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Vivendo numa cultura de cancelamento: Uma oração por discernimento

Por Cindy Matson

À medida em que o mundo se torna cada vez mais hostil a Deus e mais abertamente tolerante a desejos carnais, navegar por algumas situações dentro de nossas famílias, locais de trabalho, comunidades e até igrejas tem se tornado cada vez mais nebuloso e confuso.

  • Devemos deixar nossos filhos assistirem àquele filme com cenas que validam certos comportamentos antibíblicos?
  • Como conversar com nossos filhos em idade escolar quando um colega de classe decide mudar os pronomes de tratamento?
  • Devemos participar da sessão de treinamento sobre diversidade e inclusão no trabalho?
  • Iremos boicotar empresas que optam por advogar pelos direitos LGBTQIA+?

 

Ainda que fosse bom ter um manual de instruções para cada situação que provavelmente enfrentaremos, na verdade temos algo melhor. A Palavra inspirada de Deus é suficiente para nos ajudar a lidar com cada questão.

Embora as Escrituras possam não nos dar um roteiro sobre como falar com uma filha que está considerando a transição de gênero ou exatamente o que dizer quando um parente “sai do armário”, a Palavra contém tudo que precisamos para a vida e a piedade (2 Pedro 1:3).

O que precisamos desesperadamente é discernimento sobre como aplicar os princípios da Palavra de Deus a essas situações difíceis.

Como sempre acontece quando abrimos as páginas das Escrituras, descobrimos que nossas circunstâncias modernas não são tão únicas quanto pensamos.

 

Paulo estava orando pelos filipenses no primeiro século, a mesma oração que você e eu precisamos hoje.

“Esta é a minha oração: que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção, para discernirem o que é melhor, a fim de serem puros e irrepreensíveis até o dia de Cristo, cheios do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.” (Filipenses 1:9–11)

 

Amor Abundante

A igreja em Filipos tinha seus problemas (como a minha e a sua têm), mas não havia saído completamente dos trilhos. Paulo escreveu para esta igreja, não sobre específicos erros doutrinários ou admoestações, mas porque queria agradecê-los por sua generosidade (4:10).

No entanto, enquanto escreve esta inspirada nota de agradecimento, ele inclui uma oração por esses santos amados. A primeira coisa em sua lista de oração? Que o amor deles aumente cada vez mais.

Paulo conhecia e pregava a importância do amor. Ele disse à igreja de Corinto que os maiores dons espirituais e atos de serviço que pudessem imaginar seriam completamente inúteis se feitos sem amor.

Falar na língua dos anjos sem amor seria como o sino que ressoa ou o prato que retine (1 Coríntios 13:1–3). Cristo mesmo enfatizou o amor, dizendo que amar a Deus e amar ao próximo são os dois maiores mandamentos (Mateus 22:37–40).

Da mesma forma, nossa sociedade hoje frequentemente enfatiza o amor. No entanto, tende a equiparar o amor à aceitação, criando uma falsa dicotomia entre discordar do ponto de vista de uma pessoa e ser capaz de mostrar-lhe amor.

 

Devemos orar por amor que aumenta e transborda, mas não podemos confundir a definição das Escrituras com a definição do mundo.

Deus nos diz que o amor – juntamente com paciência, bondade e humildade – “não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade” (1 Coríntios 13:3–6). É com esse tipo de amor que queremos encher nossos corações até transbordar.

 

Todo Tipo de Discernimento

Paulo não encerra sua oração pelos filipenses com o pedido de amor abundante, mas continua pedindo que seu amor cresça junto com seu conhecimento e discernimento.

O blogueiro Tim Challies nos dá uma boa definição  para discernimento: “A habilidade de entender e aplicar a Palavra de Deus com o propósito de separar a verdade do erro e o certo do errado.”

Em nossa sociedade contemporânea, ideias sobre a verdade — ou a falta dela — e o certo versus o errado giram no ar como as folhas no outono.

