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Como escolher a gratidão leva à alegria

Por Nancy DeMoss Wolgemuth

Vários anos atrás, ao escrever Escolhendo a gratidão, passei muitos meses analisando cuidadosamente o que as Escrituras têm a dizer sobre a graça da gratidão. Meditei sobre o que significa ser uma pessoa agradecida e porque isso importa. Este não foi apenas um exercício acadêmico para mim. Foi muito mais. O Senhor me levou em uma jornada pessoal – com a qual ainda estou muito envolvida. Ele me mostrou como é vital treinar meu coração para responder a tudo na vida com um espírito de gratidão, mesmo em situações e em épocas que considero desagradáveis ou difíceis.

A jornada nem sempre foi fácil – ao longo do caminho, Ele revelou coisas no meu coração que não eram bonitas. Seu Espírito trouxe convicção quanto às minhas respostas sob pressão, que eram as mesmas de outras pessoas que eu havia aconselhado e desafiado (para não falar do padrão de Sua Palavra!).

Mas foi um processo bom e necessário na minha vida, e as mudanças que Deus trouxe (e continua a trazer) na minha perspectiva e no meu caráter, juntamente com a liberdade que advém de dizer: “Sim, Senhor!”, superaram os momentos difíceis.

Fazendo da gratidão um estilo de vida

Antes dessa jornada, se alguém me perguntasse: “Você é uma pessoa agradecida?” Teria me classificado “acima da média” nesse contexto. E acho que aqueles que me conhecem teriam concordado.

Agradeço, em grande parte, aos meus pais que insistiram que a coisa certa a ser feita imediatamente após receber um presente é escrever uma nota de agradecimento, e essa importância de expressar gratidão me impressionou desde novinha. É apenas parte de ter boas maneiras, certo? Responder de maneira educada. Embora eu nem sempre gostasse disso, hoje sou feliz por esse treinamento.

Ao longo dos anos procurei fazer da gratidão um estilo de vida. E experimentei muitas das bênçãos que acompanham uma “atitude de gratidão”.

No entanto, percebi que, se eu não for meticulosamente vigilante em rejeitar a ingratidão e escolher a gratidão, serei facilmente sugada pela dinâmica da vida em um mundo caído. Começo a me concentrar no que não tenho mas gostaria de ter, ou no que tenho mas não gostaria de ter. E minha vida começa a parecer difícil, pesada, cansativa e esmagadora.

Algumas vezes me permiti ser puxada de volta para aquele circulo vicioso. Vi como a falta de gratidão se manifesta por inquietação, irritação, reclamação e ressentimento – seja dentro dos limites de meus próprios pensamentos ou, pior ainda, descarregando esses pensamentos nos outros.

Mas, naqueles momentos em que me vi derrotada, sentindo que estava afundando, descobri que a gratidão é realmente o meu salva-vidas. Mesmo nas águas mais turbulentas, escolher gratidão me resgata de mim mesma e das minhas emoções descontroladas. Me faz flutuar na graça de Deus e me impede de afundar no que, de outra forma, seria minha tendência natural à negatividade, dúvidas, desânimo e ansiedade.

Ao longo do tempo, escolher a gratidão significa escolher alegria. Mas essa escolha não vem sem esforço e intencionalidade. É uma escolha que exige constantemente renovar minha mente com a verdade da Palavra de Deus, preparar meu coração para experimentar Deus e Seus dons, e disciplinar minha língua para falar palavras que refletem Sua bondade e graça – até que um espírito agradecido se torne minha resposta espontânea a tudo na vida.

Um segredo poderoso

À medida que você vai vivendo seu cotidiano, quero encorajá-la a escolher a gratidão, antes de mais nada, porque é a única resposta adequada a um Deus bom e gracioso que nos livrou de nossa culpa. Em um grau significativo, seu bem-estar emocional, mental, físico e espiritual, assim como a saúde e a estabilidade de seus relacionamentos com os outros, serão determinados pelo quociente de gratidão.

Cultivar um coração agradecido é uma proteção contra tornar-se amarga, espinhosa e azeda. Uma filha de Deus agradecida não pode deixar de ser uma pessoa alegre, pacífica e radiante.

Se você se encontrar frequentemente desanimada, depressiva, com medo ou ansiosa, pode tender a atribuir esses sentimentos às circunstâncias difíceis ou dolorosas que a cercam. Mas quero sugerir que, por mais desafiadora que seja sua situação ou a fase pela qual está passando, seu estado de espírito provavelmente tem menos a ver com suas circunstâncias angustiantes e mais com sua necessidade de desenvolver um coração agradecido.

De que outra forma você pode explicar aqueles cristãos ao redor do mundo – desde os tempos antigos até os dias atuais – que sobreviveram e sobrevivem com menos do que a maioria de nós pode imaginar, e cujos dias são constantemente atormentados por provações e tragédias, mas que ainda assim manifestam uma paz e alegria irreprimível?

Fiquei impressionada com um comentário feito pelo teólogo e autor Dr. Wayne Grudem em uma entrevista num blog. Quando perguntado por C. J. Mahaney sobre áreas em que ele se sentia vulnerável ao desânimo no ministério, Dr. Grudem respondeu: “Honestamente, não me desanimo facilmente. Continuo vendo evidências da obra de Deus em minha vida e na vida das pessoas ao meu redor, e me vejo submergido em gratidão a Ele.”

Esta é uma palavra oportuna. No meio da grave situação política e econômica, do desemprego, e da desigualdade no nosso país,  juntamente com notícias intermináveis de distúrbios, conflitos, fome e doenças globais, torna-se cada vez mais natural que as pessoas se desanimem, chegando até a sentir que Deus abandonou o mundo. Para aquelas que amam e seguem a Cristo, a maré crescente do secularismo e do relativismo moral oferece ainda mais tentação de ficarmos desanimadas.

Estou convencida de que devemos cultivar a graça e a disciplina espiritual da gratidão a fim de que não percamos o equilíbrio nesses tempos. Uma dica importante para não ficarmos impressionadas com o que está acontecendo ao nosso redor é procurar evidências da mão de Deus trabalhando no meio da turbulência e sermos “simplesmente submergidas num mar de gratidão a Ele”.

É impressionante para mim, observar quantas vezes nas Escrituras – particularmente no livro dos Salmos – somos exortadas a agradecer, louvar ao Senhor, a cantar ao Senhor. Ainda mais se pensarmos quantas dessas passagens foram escritas por alguém em apuros.

Há uma razão para esse constante chamado bíblico a sermos pessoas agradecidas. Aponta para um segredo poderoso, mas que poucos reconhecem, que é negligenciado na maioria das coletâneas evangélicas sobre virtudes cristãs que eu já li.

Veja bem, gratidão não é algo que possa ser descartada como uma “graça de segundo lugar” – é fundamental. E é transformacional. Realmente acredito que um espírito agradecido, enraizado no solo da bondade e da graça de Deus, impactará radicalmente a maneira como você vê e responde a tudo em sua vida.

Por isso, convido você a se juntar a mim na escolha e na busca dessa característica simples, mas profunda, chamada gratidão. Oro para que esta seja para você uma jornada rumo a maior liberdade e alegria – uma caminhada mais próxima do coração de Deus.

https://www.reviveourhearts.com/articles/your-invitation-to-transformation/