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O Céu Reina – Ep04: Quando sua fé é provada (Daniel 3)

Publicadas: abr 04, 2024

Raquel: Verdade ou mentira? “Deus quer que minha vida seja tranquila e fácil o tempo todo.” Nancy DeMoss Wolgemuth responde:

Nancy DeMoss Wolgemuth: Deus não prometeu nos livrar de provações, mas Ele prometeu nos sustentar e nos libertar por meio delas. Deus está conosco em toda e qualquer provação. 

Raquel: Este é o Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth, autora de “O Céu Reina,” na voz de Renata Santos. 

Se alguma vez você sentiu que Deus “te tirou do espeto e te jogou na brasa”, como se sua fé estivesse sendo testada em um nível totalmente novo, com certeza você irá entender como os três amigos de Daniel se sentiram quando o Senhor literalmente os jogou no fogo.

Estamos numa série chamada “O Céu Reina: Vendo a Soberania de Deus no Livro de Daniel”, com Nancy DeMoss Wolgemuth. E hoje ela chega ao capítulo 3 de Daniel, quando, curiosamente, Daniel não está em cena. Isso mesmo. 

A Palavra de Deus não nos diz por quê. Talvez eu possa entrevistar Daniel um dia no céu para perguntar a ele sobre isso. Bem, aqui está Nancy com mais detalhes.

Nancy: Hoje, enquanto continuamos nossa série no livro de Daniel, vamos olhar para um dos capítulos mais conhecidos de toda a Palavra de Deus. 

Quero dizer a vocês que, em alguns desses programas, incluindo este, tive dificuldade em reduzi-los a apenas um dia. Estamos tentando lidar com um capítulo por dia, e alguns desses capítulos poderiam nos ocupar por dias e até semanas.

Certa vez meu esposo, Robert, me disse: “Você precisa fazer tudo em um dia?”

Eu disse: “Bem, vou tentar”, porque estamos tentando dar uma visão geral do livro de Daniel. 

Só quero que você saiba que há muito mais a ser dito. Esta semana estamos olhando para cada um desses capítulos apenas por uma lente, e essa lente é: O Céu Reina. Estamos procurando vislumbres de que O Céu Reina.

Espero que você esteja lendo o livro de Daniel comigo todos os dias, e conforme você encontrar evidências, vislumbres de que “O Céu Reina” (o Céu governa), apenas marque em sua Bíblia – talvez com as iniciais “CR” significando “O Céu Reina”. Faça essas anotações, e vou tentar destacá-las também quando chegarmos a elas.

Vamos orar.

“Senhor, como Robert me lembrou há alguns dias, enquanto falávamos sobre esta passagem, estamos vivendo na Babilônia hoje. É difícil. Tu enviaste Daniel e seus três amigos hebreus para Babilônia em um momento difícil, em uma era difícil. 

Às vezes, é difícil saber o que fazer, como fazer, como viver corretamente, como entender o que está acontecendo. Mas tu enviaste esses homens para representá-lo naquela cultura. 

Então, eu oro para que abras nossos olhos, abra nossos ouvidos, abra nossos corações. Ajude-nos a te ver. À medida que te vemos e nos enchemos de ti, eu oro para que nossas vidas reflitam para este mundo que o Céu realmente reina. Eu oro em nome de Jesus, amém.”

No último episódio, analisamos Daniel 2. Você deve se lembrar de que o rei Nabucodonosor, o rei da Babilônia, teve um sonho, e Deus revelou a Daniel tanto o sonho quanto a interpretação. 

O sonho era sobre uma grande estátua que tinha uma cabeça de ouro. Daniel disse a Nabucodonosor: “Você é a cabeça de ouro. Você, ó rei, é a cabeça de ouro”.

As outras partes dessa estátua, as partes do corpo feitas de prata, bronze, ferro e barro, cada uma valia menos do que a parte anterior. 

