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O Céu Reina – Ep05: Quando você precisa de uma visão correta de Deus (Daniel 4)

Publicadas: abr 05, 2024

Raquel: A soberania de Deus não depende dos pensamentos ou das atividades humanas. Aqui está Nancy DeMoss Wolgemuth.

Nancy DeMoss Wolgemuth: O céu reina, quer o reconheçamos ou não, quer os nossos presidentes, reis, primeiros-ministros e governantes reconheçam ou não, o céu reina. Isso deve trazer conforto e segurança a todo coração que é humilde e crê em Deus.

Raquel: Este é o podcast Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de “O Céu Reina“, na voz de Renata Santos.

Pessoas arrogantes e orgulhosas tendem a agir como se estivessem no controle. 

Pode até parecer que tenham poder sobre certa situação. Mas Nancy DeMoss Wolgemuth vai nos lembrar hoje que Deus é aquele com toda a autoridade. Sua soberania é a razão da nossa esperança.

Nancy continua nos guiando pela história de Daniel, na série chamada “O Céu Reina”. 

Nancy: Bem, espero que você esteja se juntando a nós e acompanhando o livro de Daniel nesta série, talvez lendo um capítulo antes de cada episódio para que possa procurar vislumbres de que o céu reina. 

Eles estão por toda a Bíblia. Estão por todo o nosso mundo e nossas vidas, mas realmente se destacam de uma maneira incrível no livro de Daniel.

No último episódio, no capítulo 3, vimos que o rei Nabucodonosor testemunhou o poder de Deus ao resgatar Seus servos (os servos de Deus) que se recusaram a se curvar diante da imagem do rei. 

Após aquele incidente, Nabucodonosor ficou impressionado com o Deus dos hebreus, mas não estava pronto para se submeter a Ele. Nabucodonosor ainda queria governar sua própria vida. Ele ainda queria ser seu próprio deus.

Preste atenção,  uma coisa é saber sobre Deus;  uma coisa é ver evidências de Sua existência e poder e ficar impressionada com Ele. 

Mas é outra coisa completamente diferente se curvar diante de Deus como o Deus e Rei da sua vida. E é isso que Deus busca. 

Não é suficiente apenas saber quem Ele é ou como Ele é, conhecer essas histórias ou reconhecer que: “Ele é grande!” Ele quer ser o Deus e Rei da sua vida.

Nabucodonosor era um homem orgulhoso, então essa submissão a Deus não lhe ocorreu facilmente. Hoje chegamos ao capítulo 4, e vamos ver que Deus humilhou profundamente Nabucodonosor para ensiná-lo que “O Céu Reina”.

Na verdade, se você olhar apenas o verso 26 do capítulo 4 de Daniel, verá de onde vem o título desta série. As últimas três palavras do verso 26: “O céu reina”. 

Essa é a única vez que essa frase, como uma frase de três palavras, realmente aparece na Bíblia, mas você a vê sendo dita de muitas maneiras diferentes ao longo do livro de Daniel.

Se você tem acompanhado o Aviva Nossos Corações nos últimos dois anos, sabe que a afirmação de que “O céu reina” é algo importante para nós, porque o céu realmente reina. 

Precisamos proclamar isso durante a epidemia do COVID. 

Precisamos ter essa certeza durante um diagnóstico de câncer. Precisamos disso em tempos de confusão. Precisamos disso em tempos de caos. Precisamos disso em tempos de eleições complicadas e coisas malucas acontecendo em nível nacional e internacional. 

Precisamos do lembrete constante de que o céu reina. Então, esse é o tema de Daniel. Em certo sentido, esse é o tema da Bíblia.

Este capítulo, o capítulo 4, começa com os três primeiros versículos contando o final da história que se desenrolará no restante do capítulo. Então vamos ler os versículos 1 a 3, mas tenha em mente, este é o resumo, este é o final, para que você saiba para onde a história está indo.

 (vv. 1-3)

“O rei Nabucodonosor, aos homens de todas nações, povos e línguas, que vivem no mundo inteiro: Paz e prosperidade!

Tenho a satisfação de falar-lhes a respeito dos sinais e das maravilhas que o Deus Altíssimo realizou em meu favor.

Como são grandes os seus sinais, como são poderosas as suas maravilhas! O seu reino é um reino eterno, o seu domínio dura de geração em geração.”