Sem o prumo da verdade, sem um padrão irrefutável, podemos nos perder tanto que não conseguiremos distinguir o certo do errado. Portanto, precisamos poder voltar para as Escrituras para pôr qualquer ideia, problema ou situação à prova a fim de discernir como responder.

Não podemos confiar cegamente em nossos corações, em nossas contas de mídia social ou até mesmo em nosso pregador favorito. Certamente, buscar aconselhamento espiritual pode ser algo sábio e útil em situações confusas; no entanto, é preciso pegar até o conselho que recebemos e compará-lo com as Escrituras. Se ele se desviar da verdade, devemos descartá-lo. Isso é discernimento.

Isso é o que Paulo ora pelos filipenses, e é o que devemos orar por nós mesmas, nossos pastores, nossas famílias e nossos amigos. Precisamos de amor que cresça sempre e de discernimento que aumente constantemente para navegar por uma cultura em que “certo” e “errado” parecem ter perdido todo o significado.

 

Aprovação daquilo que é excelente

Paulo ora por um resultado final específico desse amor e discernimento também, pedindo que os filipenses abundem em amor e discernimento para que possamaprovar o que é superior.

Não podemos aprovar tudo. Fazê-lo seria não aprovar nada. Se tudo que as pessoas chamam de “verdade” for verdadeiro, então, como muitos concordariam, não haveria verdade alguma.

Então, se afirmo que a verdade não existe, como posso ter certeza de que minha declaração sobre a verdade é verdadeira?

 

Precisamos de discernimento amoroso para saber o que é melhor, o que é excelente, o que é digno de nossa aprovação. O que endossaremos com nosso dinheiro, tempo, presença ou atenção?

Para quais atividades ou programas daremos “sinal verde” de aprovação para nossos filhos? Contra o que os alertaremos? Que tipo de conselho daremos a corações curiosos e ingênuos?

Devemos aprovar apenas coisas “excelentes” — aquelas realmente dignas da aprovação de Deus.

Tenho certeza de que isso soa tão assustador e ameaçador para você quanto para mim. É por isso que persistimos em oração, para que Deus nos conceda corações que amem e possam discernir a verdade do erro.

Precisamos desesperadamente dessas coisas – amor e discernimento –  para que possamos aprovar apenas o que é verdadeiramente excelente.

 

Puro e Irrepreensível

A última parte da oração que Paulo oferece em favor de seus amigos filipenses é que eles sejam “puros e irrepreensíveis”.

Claro, ele reconhece que eles não alcançarão a perfeição sem pecado antes do “dia de Cristo”. Em vez disso, ele está pedindo que tenham uma reputação acima de qualquer reprovação — ou seja, quando alguém inspecionar seu armário, nenhum ‘esqueleto’ aparecerá. Ele deseja que eles, do mesmo modo que exortou aos efésios, “andem de maneira digna da vocação à qual foram chamados” (Efésios 4:1).

Se aprovamos e andamos de acordo com as “maneiras deste mundo”, vendemos um evangelho barato e mostramos que,  em nosso coração não reconhecemos verdadeiramente a Cristo como Rei, mas, em vez disso, mantemos lealdade ao “príncipe do poder do ar” (Efésios 2:1–3).

Comprometer o evangelho e a verdade das Escrituras por medo de ser “cancelado” ou em nome de estar do “lado certo da história”, é escolher abrir mão de nossa pureza e irrepreensibilidade perante Deus.

Não dá para fingir que esta é uma escolha fácil: a pressão da sociedade é real e, às vezes, dolorosa. Por este motivo, Paulo lutou em oração por seus parceiros no evangelho. Ele conhecia a dificuldade de sua situação, assim como o Espírito Santo conhece a nossa dificuldade.

Não sei o que você está enfrentando hoje, mas esteja você no meio de uma situação espinhosa que exige discernimento, ou se algo está esperando por você na próxima esquina, vamos orar por nós mesmas e umas pelas outras para “…que o [nosso] amor aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção para discernirmos o que é melhor, a fim de sermos puras e irrepreensíveis até o dia de Cristo, cheias do fruto da justiça, fruto que vem por meio de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.” (Filipenses 1:9–11)

 

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