Essas partes inferiores significavam que o reinado de Nabucodonosor chegaria ao fim e seria substituído por outros reinados e outros reis. Isso é o que vimos na última sessão.

Hoje chegamos ao capítulo 3 de Daniel, e vemos outra estátua.  Aqui vemos uma estátua feita pelo homem. Não foi algo que Deus criou. Estamos lendo Daniel 3:1

“O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro de vinte e sete metros de altura e dois metros e setenta centímetros de largura.”

Se você pensar nisso, é quase grotesco. Provavelmente era mais parecido com um obelisco. Eu pesquisei isso hoje de manhã. Vinte e sete metros são aproximadamente oito andares de altura. 

Portanto, é muito alto, e ele ergueu esse obelisco, com essa estrutura alta, “na planície de Dura, na província da Babilônia”.

Vamos pausar aqui. É quase como se Nabucodonosor estivesse eufórico com o conhecimento que acabara de receber de que ele era a cabeça de ouro na estátua de seu sonho, então ele ergueu uma estátua maciça feita de ouro. 

Os estudiosos pensam que talvez não era completamente de ouro puro, mas provavelmente era madeira coberta de ouro. Mesmo assim, era enorme e era caro. 

Não dá para deixar de pensar que, ao construir essa imagem inteiramente de ouro (pelo menos por fora), Nabucodonosor estava esperando prolongar a longevidade de seu reino, contrariando a mensagem que Deus lhe havia dado em seu sonho.

À medida que esse relato se desenrola, fica óbvio que o objetivo de Nabucodonosor era mostrar seu poder e receber aclamação mundial para si e para seu reino.

“Depois [Nabucodonosor] convocou os sátrapas, os prefeitos, os governadores, os conselheiros, os tesoureiros, os juízes, os magistrados e todas as autoridades provinciais para assistirem à dedicação da imagem que mandara erguer. 

Assim todos eles, sátrapas, prefeitos, governadores, conselheiros, tesoureiros, juízes, magistrados e todas as autoridades provinciais se reuniram para a dedicação da imagem que o rei Nabucodonosor mandara erguer, e ficaram de pé diante dela.” (vv. 2-4)

Lemos repetidamente, “a estátua que Nabucodonosor mandara erguer”. Isso foi obra dele, isso foi coisa dele, esse era o plano dele, o programa dele. 

Continuando nos verso 4 e 5:

“Então o arauto proclamou em alta voz: “Esta é a ordem que lhes é dada, ó homens de todas as nações, povos e línguas: Quando ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música, prostrem-se em terra e adorem a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor ergueu.” (vv. 4-5)

Toda essa situação é grotesca. É como se alguém se autodenominasse a “Pessoa do Ano” da revista Time e depois ordenasse a todos que o conhecessem a vir e parabenizá-lo e escrever elogios sobre todas as suas grandes realizações. 

Isso me lembra a Torre de Babel. Você se lembra de como aquilo foi um monumento ao poder, à astúcia e à sabedoria da humanidade? Esta estátua pretendia ser um monumento ao homem.

Todos os súditos de Nabucodonosor deveriam se curvar e prestar juramento de lealdade a Nabucodonosor. Isso me lembra de outros líderes políticos da história que às vezes usaram a religião para expandir ou fortalecer seu controle. 

Eles misturaram as coisas entre a fidelidade a um sistema político e a lealdade a Deus. Jesus disse: “Dê a César o que é de César”, ou seja, o governo, aos funcionários responsáveis pelo seu governo, “e dê a Deus o que é de Deus”. 

Por aqui temos, muitas vezes, líderes políticos – tipo César – exigindo para si o que pertence apenas a Deus. Devemos adoração a Deus; não devemos adoração a César.

Neste caso, qualquer um que se recusasse a obedecer ao mandamento do rei seria considerado culpado de traição e seria condenado à morte. 

Versículo 6:

“Quem não se prostrar em terra e não adorá-la será imediatamente atirado numa fornalha em chamas.” (v. 6)

Vejam bem, isso não era uma ameaça vazia. A história nos diz que Nabucodonosor levava a sério qualquer desafio ao seu domínio soberano, e ele lidava com eles de maneira severa. 