Vamos pausar aqui. Isso representa, claramente, uma mudança dramática na atitude de Nabucodonosor. Compare com o capítulo anterior, capítulo 3, versículo 4, onde o rei Nabucodonosor ordenou que “pessoas de todas as nações e línguas” se ajoelhassem e adorassem uma enorme estátua de ouro que ele havia construído para o seu louvor. Alguma coisa mudou.

Naquele momento, o rei estava totalmente focado em sua própria grandeza, em seu próprio reino. Agora, Nabucodonosor proclama a grandeza do Deus Altíssimo e a grandeza do Reino de Deus. 

O que segue no capítulo 4 explica o motivo dessa transformação. E, para resumir,  Nabucodonosor  passou por um processo de profunda humilhação onde ele e o seu reino foram à bancarrota.

E, enquanto lemos essa história, quero lembrar a todas nós que esse é um processo pelo qual todas temos que passar de uma forma ou de outra. 

É o processo de humilhação que nos transforma de egocêntricas a adoradoras de Deus.

Vamos continuar no versículo 4 de Daniel, capítulo 4. Voltemos o relógio doze meses, e aqui é onde começamos:

(v.4) “Eu, Nabucodonosor, estava satisfeito e próspero em casa, no meu palácio.”

Nabucodonosor estava bem. Ele era autossuficiente. Para ele, não havia necessidade de Deus. Ele estava cego à sua necessidade. Mas, misericordiosamente, Deus interveio no senso de bem-estar e independência de Nabucodonosor e chamou sua atenção. E Ele o fez através de um sonho.(vv. 4-5)

“Eu, Nabucodonosor, estava satisfeito e próspero em casa, no meu palácio. Tive um sonho que me deixou alarmado. Estando eu deitado em minha cama, os pensamentos e visões que passaram pela minha mente deixaram-me aterrorizado.” 

Este foi um sonho enviado por Deus para avisar o rei do perigo em que ele estava e dar a Nabucodonosor a oportunidade de se arrepender de sua idolatria e se tornar um adorador do Deus  vivo e verdadeiro.

Por isso decretei que todos os sábios da Babilônia fossem trazidos à minha presença para interpretarem o sonho para mim. Quando os magos, os encantadores, os astrólogos e os adivinhos vieram, contei-lhes o sonho, mas eles não puderam interpretá-lo. 

Por fim veio Daniel à minha presença e eu lhe contei o sonho. Ele é chamado Beltessazar, em homenagem ao nome do meu deus; e o espírito dos santos deuses está nele.”

Ele sabia que havia algo diferente em Daniel. Ele sabia que tinha a ver com o Deus dele, mas não compreendia de fato.

“Eu disse: Beltessazar, chefe dos magos, sei que o espírito dos santos deuses está em você, e que nenhum mistério é difícil demais para você. Vou contar-lhe o meu sonho; interprete-o para mim.” (vv. 6-9)

Nabucodonosor sabia que Daniel tinha um poder sobrenatural à disposição dele, porque Daniel já havia contado ao rei tanto o sonho quanto a interpretação em um sonho anterior. E agora, com este sonho, Nabucodonosor está esperando que Daniel possa fornecer uma explicação. “O que isso significa?” Aqui está o sonho.

“Estas são as visões que tive quando estava deitado na  

minha cama: olhei, e ali diante de mim estava uma árvore

muito alta no meio da terra.

A árvore cresceu tanto que a sua copa encostou no céu; era visível até os confins da terra.

Tinha belas folhas, muitos frutos, e nela havia alimento para todos. 

Debaixo dela os animais do campo achavam abrigo, e as aves do céu viviam em seus galhos; todas as criaturas se alimentavam da árvore.” (vv. 10-12)

Aqui temos uma árvore magnífica que era extraordinária em todos os sentidos – a árvore no sonho do rei Nabucodonosor. Ela tinha um tamanho maciço. 

Podia ser vista em todo o mundo. Era esplêndida. Era bonita. Fornecia comida abundante e abrigo para todas as criaturas da terra. 

Não havia adjetivos suficientes para descrevê-la.

E então chegamos ao verso 13, e de repente há uma mudança dramática na cena. No verso 13, Nabucodonosor diz:

“Nas visões que tive deitado em minha cama, olhei e vi diante de mim uma sentinela, um anjo que descia do céu (este era um mensageiro angelical de Deus); e ele gritou em alta voz: 

‘Derrubem a árvore e cortem os seus galhos; 

arranquem as suas folhas e espalhem os seus frutos. 

