã seguinte e ele precisará se sentar e escutar o que tenho a dizer.

Então, escolha bem o momento e tenha certeza de falar com um espírito humilde, gracioso e gentil. Isso faz toda a diferença.

Mas a submissão não significa obediência sem opinião ou sem questionamento.

 

6: Submissão não significa obediência sem opinião e sem questionamento.

Pelo contrário, às vezes ele não estará. Seu marido não é Deus, grande novidade! Mas isso você já sabia, ele é um pecador, assim como você é uma pecadora.

E a submissão Bíblica não se baseia na sabedoria do seu marido ou na piedade, capacidade ou qualificação dele. Pode ser que em seu casamento você seja muito melhor do que o seu marido em diversas coisas e um marido sábio saberá aproveitar essa experiência, sabedoria e opinião. Mas a submissão não significa que ele está sempre certo. Ele não está sempre certo.

 

7: A submissão nunca exige que você siga o seu marido em pecado.

Sua aliança e lealdade supremas não são para com o seu marido, mas para com Deus e Cristo. Se o seu marido abusa da autoridade dada por Deus como cabeça do casamento e exige que você faça algo que é contrário à Palavra de Deus, você deve obedecer a Deus em vez do seu marido, mas faça isso com uma atitude respeitosa e humilde. Não permita que o pecado dele faça você pecar.

Por observação, ao ouvir muitas esposas, ler muitos e-mails que recebemos de mulheres ao longo dos anos, percebo que, muitas esposas em casamentos difíceis, em muitos casos, não se trata realmente de um marido exigindo que sua esposa peque, mas sim de ele dar uma direção com a qual ela simplesmente não concorda.

Pode ser que a esposa tenha razão, mas há uma diferença entre o marido pedir que ela peque e uma decisão que ele tomou que a esposa simplesmente não concorda. E, no final das contas, você precisa se sujeitar a ele, não ao pecado, quando for algo que é apenas uma questão de preferência ou sabedoria. É importante distinguir entre as duas situações ao seguir o direcionamento de seu marido.

 

8: A submissão de uma esposa nunca, jamais, dá permissão ao marido para abusar dela – nunca.

Preciso que as pessoas prestem atenção a esta minha afirmação porque elas pegam frases fora de contexto que eu escrevi ou uma linha aqui outra ali, e vêm com força total querendo nos trucidar. Isso aconteceu, na verdade, quando meu livro Mulheres Atraentes Adornadas por Cristo foi publicado.

Alguém leu algo que eu escrevi anos atrás e veio atrás de mim no Twitter, com toda força. Era um preceito bíblico, algo que escrevi, porém não o cerquei com todas as ressalvas. Isso aconteceu não faz muito tempo. Sabe o que fazemos em uma situação como esta? Nada! Entregamos tudo para o Senhor.

Mas não quero ficar dando munição para essas pessoas. Quero deixar muito, muito claro mesmo, que a submissão de uma esposa NUNCA dá permissão para que seu marido abuse dela.

Muitas mulheres nesta sala foram tratadas de maneiras não Bíblicas, abomináveis a Deus por um marido, pai ou algum outro homem, com uma visão distorcida do que é ser macho, o ‘varão’ ou o cabeça do lar. E não há qualquer justificativa para isso.

Todas as vezes em que as mulheres são instruídas nas Escrituras a se submeterem a seus maridos, há sempre um comando correspondente para os maridos amarem as suas esposas e cuidarem delas. Não há justificativa possível para um marido subjugar a sua esposa ou abusar dela, seja de maneira evidente, física e verbal ou de outras formas veladas, com manipulação ou intimidação.

Então, se você está sofrendo abuso ou acha que está, você deve procurar ajuda. E eu sei que para a mulher que está nessa situação isso pode parecer impossível. “Como é que eu vou fazer isso?” Em primeiro lugar, você deve clamar ao Senhor que é o defensor dos necessitados e Ele virá ao seu resgate, talvez de formas que você não consiga imaginar.

O ensino Bíblico sobre submissão não permite, aceita ou autoriza esse tipo de tratamento. Se você ou os seus filhos estão sendo agredidos ou ameaçados fisicamente, você precisa buscar um lugar seguro, entrar em contato com as autoridades civis e com as autoridades espirituais para pedir proteção.