Esta é uma batalha pela adoração, que aliás é algo que você vê por todas as Escrituras – desde as primeiras páginas de Gênesis até o final do livro de Apocalipse. Estamos em uma batalha pela adoração, o reino dos céus e o reino de Deus. 

A inclinação da humanidade caída sempre será divinizar o homem e diminuir Deus. É uma tendência da humanidade caída exigir e dar, a seres criados, a adoração que só pertence a Deus, o Criador. Também é uma tendência destruir todos aqueles que se recusam a se curvar diante desses deuses falsos.

Na verdade, o livro de Apocalipse, capítulo 13, descreve uma instância semelhante no final dos tempos, quando todos que se recusarem a adorar a imagem da besta serão mortos. 

O mundo inteiro, incluindo os cristãos, enfrentará uma pressão intensa para se ajoelhar diante dessa besta, diante da imagem daquela besta.

“Por isso, logo que ouviram o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério e de toda espécie de música, os homens de todas as nações, povos e línguas prostraram-se em terra e adoraram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor mandara erguer.” (v. 7)

Enquanto você pensa sobre esta cena, o que está acontecendo é que as pessoas estão roubando a adoração que pertence a Deus. Este rei está roubando a adoração que pertence a Deus. 

O Salmo 117:1 diz: “Louvem o Senhor, todas as nações; exaltem-no, todos os povos!” Mas o que todas as nações e povos estão fazendo aqui? Eles estão se prostrando e adorando esta estátua que o rei Nabucodonosor ergueu.

Esta cena é uma falsificação da adoração no céu. Eu estava lendo sobre isso novamente esta manhã em Apocalipse capítulos 4 e 5, onde vemos como os redimidos de todas as tribos, línguas, povos e nações se prostrarão, não diante dos monumentos à humanidade, mas diante do trono de Deus e adorarão o Cordeiro. 

Este deve ser o nosso objetivo, o nosso alvo. Mas o rei Nabucodonosor disse: “Eu quero essa glória! Eu quero essa adoração! Portanto, todas as nações, todas as línguas, se prostrem e me adorem.”

A multidão ficou envolvida no fervor da situação – o fervor emocional, a intensidade religiosa – e obedeceram cegamente à ordem do rei. Eles compraram a mentira de que a autoridade de Nabucodonosor era absoluta. Eles simplesmente fizeram o que lhes mandaram fazer. Algumas coisas nunca mudam, né? 

Mas, nessa multidão vasta de adoradores, havia três jovens que tinham prestado juramento de lealdade a outro Rei, o Rei dos céus. Como resultado, eles não puderam obedecer ao comando do rei.

A resistência deles poderia ter passado despercebida nessa multidão se não fosse por alguns babilônios que os apontaram. Conforme você lê no próximo parágrafo, está claro que esses homens tinham uma agenda. 

Talvez eles estivessem com inveja de que esses judeus tinham sido promovidos no capítulo 2 e estavam procurando uma oportunidade para colocá-los em maus lençóis. 

Eles estavam observando-os; eles estavam examinando seu comportamento. Quando viram, no meio da multidão, que esses homens não se curvavam, correram atrás.

“Nesse momento alguns astrólogos se aproximaram e denunciaram os judeus, dizendo ao rei Nabucodonosor: “Ó rei, vive para sempre! Tu emitiste um decreto, ó rei, ordenando que todo aquele que ouvisse o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música se prostrasse em terra e adorasse a imagem de ouro, e que todo aquele que não se prostrasse em terra e não a adorasse seria atirado numa fornalha em chamas.

Mas há alguns judeus que nomeaste para administrar a província da Babilônia, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que não te dão ouvidos, ó rei. Não prestam culto aos teus deuses nem adoram a imagem de ouro que mandaste erguer.”          (vv. 8-12)

Note que esses três hebreus não organizaram um protesto contra o decreto do rei. Eles eram cidadãos responsáveis e respeitosos no império da Babilônia. Eles serviam na administração do rei. 