Fujam os animais de debaixo dela 

e as aves dos seus galhos.

Mas deixem o toco e as suas raízes,

presos com ferro e bronze; 

fique ele no chão, em meio a relva do campo. 

Ele será molhado com o orvalho do céu e com os animais comerá a grama da terra.

A mente humana lhe será tirada (sso nos diz que não se trata apenas de uma árvore, mas representa um ser humano, um homem)

e ele será como um animal, 

até que se passem sete tempos.’” (vv. 13-16)

Aqui está um mensageiro de Deus, um anjo que decreta. É o decreto de Deus; o anjo é apenas o mensageiro. Ele decreta a destruição desta poderosa árvore. 

Ela não mais forneceria abrigo para animais, pássaros ou pessoas. Seria reduzida a um toco que seria acorrentado. A árvore não seria mais suprema, não seria mais magnífica, se tornando mais exposta e suscetível à tempestades, calor e frio.

E como vimos, a árvore representava um homem que perderia a mente e seria entregue aos instintos animais, ao comportamento animal, por sete anos. Esse é o significado dos “sete tempos”.

O anjo continua o decreto, no verso 17, ele diz o seguinte:

“A decisão é anunciada por sentinelas, os anjos declaram o veredicto.” 

E então ele continua a contar o motivo e o propósito deste sonho. Por que Deus deu a Nabucodonosor esse sonho?

“Para que todos os que vivem saibam que o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens.”

Coloque um “CR” na sua Bíblia bem aqui – O céu reina. Os vivos precisam saber que o Altíssimo é o governante dos reinos humanos – não Nabucodonosor; não os babilônios – mas Deus.

“e os dá a quem quer, e põe no poder o mais simples dos homens.” (v. 17)

Coloque um “CR” na sua Bíblia bem aqui – O céu reina. Os povos precisam saber que o Altíssimo é o governante dos reinos humanos – não Nabucodonosor; não os babilônios – mas Deus.

“[Deus] os dá a quem quer, e põe no poder o mais simples dos homens.” (v. 17)

Essa frase encontrada aqui no verso 17 é encontrada mais duas vezes neste capítulo – no verso 25 e no verso 32, portanto, é uma frase importante. 

Deus quer que Nabucodonosor saiba que o Altíssimo é o governante dos reinos humanos. Ele os dá a quem Ele quer e coloca os mais humildes sobre eles.

O objetivo deste sonho, o objetivo da intervenção de Deus na vida de Nabucodonosor, era que Nabucodonosor e cada pessoa na terra, por todo o tempo, soubesse que o céu reina, que todo reino terreno está sujeito à Sua autoridade e que Deus determina quem governa as nações. Deus determina isso.

O fato de que este sonho se aplicava diretamente a Nabucodonosor me parece bastante óbvio à medida que lemos sua história. 

Parece óbvio para você também, já que ele teve esse sonho sobre essa grande árvore e agora ela foi cortada e Deus diz que o motivo – o anjo diz – é para que você saiba que o Altíssimo reina? 

Veja bem, você não acha que Nabucodonosor poderia ter dito, “Oooo, acho que isso se refere a mim!” Mas aparentemente isso não era óbvio para ele.

Veja o versículo 18. Ele diz a Daniel,

“Esse é o sonho que eu, o rei Nabucodonosor, tive. Agora, Beltessazar (o nome babilônico de Daniel), diga-me o significado do sonho, pois nenhum dos sábios do meu reino consegue interpretá-lo para mim, exceto você, pois o espírito dos santos deuses está em você.” (v. 18)

Ao meditar nessa passagem, pensei, é isso que o orgulho faz. O orgulho nos torna cegos para nossa própria condição. O orgulho nos torna cegos para como a Palavra de Deus se aplica a nós

Nós a lemos e dizemos: “Não faço ideia do que isso significa. Não faço ideia do que isso está falando. Não faço ideia de sobre quem isso está falando. Deve estar falando de outra pessoa. Certamente não é sobre mim.”

O orgulho me impede de ver que Deus está dizendo: “Estou dizendo isso a você! Isso é sobre você. Isso é para você aplicar na sua vida.”

Às vezes precisamos que outros nos digam o que não conseguimos ver por nós mesmas. Deus enviou Daniel para aquele reino para um momento como aquele, para ajudar aquele monarca orgulhoso a saber que Deus estava falando com ele e sobre ele.