Eu sei que isso pode ser difícil. Se você não consegue falar com seu pastor ou fazer uma ligação para as autoridades civis, então encontre uma mulher em quem possa confiar e que possa ajudá-la a fazer isso, alguém que possa buscar ajuda com você.

Não diga: “Eu preciso ficar aqui sem fazer nada e me submeter a ele”. Essa não é a vontade de Deus. Violência nunca será aceitável.

 

9: A submissão não é mera conformidade exterior.

Submissão não é apenas obediência superficial. Não é apenas o que faço que é submisso. É o meu coração, minha atitude do coração, o espírito com o qual me submeto. Somos chamados a nos submeter às autoridades humanas — à liderança de nossos maridos — de maneira semelhante a Cristo.

Lemos sobre isso em 1 Pedro capítulo 2, como Ele se submeteu àqueles que fizeram mal a Ele, mas sem raiva, ressentimento, ódio ou uma atitude rebelde.

Não temos tempo neste episódio para tratar o perdão nessa situação. Perdoar o seu marido que cometeu um pecado relacionado à submissão e autoridade contra você, não significa que você não faça nada e aceite esse comportamento pecaminoso da parte dele. Você pode perdoá-lo e ainda assim, pode chamar a polícia.

Quando você perdoa, você está dizendo: “Não sou eu que irá julgar o seu caso. Não vou te odiar, guardar rancor, raiva ou ódio. (Temos raiva, sim, do pecado, mas não ódio da pessoa, isso não.) Eu não sou o juiz, o júri ou o tribunal. Eu te entrego para o tribunal de Deus. Eu te libero do meu tribunal”.

Mas a submissão não deve estar apenas em seus atos superficiais, deve ser seguida por uma atitude do coração.

Uma amiga me disse há algum tempo:

“Eu costumava ver a submissão como não violar diretamente as instruções do meu marido. Se ele traçasse um limite, eu o seguia. Eu achava que isso era submissão. Minha compreensão de submissão estava mais focada em ações externas do que na humildade interior de um coração rendido.

Meu marido é um líder muito gentil e suave e raramente se impõe em qualquer questão. Mas no início do nosso casamento, se ele tomasse uma decisão que eu não quisesse seguir, eu obedecia, mas com um espírito resistente. Eu poderia concordar com as decisões do meu marido, mas era com uma atitude relutante. E se eu tivesse a oportunidade, estava pronta para apontar a ele por que isso não daria certo.

Devido à minha personalidade determinada e ao medo do meu marido de confronto (o que é verdade para muitos mais homens do que você possa imaginar), grande parte do nosso casamento sofreu com a dinâmica invertida de ele procurar a minha liderança.

Quando percebi como minha dominação o tinha enfraquecido e paralisado com medo, me aproximei dele em arrependimento, buscando perdão, mas tem sido uma tarefa árdua de reconstrução e desenvolvimento de novos padrões de comportamento e aprendizado das atitudes de humildade necessárias para viver a submissão bíblica.”

E eu vi essa mulher e seu marido passarem por esse processo por vários anos. Tem sido algo lindo, bem difícil, mas muito lindo.

Ela disse: “Para ele, esse processo significa ter a coragem de liderar depois de anos seguindo a minha liderança.”

Então, a submissão não se baseia em nenhuma dessas nove características, mas sim em responder à liderança de seu marido, à iniciativa dele, estar inclinada, ser conduzível, ser acessível, estar disposta a seguir sua liderança, é algo que requer uma disposição de confiar em Deus. E, às vezes, isso significa adiar ou abrir mão de suas próprias preferências, ou opiniões. Não significa que não possamos debater e argumentar sobre diferentes ideias.

Eu estava conversando com o Robert sobre isso outro dia, e eu disse: “Querido, o que tem sido um problema de submissão em nosso casamento?”

Não faz muito tempo que nos casamos, mas, se vivermos como duas pessoas humildes que se comunicam, se amam, e querem o melhor um para o outro, não será com frequência que chegaremos a um impasse.

Quando eu digo “impasse”, eu não quero dizer levantar a voz, gritar ou berrar. Não precisa chegar a tanto. Mas quando há duas opiniões diferentes, como por exemplo: “Para onde vamos nos mudar? Onde vamos morar? Devo aceitar esse emprego?” Vocês podem conversar sobre o problema e escutar um ao outro.

Robert está sempre me dizendo (assim como eu a ele): “Entendi a sua forma de pensar e, sim, fico feliz em abrir mão disso.” Nós fazemos isso um pelo outro.