Mas eles não podiam e não adorariam ninguém além de Deus. Aparentemente, eles não fizeram nenhuma tentativa de esconder esse fato. Eles estavam na multidão, mas não estavam adorando a estátua. 

Isso ocorre porque o objetivo deles não era preservar suas vidas; o objetivo deles era obedecer e honrar o seu Deus.

Aqui, sou lembrada de que somos ordenadas pela Palavra de Deus a sermos boas cidadãs do país onde vivemos. Mas devemos lembrar que nossa cidadania final não está aqui na terra. 

Nossa lealdade não é a nenhum reino terrestre, mas ao reino de Deus. Essa foi a posição que Jesus tomou na tentação no deserto, onde Ele se recusou a adorar Satanás. Ele disse: 

“Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto.” Como servos do Deus Altíssimo, não podemos nos curvar ou adorar nenhum rei além de Cristo.

Bem, a resistência dos três hebreus não foi bem recebida pelo rei Nabucodonosor. Pessoas orgulhosas não suportam que suas exigências não sejam atendidas. Elas têm que ter autoridade absoluta, e quando não conseguem o que querem, ficam com raiva e implacáveis

Vamos ler os versículos 13 a 18:

“Furioso, Nabucodonosor mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E assim que eles foram conduzidos à presença do rei, Nabucodonosor lhes disse: “É verdade, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vocês não prestam culto aos meus deuses nem adoram a imagem de ouro que mandei erguer? Pois agora, quando vocês ouvirem o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da flauta dupla e de toda espécie de música, se vocês se dispuserem a prostrar-se em terra e a adorar a imagem que eu fiz, será melhor para vocês. Mas, se não a adorarem, serão imediatamente atirados numa fornalha em chamas. E que deus poderá livrá-los das minhas mãos? 

Veja, Nabucodonosor acreditava que era mais poderoso do que os deuses. Ele acreditava que era deus! Ele era seu próprio deus. Então, ele desafia o Deus deles, que eles afirmam adorar, a resgatá-los, se Ele puder, do poder do rei. 

O desafio foi lançado. Nabucodonosor disse, em essência: “Vocês não terão outros deuses além de mim.” Mas os três hebreus serviam e adoravam o Deus dos céus e da terra, que disse: “Você não terá outros deuses além de mim.”

“Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: ‘Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das tuas mãos, ó rei.  (versos 16-17)

Enquanto medito neste trecho, adoro a calma que parece ter reinado. Aqui está o rei, que estava indignado, fora de controle. Ele está furioso; ele está explodindo de tão zangado. 

Mas há esses homens calmos que têm uma confiança tranquila. Por quê? Porque eles conheciam a Deus. Eles sabiam que o seu Deus era o Deus vivo e verdadeiro, ao contrário dos deuses de Nabucodonosor. 

Eles sabiam que o seu Deus era mais poderoso do que o rei que pensava que era todo-poderoso e estava ameaçando matá-los. Eles sabiam que o seu Deus poderia salvá-los da ira do rei.

No versículo 17, você lê isso duas vezes. “Ele pode nos livrar e ele nos livrará.” Eles repetem isso para enfatizar. 

Mas veja o versículo 18: “Mas, se ele não nos livrar,…” Ele pode nos resgatar, mas não sabemos se Ele escolherá fazê-lo. “Mas, se ele não nos livrar,…”

Vou fazer uma pausa aqui. Esses homens não viam Deus como seu servo que estava obrigado a fazer o que eles queriam que Ele fizesse. 

Eles eram servos de Deus, e estavam comprometidos em fazer a Sua vontade, onde quer que isso os levasse, custe o que custasse

Versículo 18:

“Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos teus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer.”