O restante deste trecho incrível. Ele fala por si só. É por isso que estamos lendo estas porções extensas das Escrituras, porque não há como melhorar isso. É tão claro, tão poderoso.

“Então Daniel, também chamado Beltessazar, ficou estarrecido por algum tempo, e os seus pensamentos o deixaram aterrorizado.”

Por quê? Porque ele sabia o que teria que dizer ao rei. E ele também conhecia a ira do rei Nabucodonosor. E poderia ser, “Corte-lhe a cabeça!” caso o rei não gostasse da mensagem.

“Então o rei disse: ‘Beltessazar, não deixe que o sonho ou a sua interpretação o assuste’. Beltessazar respondeu: ‘Meu senhor, quem dera o sonho só se aplicasse aos seus inimigos e o seu significado somente aos seus adversários!’” (vv. 19-20)

Você vê aqui que Daniel não se alegrava em entregar essa mensagem de juízo ao rei, mesmo sabendo que era merecido. Isso realmente me preocupa quando vejo cristãos, líderes cristãos, blogueiros cristãos, comentaristas cristãos em redes sociais atacando autoridades em poder. 

Eles podem merecer o juízo e a ira de Deus. Quem não merece? Nós também merecemos, exceto pela graça de Deus. Mas Daniel não se alegrava em dizer: “Você será derrubado”. Ele estava alarmado. Ele estava triste. Ele não queria ver isso acontecer, mesmo sabendo que o julgamento era justo.

Continuando no versículo 20, Daniel diz ao rei,

“A árvore que viste, que cresceu e ficou enorme, e a sua copa encostava no céu, visível em toda a terra, que também tinha belas folhas e muitos frutos, na qual havia alimento para todos, abrigo para os animais do campo, e morada para as aves do céu nos seus galhos, és tu, ó rei! 

Tu te tornaste grande e poderoso, pois a tua grandeza cresceu até alcançar o céu, e o teu domínio se estende até os confins da terra.

E tu, ó rei, viste também uma sentinela, o anjo que descia do céu e dizia: ‘Derrubem a árvore e destruam-na, mas deixem o toco e as suas raízes, presos com ferro e bronze; fique ele no chão, em meio a relva do campo. 

Ele será molhado com o orvalho do céu e viverá com os animais selvagens, até que se passem sete tempos’.

Esta é a interpretação, ó rei, e este é o decreto que o Altíssimo emitiu contra o rei, meu senhor.” (vv. 20-24)

Daniel respeitava o rei, mas sabia que o Deus Altíssimo estava acima daquele rei. Esta é a interpretação, verso 25:

“Tu serás expulso do meio dos homens e viverás com os animais selvagens; comerás capim como os bois e te molharás com o orvalho do céu. Passarão sete tempos até que admitas que o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer. 

A ordem para deixar o toco da árvore com as raízes significa que o teu reino te será devolvido quando reconheceres que o Céu reina.” (vv. 25-26)

O céu reina. O céu reina, quer reconheçamos ou não. Quer nossos presidentes, reis, primeiros-ministros e governadores reconheçam ou não, o céu reina.

E essa frase, essa realidade deve trazer conforto e segurança a cada coração que é humilde e crê em Deus. Quando ouvimos “O céu reina”, isso deve nos encorajar. Isso deve nos dar força e esperança.

Sabermos com segurança de que o céu reina deve nos dar uma perspectiva diferente neste mundo caído. Deve trazer um sorriso aos nossos lábios. Deve nos fazer ficar bem e contentes com o que está acontecendo ao nosso redor.

Mas essa mesma frase, “O céu reina”, deve instilar medo e temor em todo coração orgulhoso que quer ser seu próprio deus. “O céu reina?” Sim, o céu reina.

Então Daniel comunicou a verdade corajosa e honestamente. Ele avisou o rei que ele seria derrubado por Deus. Mas eu amo o fato que Deus ainda tenha dado esperança para aquele rei orgulhoso. 

Há uma imagem incrível da graça de Deus e de Sua misericórdia aqui porque a árvore seria cortada – não sobraria nada de seu esplendor e glória originais. Mas ele disse: “A ordem para deixar o toco da árvore com as raízes significa que o teu reino te será devolvido quando reconheceres que o Céu reina.”

Nabucodonosor poderia ser restaurado. Ele seria restaurado, se apenas se humilhasse e reconhecesse que o céu reina.