Então, não deveria ser comum, em um casamento cuja base é o Senhor, que é saudável e está crescendo nEle, ter que chegar ao ponto em que alguém tenha que tomar uma decisão final, e ser o cabeça, o CEO. O marido deve querer o conselho de sua esposa, a opinião dela. 

Nós tivemos uma dessas conversas um pouco antes de nos casarmos, não vou entrar em detalhes aqui. Não foi um conflito e sim uma forma diferente de ver as coisas. E quando chegou a hora da decisão, sabendo que iríamos nos casar em breve, eu disse: “Sabe de uma coisa? Eu confio que Deus irá tomar essa decisão e liderar através de você.”

Já vi muitas vezes desde então, Deus concedendo uma sabedoria ao Robert que nem ele sabia que tinha. Sabe qual foi o resultado da minha disposição em ser submissa àquela decisão e de confiar que Deus iria liderar através do meu marido? Robert passou a ter uma grande noção da responsabilidade que tinha de descobrir a vontade de Deus, de orar e buscar ao Senhor.

Assim, temos essa linda dança, um dar e receber contínuos quando fazemos tudo do jeito de Deus.

Algumas mulheres podem dizer: “Mas o meu marido não lidera.”

Uma amiga me disse: “Meu marido não gosta de conflito e confronto, então ele geralmente não toma decisões que acha que eu não vou aceitar.”

Eu perguntei para o marido desta mulher o que ele achava sobre isso e ele me disse: “Na verdade, se um marido sente que a sua liderança vai ameaçar o relacionamento, ele vai proteger o relacionamento e não irá liderar.”

Outro marido falou: “Se tudo que um marido fala para sua esposa é contestado e questionado, se é mais difícil liderar do que não fazer nada, um homem pode escolher não fazer nada em vez de arriscar falhar.”

Quando você diz que seu marido não lidera, é possível – não é verdade em todas as situações – mas é possível que ele tenha aprendido que sempre que ele assume a liderança e tenta liderar, ele será criticado, enfrentará resistência.

Então você pode descobrir que, no seu casamento, a dinâmica muda quando seu marido percebe que você está realmente ouvindo, que está disposta a ser liderada, que é flexível e que está disposta a deixá-lo assumir o papel de liderança.

Isso não significa que ele é um líder melhor em todas as circunstâncias e situações. Você pode ser uma líder melhor em sua organização do que ele é naturalmente como líder. Você pode ser mais extrovertida. Ele pode ser mais reservado. Você pode ter mais entusiasmo. Ele pode ter uma personalidade mais suave e terna. Mas Deus deu a ele esse papel, e ele precisa saber que você o valoriza, que está olhando para ele, que está fazendo perguntas.

Também não significa que ele vai dar uma resposta ou tomar uma decisão sobre cada detalhe de suas vidas. Nenhum marido sensato iria querer isso, e não é isso que Deus está pedindo. Mas significa que você está disposta a confiar em Deus. Esse é o problema principal, a questão fundamental, confiar em Deus para liderar por meio de seu marido. E, em última análise, sua confiança não está em seu marido, mas em Deus.

Provérbios 21:1 nos fala que “O coração do rei é como um rio controlado pelo SENHOR; Ele o dirige para onde quer”.

Seu marido pode pisar na bola algumas vezes. Ele vai fazer isso. Você precisa deixá-lo passar por isso, porque se você acabar com ele e fizer com que ele se sinta como se ele fosse um nada, você acha que ele irá se aventurar a liderar da próxima vez? Ele precisa saber que você o valoriza e que confia nele. Ele precisa saber que vocês dois confiam que Deus é soberano.

No próximo episódio falaremos sobre um assunto importante que se aplica a todas nós em nossos casamentos: O que você faz quando discorda de uma decisão tomada por seu marido ou de uma direção que ele quer tomar? Também falaremos um pouco sobre o poder da submissão.

Vamos orar: Senhor, nos ajude a entender isso e a nos submeter ao Senhor assim como o Senhor voluntariamente entregou os Seus direitos e os submeteu ao Seu Pai Celestial pelo bem da redenção. Nos ajude a ver que este é um chamado grandioso e santo e a abraçá-lo como um bom e lindo presente. Eu peço em nome de Jesus, amém.

 

Raquel: O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, à plenitude e à abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.