Eles sabiam que o seu Deus era capaz de resgatá-los; eles não sabiam se Ele escolheria fazê-lo, mas estavam dispostos a deixar seu destino nas mãos de Deus.

Isso me lembra do que Jó diz em Jó 13:15: “Embora Ele me mate, ainda assim esperarei nEle;” Se você acredita em uma ressurreição, pode se dar ao luxo de falar assim. Se você acredita que Ele é o Deus dos vivos, se acredita que esta vida não é tudo, então pode dizer: “Embora Ele me mate, ainda assim esperarei nEle.” 

E mesmo que o Deus deles não os resgatasse, eles não serviriam aos deuses de Nabucodonosor, não adorariam sua imagem. Eles se recusaram a dar a qualquer ser humano a adoração que pertencia somente a Deus e fariam o que era certo, independentemente de como isso os afetasse.

Isso foi uma declaração de submissão ao seu Deus. Isso foi uma declaração de fé de que o Céu reina. Enquanto você lê isso, não há nenhuma sugestão ou implicação de que eles tentaram “se conformar”, que tentaram justificar, encontrar uma maneira de justificar obedecer à ordem do rei. 

Não há sugestão de que tentaram negociar ou acomodar-se aos babilônios. “Nós apenas adoraremos a Deus em nossos corações. Estaremos apenas nos curvando fisicamente, mas em nossos corações, estaremos adorando o nosso Deus.” 

Nada disso. Isso foi uma questão clara de adoração para eles. Eles não iam fazer fisicamente algo que comunicasse o que não representasse a verdade em seus corações.

Esses homens, lembre-se, já foram provados anteriormente em questões menores. Lembra-se no capítulo 1 onde resolveram não violar suas consciências ao comer a comida do rei? Agora que estavam enfrentando uma prova maior – muito maior – eles foram capazes de se manter firmes, porque haviam passado nas provas anteriores.

Deus está provando algumas de nós hoje em coisas pequenas, e o que fazemos com essas provas – como obedecemos a Deus, como nos recusamos a nos corrompermos, como O honramos – está pavimentando o caminho para como O obedeceremos quando os testes maiores vierem mais tarde

Então, aqui estão eles. Eles colocaram tudo em jogo: seus empregos, suas reputações, suas vidas.

Bem, essa resposta só enfureceu ainda mais o rei. Tinha tanta coisa em jogo caso ele perdesse essa batalha. Ele tinha que salvar as aparências. Ele estava determinado a vencer essa luta pelo poder.

“Nabucodonosor ficou tão furioso com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que o seu semblante mudou. Deu ordens para que a fornalha fosse aquecida sete vezes mais que de costume  e ordenou que alguns dos soldados mais fortes do seu exército amarrassem Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os atirassem na fornalha em chamas.  

E os três homens, vestidos com seus mantos, calções, turbantes e outras roupas, foram amarrados e atirados na fornalha extraordinariamente quente. 

A ordem do rei era urgente e a fornalha estava tão quente que as chamas mataram os soldados que levaram Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, e estes caíram amarrados dentro da fornalha em chamas.” (vv. 19-23)

Se estivéssemos lá assistindo naquele dia, junto com o resto da multidão, não haveria dúvida de que esses homens seriam incinerados no forno. 

Nós conhecemos o final da história; eles não conheciam o final da história. Esses homens não sabiam o desfecho; as pessoas que assistiam não sabiam o desfecho; Nabucodonosor não sabia o desfecho. 

Eles seriam incinerados assim como os homens que chegaram perto o suficiente para jogá-los neste forno escaldante. Naquele momento, parecia claro que Nabucodonosor havia vencido a batalha contra o Deus dos hebreus.

Exatamente como pode ter parecido quando Jesus morreu na cruz. Um ponto para o inimigo. Um ponto para Satanás. Um ponto para o rei estrangeiro e seus deuses falsos que querem ser adorados.

Mas, o Céu reina. O Céu sempre reina, não importa como pareça aqui na Terra. Veja o versículo 24.