Nosso Deus é um Juiz santo. Essa ideia deveria ser aterrorizante para as pessoas que querem viver vidas impuras. 

Mas nosso Deus também é um Salvador misericordioso e restaurador, e isso deve trazer esperança, paz, misericórdia e graça para aqueles que confiam Nele.

Então, nossa mensagem como servas do Deus Altíssimo é de julgamento e salvação. Julgamento para corações orgulhosos e não arrependidos, e salvação para aqueles dispostos a se humilharem e se submeterem ao reinado do Céu.

“Portanto, ó rei, aceita o meu conselho: Renuncia a teus pecados e à tua maldade, pratique a justiça e tenha compaixão dos necessitados. Talvez, então, continues a viver em paz.” (v. 27)

Daniel deixou claro que o único caminho para a restauração era o arrependimento. Arrependimento – “separe-se de seus pecados fazendo o que é certo“. 

O arrependimento é uma atitude de coração evidenciada por uma mudança de comportamento. E veja, o arrependimento tinha que ser duplo: vertical – em relação a Deus; e horizontal – em relação ao homem, “mostrando misericórdia aos necessitados”.

Porém, está claro pelo que se segue que Nabucodonosor não estava pronto para se arrepender, continuando no versículo 28, diz assim:

“Tudo isso aconteceu com o rei Nabucodonosor. Doze meses depois (um ano depois!), quando o rei estava andando no terraço do palácio real da Babilônia, disse: 

‘Acaso não é esta a grande Babilônia que eu construí como capital do meu reino, com o meu enorme poder e para a glória da minha majestade?’” (vv. 28-30)

Uau! Apesar daquele sonho, apesar daquele aviso claro enviado por Deus, Nabucodonosor ainda não havia se humilhado. Ele ainda se recusou a prestar atenção ao aviso de Deus. 

Por um ano inteiro, ele persistiu em seu orgulho. Ele atribuiu a glória que pertencia a Deus a ele mesmo.

Talvez você esteja pensando: “Gente! Que homem! Ele é tão orgulhoso! Ele é tão teimoso! Ele é tão resistente!”

Deixe-me dizer o que tem falado comigo enquanto tenho estudado este trecho. Há um Nabucodonosor em meu coração. Há um Nabucodonosor em seu coração. 

Há um Nabucodonosor em todo coração. “Veja o que eu fiz. Meu poder. Minha glória. Meu caminho. Minha força. Minhas ideias. Minhas opiniões. Minha paz. Minha felicidade.” 

Eu, eu, eu. Essa é a essência do orgulho. Essa é a essência de Nabucodonosor.

Mas a boa notícia do evangelho é que Deus é longânimo – Ele realmente é! Deus deu a Nabucodonosor tempo para se arrepender – um ano inteiro. 

Por que Deus não cortou aquela árvore assim que teve o sonho e a interpretação ficou clara? Porque Deus, de acordo com 2 Pedro 3:9, “Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.”

Deus espera. Deus é paciente. Deus é paciente conosco. Deus é paciente com o nosso mundo. Deus é paciente com os incrédulos. 

Deus é paciente com os orgulhosos. Ele não corta aquela árvore, em muitos casos, imediatamente. Por quê? Porque Ele está esperando que venhamos ao arrependimento.

Mas existe um ponto importante aqui: Ele não esperará para sempre. O sonho se tornará realidade. A árvore será cortada se recusarmos a nos humilhar. 

“As palavras ainda estavam nos seus lábios (“a grande Babilônia que eu construí como capital do meu reino, com o meu enorme poder e para a glória da minha majestade?”),  quando veio do céu uma voz que disse: 

“É isto que está decretado quanto a você, rei Nabucodonosor: Sua autoridade real lhe foi tirada. 

Você será expulso do meio dos homens, viverá com os animais selvagens e comerá capim como os bois. Passarão sete tempos até que admita que o Altíssimo domina sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer.”   (vv. 31–32)

Deus é tão misericordioso que repete Sua Palavra para nós. Essa é a terceira vez que lemos isso neste capítulo. Tamanha é a bondade de Deus.

“A sentença sobre Nabucodonosor cumpriu-se imediatamente. Ele foi expulso do meio dos homens e passou a comer capim como os bois. 