Então, o rei Nabucodonosor se espantou.

Isso me parece um pouco engraçado, porque os que deveriam ter ficado alarmados eram os rapazes que ele jogou no forno. 

O rei Nabucodonosor está no comando; ele está no controle. Ele acabou de vencer, certo? Mas agora ele está com medo; ele está espantado; ele está aterrorizado.

Versículos 24-26:

“Mas logo depois o rei Nabucodonosor, alarmado, levantou-se e perguntou aos seus conselheiros: “Não foram três os homens amarrados que nós atiramos no fogo?

Eles responderam: ‘Sim, ó rei’.

E o rei exclamou: ‘Olhem! Estou vendo quatro homens, desamarrados e ilesos, andando pelo fogo, e o quarto se parece com um filho dos deuses.’

Então Nabucodonosor aproximou-se da entrada da fornalha em chamas e gritou: ‘Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saiam! Venham aqui!’

E Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do fogo.” 

Espero que você não tenha ouvido essa história tantas vezes desde que era uma garotinha  de modo que você meio que tenha perdido o espanto, a maravilha, e o milagre de tudo isso.

“Os sátrapas, os prefeitos, os governadores e os conselheiros do rei se ajuntaram em torno deles e comprovaram que o fogo não tinha ferido o corpo deles. Nem um só fio de cabelo tinha sido chamuscado, os seus mantos não estavam queimados, e não havia cheiro de fogo neles.” (v. 27)

O Céu reina. O Deus Altíssimo, que é o personagem principal do livro de Daniel, desceu à terra para resgatar seus servos. Não apenas isso, Ele entrou no fogo com eles. 

Teólogos acreditam que o quarto homem provavelmente era o que eles chamam de Cristofania – uma aparição pré-encarnada de Cristo aqui na Terra, preparando o caminho, nos informando que quando Cristo viesse a esta Terra, Ele entraria em nosso forno, em nosso julgamento, em nossa condenação, em nosso mundo quebrado, caído, doente e condenado, para estar conosco no fogo

Ele entra no fogo com seus servos. Ele os libertou de suas amarras. Ele os livrou sobrenaturalmente do fogo, que não teve efeito algum sobre eles.

Vale lembrar que Deus não prometeu nos livrar de provações. Ele nem sempre resgata Seus servos do perigo físico ou da morte. 

Há inúmeros mártires ao longo dos séculos que deram suas vidas, pagaram o preço máximo, por adorar e servir o Rei do céu. Hoje, há pessoas na prisão que ainda não foram libertadas. Há pessoas que serão mortas nesta semana, neste mês, por causa de sua fé, e Deus talvez não as resgatará imediatamente da maneira como fez com esses homens.

Deus não promete nos livrar de provações, mas Ele promete nos sustentar e nos livrar ao passarmos por elas. Deus nos acompanha em nossas provações.

O Salmo 34:19 diz assim: “O justo passa por muitas adversidades,…” Não é um versículo que você queira ouvir pregado com muita frequência. 

Pessoas que honram a Deus, que O amam, que são justas, têm muitas adversidades. Mas o restante desse versículo diz: “Mas o Senhor [no tempo Dele, do jeito Dele] o livra de todas elas.” No tempo de Deus, Ele resgatará Seus servos de cada provação, de cada fogo, de cada forno, de cada lugar terrível e difícil. Ele resgatará Seus servos. (Não tem como errar ao confiar em Deus.)

“Disse então Nabucodonosor: “Louvado seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos! Eles confiaram nele, desafiaram a ordem do rei, preferindo abrir mão de sua vida a prestar culto e adorar a outro deus que não fosse o seu próprio Deus.” (v. 28)

Ouça, Deus libertou Seus servos naquele momento de uma maneira tão dramática e visível que o rei Nabucodonosor não pôde deixar de reconhecer que Jeová é real, Ele é poderoso e Ele é digno de ser louvado. 

Então ele disse no versículo 29:

“Por isso eu decreto que todo homem de qualquer povo, nação e língua que disser alguma coisa contra[a] o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado e sua casa seja transformada em montes de entulho,”

Tá aí um homem que gostava de ações punitivas. Por quê?

“pois nenhum outro deus é capaz de livrar alguém dessa maneira.” (v. 29)

É verdade. Nabucodonosor não conhecia Deus como nós conhecemos, ele não tinha a Palavra de Deus como nós temos, mas ele falou certo quando disse: “pois nenhum outro deus é capaz de livrar alguém dessa maneira.”

“Então o rei promoveu Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na província da Babilônia.” (v. 30)

Quando adoramos e servimos somente a Deus, quando recusamos nos curvar a reis terrenos, poderes, ideologias e sistemas que usurpariam o domínio de Deus; 

quando dizemos: “Não posso adorar você; não posso servir você; tenho que adorar e servir somente a Deus”, preparamos o palco para Deus se manifestar, para o poder e a glória de Deus serem exibidos aqui na terra como no céu. 

Preparamos o palco para que Deus seja adorado e temido por aqueles que o rejeitaram anteriormente.

Enquanto reclamamos sobre tudo que está acontecendo em nosso mundo hoje, eu me pergunto se talvez o problema maior não seja o que está acontecendo na igreja hoje.

  • As pessoas estão vendo uma evidência clara de nossa confiança e fé em Deus?
  • Elas estão vendo Deus livrar Seu povo?
  • Elas estão vendo Seu povo confiar e adorar e servir a Ele acima de todos os outros deuses desta terra?
  • Estamos preparando o cenário para que Deus seja glorificado, para que Seu poder seja demonstrado?

Chegamos ao final da história. Em Apocalipse 12 vemos que “Os santos venceram o dragão, o diabo, pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho deles, pois não amaram suas vidas até o ponto da morte.” Se isso nos matar, confiaremos Nele. Se este mundo nos matar, confiaremos Nele.

Veja, a maioria de nós não está literalmente diante da escolha de se prostrar e adorar uma grande estátua ou ser jogada em uma fornalha. Não podemos realmente imaginar essas circunstâncias. 

Mas de muitas maneiras menores, dia após dia, somos chamadas a adorar a Deus e não ao homem, adorar a Deus e não ao dinheiro, adorar a Deus e não nossos empregos, adorar a Deus e não nosso governo, adorar a Deus e não nenhum partido político. 

Adorar a Deus. À medida que o fazemos, Deus será glorificado, e eu acredito que veremos até mesmo reis pagãos, cruéis e furiosos sendo humilhados, derrubados, reconhecendo que Ele é Deus e digno de louvor. Que nossas vidas mostrem isso. Amém.

Raquel: Essa é Nancy DeMoss Wolgemuth, ensinando a partir do terceiro capítulo de Daniel. Para muitas de nós, essa história é familiar, mas quando a abordamos em termos de adoração, e não nos curvamos diante de nossos próprios ídolos do coração, sejam quais forem, ela adquire um significado completamente novo. 

Sadraque, Mesaque e Abede-nego tiveram que confiar em Deus em uma situação aparentemente impossível. Eles sabiam que o plano Dele para suas vidas poderia incluir a incineração completa, mas eles confiaram Nele mesmo assim. Eles tinham confiança de que o Céu reina.

Se você está gostando desta série, acredito que também vai gostar do novo livro de Nancy. Assim como esta série, se chama O Céu Reina, você pode adquiri-lo em nosso site  www.avivanossoscoracoes.com.

 Amanhã, Nancy nos levará ao capítulo 4 de Daniel para falar sobre o seguinte ponto: O Céu reina, mesmo sobre corações orgulhosos e arrogantes. Você pode ler Daniel 4 antes disso. 

Aguardamos você aqui no Aviva Nossos Corações.

O Aviva Nossos Corações com Nancy DeMoss Wolgemuth chama mulheres à liberdade, plenitude e abundância em Cristo.