Seu corpo molhou-se com o orvalho do céu, até que os seus cabelos e pêlos cresceram como as penas de uma águia, e as suas unhas como as garras das aves.” (v. 33)

Conforme prometido, a grande e poderosa árvore foi derrubada. Deus retirou o reino de Nabucodonosor. Deus tirou a mente dele. Deus o reduziu à insanidade e a uma existência semelhante à de um animal.

E se nos recusarmos a nos humilhar sob Sua mão poderosa, O obrigaremos a nos humilhar. O céu sempre tem a última palavra.

A disciplina de Deus na vida de Nabucodonosor teve o resultado pretendido. Veja o versículo 34:

“Ao fim daquele período (Sete anos! Sete anos vivendo como um homem selvagem, vivendo como um animal), eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, e percebi que o meu entendimento tinha voltado. 

Então louvei o Altíssimo; honrei e glorifiquei aquele que vive para sempre. 

O seu domínio é um domínio eterno; o seu reino dura de geração em geração. (O céu reina)

Todos os povos da terra são como nada diante dele. 

(Aqui está o rei que se chamava Nabucodonosor, o Grande, sobre a grande Babilônia, admitindo que todos os habitantes da terra são considerados como nada)

Ele age como lhe agrada com os exércitos dos céus 

e com os habitantes da terra. 

Ninguém é capaz de resistir à sua mão 

ou dizer-lhe: “O que fizeste?” (vv. 34–35)

A disciplina de Deus teve um efeito profundo na vida de Nabucodonosor. Por anos, ele se exaltou e se honrou. Agora ele dá louvor, honra e glória ao Deus dos céus. 

Agora ele percebe sua pequenez em comparação com a grandeza de Deus. Ele levantou os olhos para o céu, e isso transformou sua vida. Versículo 36:

“Naquele momento voltou-me o entendimento, e eu recuperei a honra a majestade e a glória do meu reino. Meus conselheiros e nobres me procuraram, meu trono me foi restaurado, e minha grandeza veio a ser ainda maior.” (v. 36)

Jesus disse o seguinte em Mateus 23:12

“Pois todo aquele que a si mesmo se exaltar será humilhado, e todo aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado.”

Perceba que, uma visão exaltada de si mesma e uma visão pequena de Deus são devastadoras para nossa saúde espiritual e mental. 

Mas uma visão correta de Deus – levantando nossos olhos para o céu – e uma visão correta de nós mesmas podem levar a uma saúde mental restaurada e ao florescimento. 

Esta é uma mensagem que precisamos hoje. É uma mensagem que nosso mundo precisa. 

O orgulho é um caminho para a ruína certa. Mas a humildade e o arrependimento são o caminho para a restauração.

“Agora eu, Nabucodonosor, louvo e exalto e glorifico o Rei dos céus, porque tudo o que ele faz é certo, e todos os seus caminhos são justos. E ele tem poder para humilhar aqueles que vivem com arrogância (orgulho).” (v. 37)

Ele é capaz de me humilhar quando ando em orgulho. Ele é capaz de te humilhar quando você anda em orgulho. Ele é capaz de humilhar os líderes do nosso mundo quando andam em orgulho – e Ele o fará. Cuidado com o orgulho.

1 Pedro 5:5-6 diz que: “… Deus se opõe aos orgulhosos,mas concede graça aos humildes. Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido.” 

E assim, Pai, levantamos nossos olhos para o céu. Tu és grande. Nós somos pequenas, necessitadas e carentes da Tua graça. Dá-nos graça e misericórdia para nos humilharmos e louvar, exaltar e glorificar o Rei dos céus. Amém.

Raquel: Podemos encontrar grande conforto sabendo que o poder de Deus é mais poderoso do que qualquer governante, autoridade ou ação humana. Nancy DeMoss Wolgemuth tem compartilhado sobre a soberania de Deus em uma série sobre o livro de Daniel. A maneira de nos agarrarmos à promessa de que o céu reina é fixar nosso olhar em Cristo.

Nancy nos ajuda a fazer isso em seu livro, chamado O Céu Reina. Ela lembra que, não importa sua situação, a única solução é olhar para Deus. Ele sabe pelo que você está passando e Ele ajudará você a superar. 

Tenha um final de semana abençoado e aguardamos você na segunda-feira quando continuaremos com o capítulo 5 de Daniel, aqui no Aviva Nossos Corações.

O Aviva Nossos Corações é o ministério em língua portuguesa do Revive Our Hearts com Nancy DeMoss Wolgemuth, chamando as mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.

Clique aqui para o original em inglês.